Saturno e o Astronauta Azul [...

By smfreire

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Nicholas é um garoto prodígio. Mais alto, mais bonito e mais inteligente que os outros de sua idade, pivô do... More

Prólogo
PARTE UM: Aurora
Azul
Ovelha negra
Plutão
Utopia
Pé-no-chão
Os melhores
Esporte sangrento
Melhor música de todas
Dinastia
Tudo em mim
Guerra de corações
Mistério do amor
Paraíso
Diamantes
Nossa conversa
Música de amor escondido
Amor no cérebro
Dois pedaços
Rouxinol
Mar negro
Incondicionalmente
Vênus
Mascarado
Visões de Gideão
Fique comigo
PARTE DOIS: Ocaso
Amaldiçoado
Antigravidade
Cruel
Atlântida
Sozinho
Azul e amarelo
Ambulância
Os céus nos ajudem
Pássaro de inverno
Despedaçando
Fantasma
Cidade da morte
Instável
Resgate-me
Um lugar solitário
Oceanos
Fugitivo
Raízes antes de frutos
Seu fantasma
Virando páginas
Árvore da misericórdia
Astronauta
Embalado no amor
Aleluia
Parque enferrujado
Estrelas
Blusa
Leve-me a uma igreja
Demônios
Garoto perdido
I: Nós nunca aprendemos
II: Já passamos por isso antes
III: Por que estamos sempre presos
IV: Fugindo das balas?
V: É o sinal dos tempos
VI: Temos de fugir daqui
Iluminado
Abençoado
Entregue e negado
Sortudo
Sonho ruim
Redenção
Como salvar uma vida
Coelho Roger
Farelo de pão
Correndo com lobos
Não tenho um coração
Famosas últimas palavras
PARTE TRÊS: Alvorada
Respire
Pedaços do coração
Voar para longe daqui
Única exceção
Monção
Consequência
Carruagem
Dispositivos Inúteis
Perseguindo carros
Asas
Destino
Netuno
Terra
Mercúrio
Saturno
Anéis de Saturno - Epílogo
(passe o bastão)
E o astronauta decola.

Florescer

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By smfreire



Daniel sempre tentava ser positivo, mesmo que soubesse que tudo podia dar errado. Havia passado o último mês conversando com Lola sobre um assunto, pedindo ajuda para a autoconfiança de Tyler, dançando músicas ridículas trancado no quarto, descobrindo onde gostava de ser tocado e pensando como diria ao namorado que estava pronto.


Só que ele não precisara. Nicholas simplesmente percebera e dera o veredito, então eles estavam num táxi a caminho da casa dos Rice.


O ruivo fechou a portinha que os separava da motorista e atacou seus lábios, puxando-o para o colo. Um arrepio violento correu o menino, subiu os pelos em sua nuca e o lembrou de que, sim, era exatamente aquilo que queria. Que estava pronto. E que mal podia esperar.


O carro de Matthew não estava lá — era sexta, nada impressionante — e a motorista não comentou nada ao receber o dinheiro, desaparecendo pela rua. Daniel correu para dentro, fogo se alastrando por seu corpo, e mal conseguiu subir as escadas sem tropeçar pela ansiedade.


O estopim havia sido o cigarro. Nicholas tinha sobrancelhas arqueadas naturalmente e lábios arroxeados carnudos, dedos longos pálidos e um puta olhar imponente. Ele soprara a fumaça lentamente, ela cobrira seu rosto por milissegundos e revelara-o de novo, sensual em sua essência. E tudo aquilo se tornara uma porta escancarada para o baixinho.


Daniel socou o interruptor ao entrar no quarto do namorado para encontra-lo vermelho e com a camisa suada.


— Deixe ligado — ele sussurrou. — Quero ver você a noite toda.


Nicholas empurrou-o na cama com força e tirou a blusa quadriculada, expondo mais uma tatuagem colorida e os músculos de jogador, então se deitou sobre seu corpo, acomodado entre suas pernas. Dani soltou um gemido ao senti-lo forçando seu quadril.


Ele ergueu-se um pouco para tirar a camiseta e morder a boca do ruivo, ouvindo-o grunhir e desfivelar o próprio cinto. Podia ver o inchaço assustador através da jeans escura.


Nick inclinou-se sobre ele, beijando-o do pescoço até o mamilo escuro, abrindo suas calças e arranhando-o nas costas. Todos os treinamentos daquele mês pareceram insuficientes quando uma corrente elétrica atravessou seu corpo ao ter os lábios do namorado sugando sua pele.


Garotos em geral tinham vergonha dos mamilos, mas Daniel sentia-se maravilhoso ao ser mordido ali e esticou as mãos para erguer a blusa do ruivo e apertar os dele com suavidade. Eram rosados, pequenos e rodeados de pintas avermelhadas.


— Ni... Nick, por favor. Mais para baixo.


Ele riu, a respiração quente batendo contra sua pele, e puxou para baixo tudo que restava entre eles. Daniel já ficara nu na frente do namorado incontáveis vezes ao longo de treze anos, só que agora... Bem, era diferente. Estava expondo sua sexualidade e todo seu desejo.


A boca de Nicholas sempre havia sido sua coisa favorita e eles já tinham chegado àquele nível antes, embora fosse um pouco diferente. Dani soltou um grito fino e segurou-se na cabeceira, erguendo as pernas até os ombros do outro.


Eles se afastaram para que o mais alto pudesse tirar as próprias roupas, revelando ainda mais pinturas em seu corpo definido. O garoto mal conseguia se conter ali embaixo.


— Cem por cento de certeza?


— Fomos longe demais agora, Ni... — soprou. — Eu preciso de você.


Nicholas deitou-se sobre ele de novo, completamente despido e em chamas, e tomou-lhe os lábios com euforia. Daniel sentia-os inchados e um pouco ardidos, mas não conseguia parar, empurrando o quadril para cima com uma necessidade urgente de ser tocado.


— Nick, eu... Ah, merda.


— Calma, Dani — ele disse em sua voz grossa. — Nós nem começamos.


O ruivo saiu da cama e caminhou até a escrivaninha, ligando o som numa música que parecia encaixar muito bem naquele momento. Lola já havia falado que tinha uma playlist para tal hora, mas não sabia que era assim com todo mundo.


Daniel arrastou-se pelo colchão, tremendo. De repente, estava nervoso, com o estômago embrulhando e o coração batendo ainda mais rápido. Ele queria aquilo, queria o namorado e tudo de maravilhoso que o sexo com ele significava, mas não podia negar o medo e o nervosismo.


Mesmo que Lola tivesse explicado tudo que deveria fazer, o ensinado uma dúzia de técnicas para o prazer mútuo e aconselhado muito bem, estava apavorado de fazer tudo errado, de dar tudo errado. Nicholas não era virgem como ele, já havia se deitado com alguém dezenas de vezes e não ficaria tão apavorado.


Daniel respirou fundo e encostou a cabeça ao travesseiro, de repente com frio. Não sabia se era o medo ou o desejo.


— Ei, você está bem? — o ruivo perguntou, ajoelhando-se no colchão à sua frente. — Quer mesmo continuar?


— Eu disse que preciso de você e não estava mentindo, mas... — Fechou os olhos. — Acho que estou nervoso.


— Acha? — Ele riu. — Quer fazer depois?


— Não! — foi um grito. — Só... vem devagar.


E ele foi. Nicholas sentou-se nos calcanhares e esfregou suas coxas com suavidade, subindo para os quadris e para a barriga. Era uma massagem doce, calma, que aquietou seu coração aos poucos. O menino suspirou e relaxou contra o colchão.


Nick subiu mais um pouco e beijou-o na clavícula, sugou sua pele e lambeu sobre o osso. Era um local frágil do latino, lançou fagulhas geladas por suas costas e lembrou-o que estava empedrado. Fechando os braços ao redor do pescoço namorado, puxou-o para um longo e sufocante ósculo.


Por um longo período, foi só isso, os dois garotos roçando um no outro e sugando os lábios até que Daniel estivesse novamente calmo. Embora ainda houvesse o medo, principalmente da dor, ele voltou a ter confiança naquilo.


— Agora. Por favor — pediu. Nicholas balançou a cabeça.


O ruivo tirou a mão de seus cabelos e tocou seus membros juntos. Dani soltou um ruído desesperado e abriu mais as pernas, a queimação aumentando em seu estômago.


Nicholas masturbou-os juntos, com a boca na sua, até que o menino agarrou seus ombros e bateu as pernas na cama. Se ficassem mais tempo ali, chegaria ao fim e tudo estaria acabado. E ele não queria acabar tão cedo.


— Como você quer fazer isso? — Nick perguntou docemente.


— Não é óbvio?


— Óbvio? — Sua expressão compreensiva tornou-se um puxar de lábios e uma sobrancelha arqueada.


Daniel respirou fundo e abriu as pernas o máximo que conseguiu, erguendo os joelhos e apoiando-se nos cotovelos. Estava exposto por completo, sua virgindade, seu medo de anos, o único ponto de seu corpo que ainda não havia entregado.


Mas, agora, ele queria entregar, apesar de toda vergonha.


Nicholas mordeu a boca e aproximou um dedo dali como da outra vez, num tipo de carícia preparatória que o latino apreciou bem.


— Eu quero muito fazer isso.


— Então faça. Por favor, só faça.


Antes, ele inclinou-se para buscar suas roupas e retirar um frasco do bolso da calça. Era transparente e denso e não foi muito difícil deduzir o que era. Daniel sentiu que a dor diminuiria pela metade.


Nick foi paciente ao prepara-lo dedo por dedo, sensuais olhos azuis fixos nas reações do menino. Não era realmente tão doloroso quanto pensava, apenas um leve incômodo até acostumar-se e partir para o próximo, ou talvez fosse apenas todo o carinho que o namorado fazia questão de demonstrar, beijando-o nos ossos pontudos do quadril durante o processo. Daniel mal tirou o olhar dele.


— Eu amo você, Dani — ele disse, suavemente.


— Eu amo você. Eu... amo muito você.


Quando finalmente sentiu-se pronto e confiante para pular de nível, alisou o rosto do ruivo e balançou a cabeça. Ele afastou-se e tomou sua boca, descansando sobre seu corpo com cuidado. Daniel podia sentir o membro rosado dele em sua coxa, pedindo por atenção.


Nicholas abriu a gaveta do criado-mudo, tirou uma caixa de lá e colocou-a na cama ao lado dos dois, voltando a sentar sobre os calcanhares. O belo sexo dele brilhava contra sua pele pálida, desenhado por alguma criatura divina.


— Faz três anos que eu não abro essa coisa e eu preciso saber como você prefere. — Era implícito, mas já havia pensando sobre aquilo. Daniel sabia a importância da camisinha e que todos os amigos usavam sempre, mas aquele ali era seu namorado, alguém com quem estava há um ano e era forçado pelo pai a fazer exames de DST a cada seis meses por garantia, então estava tudo bem. Tinha que estar tudo bem. — Você confia em mim sem camisinha, Dani?


— Confio. Você confia? — Tinha dois significados naquele momento. Sexo era complicado e mesmo depois de o ruivo aquiescer, mostrava-se nervoso. — Ni, eu quero sentir tudo, de verdade, e você é meu namorado. Nós não precisamos disso agora. Eu quero... sentir aquilo em mim.


Ele assentiu e então a caixa foi atirada ao chão, como uma corrente aberta. O lubrificante protegeu-os e Daniel percebeu que nunca se sentira tão inteiro quanto naquele segundo, em que Nicholas estava por completo dentro dele, chamando por seu nome.


Era como afundar num mar negro de prazer que ele havia se impedido de pensar por quatorze anos, antes de entregar-se ao melhor amigo. Embora queimasse e ainda tivesse dificuldade em escorregar, não podia deixar de admitir que a sensação era... incrível. Como um quebra-cabeça que se encaixava por fim.


Nicholas soltou um tímido e denso gemido, empurrando-se gentilmente enquanto encarava-o de cima e passava o polegar nos pelos abaixo do umbigo do menino. Daniel fechou as pernas ao redor dele, as coxas queimando, e foi para cima para beijá-lo. Era ainda melhor ficar daquela forma, como se o mar começasse a invadir suas entranhas.


— A sua virgindade... — o ruivo sussurrou contra seus lábios. — Ela...


— Ela... — incitou, apoiando-se pelas mãos para manter-se ali, com o quadril erguido para ajudar o namorado. Ouvira que aquela posição deixava tudo mais apertado e não podia negar.


— É a coisa mais preciosa que eu tenho agora... Ah, porra! — ele trovejou, puxando o menino para baixo com força. — Você é tão... Dani, você é muito apertado.


— Você é muito grande, Ni — resmungou, com os órgãos queimando. — Faz de novo.


Nick acomodou-o no colo confortavelmente, abraçando-o pela cintura, e guiou seu corpo para cima e para baixo da mesma forma. Um grito fino ecoou pelas paredes do quarto, os ombros do latino tremendo pelo quão bom era aquilo. Quão bom era ter o namorado dentro de si.


A música continuou rodando, como mais uma dose de adrenalina para os dois. Daniel sentia a queimação nos músculos, mesmo que toda a movimentação fosse feita pelo outro garoto, seu pequeno corpo pedindo por arrego ou algo mais calmo — mas isso não fazia com que quisesse menos. Tudo que ele conseguia pensar era que odiaria sair dali.


Nicholas continuou auxiliando-o, com seus maravilhosos olhos em seu rosto e mãos fortes puxando-o para cima e para baixo, as bochechas vermelhas pelo esforço e prazer que sentia. Ele parecia quase surtar ali, mas seu autocontrole era impressionante.


— Ni... eu... eu...


— Você...


— Eu tenho uma dívida — conseguiu falar, perdido entre os próprios gemidos e o que o namorado fazia dentro dele. — Me larga um pouco.


Ele juntou as sobrancelhas, mas fez o que lhe foi pedido e colocou as mãos no colchão. Daniel inclinou-se sobre ele e empurrou-o para deitar, a cabeça tombando para fora da cama, e arrumou-se em seu colo.


— Eu não sei ser lascivo ou... sensual. Eu só... quero muito que você tenha isso.


— Você é a coisa mais sensual que eu já vi, Daniel. E não é de agora.


E um mês de músicas ridículas em seu quarto mostraram-se eficazes quando o menino ouviu o grunhido satisfeito do namorado e sentiu suas mãos grandes apertando-o onde deveria. Ele repetiu o que tinha feito em pé uma hora antes, dessa vez mais confortável e com um plus mágico, e o gemido alto, sufocado que teve em resposta incitou-o mais.


Nicholas levantou a cabeça para observar o que acontecia ali e seu olhar desceu diretamente para o encaixe de seus corpos, tão perfeito quanto poderia. Ele tinha a boca aberta, roxa pelas mordidas, e a vermelhidão subia por seu pescoço até o maxilar.


— Todo latino rebola bem? — o ruivo perguntou com uma risada fraca.


— O seu sim.


Daniel percebeu que ele estava perto do fim quando não conseguiu mais ver o azul e sim o branco de seus olhos revirados, as mãos apertando-o com mais força, mas sem invadir seu espaço ou tentar tomar algum controle. Nick respirava profundamente, atirando o quadril para cima para enterrar-se por completo dentro do baixinho, tão necessitado quanto poderia. Dani apenas continuava pulando nele.


Se ele estiver chegando, não mude, só continue, Lola alertara-o, e Tyler reforçara a afirmação. Nick estava gemendo alto, tremendo sob seu corpo, e ele não podia mudar. Além disso, precisava sentir o ápice em si.


Daniel não conseguia parar de soltar ruídos e alguns gritos enquanto se movia, a queimação em seu estômago chegando ao limite, as coxas doloridas, a pulsação dentro de si e toda a aura que o abraçava. Ele estava sufocando, abriu as pernas ainda mais e girou o quadril, pedindo por um pouco mais. Só um pouquinho.


Nicholas soltou um longo grito ao liberar-se dentro dele, tombando a cabeça de novo e relaxando os braços. O mar chegou até suas células, tomando-o e empurrando-o para as profundezas, tão delicioso que mal podia sentir outra coisa.


Daniel não precisou mover mais um músculo para derramar-se também sobre o peito do namorado, em meio a gemidos sufocados e exaustos, e caiu sobre a própria sujeira com os braços e as pernas moles. Nick apertou-o entre as pernas com força, subindo e descendo para prova-lo uma última vez, e levou dois dedos até a boca.


Ouvira de todo mundo que dificilmente teria uma primeira vez boa, mas, se pudesse, repetiria aquilo milhares de vezes.


— Eu amo você, anão — o ruivo sussurrou, quase sem voz, erguendo o tronco. Dani tombou em seus braços e apoiou a cabeça em seu ombro vermelho. — E por mim casaria com você hoje.

— Largo tudo se me levar no cartório agora.

Os meninos riram, exaustos.

— Nós deveríamos nos limpar.

Nick encostou-o ao peito ao entrarem na banheira quente, com a música baixa no quarto. Daniel nunca sentira tantas dores naquela área, mas também nunca se sentira tão satisfeito, com o líquido escorrendo.

— Você tem algum problema se eu pedir para repetirmos, Ni? Eu... eu adorei. Para caralho.

— Eu teria se você não o fizesse — ele sorriu, e puxou-o para seu colo.

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