Duas Vilas

By gridpudim_

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Após a 4ª grande guerra ninja, o mundo parecia calmo e bom de se viver, mas após uma reunião da Aliança Shino... More

Capítulo 1 - O Tapa
Capítulo 2 - O Sonho
Capítulo 3 - A Verdade
Capítulo 4 - O Barulho
Capítulo 5 - A Missão
Capítulo 6 - O Pedido
Capítulo 7 - Os Cervos
Capítulo 8 - O Pássaro
Capítulo 9 - O Amigo
Capítulo 10 - Os Brindes
Capítulo 11 - O Pôr-do-sol
Capítulo 12 - As Estrelas
Capítulo 13 - O Abraço
Capítulo 14 - O Entrelaçar
Capítulo 15 - O Saquê
Capítulo 16 - A Primeira Vez
Capítulo 17 - A Bronca
Capítulo 18 - A Família
Capítulo 19 - O Chuveiro
Capítulo 20 - A Despedida
Capítulo 21 - A Surpresa
Capítulo 22 - O jantar
Capítulo 23 - A Certeza
Capítulo 24 - A Cama
Capítulo 25 - O Desesperado
Capítulo 26 - O Herdeiro
Capítulo 27 - O Kazekage
Capítulo 28 - A Irmã
Capítulo 29 - A Noiva
Capítulo 30 - Os Invasores
Capítulo 31 - A Carta
Capítulo 32 - O Susto
Capítulo 33 - Os Shinobis
BÔNUS

Capítulo 34 - As Vilas

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By gridpudim_



   Já haviam se passado algumas semanas desde os últimos problemas de Suna e eu estava me aprontando para viajar até Konoha. Dei minha última passada no banheiro, ajeitei o cabelo e peguei meu leque no quarto. Quando olho para a porta, Kankuro estava encostado.

- Você... – Pigarreou e voltou a falar. – Você vai terminar de ver as coisas para o seu casamento? – Afirmei. – É... você volta, né?

- Volto pela última vez, para ir definitivo.

- Muito louco isso, né? – Kankuro balança a cabeça e riu, com os braços cruzados.

- Alguém querer casar comigo? É muita loucura, na sua opinião? – Falei brincando.

- Também... Mas não era isso...

- O que era então?

- Vou sentir saudades de você, Suna vai sentir sua falta... Da princesinha da areia...

Meus olhos encheram-se de lágrima e percebi que os de Kankuro também. Abracei-o sem falar nada e ele me retribuiu. Ficamos algum tempo assim.

Kankuro era o mais ciumento de nós, mas se tornou um homem incrível. Um dos shinobis mais respeitados de Suna, vive pelo seu trabalho e pela vila. Beija algumas kunoichis aqui e ali, o que eu acho errado, mas esse é Kankuro, ele não se deixa ser preso. Ele foi feito para o mundo todo e eu acho isso incrível.

- Promete continuar sendo assim, Kankuro?

- Assim?

- É, assim, idiota como sempre. – Falei rindo dele.

- Que graça em Temari! Eu aqui me declarando...

- Te amo idiota!

- Eu também te amo, chata!

***  

Nos portões da vila, eu avistei uma cabeleira ruiva que não imaginava estar aquela hora por ali.

- Temari? – Gaara me chamou. – Você sabe quando volta de Konoha?

- Ainda não sei bem, mas garanto não demorar mais que o necessário. – Respondi.

- Não estou te cobrando, só preciso que vá me avisando, precisamos arrumar tudo para o casamento. – Afirmei com a cabeça e Gaara veio mais para perto de mim. – Isto é para Kakashi, entregue para ele, por favor. – E me deu um pergaminho. – Já este aqui, é para você, leia quando der uma pausa da viagem... – Me entregou um envelope de cor amarela.

- Ok! Pretendo não demorar.

- Fique tranquila, Tema! Só avise quando chegar e sobre as coisas do casamento.

Dei um abraço em Gaara, com certeza ele não esperava por isso pois senti que levou um susto. Depois percebi que ele ficou mais tranquilo e retribuiu meu abraço. Mas quando menos esperei, a areia de Gaara também me abraçava. Não aguentei e comecei a chorar.

- Obrigada por isso! – Falei sussurrando.

- Agradeça a mamãe! Ela faria muito mais se pudesse.

Ficamos alguns minutos assim, mas acabei me desfazendo do abraço e limpando o rosto com a mão. Me despedi e parti sem olhar mais para Suna.

***  

Assim que parei para descansar em uma casa de chá, peguei a carta amarela que Gaara deu a mim. Abri com cuidado e só havia um bilhete em branco dentro. Voltei a olhar dentro do envelope e senti um pouco de chakra por ali e... areia?

Bati a areia que havia no envelope em cima do bilhete em branco. A areia não fez nada, só ficou ali, jogada sobre o papel.

Meu chá e bolinhos de arroz chegaram e eu comecei a come-los e encarar aquele enigma que Gaara havia me mandado. Até que, depois de algumas goladas no chá e mordidas nos bolinhos, pensei algo que era meio óbvio. Se senti chakra ali, por mínimo que seja, então eu deveria usar o meu.

Fiz isso, concentrei um pouco de chakra na palma da minha mão formando um rodamoinho bem pequeno sobre o bilhete com areia e começaram a se formar algumas coisas. A areia ia se juntando e formando a palavra amor, depois família e por fim ela fazia o formato da minha silhueta com a dos meus irmãos, ao meu lado. Era incrível!

Eu estava encantada com esse presente de Gaara, era algo tão carregado de sentimentos que eu nem conseguia descrever. O guardei com cuidado e terminei de comer com um sorriso no rosto e o coração aquecido.

***  

Finalmente chego em Konoha e Shikamaru já está nos portões me esperando. Assim que ele sente meu chakra, olha em minha direção e apaga o cigarro.

- O que houve com o meu Shikamaru? – Perguntei vendo o quão desperto ele estava.

- Hã? – Ele fez uma cara de dúvida e me beijou.

- São 7 horas da manhã e você parece mais acordado do que de costume.

- Você está imaginando coisas, Temari. – Shikamaru pegou minha mão. – Vem, vamos...

Eu o sentia nervoso, mas eu também estava, iriamos casar e tudo era novidade para mim. Meu vestido de noiva já estava mais do que pronto, mas em Suna. A minha casa nova, até onde me lembro, estava para terminar alguns detalhes que Shikamaru havia ficado responsável, e era para lá mesmo que ele iria me levar.

Assim que chegamos próximo ao Clã Nara, respirei fundo e Shikamaru me olhou com um olhar terno, ele sabia o quanto era difícil para mim largar minha família e minha vila para começar algo totalmente novo.

Entramos em nossa casa e eu paralisei na porta. Shikamaru ficou me olhando e sorriu de canto.

- Gostou?

- Muito! Da última vez o hall de entrada não estava acabado. - Tirei minha sandália e adentrei para ver melhor tudo o que Shikamaru havia feito nesses dias.

O hall era amplo e todo em madeira com símbolos do Clã Nara. No corredor, havia uma repartição para uma pequena sala onde havia algumas almofadas, uma pequena mesa e o tabuleiro de Shogi, eu sorri ao ver aquilo. Realmente, era a nossa casa.

Mais para o fim do corredor, estava a cozinha, bem espaçosa e com todos os eletrodomésticos já em seus devidos lugares. Shikamaru havia providenciado todos os que eu falei a ele. Uma boa mesa de madeira fazia parte da área da sala de jantar com um aparador, onde tinha algumas fotos de Shikamaru e seus pais, sensei e amigos. Percebi que ele deixara também alguns porta-retratos sem nenhuma foto, deduzi que fosse para que eu os completasse.

Nosso quarto era no andar de cima, do jeito que eu pedi a ele que fizesse, uma grande cama, uma parede branca com o suporte para o meu leque. As outras paredes eram de um verde claro, puxado para o matte. Cortinas grandes que iam até o chão e um grande guarda-roupa. Em nosso quarto também havia um banheiro, esse todo branco e com uma pequena banheira de ofurô que cabia nós dois. Um chuveiro simples para banhos normais.

Nesse mesmo andar ainda havia outro quarto com algumas caixas e mais um banheiro. Descemos e fomos até o quintal da casa. Nele Shikamaru havia feito uma parte coberta com piso de madeira, algumas almofadas e um cacto enorme, eu não imaginaria que ele se ligaria a esse detalhe que era simbólico para mim.

Depois de olhar toda a casa, sentamos na sala e Shikamaru me serviu um chá. Tomamos ainda em silencio até que não me aguentei.

- Você fez muita coisa aqui nesses dias! A casa está do jeito que eu imaginei.

Shikamaru solta um ar de alivio pela boca e eu fico sem entender.

- O que foi?

- Eu estava com medo de você não gostar.

- Sua mãe te ajudou, não é?

- Ela não saiu do meu pé, nem por um minuto.

Ri com a cara que ele fez e ficamos conversando sobre a casa, sobre sua mãe, Yoshino, sobre meus irmãos, Gaara, Kankuro e sobre o casamento. Shikamaru havia dito que estava tudo pronto já. Seria uma cerimônia simples, no mesmo lugar onde fora a de Naruto e Hinata. Ele já distribuíra os convites por Konoha e os que eu devia mandar a Suna já estavam separados e com um selo de invocação em um pergaminho. Pronto para ser mandado a Gaara.

Eu resolvi tomar um rápido banho e pendurar meu leque na parede, era tão lindo ver como ele ficava bem ali.

Fomos até o prédio do Hokage, entreguei o pergaminho de Kakashi, Shikamaru me deu o pergaminho dos convites e o coloquei em um pássaro para mandar a Gaara, junto com um bilhete meu.

Shikamaru havia pedido alguns dias de folga para o Hokage então não demoramos muito por ali, fomos conversar com o buffet do casamento e também com Dona Yoshino, que nos recebeu com um sorriso enorme.

- Temari, querida! Estava com saudades. – Ela disse. – Venha, a comida já está quase pronta.

Shikamaru e eu fomos até a cozinha e conversávamos com Yoshino sobre os preparativos. Alguns minutos mais tarde, ouvimos algumas batidas na porta e Shikamaru foi abrir. Ouvi uma risadinha gostosa de criança, quando olhei, percebi ser Mirai e Kurenai. As duas me cumprimentaram e ajudamos Yoshino a pôr a mesa enquanto Shikamaru brincava com Mirai.

Almoçamos e conversamos, Mirai fazia graça para Shikamaru, mas Kurenai a repreendia para a menina comer direito.

Eu adorava tudo aquilo, era novo para mim e as vezes eu não sabia como agir. Shikamaru percebia meu nervosismo vez ou outra e, para me acalmar, colocava a mão sobre minha perna.

***  

No fim do dia, Shikamaru falou para que nós voltarmos para a nossa casa. E assim que entramos ele se dirigiu a mim:

- O que acha de dormirmos aqui enquanto você está em Konoha?

Eu arregalei os olhos com a pergunta, não sei se nossas famílias aprovariam isso, mas, porque não? Nós nos casaríamos em poucos dias. Então afirmei com a cabeça.

- Mas e o hotel?... – Shikamaru coçara a cabeça e deu uma risada sem jeito. – Você não reservou nada, né?

Shikamaru deu um sorriso sacana e eu comecei a rir também.

- Você não presta, Nara.

***  

E esses dias em Konoha foram com certeza os melhores da minha vida. Shikamaru me ajudava com cada detalhe e se mantinha preocupado comigo, sempre.

Yoshino, Kurenai e Ino eram extremamente atenciosas e preocupadas, me ajudaram mais do que eu imaginei, o casamento estava pronto e eu nem acreditava que tudo estava tão perfeito e certo para o grande dia.

Ino também estava preparando tudo para o seu casamento que seria logo depois do meu, ela me dava dicas sobre decoração que eu poderia usar na festa e almoçamos algumas vezes, só nós duas.

Essa semana em Konoha passou voando, foi uma das únicas vezes que vim para cá, única e exclusivamente para tratar de coisas minhas, era muito estranho isso.

Na manhã do meu último dia em Konoha, Shikamaru me levou para os portões da vila e me abraçou bem forte antes de nos despedirmos.

- Eu acho que, pela primeira vez na vida, não conseguirei dormir direito, tudo por causa do nosso casamento. – Shikamaru disse baixinho, próximo do meu ouvido.

- E você ficaria 2 semanas sem dormir? – Ri dele.

- Por causa do melhor dia da minha vida? Ficaria sim.

Shikamaru disse isso olhando para dentro dos meus olhos e segurando meu rosto, me deixando estática. Meus olhos marejaram, mas eu segurei as lágrimas, não queria chorar.

Meus pensamentos foram cortados quando Chouji e Karui apareceram nos portões da vida.

- Olha só quem está aqui! – Disse Chouji com um sorriso enorme no seu rosto e com as mãos dadas a de Karui.

- Fizeram boa viagem? – Shikamaru os perguntou.

- Sim e vocês? Está voltando a Suna, Temari? – Perguntou Karui.

- Estou sim, tenho que terminar de organizar algumas coisas para... a minha vinda... – Falei sem graça. – Ficará quanto tempo aqui, Karui? – Perguntei.

- Até o dia do casamento de vocês. – Ela disse sorrindo e Chouji a abraçou forte.

- Karui e eu também iremos casar.

- Ah! Que boa notícia! Parabéns! – Shikamaru e eu falamos em uma só voz.

- Foi difícil, mas, Karui finalmente aceitou. – Chouji ria e Karui cruzou os braços.

- Não fale assim Chouji! Você sabe que não é porque eu não quis.

- Eu sei, estou brincando. – Ele a beijou no rosto deixando Karui vermelha.

- Eu te entendo muito bem. – Disse a Karui. – É muito difícil deixar tudo para trás.

Era lindo ver como os dois se davam bem e estavam caminhando para um futuro.

Me despedi de todos e fui para Suna, mas logo voltaria para sempre, então foi um até logo.

***  

Assim que cheguei em Suna, fui conversar com Gaara e ele havia me dito que estava tudo resolvido. Tanto questões politicas como os convites a serem entregues.

Fui até minha casa e Kankuro me ajudou a fazer minhas malas, decidimos que, como a viagem era longa e cansativa, compensava mais fazermos um selo de invocação em um pergaminho bem grande e selarmos as malas ali, para quando eu chegasse em Konoha, seria só invocarmos tudo. Seria algo grande que não poderíamos mexer a toda hora, então fiz uma mala a parte com as coisas que eu ainda usaria em Suna e a levaria como uma mala normal, afinal, ali tinham coisas necessárias.

Kankuro e eu ficamos o dia todinho fazendo isso e a noite, começamos a olhar algumas fotos de quando éramos crianças, não tinha como não ficar emocionado. Kankuro sempre foi uma criança faladeira e esperta. Eu, como era mais velha, era visivelmente a mais mandona, mas a que protegia ele e Gaara. Meu pai sempre sério e com a cara emburrada, já minha mãe, era o amor em pessoa. Achamos uma foto, só dos meus pais e foi a primeira vez que me toquei, que ali, ao lado de minha mãe, meu pai sorria.

Quando eu era criança, eu não reparava muito bem as coisas, mas depois que Gaara nasceu, eu havia percebido o quanto meu pai havia mudado. Ele descarregara toda a frustração que ele teve ao perder a minha mãe em Gaara, como se meu irmão tivesse culpa disso.

Quando ele morreu, na época, eu não fiquei tão triste, porque eu queria proteger Gaara. Mas quando percebi que Gaara realmente poderia ser uma ameaça as pessoas. Entendi o porque meu pai era daquele jeito com meu irmão. Obviamente que Gaara nunca teve culpa, e hoje ele é outra pessoa. Mas pensando em tudo, mesmo sendo algo complicado e triste, eu não guardo magoas, nem nunca irei guardar. Mas olhando essa foto dos dois, senti como nunca senti antes que meus pais se amavam e tudo o que meu pai fez foi por nunca ter superado o luto.

***  

Era hoje, finalmente, iriamos todos para Konoha. Mas dessa vez, era tudo diferente. Junto comigo estavam meus irmãos, meu sensei Baki e alguns poucos convidados, pessoas que me viram crescer nessa vila e que eu os considerava como da família.

Dei uma última olhada para Suna, respirei fundo e liderei a viagem. Fomos fazendo pequenas paradas e chegamos em Konoha em três dias.

Na porta da vila estava Shikamaru, Yoshino, Ino, Chouji e Kakashi. Eles nos deram boas-vindas e nos levaram até o hotel onde ficaríamos todos.

Chouji chamou todos nós para relaxarmos, mais tarde, com um rodizio no restaurante Q, que ele disse ser o melhor rodizio de churrasco da região e todos nos achamos uma ótima ideia.

Fomos para o hotel, arrumamos nossas coisas e eu precisava de um bom banho. E foi isso que eu fiz, fiquei um bom tempo deixando a agua cair em meus ombros e pensando sobre como seria a minha vida agora. Eu ainda ficaria responsável sobre muitas coisas de Suna e faria parte da parte burocrática das duas vilas, Suna e Konoha. Não seria tão diferente, pelo menos, mas agora minhas responsabilidades eram outras e bem maiores. O que me deixava um pouco assustada, confesso.

Eu e todos os meus convidados de Suna, já estávamos arrumados, na porta do hotel esperando por Shikamaru e alguns amigos de Konoha. Não demorou muito, eles chegaram e fomos o rodizio. La pedimos tudo o que tínhamos direito, Chouji travou uma batalha com Kankuro para ver quem comia mais. Rock Lee colocava pimenta em absolutamente tudo. Kiba trouxe uma menina que era completamente seu oposto, estavam namorando a pouco tempo. Hinata ria das palhaçadas de Naruto. Mas eu sentia falta era de uma pessoa que não estava ali.

- Ino?... – A loira me olhou e continuei falando. – E Sakura, não venho porquê?

- Sakura está em missão com Sasuke. – Arregalei os olhos e fui ainda mais perto de Ino para saber dessa fofoca.

- Missão? – Perguntei.

- Sim, ela e Sasuke finalmente se acertaram.

- Nossa, eu estava tão maluca com os preparativos do meu casamento que não fiquei sabendo de nada sobre.

- Eles foram convocados para uma missão na vila oculta da nevoa, e, pelo o que eu ouvi do linguarudo do Naruto, é que eles irão se casar em breve também.

- Nossa, eu nem sei o que dizer, Sakura deve estar tão feliz. Nunca tive intimidade com ela, mas era nítido o quanto ela amava Sasuke e o quanto ela tentou ajuda-lo. Fico feliz em saber que ele, finalmente, se deu conta da grande mulher que Sakura é.

Ino sorriu e acenou com a cabeça, até sai cortar nosso pensamento me chamando para olhar Kankuro que estava com a cabeça caída na mesa.

- Kankuro? – Eu o chamei e Gaara começou a cutuca-lo. – Kankuro, responda, o que houve?

Chouji ria sem para e falou:

- Seu irmão perdeu para mim na competição de quem comia mais, agora não consegue nem ficar em pé.

Todos da mesa riam daquela cena, apesar de Kankuro não ter gostado muito. Mas no final da noite, ele não se saiu tão mal. Depois de todo aquele barulho em nossa mesa, ficamos conhecidos por ali, e quando fomos pagar a conta, Kankuro acabou puxando conversa com a menina que trabalhava no caixa. Pelo o que ele me disse, iriam se ver no dia após o meu casamento.

***  

- Você... está linda! – Ouvir aquilo de Gaara e ver a expressão de Kankuro assim que acabei de colocar o véu em minha cabeça, fez com que meu estomago revirasse.

A alegria e a ansiedade que estava dentro de mim, não seria medida com palavras, eu, realmente não sabia como reagir aos meus irmãos. Então, simplesmente sorri. Olhei para mim mesma para ver se realmente era tudo aquilo, e sim, eu estava me sentindo linda. Nervosa também, mas com certeza linda com aquele vestido que era de minha mãe.

Era um vestido feito pelas costureiras de Suna, bem tradicional. Branco, com alças largas, comprido, mas com uma fenda na perna. Era normal, as mulheres de Suna usarem um véu de cetim, o que eu estava era roxo com fios de ouro bordados. Não tinha como me sentir feia com aquele vestido tão significativo.

- Posso só... dar alguns toques finais? – Perguntou Kankuro quando voltei a olha-lo, e eu afirmei com a cabeça.

Ele se dirigiu a uma bancada que estava próxima a mim, onde havia algumas maquiagens que Ino me emprestou, ela havia deixado ali depois de se maquiar. Mas eu quase não usado muitas coisas. Estava com base na pele e um batom claro, então Kankuro pegou lápis de olho, sombra, rímel, delineador e começou a me maquiar.

Quando me olhei no espelho, me senti a mulher mais bonita do mundo. Do espelho, eu podia ver os olhos de Kankuro, cheios de lágrimas, e o rosto de Gaara que tinha um sorriso pequeno nos lábios.

- Prontos? – Perguntei a eles respirando fundo e me levantando da cadeira.

Os dois afirmaram que sim, me deram as mãos e saímos do quarto onde estávamos e fomos em direção ao corredor que daria ao espaço onde aconteceria o casamento.

As minhas mãos estavam suando, meu coração batia mais forte do que nunca. A minha mente ia à milhão a cada passo. Minha respiração estava descompassada e a caridade vinha adentrando o corredor.

Eram muitas pessoas, mas a primeira que vi foi Baki e ele estava com um porta-retratos com uma foto dos meus pais, a foto em que meu pai sorria incrivelmente. Ele acenou a cabeça para mim, eu devolvi o aceno e ele foi na nossa frente.

Eu não conseguia olhar nos olhos de ninguém, mas conseguia ver a linda decoração toda branca e o grande tapete vermelho que seria onde eu passaria agora acompanhada de meus irmãos.

Kankuro tentou segurar o choro, mas eu senti uma lagrima dele cair em minha mão. Já Gaara, estava com a mão gelada e tremula. E eu, era exatamente uma mistura dos dois, tentava segurar o choro e a emoção como Kankuro, mas falhava miseravelmente, e tremia como Gaara com sua mão gelada.

A cada passo eu podia ver melhor as expressões de Shikamaru, que era de puro nervosismo. Para uma pessoa que sempre está calma e com sono, ele estava uma pilha de nervos e era nítido. A sua mão entrava e saia dos bolsos sem parar, até que eu chegasse próximo a ele.

Meus irmãos beijaram a minha testa e juntos, deram as minhas duas mãos para Shikamaru que as pegou e ficou olhando para os meus olhos.

Aqueles olhos escuros que faziam eu me perder, era como um porto seguro para mim, mas hoje, nós dois, não éramos os shinobis mais controlados, emocionalmente, do mundo ninja.

Ele sorriu quando sentiu que minhas mãos estavam tremulas e vi que seus olhos tinham lagrimas, assim como os meus que já haviam deixado cair algumas lágrimas.

O nosso mestre de cerimônia fora Kakashi, decidimos que seria ele por ter nos ajudado tanto, assim como Gaara, para que nossas folgas batessem.

Próximo a Kakashi, havia, não só o porta-retratos que Baki havia deixado com a foto dos meus pais, como também havia um porta-retratos com a foto de Shikaku e outro com a foto de Asuma.

Kakashi fez seu discurso tradicional de Konoha e Gaara falaria algumas palavras representando o discurso tradicional de Suna. Sinceramente, eu quase não os ouvia e eu não conseguia nem raciocinar direito. Shikamaru e eu estávamos perdidos naquele momento na vastidão dos nossos olhos e pensamentos.

Uma música diferente tocou e então percebi que seria a hora das entregas de alianças, e não havia pessoa mais certa para traze-las como Mirai. Que vinha saltitante e feliz em nossa direção, com seu vestido cor de rosa chá.

A alegria e simpatia dela atraia risadas de todos, principalmente de Yoshino que estava próxima de nós e de Kurenai e foi buscar sua filha assim que ela deu a Kakashi e Gaara a caixinha com as alianças.

Eram alianças simples, mas que não seriam mais um simples anel, agora seriam o símbolo da nossa união.

Kakashi pegou as duas alianças e as ergueu mostrando a todos, mas foi Gaara que deu a nos. Meu irmão concentrou um pouco de seu chakra em sua pequena cabaça e de lá, saiu a areia que trouxe as nossas alianças próxima a nós.

Kakashi fazia fala os votos matrimoniais e nós repetíamos, primeiro Shikamaru e depois eu. Gaara dispersou a areia assim que as alianças foram tiradas dali. E não precisou Kakashi falar mais nada, Shikamaru havia me puxado para perto e me beijado na frente de todo mundo. Os meus olhos ainda estavam arregalados com aquilo. Eu juro, não imaginava que ele o faria. Mas aos poucos fui cedendo e fechando os olhos.

O mundo parou ali para mim, ficamos alguns bons minutos curtindo o nosso momento. Ouvimos alguns gritos e assovios, mas nada que me fizesse querer voltar.

Com os olhos fechados ainda e nosso beijo ainda selado, nossa respiração foi voltando ao normal. Minha boca, ao invés de ter um beijo, agora havia um sorriso, e quando abri os olhos, percebi que Shikamaru estava no mesmo estado de espirito que o meu.

Nossos olhos estavam cobertos de lágrimas e nossos corpos ainda estavam unidos. Fomos aos poucos voltando ao normal, escutando melhor tudo o que estava em nossa volta e sentindo a brisa da tarde que se iniciara.

Mas não era só a tarde que se iniciara naquele momento, era também a junção de dois corações, dois amores, duas almas... Duas vilas

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