Nodus tollens (Revisão)

Por SenhoritaSunshine

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Barry Allen sempre teve um certo controle de sua vida, ele sabia que era impossível ter total controle sobre... Más

01. Correndo em círculos (Revisado)
02. Verdades ocultas (Revisado)
03. Amizades inesperadas (Revisado)
04. Laços inquebráveis (Revisado)
05. Deixe a neve cair
06. Corda-bamba
07. Dedos cruzados
08. 3X4
09. Not today, Satan!
10. Mr. Blue sky
11. Nunca satisfeita
13. Batidas do meu coração
14. O tempo não volta
15. Ficar bem?
16. Limites
17. Destino premeditado
18. Mentiras brancas
19. Aquelas dias de verão
20. A loira sempre morre primeiro
21. Uma canção para Caitlin
22. Querido amor...
23. Mudando as coordenadas
24. Alerta vermelho
25. Nosso pequeno castelo
Talvez a Deus....

12. Transbordo-me

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Por SenhoritaSunshine


-Você quer que eu chame-o aqui? - Henry indagou quando ela ficou mais calma, Caitlin olhou para ele com os olhos tristes. Lucas adormeceu no sofá enquanto ela conversava de verdade com Henry, era libertador falar toda a verdade para alguém, mesmo que essa pessoa fosse a uma das últimas pessoas que deveria saber dela.

-Não. Não quero que ele se zangue com você, sabe como Barry é, ele ficará irritado por você não ter contado nada para ele. - disse, Henry assentiu. Ele conhecia o filho bem o suficiente para saber qual seria a reação de Barry. - Vou pedir para ele me encontrar em um café que nós dois gostamos muito. Eu vou contar a verdade para ele, hoje.  

Nem um dia a mais ou a menos. Ela faria aquilo naquele momento, apenas precisaria levar Lucas para casa. Pegou seu filho adormecido do sofá e se despediu de Henry, o homem beijou a testa de Lucas e a dela, então sorriu murmurando:

-Bem-vindos à família. Mesmo que já estivessem nela há muito tempo.

Caitlin sorriu e assentiu, colocou Lucas na cadeirinha e pegou celular mandando uma mensagem de voz para Barry.

-Hey, é a Caitlin. Podemos nos encontrar naquele café que gostamos? Preciso conversar sério com você. É urgente, Barry. - olhou para Lucas que ainda dormia e sorriu. - Vou trazer seu pai para você, eu prometo.

===

Caitlin tinha a intenção de ir direto ao encontro de Barry, mas como não havia ainda recebido uma resposta dele, dirigiu até o hotel no centro onde Julian estava hospedado. Ela havia descoberto o endereço por conta de Cisco, tinha dito para ele que queria ter uma conversa adulta com seu ex-namorado, o que não era exatamente uma mentira, porém a relação conversa que teria com Julian era sobre Lucas.

Bateu na porta e esperou a mesma ser aberta, o loiro britânico lhe sorriu, Caitlin tentou sorrir de volta, mas estava exausta de tentar bancar a boa moça.

-Oi, sabia que você viria.

-Não seja convencido, Julian. - disse adentrando ao apartamento. - Vou ser rápida e direta. Não quero que diga nada sobre Lucas para ninguém, sei que ainda não contou porque nenhum deles veio me questionar. Por isso peço gentilmente que no não conte nada, eu ainda estou me resolvendo com o pai dele e não quero ninguém se intrometendo.

-Uau, havia me esquecido que você fala demais quando está nervosa. - Julian riu indicando para que ela sentasse no sofá, Caitlin negou com a cabeça, não tinha tempo para formalidades. - Eu não contei nada sobre Lucas, principalmente porque quando você saiu todos ficaram nervosos, Barry e Cisco tentavam te ligar, mas você não atendia. Achei melhor ficar calado.

Ela soltou suspiro aliviado.

-Obrigada.

-Você não vai contar pra eles sobre Lucas?

-Vou, mas não agora. Tenho prioridades. - falou apertando as alças da bolsa entre as mãos.

-Como ele está?

-Melhor. Bem melhor. Já vai fazer quase três meses que ele saiu do hospital e ainda não voltou. É um pequeno milagre para mim.

-Para todos nós. Você sabe que eu não gosto muito de crianças, mas Lucas é diferente.

Caitlin sorriu e assentiu. Lucas era especial.

-Eu tenho que ir Julian, e mais uma vez obrigada por não contar. - disse já caminhando em direção à porta.

-Posso te fazer uma pergunta? - ele indagou, ela parou e virou em sua direção.

-Claro.

-Quando fui embora, por que não tentou me impedir?

Caitlin olhou para ele, havia um vasto leque de sentimentos refletidos no rosto de Julian, ela então tentou escolher as melhores palavras ao dizer:

-Porque eu não queria te ver sofrer. Você sabe que eu sou difícil de amar, você tentou e não conseguiu, não queria te puxar de volta para essa merda em que eu vivo. Me surpreenda você ter ficado tanto tempo comigo, ninguém nunca ficou tanto tempo assim.

-Isso não é uma merda. - ele disse tentando aliviar todo o contexto em que ela vivia. - Você é como aqueles acidentes de carro que sabemos como vai acontecer, mas ficamos apenas olhando e esperando. Você consegue hipnotizar e ludibria sem perceber, como uma cigana.

-Palavras bonitas. - ironizou girando a maçaneta e abrindo a porta. - Obrigada, não apenas por Lucas, mas por tudo. Você foi um ótimo namorado, Julian.

-Você também foi uma ótima namorada, apenas se perdeu em algum ponto.

Caitlin deu um último sorriso para ele antes de sair pela porta. Ela sabia exatamente em que ponto havia se perdido, sabia exatamente em quem havia se perdido.

Barry

Barry duvidava muito que um dia poderia finalmente dizer: “Eu realmente conheço Caitlin Snow”, pois ele nunca conheceria ela de verdade. O pedido para se encontrarem no café não era exatamente estranho, eles sempre se encontravam em lugares comuns a vista de todos ou às vezes em lugares que só eles conheciam escondidos do mundo. Mas naquele dia era um tanto quanto estranho, aquele era um dos cafés que eles mais gostavam, sempre havia tido um clima bom, embora ele tivesse aprendido que o lugar só ficava iluminado por conta de Cait e seu sorriso de um milhão que quilowatts, porém naquele dia o lugar parecia ter um clima pesado.

Iria fazer quase três meses que eles trabalhavam juntos e ele a conhecia há mais de sete anos então sabia muito bem quando Caitlin tentava esconder algo, até porque ela não era muito boa em esconder qualquer coisa, ela não parecia se preocupa em esconder alguma coisa. Porém assim que entrou no café e a viu mexer as mãos com um certo nervosismo, percebeu que ela lhe escondia algo.

-Já pediu alguma coisa? - indagou se sentando. Era estranho como nunca se importaram em pedir com licença um para o outro, os bons modos sempre eram esquecidos quando se tratava dos dois.

-Não. Estava esperando você chegar. Temos que conversar. - ela disse batendo os dedos contra o tampo da mesa, ele colocou a mão sobre a dela interrompendo o barulho.

-É, dizem que a terceira vez da sorte. - falou, ela franziu a testa confusa, ele riu e  explicou. - Já é a terceira vez que você me fala essa frase e toda vez que começamos a falar algo sempre nos atrapalha.

Ela sorriu, o corpo tenso pareceu relaxar com o gesto. Seus olhos castanhos tomaram um brilho diferente, um brilho que poucas vezes Barry havia visto. Uma dor latente que nunca iria sarar.

-Verdade. Acho que isso é meio que culpa minha. Faz um tempo que a gente deveria conversar sério, de verdade, sem brincadeiras ou desvios. - Caitlin virou a mão entrelaçando as seus dedos. Barry sentiu o corpo tremer com aquilo, como um pequeno choque elétrico. - Se lembra daquela noite há quase três anos atrás.

-A noite em que você me deixou. - murmurou um tanto rancoroso, aquela noite havia sido uma mistura de sentimentos que ele nunca conseguiu catalogar.

-Não é como se você tivesse tentado me procurar. - ela retrucou revirando os olhos.

-Eu tentei, juro que tentei. Mas Iris disse que seria melhor te deixar em paz, até porque você só voltava quando queria.

-É bem a cara dela falar isso. Ela nunca me suportou.

-Isso não é verdade. - rebateu tentando não entrar em um discussão com ela. Caitlin sempre ganhava.

Ela revirou os olhos e puxou a mão para entrelaçar com a outra a frente do seu corpo, aquela posição indicava que a coisa para ele estava ficando feia. Barry tinha duas opções, pagar para ver até onde aquilo iria dar ou achar alguma saída rápida. Então se lembrou que tinha que pegar seu terno para o dia seguinte.

-Antes de você começar uma discussão que provavelmente não nos levará levará a lugar nenhum. Preciso ir experimentar meu terno, você pode ir comigo para terminarmos essa ou fica aqui até eu voltar. - sugeriu, o rosto irritado de Caitlin se tornou impassível, ela entreabriu a boca parecendo meio perdida com as palavras, mas por fim apenas pegou a bolsa e de levantou.

-Vamos pegar logo esse terno, porque essa conversa não pode passar de hoje.

===

Caitlin torceu o nariz para ele, Barry riu ajeitando as abotoaduras nos punhos do terno.

-Você parece um pinguim charmoso. - ela disse passando a perna direita sobre a esquerda, um gesto simples, mas que chamou a atenção dele. Ela sempre conseguia tudo dele mesmo sem querer. Balançou a cabeça e voltou a encarar o seu reflexo no espelho. - Mas esta elegante. Está um lindo noivo, sr. Allen.

-Obrigada. Dra. Snow.

Ela sorriu enrolando as pontas do cabelo castanho. Barry sentiu o coração bater mais rápido apenas com o sorriso dela, Caitlin ainda lhe causava reações que ele não conseguia controlar, não podia negar que o que sentia por ela não havia mudado nada nos últimos anos. Ele ainda era apaixonado por ela.

-Dá para dançar com esse terno? - ela indagou apoiando o queixo sobre a palma aberta.

-Não é como ele se prendesse o meu corpo. - disse se voltando para ela. - Mas para matar sua curiosidade, aceita dançar comigo?

Caitlin ergueu o canto dos lábios e se levantou da poltrona seguindo em direção a ele. Ela estendeu a mão e ele a pegou, Caitlin colocou a mão livre sobre o ombro dele enquanto ele desceu a sua até a cintura dela então começaram a dançar, a música ambiente da loja era clássica, alguma sinfonia de alguém morto há muitos séculos atrás. Caitlin lhe sorria com carinho, coisa que ela estava fazendo com mais frequência.

Ele havia percebido que tentar sufocar seus sentimentos por Caitlin era como uma morte lenta e agonizante, havia feito aquilo por Iris durante anos, mas o caso de Caitlin era um tanto mais complicado, porque ela já havia dito abertamente que ainda gostava dele, havia uma reciprocidade no relacionamento deles que complicou ainda mais a relação.

-Então, qual assunto sério você tem comigo? - indagou soltando a mão dela, um leve choque percorreu o braço dele quando seus dedos deslizaram sobre a palma aberta e se distanciaram. Caitlin o encarou seriamente. - Você estava um tanto nervosa quando cheguei.

Ela respirou fundo, em seus olhos a apreensão brilhava, mordia o lábio com força, gesto que só fazia quando algo a incomodava.

-Se lembra na última noite em que ficamos juntos? - ela questionou e ele assentiu. - Não foi a última vez que eu fui te procurar, eu voltei algumas semanas depois, era natal e eu fui te procurar na casa de Joe, mas foi Iris quem abriu.

-Iris não me contou que você havia ido lá. - disse fazendo ela o olhar surpreso, ele então se lembrou do natal daquele ano. - Não estávamos nós falando bem naquele dia.

-Por que?

-Eu me declarei para ela, mas Iris namorava Eddie Thawne, um antigo companheiro de Joe. - falou desabotoando as abotoaduras. - Então me deu um fora digno de cinema e não falou mais comigo durante um tempo.

-Mas mesmo assim você continuou gamado nela, não é? Você parece ser masoquista, Barry. Gostar de quem não gosta de você é uma coisa meio doentia. - o tom irônico era evidente no tom de voz de Caitlin.

Barry retirou o blazer e a gravata borboleta, antes de levantar o dedo pedindo um minuto antes de sair para o provador, retirou rapidamente o terno e voltou para a sala.

-Não é bem assim. Passamos por muita coisas para ficarmos juntos.

-Quer dizer, você passou por muita coisa para ambos ficarem juntos. Você e Iris devem ser o casal sensação entre seus amigos. Aqueles que todos querem copiar.

-Não exatamente, esse posto vai para Oliver e Felicity. - disse sorrindo, seus melhores amigos eram o casal mais loucamente apaixonado que ele conhecia, eles eram dignos de um filme só para eles. - Me encontra lá fora, vou pagar o terno.

Caitlin assentiu e saiu. Barry seguiu atrás de um dos funcionários que o levou até a gerente para pagar. Quando saiu da loja estava com o terno em mãos e a mente confusa. As palavras lhe de Cait rodavam a mente, sabia que ela não havia acabado de falar o que tinha que falar, ele apenas não sabia o que iria acontecer quando ela finalmente terminasse de falar.

-Posso te levar a um lugar? - Caitlin indagou.

-Claro. Quer que eu te leve correndo?

-Não, é perto daqui, podemos ir andando e terminar nossa conversa no caminho.

-Ok. - assentiu, Caitlin apontou para a esquerda e eles começaram a caminhar. - Por que você foi me procurar naquele dia?

-Tinha que conversar com você. Mas Iris disse que você não estava, então desisti.

-Era algo importante?

-Muito. Acho que tudo seria diferente se eu tivesse contado.- ela murmurou sem olhar para ele. Era óbvio que ela estava dando voltas e mais voltas naquele assunto, Barry odiava quando ela enrolava demais. - O que você sabe sobre leucemia?

Ele franziu a testa com aquela pergunta, era tão fora do contexto em que os dois estavam que acabou soando estranha.

-É um câncer que ataca as células sanguíneas. Mas por que a pergunta?

-Você sabe que o tratamento é intensivo e cansativo. E sempre toma todo o tempo de uma pessoa.

Aquela conversa não estava fazendo muito sentido para ele, porém algo dentro dele começou a se alertar, como um sinal vermelho em sua mente. Caitlin não poderia estar doente, ela era a pessoa mais saudável que ele conhecia, vivia brigando pelo excesso de café que todos no laboratório tomavam e de todas as besteiras que comiam. Ele sabia que aquele tipo de doença não era exclusiva apenas para pessoas sedentárias, mas não podia deixar de sentir o coração apertar apenas de supor que algo poderia acontecer com Caitlin. Ele não suportaria viver sem Cait ao seu lado.

-Você está doente? - deixou a pergunta escapar de seus lábios como um sussurro. Caitlin balançou a cabeça, ele viu a lágrima escorrer pelo rosto dela.

-Não eu, mas Lucas sim.

-Quem é Lucas?

Ela se virou para ele, seu rosto estava vermelho e ela parecia preste a desabar em lágrimas, ele segurou a mão dela e usou o dedão para acariciar o dorso tentando mantê-la calma.

-Ele é meu filho...Nosso filho. Era sobre ele que eu iria falar naquele dia, eu ia te falar que estava grávida, mas então Iris me escorraçou de lá sem me deixar te ver. Eu devia ter insistido e ter procurado, mas tudo o que aconteceu me fez cair em um redemoinho de pensamentos, memórias, momentos ruins que fizeram entrar em um profunda depressão. Minha gravidez foi de risco e eu passei uma boa parte dela em uma cama de hospital. - ela dizia enquanto as lágrimas escorriam silenciosamente pelo seu rosto. - Então Lucas nasceu, eu decidi que não poderia mais esconder ele de você, mas então descobrimos a doença dele e a partir daí eu me dediquei completamente a ele. Uma parte de mim dizia que afastar você era a melhor coisa porque você já havia perdido tanta coisa, sua mãe, seu pai, e perder Lucas completaria um quadro horrível para você, os médicos já haviam me desiludido dizendo que não haveria a menor chance dele sobreviver, mas Lucas resistiu, ele lutou, mesmo pequeno ele lutou e conseguiu. Agora quero que você entre na vida dele, Lucas precisa de um pai. E eu tenho certeza que você iria amá-lo. Eu não estou pedindo seu perdão porque sei que isso pode demorar, mas apenas quero que conheça o Lucas.

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