Os Exilados de Woodbury

Af celowest18

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"Os Exilados de Woodbury" é uma história de recomeços. A família de Nora Campbell, teve de deixar o acampamen... Mere

Capítulo 1 - Marcas do Apocalipse
Capítulo 2 - O Éden
Capítulo 3 - Woodbury
Capítulo 4 - A Silhueta do Medo
Capítulo 5 - Mais Uma, Menos Uma
Capítulo 6 - Família
Capítulo 7 - W
Capítulo 8 - Lobos não estão longe
Capítulo 10 - Fogo no Céu
Capítulo 11 - Duas Covas
Capítulo 12 - Reflexo
Capítulo 13 - What a Wonderful World
Capítulo 14 - Sementes
Capítulo 15 - Estrada para os mortos que caminham

Capítulo 9 - Desde que esses tempos começaram

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Af celowest18


Nora e Viviene colocam frutas e legumes numa das geladeiras do mercado improvisado que conseguiram montar. Elas acertam a posição de maçãs, bananas, dentre outras frutas, enquanto a fila do lado de fora, já começa a se formar. Bia, passa na frente das pessoas e se prontifica para ajudar, entrando na loja, que parece ter sido até mesmo uma venda, mas tem ganhado uma organização de mini mercado, com características de lojinhas de conveniências americanas, com prateleiras baixas, e alguns poucos produtos sendo colocados, em meio a poeira que ainda reina sobre a maior parte do lugar.

- Era uma farmácia. – diz, Viviene, do nada.

- Aqui ? – questiona, Nora.

- Isso. Nós sabíamos que não podíamos deixar remédios aqui. Comida, tudo bem, por mais que fossemos saqueados, plantamos frutas, legumes, e outras coisas. Mas e remédios ? Onde deixaríamos, Tim sugeriu aquele lugar como enfermaria...

- Mas lá parece já ter sido. Aquela marca de sangue, no chão...

- David conta que Lily disse a eles que tinha sido do Governador.

- Governador ?

- Sim... longa história. – diz, sorrindo, mas claramente, entendendo tão pouco quanto Nora sobre a história do tal governador.

Nora acerta alguns legumes na prateleira da geladeira, e se detém ao perceber que tem tempos que não abre uma geladeira ligada, com tantos legumes e verduras, alimentos em conservas, sopas das Campbell's, que parece uma marca de família, mas é apenas uma coincidência que sempre fez sorrir os meninos, por mais enfurecidos que estivessem, bem na hora as refeições. Owen sempre abria as sopas dizendo algo do tipo: "Será que vamos encontrar um pedaço desse bico do Don nessa lata, Harry ?", ou "Eu acho que felizmente, eu sinto que alguns pedaços da vovó vieram nessa latinha milagrosa... hum...", os meninos riam. Nora, mesmo tendo a mãe mal falada, também ria. Viver com Owen era divertido. Sempre foi. Cada dia. Desde o baile em Norfolk. Nunca mais quis ficar longe dele, e Don e Harry era a prova de que ela tinha a família dos seus sonhos.

Só não era o mundo dos seus sonhos.

- Nora ? – disse, Bia. Despertando a mulher dos seus pensamentos, e a fazendo enfim fechar a geladeira. – Tudo bem ?

- Sim. – disse, sorrindo.

As duas caminham até uma das prateleiras, enquanto Viviene já faz as primeiras entregas com as bolsas de frutas e legumes para um dos moradores.

- E John ? – diz, Nora.

- Ele está irredutível. – diz, respirando fundo.

Beatrice Richmond era uma daquelas mulheres que aparentavam ser da fina sociedade americana. Quem olhava para ela, apostava logo que falava no mínimo três idiomas, além do inglês e que frequentava as melhores festas, sempre com uma taça de cristal e uma bebida cara na mesma. Nora olhava para ela, e conseguia lembrar vagamente de Cate Blanchett, em "Carol", filme que Nora achou promissor quando viu, com Owen, em um cinema depois de deixar as crianças com os avós.

- John é um bom homem, sabe, Nora. As vezes perde o controle... Mas costuma ser muito amável com as crianças.

- Jura ? Nunca vi, nada de ambas as partes.

- Não em público ! Você não entenderia. – diz, convencida.

- Bia, eu já passei por tanta coisa desde que esses tempos começaram, que não duvidaria de mais nada que você me dissesse.

- Você viveu muito tempo ai fora, é ?

- Muito.

- Eu não posso nem imaginar. – diz, Bia, colocando as mãos nos ombros de Nora.

- Nem quero que faça isso.

- Ei ! – as duas são interrompidas pelo chamado de Viviene. – As duas já podem parar de tricotar, não ?


David caminha com Barry, e os dois chegam até o Jipe.

- Barry, precisamos de você aqui.

- E o que vamos fazer ? Deixar esse jipe dentro de Woodbury ! Isso é suicídio ! Quer eu deixe o Owen levar isso pra lá, sozinho ?

- Mas é claro que não ! Eu disse o mesmo a ele, ontem. Precisamos de todos juntos. Aqui, se recebemos um ataque, com grupo dividido, não sobra ninguém. E não vamos receber ataque nenhum, por que essa droga de rastreador não funciona mais !

- Tinha gente no armazém, David.

- A Ely ! Sobrinha da Nora !

- Antes dela !

- Ninguém sabe, Barry !

- David, não seja cético ! Mas ok. Vamos à resposta do Owen, o que ele disse ?

David para e balança a cabeça, se encostando no Jipe.

- O que foi ?

- Ele disse a mesma coisa. Que deixar esse carro em Woodbury era burrice...

- O Lilly faria, David ?

David olha para Barry, sorri e dá um tapa no ombro do amigo.

- Seja o que Deus quiser então, Barry.

- Teimoso !

- Eu sou só um velho ! – diz, David, se afastando, ainda mancando.


- E vocês vão voltar lá ? – pergunta Tessa para Tim e Barry que a vigiam, se ajeitar no travesseiro, sentada, para poder tomar café da manhã.

- Vamos. Mas vamos preparados ! – diz, Barry.

- Tim ? – questiona.

- Eles não querem a minha companhia. Querem ir só os dois.

- Mas por que Barry ? Isso é loucura !

- Loucura seria colocar mais gente em perigo, Tessa. Você quase morreu... Se não fosse por Nora e Tim... Eu nem sei.

- Por John, também. – lembra, Tim. – Ele acertou bons tiros, nas pragas.

- Que seja... – diz, Barry, revirando os olhos. – Ele é outro que vai ficar. E eu não vi problema nenhum nisso. Se a história do rastreador for verdade, eles podem estar vindo pra cá. E vocês tem de estar preparados.

- Vocês não ! Por que a senhorita não tem condição de nada por um bom tempo. Nem mesmo de cuidar da horta.

- Tim ? Da horta ? – questiona, Tessa.

- Da horta !

- Escute ele, guria. – diz, Barry.

Ele se inclina e abraça Tessa, que já fica com os olhos marejados. Os dois se abraçam por um bom tempo, e Tim, disfarçando o chora, se afasta e mexe nos armários de remédios.

- Oh, Tim ! É abraço coletivo, seu idiota. – diz, Barry sorrindo.

Tessa ri em seguida, e Tim se aproxima abraçando os dois, com seus braços grandes e seu abraço largo. Os três fecham os olhos, e a impressão de despedida que ambos faziam de tudo para não parecer real, aumenta. Mas os dois não querem interromper o conforto daquele abraço, por é um dos momentos mais autênticos desde que se reencontraram.


Barry está no volante da Picape. Owen está no jipe. Nora se aproxima do marido, acompanhada por Harry.

- E Don ?

- Ele não queria que você fosse, pai. Ele disse. – diz, Harry. – Na verdade, eu também, não. Mas mamãe me convenceu. Vamos cuidar de tudo aqui. Só volte logo.

Owen passa a mão pela cabeça do filho. E os dois parecem se entender muito bem.

Nora dá um beijo no marido. E os dois se olham, parecendo entender que já disseram tudo que precisavam dizer.

- Só volte.

- Me espere, Nora. Vai dar tudo certo.

- Eu sei que vai. – diz, ela. Emocionada.

Os carros aceleram, e o portão de Woodbury começa a abrir, mas eles são interrompidos pelo grito de Tessa. Tim fica alerta.

- O que você está fazendo aqui fora ?

- Eu preciso falar com o Barry !

- Tessa...

- Por favor, Tim ! Me deixa falar com ele !

Tim solta a menina, que corre até o carro de Barry e tira do coldre, a sua faca.

- Leve.

- Tessa...

- Por favor. É a maneira que eu tenho de saber que você vai voltar, Barry !

- Por quê ?

- Porque ela sempre volta pra mim. Logo, quem portar ela... Também volta, ora ! – diz sorrindo, inocente.

E Barry fica durante um tempo admirando a inocência de Tessa no meio de tanta gente má. Pensando em como as pessoas puderam sem cruéis, e o quanto ele acho que ela seria mais uma vítima desse tempo e da crueldade que ele exala.

- Então, ta certo. – diz, e beija a testa da menina, que se afasta do carro.

Os portões terminam de abrir e Barry passa, com Owen passando em seguida. Tessa acena para Owen, e Harry se coloca do lado da menina, e ambos acenam, enquanto um pouco mais atrás, Nora sorri, e vê na chega de Viviene para perto um consolo um pouco maior, e a oportunidade de não chorar. Um pouco mais distante de ambos, David observa a saída dos amigos, e olha pro céu.

- Quando é que vocês vão parar de sair dessa cidade... – diz, desanimado.

Os carros seguem pelo cair da tarde, e os portões se fecham em tempo de se ver a poeira levantada por eles, e dois errantes na beira da pista que veem os dois passar e levantam os braços decrépitos, numa ilusão zumbi de que existem sangue e carne frescos a altura de seus insignificantes esforços.


A noite cai, e fica frio. Ely e Nora estão voltando pra casa, e encontram David olhando para o portão de Woodbury, perto de uma das placas principais que guiam para as outras ruas da cidade.

- David ? – diz, Nora.

- Oh, Nora ! Menina, Ely ! Tudo bem ?

- Tudo sim.- diz, Ely.

- Por quê está aqui ? – pergunta Nora.

- Eu sempre fico aqui, quando os dias estão mais frescos...

- Hoje está bem frio, isso sim. – diz, Ely, sorrindo, e esfregando as mãos.

- Ah, menina... Já vive alguns rigorosos invernos na Argentina... Isso aqui não é nada. Não que não tenhamos invernos muito mais rigorosos, mas não sei... Depois disso tudo, as temperaturas... Parece tudo tão igual...

- Sim... Eu não uso casaco há uns 5 anos... – diz, Nora.

- Viu ! – exclama, David.

Todos riem um pouco. Mas a alegria de Nora, David e Ely parece ser interrompida. Um clarão imenso se vê cruzando o portão de Woodbury por cima, explodindo quando toca o chão. Uma garrafa, com um pano em chamas.

David, Nora e Ely se afastam, e é quando o próprio portão é alvejado por balas e mais explosões que forçam a sua abertura. Perfilados quando da dissipação da fumaça estão 5 caras, que seguram escopetas e metralhadoras imensas e estão prontos para entrar na cidade.


"Vai dar tudo certo."


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Gostaram do episódio em dose dupla ?

Final tem semana tem mais !

Mas não sem esquecermos da quarta feira, que tem um episódio especial ! O Episódio 10, e o episódio que tem maior reviravolta de toda série !!!

Fiquem atentos !!!

Até !!

;)

Fortsæt med at læse

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