Jinnie precisava ser presa, mas nós sabíamos que ela tentaria se livrar da prisão e foi por isso que procuramos o deputado Lee mais uma vez. Kyungsoo queria ter certeza de que aquela mulher não sairia impune.
— O que querem que eu faça? — O deputado Lee bufou irritado.
— Garanta que ela seja culpada — Chanyeol mantinha os braços cruzados — o laboratório tem provas suficientes.
— E se ela me incriminar? — Ele afrouxou a gravata.
— Já pensei nisso — Kyungsoo sorria como um gênio do crime — o senhor vai dizer que forjou uma parceria para investigar o local.
— Não vão acreditar — o homem parecia prestes a ter um ataque de pânico.
— Por favor, não se finja de desentendido — Baekhyun debochou — quando foi que políticos perderam a razão?
— Vou seguir o plano de vocês, mas eu acho bom isso dar certo, porque...
— Porque se der errado o único prejudicado será o senhor — Kyungsoo ajeitou a postura — acho que acabamos por hoje.
Eu ainda estava com medo de que Jinnie escapasse ou de que os meninos acabassem presos mas preferia acreditar que o plano funcionaria.
***
— Você tem certeza? — Eu parei ainda segurando a tinta.
— Tenho, pode pintar.
Baek pediu para que eu pintasse seu cabelo de preto novamente, acontece que eu nunca tinha pintado um cabelo antes. A raiz já tinha crescido mais de dois dedos, aos poucos as marcas externas deixadas por Jinnie iam sumindo.
— Se você acabar careca, eu não me responsabilizo — ri começando a tingir os fios.
Estava seguindo as instruções da caixa, não podia ser tão difícil. Depois de cobrir todo o cabelo com tinta, eu marquei o tempo no relógio, torcendo para que ficasse bom.
— Eu já sei quando é minha próxima luta — ele quebrou o silêncio.
— Baek, você não acha muito cedo?
Não faziam nem dois meses que ele estava livre, por mais que parecesse bem algumas coisas não se resolvem da noite pro dia.
— O tempo está passando, eu preciso me livrar do Boseon — bufou — não quero ter mais nenhum vínculo com ele.
— Tente não acabar no hospital.
— Dessa vez vai ficar tudo bem, eu vou pagar minhas dívidas e ter uma vida normal.
— Agora vai criar coragem para visitar seus pais? — Eu tirei as luvas sujas de tinta.
— Acho que está na hora, fazem tantos anos que não vejo minha mãe — suspirou — devo ser um filho horrível.
— Não fala assim, você teve seus motivos e eu tenho certeza que ela vai ficar feliz em te ver.
— Espero que sim.
Eu também estava tentando resolver as coisas com meu pai, tinha procurado um advogado e ele me assegurou de que minha madrasta não podia impedir meu contato com ele. Iria ter uma conversa séria com ela e se tentasse impedir minhas visitas, eu iria entrar na justiça.
O alarme soou e Baek foi lavar o cabelo. Tinha ficado preto, porém mais escuro que o natural.
— Agora sou eu de novo — sorriu se encarando no espelho.
— Eu não consigo me ver de cabelo preto — comentei — prefiro eles assim.
O tom castanho combinava muito mais comigo.
— Você ficaria linda com qualquer cor de cabelo.
— Não tenho tanta certeza — o puxei para perto — nós temos que voltar a treinar.
— Você andou malhando sem mim — sua mão desceu e apertou minha coxa — essas pernas não me enganam.
— Eu precisava me distrair — lhe soltei.
Em alguns dias, treinar até a exaustão foi a única coisa que me impediu de sucumbir a saudade que sentia de Baek, ao desespero de não saber o que Jinnie estava fazendo com ele.
— Fez um bom trabalho — riu antes de me beijar.
Baek já estava em casa a quase dois meses e durante todo esse tempo ele não fez nada além de me beijar. Eu entendia, toda aquela história com a Jinnie mexeu com nós dois, precisava de um tempo para por tudo no lugar.
As consultas com a psicologa aconteciam duas vezes na semana, alguns dias Baek contava como foi a sessão, outros chorava em silêncio e nos dias mais difíceis pedia que o deixasse sozinho no apartamento. A única coisa que eu podia fazer era lhe acolher e esperar até que se sentisse confortável novamente.
Seu corpo me prendeu contra a parede, os lábios desciam em direção ao meu pescoço e eu soltei um gemido baixo.
— Eu senti tanta falta de você — sussurrou beijando próximo a minha orelha.
— Então estamos quites — mexi em seus cabelos.
Baek me beijou novamente e me impulsionou para cima, eu logo travei minhas pernas envolta de sua cintura e me segurei em seus ombros. Ele se sentou na cama comigo em seu colo e os dedos pararam na barra da minha blusa.
— Tem certeza? — procurei por qualquer sinal de desconforto em seu rosto.
— Aprendi nas últimas sessões que construir novas memórias saudáveis ajuda a superar as ruins — me deu um beijo rápido. — Prometo avisar se me sentir mal, ok?
Assenti me livrando da blusa, tanto tempo longe estava me consumindo num desejo sem fim.
— Eu amo você — confessou me olhando nos olhos.
— Também te amo — minhas mãos moldaram seu rosto e eu sorri.
Meus dedos delicadamente traçaram a pele em seus ombros, eu senti falta de cada pedacinho dele.Ele abriu meu sutiã e eu prendi a respiração enquanto sentia o tecido deslizando por meus ombros. Baek me olhava como se cada parte de mim fosse o centro do universo, seus olhos faziam parecer que nenhuma mulher poderia ser mais atraente para ele.
— Você é tão linda, kitten — sorriu me segurando firme pela cintura.
Seus lábios tocaram meu seio, eu deixei que minha mão se perdesse em seus cabelos. Meu corpo inteiro estava arrepiado, prestes a explodir. A cada peça de roupa que ficava para trás, eu ia descobrindo o quanto Baek tinha poder sobre mim. Mordi o lábio enquanto observava ele colocar o preservativo, por algum motivo eu ainda me sentia ansiosa e envergonhada.
— Vem aqui — Baek chamou baixinho e eu me aproximei pondo uma mecha de cabelo atrás da orelha.
Ele se recostou na cama e eu me sentei em seu colo, guiando seu membro pra dentro de mim. Respirei fundo esperando o desconforto passar.
— Dói? — Ele questionou acariciando minhas costas.
— É só um incômodo — me mexi devagar.
Baek me segurava firme enquanto eu me mexia, sua boca sussurrava incentivos que me levavam a uma espiral de desejo. Gemi segurando seu ombro e não protestei quando ele nos virou na cama.
Baek me segurava com força, mas não machucava, o suor escorria por sua testa e o meu nome se formava em seus lábios.
Uma eternidade pareceu ter se passado, tudo o que existia eram minhas mãos avidas por seu corpo, beijos ofegantes e olhares que diziam muito mais que palavras.Quando ele caiu ofegante ao meu lado, me virei para encará-lo e sorri.
— Eu acho que acordei os vizinhos — ri cobrindo o rosto envergonhada.
— Você fica engraçada quando cora — seus olhos estavam fixos em mim.
— Você adora me deixar assim, não é? — Provoquei.
— Você não sabe o quanto — riu antes de me beijar.
Naquela noite me dei conta de que Baek era minha pessoa favorita no mundo.