Primeiros Passos na Doutrina...

By RicardoRBS

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Todos os dias, nas Casas Espíritas, aporta uma quantidade regular de irmãos, interessados no conhecimento do... More

Observação!
Sumário Geral dos 4 Volumes
Prefácio
Apresentação
Introdução
1. O Papel da religião em nossas vidas
2. Jesus e a religião Cristã
3. O Consolador prometido por Jesus
4. O que é o Espiritismo
5. Os Precursores do Espiritismo
6. O Caráter da Revelação Espírita
7. O Objeto do Espiritismo e Seu Tríplice Aspecto
8. A Codificação Espírita
9. Allan Kardec: O Codificador
11. Como Identificar uma Casa Espírita
12. Iniciando na Doutrina Espírita
13. A Literatura Inicial
14. Postura Adequada na Casa Espírita
15. Atividades que podemos executar na Casa Espírita
16. O que é ser espírita

10. O Centro Espírita e o seu papel na sociedade.

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By RicardoRBS

O Centro Espírita, além do seu papel como núcleo de estudo e prática do Espiritismo, em seu tríplice aspecto: religioso, científico e filosófico, é também uma instituição de grande responsabilidade social. São grandes as atividades assistenciais que muitas casas espíritas realizam, levando benefícios para muitas comunidades carentes. Os exemplos são inúmeros e não seria o caso aqui de citá-los.

            Para uma melhor definição do que seja o Centro Espírita, vamos nos valer da obra: O Centro Espírita, de Herculano Pires. Vejamos o que ele nos diz a respeito:

O Centro Espírita... é, para usarmos a expressão espírita de Victor Hugo: point d’opotique do movimento doutrinátorio,ou seja, o seu ponto visual de convergência. Podemos figurá-lo como um espelho côncavo em que todas as atividades doutrinárias se refletem e se unem, projetando-se conjugadas no plano social geral, espírita e não espírita. Por isso mesmo a sua importância, como síntese natural da dialética espírita, é fundamental para o desenvolvimento seguro da Doutrina e suas práticas. Kardec avaliou a sua importância significativa no plano da divulgação e da orientação dos Grupos, explicando ser preferível a existência de vários Centros pequenos e modestos numa cidade ou num bairro, à existência de um único Centro grande e suntuoso.

Um Centro Espírita pequeno e modesto – como na maioria o são – atrai as pessoas realmente interessadas no conhecimento doutrinátario, cria um ambiente de fraternidade ativa em que as discriminações sociais e culturais desaparecem no entrelaçamento de todos os seus componentes, considerados como colaboradores necessários de uma obra única e concreta. O ideal é o Centro funcionar em sede própria, para maior e mais livre desenvolvimento de seus trabalhos, mas enquanto isso não for possível, pode funcionar com eficiência numa sala cedida ou alugada, numa garagem vazia ou mesmo numa dependência de casa familiar. As objeções contra isso só podem valer quando se trate de casas em que existam motivos impeditivos materiais ou morais.

Muitos Centros Espíritas surgiram do desenvolvimento de grupos familiais, desligando-se mais tarde da residência em que formara. A alegação de que a casa fica infestada ou coisas semelhantes é contraditada pela experiência. Um trabalho de amor ao próximo, feito com sinceridade e intenções elevadas, conta com a proteção dos Espíritos benevolentes e a própria defesa de suas boas intenções.. Os Centros oriundos de grupos familiares mostram-se mais coesos e mais abertos conservando e seiva fraterna de sua origem. É esse o clima de que necessitam os trabalhos doutrinários.

Organizado o Centro, com uma denominação simples e afetiva, com o nome de um Espírito amigo ou de uma figura espírita abnegada, de pessoa já desencarnada, preparados, aprovados em assembleia geral e registrados os estatutos, sua função e significação estão definidas como estudo e prática da Doutrina, divulgação e orientação dos interessados, serviço assistencial aos espíritos sofredores e às pessoas perturbadas, sempre segundo o Codificação de Allan Kardec. Sem Kardec não há Espiritismo, há apenas mediunismo desorientado, formas do sincretismo religioso afro-brasileiro, confusões determinadas por teorias pessoais de pretensos mestres. Dirigentes, auxiliares e frequentadores de um Centro Espírita bem organizado sabem que a obra de Kardec é um monumento científico, filosófico e religioso de estrutura dinâmica, não estática, mas cujo desenvolvimento exige estudos e pesquisas do maior rigor metodológico, realizadas com humanidade, bom-senso, respeito à Doutrina e condições culturais superiores. Opiniões pessoais, palpites de pessoas pretensiosas, livros mediúnicos ou não de conteúdo mistificador, cheios de absurdos ridículos - seja o autor quem for – não têm nenhum valor para um verdadeiro Centro Espírita.

 Cada Centro Espírita tem os seus protetores e guias espirituais que comprovam a sua autenticidade pelos serviços prestados, pelas manifestações oportunas e cautelosas, pela dedicação aos princípios kardecianos. A autoridade moral e cultural dos dirigentes e dos espíritos protetores e guias de médiuns e trabalhos decorre da integração dos mesmos na orientação de Kardec. O Centro que se esquece disso cai fatalmente em situações negativas, adotando práticas antiespíritas e enveredando pelo caminho da traição a Kardec e ao Espírito da verdade. As consequências dessa falência são altamente prejudiciais todo movimento espírita. Não se trata de nenhum problema sobrenatural, mas simplesmente de falta de vigilância – principalmente contra o orgulho e a vaidade, que levam muitas pessoas que querem parecer mais do que outras. Isso acontece também em todos os campos da atividade humana, nos quais encontramos cientistas pretensiosos e sistemáticos, negociantes fraudulentos, médicos apegados às suas ideias próprias. A pretensão humana não tem limites e cada indivíduo pretensioso está sempre assessorado por entidades mistificadoras.

A Ciência Espírita é um organismo vivo, de natureza conceptual, estruturada em leis psicológicas, ou seja, em princípios espirituais e racionais. Essa estrutura é íntegra, perfeita, harmoniosa, e não podemos violentar um só dos seus princípios sem pôr em perigo imediato todo o seu sistema. No Centro Espírita em que essa compreensão da doutrina não se desenvolve, na verdade não existe Espiritismo , mas apenas um vago desejo de atingi-lo. As raízes dessa estrutura conceptual estão no Cristianismo, não em seu aspecto formal-igrejeiro, mas em sua existência evangélica, definida da Codificação Kardeciana. Os evangelhos canônicos das Igrejas Cristãs estão carregados de elementos da Era Mitológica e superstições judaicas. São esses elementos do passado pagão-judeu que deformaram o ensino puro de Jesus, permitindo interpretações flagrantemente contrárias ao que Jesus ensinou e exemplificou . No livro “ O Evangelho Segundo o Espiritismo “ e no livro “A Gênese “Kardec mostrou como podemos restabelecer a pureza das raízes evangélicas, usando a pesquisa histórica das origens cristãs, o método analítico–positivo de estudo histórico e o método lógico comparativo dos textos . Sem a pureza das raízes não teremos a pureza dos textos e cairemos facilmente nas trapaças ou nas ilusões dos mistificadores encarnados e desencarnados.

Nas primeiras comunidades cristãs, onde o culto pneumático era praticado, manifestavam-se espíritos furiosos, defensores de suas crenças antigas, que injuriavam o Cristo e seus adeptos. A expressão culto pneumático vem do grego, pois pneuma quer dizer espírito. O culto constituía a parte prática do ensino espírita de Jesus. Na I Epístola aos Coríntios o Apóstolo Paulo dá instruções à comunidade de Corinto sobre a realização desse culto, ensinando até mesmo como os médiuns ( então chamados profetas ) deviam se comportar na reunião. Os Espíritos se manifestavam pelos médiuns e eram doutrinados pelos participantes do culto. Esse trecho expressivo encontra-se no tópico da epístola que trata dos Dons Espirituais. Não obstante, as Igrejas Cristãs deram interpretações inadequada e absurda a esse trecho, como fizeram com todos os trechos do Evangelho em que Jesus se refere à reencarnação incapazes de doutrinar os espíritos mistificadores ou agressivos, que atacavam Jesus e sua missão, os que se ligaram ao Império Romano suprimiram o culto pneumáticos, alegando que as entidades que neles se manifestavam eram diabólicas. Essa a razão porque Igrejas Cristãs repelem até hoje o Espiritismo como prática diabólica, rejeitando as manifestações espíritas. Num Centro Espírita bem organizado esses problemas são estudados e ensinados, para que as pessoas interessadas no ensino real do Cristo possam compreender o sentido do Espiritismo. Sem isso, o Centro Espírita deixa de cumprir a sua missão na grande obra de restauração do Cristianismo em espírito e verdade. O que o Espiritismo busca é a verdade cristã, cumprindo na Terra a promessa de Jesus, que através de Kardec e de seu guia Espiritual, o Espírito Superior que deu a Kardec , quando este lhe perguntou quem era, esta resposta simples: “ Para você, eu sou A Verdade “. O Centro Espírita significa, assim, uma fortaleza espiritual da grande batalha para o restabelecimento da verdade cristã na Terra. Mas tudo isso deve ser encarado de maneira racional e não mística, no Centro Espírita. Ninguém está ali investido de prerrogativas divinas, mas apenas de obrigações humanas.

 

***

O Conselho Federativo Nacional(FEB), em documento publicado no opúsculo: Orientação ao Centro Espírita, explica qual o papel dos Centros Espíritas e quais são as atividades neles existentes. São elas:

“O Conselho Federativo Nacional, reunido na sede seccional da Federação Espírita Brasileira, em Brasília (DF), nos dias 1 a 3 de Outubro de 1977, consideraram e definiram assim os centros Espíritas e o seu papel:

O Espiritismo é o Consolador prometido, que veio no devido tempo, recordar e complementar o que Jesus ensinou, restabelecendo todas as coisas no seu verdadeiro sentido, trazendo, assim, à Humanidade as bases reais de sua espiritualização. É cada vez maior o número de pessoas que buscam no Espiritismo a orientação de que necessitam, e a solução para os múltiplos problemas que as afligem.

 Os Centros e demais entidades Espíritas, como escolas de formação espiritual e moral que devem ser, desempenham papel relevante na divulgação do Espiritismo e no atendimento a todos os que nele buscam orientação e amparo.

            Para bem atender às suas finalidades, o Centro Espírita deve ser núcleo de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, com base no Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita.

 Deve ser compreendido como a casa de grande família, onde as crianças, os jovens, os adultos e os mais idosos tenham oportunidade de conviver, estudar e trabalhar; proporcionando aos seus frequentadores oportunidade de exercitar o seu aprimoramento íntimo pela vivência do Evangelho em seus trabalhos, tais como o de estudo, de orientação, de assistência espiritual e de assistência social, criando condições para um eficiente atendimento a todos os que o procuram com o propósito de obter orientação, esclarecimento, ajuda ou consolação.

            O Centro Espírita, como recanto de paz construtiva que deve ser, precisa manter-se num clima de ordem, de respeito mútuo, de harmonia, de fraternidade e de trabalho, minimizando divergências e procurando superar o personalismo individual ou de grupo, a bem do trabalho doutrinário, propiciando a união de seus frequentadores na vivência da recomendação de Jesus: “Amai-vos uns aos outros”.

O Centro Espírita deve caracterizar-se pela simplicidade própria das primeiras Casas do Cristianismo nascente, com a total ausência de imagens, paramentos, símbolos, rituais, sacramentos e outras quaisquer manifestações exteriores, tais como batizados e casamentos, e que, na condição de uma sociedade civil, deve organizar-se não apenas para desenvolver com eficiência as suas atividades básicas, mas também para cumprir as suas obrigações legais.

 Considerando, finalmente, que o Centro Espírita, como unidade fundamental do Movimento Espírita que é, deve manter um clima de entendimento, de harmonia e de fraternidade em relação aos demais Centros Espíritas, procurando unir-se a todos com o propósito de confraternizar, permutar experiências visando ao aprimoramento das próprias atividades e a promover realizações em comum”. - (10).

 Diante do que foi relatado, passamos a entender que o Centro Espírita não tem como finalidade única as experiências no campo das manifestações espirituais. Nele nós encontraremos todo um conjunto de atividades que permitirão aos seus frequentadores uma grande oportunidade de trabalho constante na seara do Cristo Jesus, adquirindo o conhecimento necessário para a compreensão das leis divinas, e para que se possa viver com esperança, fraternidade, fé e amor em tudo aquilo que Deus, com certeza, reservou para cada um de nós.

É graças a nossa integração a uma Casa Espírita, que poderemos, não só estudar e conhecer o Espiritismo, como também ter a possibilidade de praticá-lo, graças aos trabalhos que a mesma realiza, e, como consequência, iniciarmos a nossa reforma moral.

            A Casa Espírita, além de promover as realizações de ordem espiritual, traz também, como um de seus papéis perante a sociedade, várias atividades no campo social que permitem a integração das comunidades, dando a sua contribuição para a transformação do homem perante os seus irmãos, para que se alcance, dia a dia, a paz e a fraternidade entre as pessoas.

            Dentre as atividades no campo social, podemos destacar algumas como:

·                   Assistência médica, odontológica e psicológica;

·                   Assistência pedagógica;

·                   Abrigos e creches;

·                   Distribuição de donativos para pessoas carentes;

·                   Assistência e esclarecimento a gestantes;

·                   Alimentação para crianças e necessitados em geral.

Essas são algumas das atividades, de ordem social, que algumas Casas espíritas promovem, sem deixar de esclarecer que todas elas são gratuitas e,em todas elas, os recursos para a execução das mesmas são sempre próprios, pois, a casa espírita se mantêm graças aos seus integrantes.

Ainda descrevendo aqui as considerações feitas pelo Conselho Federativo Nacional, citamos também como metas das Casas espíritas:

- “Reconhecer que a vivência do Evangelho de Jesus Cristo é o objetivo a ser atingido pela Humanidade;

             - Promover, com vistas ao aprimoramento íntimo de seus frequentadores, o estudo metódico e sistemático e a explanação:

·                    Da doutrina Espírita no seu tríplice aspecto – o científico, o filosófico e o religioso, consubstanciados na Codificação Kardequiana;

·                    Do Evangelho, segundo a Doutrina Espírita;

·                    Promover a evangelização da criança, à luz da Doutrina Espírita;

·                    Incentivar e orientar o jovem para o estudo e a prática da Doutrina Espírita e favorecer-lhe a integração nas tarefas do Centro Espírita;

·                    Promover a divulgação da Doutrina Espírita, também através do livro;

·                    Promover o estudo da mediunidade, visando oferecer orientação segura para as atividades mediúnicas;

·                    Realizar atividades de assistência espiritual, mediante a utilização dos recursos oferecidos pela Doutrina Espírita, inclusive reuniões mediúnicas privativas de Desobsessão;

·                    Manter um trabalho de atendimento fraterno, através do diálogo, com orientação e esclarecimento às pessoas que buscam o Centro Espírita;

·                    Promover o serviço de assistência social Espírita, assegurando suas características beneficentes, preventivas e promocionais, conjugando a ajuda material e espiritual, fazendo com que este serviço se desenvolva concomitantemente com o atendimento às necessidades de evangelização;

·                    Incentivar e orientar a instituição do Culto do Evangelho no Lar.

·                    Manter organização própria, segundo as normas legais vigentes, compatível com a maior ou menor complexidade de cada Centro e estruturada de modo a atender às finalidades do Movimento Espírita;

·                    Estabelecer metas para o Centro Espírita em suas diversas áreas de atividades, planejando periodicamente suas tarefas e avaliando seus resultados;

·                    Facilitar a efetiva participação dos frequentadores nas atividades do Centro Espírita;

·                    Estimular o processo de trabalho em equipe;

·                    Dotar o Centro Espírita de locais e ambientes adequados, de modo a atender, em primeiro lugar, às atividades prioritárias;

·                    Zelar para que as atividades exercidas em função do Movimento Espírita sejam gratuitas, vedada qualquer espécie de remuneração;

·                    Não envolver o Centro Espírita em quaisquer atividades incompatíveis com a Doutrina Espírita;

·                    Aceitar somente os auxílios, doações, contribuições e subvenções, bem como firmar convênios, de qualquer natureza e procedência, desvinculados de quaisquer compromissos que desfigurem o caráter Espírita da Instituição ou que impeçam o normal desenvolvimento de suas atividades, em prejuízo das finalidades doutrinárias, preservando, assim, a total independência administrativa da Entidade.

·                    Promover a difusão do livro Espírita;

·                    Utilizar os meios de comunicação - inclusive jornais, revistas, boletins informativos e volantes de mensagens, rádio e televisão -, na difusão da Doutrina Espírita e do Evangelho, de maneira condizente com os seus princípios;

·                    Incentivar o estudo e a divulgação do Esperanto como instrumento neutro de fraternidade entre os homens e povos do mundo”. - (10)

            Com isso, podemos ter uma ideia do que as Casas espíritas podem e devem fazer como contribuidoras para o engrandecimento do homem perante Deus; perante à sociedade e perante à vida. 

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