Amores Pelo Mundo - Série Lou...

By thaynamunizabreu

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Valentina Morais só queria conhecer o mundo, mas graças a suas amigas e um site maluco, ela acabou conhecendo... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33 - bônus
Capítulo 34
Epílogo

Capítulo 5

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By thaynamunizabreu

"Tô tão nervosa." - o frio na minha barriga está congelando tudo dentro de mim.

"Não fica nervosa, Vale. Daqui a algumas horas a gente chega no paraíso." - Lili diz sorridente, ela está sentada do meu lado. Môni e Kay estão sentadas na nossa frente dormindo. Também, depois de tanto andar ontem.

Ontem, depois que saímos de Santa Fátima, fomos direto para o Shopping Iguatemi JK. Sim, somos dessas pessoas que amam shopping.

Eu amo ir nesse shopping. Mas não pelas lojas de luxo e sim pela minha loja favorita em toda São Paulo: a Livraria da Vila.

Eu simplesmente amo essa livraria, nela eu encontro todos os meus livros favoritos e novos escritores.

Sim, é caro pra burro. Mas, pra mim, livro vale o custo.

Cada louco com sua loucura, certo?

As loucas me obrigaram a comprar roupas ali no shopping, ou seja, se meu pai não me desse uma gorda mesada e eu não fosse econômica, teria ido à falência.

Mas comprei tudo que elas mandaram. Renovei o guarda roupa e ainda fui no salão.

Pra algumas meninas essa teria sido a pior parte, pra mim foi ruim também, mas eu quero ser diferente. Sem essa cara de boa moça, menininha do interior. Quero ficar com cara de mulher.

Por isso, cortei meu cabelo. Antes ele estava abaixo dos meus seios e, agora, estão no ombro.

Me deu uma certa modernidade, fiquei com cara de mais velha. Gostei disso.

Voltamos pra casa era quase dez da noite. Arrumamos nossas malas e dormimos imediatamente.

E, agora, estamos aqui, dentro desse avião indo para Cancún. O primeiro passo para minha liberdade.

Olho para a janela e penso nos meus irmãos. Eles vieram me desejar boa viagem. Quase não os vejo, eles chegaram em cima da hora, mas gostei de vê-los.

Sei que devia estar com raiva deles, mas não consigo estar. Eu os amo e entendo esse jeito deles. Eles são ciumentos, possessivos, dominadores e extremamente impulsivos.

Mas eu preciso me libertar deles. Se não eles nunca que me deixam viver minha vida.

Respiro fundo e penso na proposta das meninas. Sei que falei para meus irmãos que ficaria dez semanas longe e, implicitamente, aceitei embarcar nessa loucura. Mas sinceramente eu não sei.

Imagina que um desses nove homens seja um assassino, ou um estrupador? Deus me livre!

Lembro o que a Lili falou, que o site pesquisa a vida de cada inscrito e que não tem perigo, mas sei lá. Vai que eles não procuram direito?

Olho para a janela mais uma vez e penso na possibilidade de ser seguro. De dar certo.

Eu posso conhecer o mundo.

É tudo que eu mais quero, conhecer o mundo. Conhecer novas pessoas, novas culturas.

Será que eu devo ir? Será que eu devo aceitar?

Lili coloca sua mão sobre a minha me tirando dos meus pensamentos. Cruzo nossos dedos e ela coloca sua cabeça no meu ombro.

"Vai dar tudo certo, bebê. Você só precisa relaxar um pouco." - ela acaricia minha mão e eu tento relaxar, mas minha mente continua voando.

"Tá difícil, miga. Fico pensando nos meninos e que estão chateados comigo. Ou nessa loucura de site de namoro. Tá tudo embolado na minha cabeça."

"Só respira fundo e tenta dormir. Dormir sempre é o melhor remédio." - Lili sempre diz a coisa certa. Fecho meus olhos e me obrigo a relaxar. Dormir, isso que eu preciso.

Um solavanco me desperta e acordo meio assustada. Kay, Môni e Lili estão rindo da minha cara, olho pela janela e vejo estrelas no céu.

Já anoiteceu?

"Aonde a gente tá" - pergunto me espreguiçando

"Chegando em Cidad del México." - Lili diz enrolando a língua num portunhol estranho.

A aeromoça nos informa que estamos chegando e pede ara sentar-mos e colocar os cintos de segurança.

Nossa escala na Cidade do México leva quase três horas. Entre atrasos e reabastecimento da aeronave.

Quando entramos mais uma vez no avião, já é madrugada.

Estou esgotada, não sabia que viajar de avião assim cansava tanto. Mas não me arrependo. Não mesmo.

"Cê tá tão quieta, Tina. O que houve?" - Môni me pergunta quando soltamos os cintos.

"Minha cabeça tá um caos, Môni. Eu nem sei por onde começo."

"Mas a gente não veio aqui pra pensar, Val. A gente veio pra Cancún pra curtir." - Kay relembra e as outras duas concordam

"Você precisa esquecer um pouco de tudo. Esquece que seus irmãos são uns malas e foca na suas férias. Isso é o que importa." - Môni diz acariciando meus cabelos

"Vou tentar."

"Tentar não, coleguinha. Você vai relaxar. Nem que seja à força." - Lili me ameaça. Eu só confirmo com a cabeça, sem forças para debater com elas.

Quando, enfim, chegamos a Cancún, são quase cinco da manhã. Com a cabeça doendo de sono e um jetlag filho da mãe, eu só consigo pensar em ir para o hotel.

"A gente pode, por favor, ir para o hotel?" - o sono está quase me consumindo e estou à beira de dormir em pé no meio do aeroporto.

"Calma que tem um carro vindo nos buscar." - Môni diz olhando para o celular.

"Carro? Você pensou em tudo, hein Môni." - que bom que tem alguém vindo nos buscar, tô louca por uma cama.

"Vem, o carro já tá lá na entrada."

Saímos arrastand nossas malas e, meu Deus, parece que minha mala engordou na viagem.

Quando chegamos na calçada do aeroporto, um homem segura uma placa escrito: Srta Calcanho. Môni logo se apressa e vai ao encontro do moço careca e gordinho.

"Buenos Dias" - ele nos comprimenta e se apresenta com Hernández. Seu Hernández nos ajuda a guardar nossas malas e a entrar no carro.

"Para tu casa, chica?" - seu Hernández pergunta para Môni e ela sorri afirmando.

Leva cerca de quarenta minutos do aeroporto ao hotel. Ou o que eu pensei ser um hotel.

O sol começava a aparecer no horizonte dando uma iluminação natural à casa, casa não, mansão.

Três andares feitos de mármore branco, com um jardim bem cortado e verdinho. Depois do jardim começava a areia, do que eu entendi ser de uma praia particular. As portas e janelas eram de vidro e toda a casa era branca.

Que casa perfeita.

"Vem gente." - Môni já estava quase na porta da frente quando nos chamou. Peguei minha bolsa de mão e fui andando até ela.

"De quem é essa casa?"

"Do meu tio Fernando" - Môni disse dando os ombros. Tio Nando era o melhor tio do mundo, não que eu tivesse muitos tios, na verdade não tenho nenhum. Mas tio Nando é, com toda certeza, o melhor.

Sabe aqueles tios que te levam pra passear, te dá os melhores presentes, te dá cerveja escondido e sabe de todas as merda que tu faz?

Então, esse é o tio Nando. Tio Nando é o único tio da Môni. Trata ela, e a gente também, como filhas. Ele nunca teve filhos, acho que isso ajudou ele ser assim com a gente.

"Tio Nando tá morando aonde agora?" - Lili pergunta nos lembrando que ele vive se mudando.

"Acho que está em Portugal." - Môni responde confusa.

"Vamos entrar porque estou com sono." - Kay coça os olhos e vai entrando pela mansão a dentro.

Por dentro, a mansão é tão espetacular que eu fico perdida por alguns segundos. É de tirar o ar.

"Hola, ¿como estás?" - uma senhora vem da cozinha, eu acho.

"Muy bien." - respondemos e conversamos um pouco com a señhora Pepita. Ela nos leva para conhecer a casa e depois para nossos quartos.

Depois que entro no quarto, deito na cama e só acordo quando o sol já está forte la fora. Levanto, vou para o banheiro e faço minha higiene pessoal.

Após o banho, visto um biquíni e desço. Nas escada já é possível ouvir as meninas conversando.

"Hola chicas." - comprimento elas e beijo o rosto de cada uma.

"Hola." - dizem em uníssono e rimos.

"Vamos para la praia." - Lili diz e a acompanhamos rindo. Pego uma maçã da fruteira e sigo as meninas.

"Vamos na praia mais famosa daqui. Quero ver gente bonita." - Kay diz rindo e caminhamos para a praia.

Passamos a tarde na praia, brincamos, tiramos fotos e zoamos muito. Quando a noite chegou fomos em casa tomar banho e voltar para a praia, pois tinha um lual.

Bebemos, curtimos, dançamos, rimos e assim seguiu nossos dias. Entre brincadeiras, praias, lual, festas nas piscinas dos resortes e muita bebedeira.

Cinco dias após chegarmos em Cancún, as meninas e eu estávamos na praia particular do tio Nando experimentando coquetéis que a Pepita fez para gente.

"Tina, seus irmãos não ligaram ainda?" - Kay pergunta e eu, pela primeira vez, penso no meu celular. Não tinha o visto desde quando saímos do Brasil e nem tinha lembrado dele.

Cacete, meus irmãos vão me matar!

Corro para a casa e subo as escadas, quando chego no quarto, procuro meu celular pelas minhas coisas. Acho perdido dentro da minha bolsa de mão, ligo meu celular pela primeira vez e vejo centenas de mensagens.

Tinha deixado desligado desde sair do Brasil e meus irmãos lotaram minha caixa de mensagens.

Além dos meus irmãos, minhas cunhadas, meus amigos e até tinha uma mensagem do meu pai perguntando se estou bem.

Estranho, quando estou estou casa nem me diz Oi e agora que eu viajei me manda uma mensagem.

Sento na cama e começo a escutar as mensagens de voz dos meus irmãos. As primeiras perguntam se estou bem e dizem que me amam, as outras eles já me ameaçam por não ter respondido.

Haja paciência.

Quando vou me levantar e voltar para a praia, meu telefone toca. No visor esta um número desconhecido.

"Alô?" - minha voz sai meio fraca, limpo a garganta e falo com mais firmeza - "Alô?"

"Alô, estou falando com Valentina Morais?" - uma voz fina fala num inglês perfeito e eu levanto minha sobrancelha esquerda.

"Sim, é ela. Quem está falando?" - respondo em inglês também.

"Meu nome é Megan Carson, eu sou a agente de relações públicas do site Sweet Worldwide Dreams e quero confirmar sua passagem para Los Angeles nos Estados Unidos na próxima segunda feira. Está correto?"

Sweet Worldwide Dreams? Que porra é essa?

"Me desculpe, mas eu estou um pouco confusa aqui. Você disse site?"

"Isso mesmo. Você se inscreveu no nosso site e seu perfil teve centenas de milhares de acesso. Mas sua agente confirmou somente nove encontros."

"Agente?"

"Sim, senhorita. Ela confirmou comigo mesmo os encontros, eu só estou ligando para confirmar a passagem. "

"Você pode me dizer o nome dessa agente?"

"Sim, claro. Só um momento. Ah, aqui. Lília Novais." - mesmo com o sotaque, esse nome não passaria despercebido nunca. - "Ela me disse para ligar diretamente para a senhorita e marcar o melhor horário de embarque."

"Ah, claro." - fechei meus olhos e respirei fundo. Lili me paga. - "Ela falou que eu estou passando minhas férias em Cancún?"

"Sim, disse também que a senhorita não teria problemas em encurtar suas férias e adiantar a passagem. É que o primeiro que a senhorita deverá encontrar chega na terça feira em LA. A senhorita vindo na segunda daria perfeitamente para assinar o contrato e encontrá-lo logo em seguida."

"Contrato?" - eu já não estava entendendo nada antes e agora então.

"Sim, o contrato de confidencialidade." - a tal Megan já estava ficando irritada com minha falta de entendimento, mas permanecía educada - "Esse é um bom momento para essa ligação? Eu posso ligar mais tarde."

Esses dias tem sido os melhores dias da minha vida inteira, sem me preocupar com o que meus irmãos irão pensar ou o que eles querem que eu faça.

Eu tinha começado a sentir essa liberdade, o gostinho dela. Eu não queria terminar aqui.

Eu quero mais. Andar pelo mundo, conhecer gente nova, experimentar novos pratos e descobrir mais de quem eu sou.

Se ter alguns encontros com caras aleatórios me desse esse gostinho, então porque não?

"Não precisa, Megan. Esse momento é perfeito, eu só fiquei um pouco atordoada por causa do sol." - a mentira mais deslavada do mundo - "Eu posso falar com você agora."

"Então o que a senhorita me diz, na segunda está bom?"

Puxei todo o ar que eu podia e respondi de uma vez só.

"Sim, segunda está perfeito."

"Ótimo, então te espero no aeroporto de Los Angeles. Tenha uma boa noite, senhorita Morais."

"Para você também, Megan."

Cacete, eu fiz isso mesmo?

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