Mesmo sabendo que não há como Jinnie escapar, eu ainda me sentia nervosa. O número de policiais cercando o prédio, tornaria uma fuga quase impossível.
— Nós vamos tirar o Baek daqui — Chanyeol sorriu fraco para mim.
— Quando poderemos entrar? — Suspirei.
— Quando eles disserem que é seguro.
Nós deixaríamos que a polícia cuidasse dos inúmeros empregados de Jinnie e em seguida entraríamos para pegar Baek.
Eu estava com tanto medo, enquanto entrávamos no prédio o meu coração se apertou. O local era um labirinto de corredores brancos. Kyungsoo arrombou a porta do escritório, Jinnie tinha se trancado lá com Baek.
Meu coração se apertou ainda mais quando vi os olhos dele, totalmente sem vida.
— Não tem para onde fugir — Kyungsoo apontava a arma para ela — nos entregue ele.
— Podem se achar espertos — ela tremia —mas não são.
O que estava acontecendo?
— Dê o antídoto a ele — Kyungsoo ordenou.
— Como quiser — ela estava pálida demais.
Por que ela estava colaborando?
Jinnie tirou uma seringa e um frasquinho da gaveta. Chanyeol conferiu, era a mesma substância usada para reverter os sintomas de MInseok. AS mãos trêmulas dela aplicaram a substância no braço de Baek e eu não consegui me sentir aliviada mesmo assim.
— Vai pagar pelo que fez — Chanyeol esbravejou — o prédio está cercado.
— Não vou — ela deu um sorriso assustador enquanto se apoiava na mesa — vou morrer e seu amigo, ele jamais vai voltar.
O quê?
Jinnie caiu desacordada no chão e eu dei um passo para trás.
— Chamem ajuda, essa desgraçada não pode morrer sem pagar pelo que fez — gritei.
— Eu vou chamar, vocês cuidem do Baek — Kyungsoo avisou.
Ajudei Chanyeol a carregá-lo, eu sabia que levava um tempo para o remédio fazer efeito, mas mesmo assim continuava ansiosa.
O colocamos no banco de trás do carro, seus olhos estavam abertos mas ele parecia distante.
— Você tem que ficar bem — acariciei seu rosto — não ouse me deixar assim.
***
Levamos Baek para o hospital, tudo já havia sido combinado com a ajuda do deputado, os médicos não poderiam vazar nada para a imprensa ou algo do tipo.
— Como ele está? — Lilo bebericava um chá.
Tudo o que podíamos fazer era esperar e torcer que ele acordasse logo. Os médicos o checaram, não havia danos aos outros órgãos mas eram impossível saber se deixaria sequelas no cérebro.
— Com febre e sem reação — passei as mãos pelo rosto — estou com medo.
— Eu também fiquei assim — Minseok tentava me confortar — ele vai ficar bem.
— A Jinnie disse que ele nunca ia voltar — engoli em seco — e se ela tiver razão?
— Ela deve estar tentando te assustar — Lilo me entregou uma xícara de chá.
— Por falar nela — dei um gole no chá— tem notícias?
— Foi levada para o hospital, tentou se matar quando viu que não podia fugir — Minseok se recostou a parede.
Ela tinha que ficar viva, para pagar por cada coisa que fez, por cada sofrimento e dor infligidos aos outros.
— Espero que apodreça na cadeia — bebi mais chá.
Eu estava inquieta, Baek tinha que voltar ao normal, eu não ia conseguir lidar caso ele passasse o resto da vida como aquele vegetal sem reações.
Deixei a xícara vazia sobre o banco e fui checá-lo mais uma vez. A febre estava um pouco mais baixa, suor escorria de sua testa e ele tremia um pouco sob os lençóis. Não precisava de ajuda para respirar, o soro no braço ajudaria a manter o corpo hidratado.
— Eu perdoo você, apenas volte para mim — choraminguei segurando sua mão — não me deixe.
Cada momento que passei com Baek, cada palavra e ação me fazia acreditar que tudo entre nós fosse real. Eu não queria muito, não fazia questão de uma casa gigante, três cachorros e um casamento na Itália. Tudo o que eu queria era o meu Baek de volta, poder deitar no sofá com ele e assistir filmes previsíveis.
Me contentaria em viver naquele apartamento, podia suportar até mesmo aqueles treinos horríveis, se isso significasse tê-lo outra vez.
Deixei que ele descansasse, voltei para a sala de espera e acabei cochilando ali mesmo.
Um barulho me acordou e eu rapidamente me levantei.
— O Baek está acordado — foi a primeira coisa que Chanyeol me disse.
— Preciso vê-lo — eu sorri indo em direção ao quarto.
— Suzy, espe...
Eu ignorei Chanyeol totalmente enquanto ia em direção ao quarto. Baek estava sentado na cama e eu não hesitei em abraçá-lo.
— Eu senti tanto a sua falta — disse ainda o segurando — ninguém nunca mais vai te tirar daqui.
— Hey — ele me afastou — está me sufocando.
— Eu só estou feliz que esteja de volta — sorri a beira das lágrimas.
— Quem é você? — franziu o cenho.
— Baek, quem sou eu? — Ri incrédula — pare de brincar, você sabe quem eu sou.
— Não sei — ele parecia confuso — nos conhecemos?
Aquilo não podia estar acontecendo.
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Jinnie não tem pra onde escapar...