A FILHA DO FOGO : DESPERTAR (...

By Luis_Storyteller

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"O que preciso que você entenda Anne, é que o destino não é imutável. Basta uma decisão, um erro, um encontro... More

Capa
Elenco
Ao leitor
Prólogo - Uma reunião curiosa
Capítulo 1 - Garras, dentes e favores
Capítulo 2 - Nova na cidade
Capítulo 3 - De volta ao lar
Capítulo 4 - Quando as coisas parecem dar certo
Capítulo 5 - Desavenças na matilha
Capítulo 6 - Um cliente chato
Capítulo 7 - Exposto
Capítulo 8 - Uma recuperação estranha
Capítulo 9 - Conversa de lobos
Capítulo 10 - A sombra do inimigo
Capítulo 12 - Um fim de encontro marcante
Capítulo 13 - O mundo secreto
Capítulo 14 - Wulfenkind e o deus do fogo
Capítulo 15 - Uma mensagem
Capítulo 16 - Futuro & Destino
Capítulo 17 - Um sonho real
Capítulo 18 - Uma guerreira
Capítulo 19 - Treinamento e sentimentos
Capítulo 20 - Luta sangrenta
Capítulo 21 - Ataque surpresa
Capítulo 22 - A caçada começa agora
Capítulo 23 - Segredos do mundo secreto
Capítulo 24 - O demônio de Jersey
Capítulo 25 - A filha do fogo
Capítulo 26 - Futuro incerto

Capítulo 11 - Revelações sob lanternas de papel

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By Luis_Storyteller


— Eu não vou sair vestindo só isso ai! — Anne reclamou, olhando para as roupas que Julia tinha separado para à noite.

— Anne, fala sério. — Julia respondeu enquanto ainda analisava o guarda-roupa da amiga atrás de mais alguma coisa que pudesse aproveitar ali. — O festival vai estar cheio de garotas que não vão tirar os olhos do Kol, acho melhor você garantir que ele não tire os olhos de você.

As duas tinham acabado de voltar do trabalho e estavam se arrumando para ir ao festival de Outono no parque Tillman.

Julia estava decidida a construir um visual incrível para amiga. Mas só o que Anne conseguia ver na cama era uma calça jeans bem justa, as botas novas que comprara ao chegar na cidade, uma mini blusa preta decotada e uma jaqueta jeans, que servia mais como item decorativo do que para proteger do frio que com certeza iria fazer naquela noite.

Anne respirou fundo para se acalmar, Julia devia estar pensando que ela estava indo no festival para se atirar em Kol. Quando, na verdade, só o que ela queria era ter a chance de conversar a sós com ele. Eu preciso perguntar o que foi que aconteceu no dia em que ele me salvou. Ele deve ter visto o que eu vi... sei que não estou ficando louca.

Isso para não listar o resto dos acontecimentos bizarros que estavam fazendo fila na vida dela. Sonhos estranhos e feridas que tinham desaparecido como que por mágica.

Ela ainda usava o curativo na cabeça, para manter as aparências, mas já tinha olhado a região com um espelho pelo menos umas cinco vezes. Não havia sinal nenhum de um ferimento ali.

— Eu vou morrer congelada se for com essa mini jaqueta. O que tem de errado com minha jaqueta de couro? — Anne quis saber.

— Nada, só não vai ressaltar sua cintura sexy tanto quanto a mini. — Julia respondeu, finalmente desistindo de sua busca por roupas melhores. — E por favor, o Outono mal começou, não vai esfriar tanto assim à noite.

— Ah é? E o que eu faço se esfriar, senhora moça do tempo? Ontem até que fez frio à noite.

— Se o Kol te vir com este visual aqui, ele vai querer te esquentar. Problema resolvido. — Julia disse com um sorriso e um olhar cheio de imaginação.

Anne atirou uma almofada na cara da amiga, mas não conseguiu conter o riso. Olhou mais uma vez para as roupas. Bom, eu preciso mesmo falar com ele. Se isso me ajudar a ter sua atenção, que seja.

— Tudo bem, você ganhou. Mas não porque eu quero que ele ou qualquer outro me esquente. — Disse, se conformando com o visual proposto.

— Use a desculpa que funcionar para você. — Julia continuava a rir.

A conversa das duas foi interrompida por duas batidas rápidas na porta.

— Vocês vão demorar muito ainda? — Jack perguntou. — O John já voltou e disse que podemos pegar a picape!

— Já vamos sair! — Anne e Julia gritaram em uníssono.



Quase meia hora depois os três estavam dentro do carro e Jack acelerou, saindo da fazendo e indo para a pista.

O parque Tillman fazia parte da reserva florestal localizada ao norte da cidade. O estacionamento principal era um enorme pátio onde vários carros e motos já estavam espalhados. Algumas pessoas se aglomeravam em rodas de conversa, passando a entrada do parque.

Kol estava sentado no capô de seu GTO e acenou para eles quando os viu descer da picape. Ele vestia uma jeans preta, botas, uma blusa cinza que se emoldurava em seus músculos definidos, fazendo com que parecesse uma propaganda de roupas masculinas ambulante, e a jaqueta de couro que o fazia parecer a imagem perfeita do bad boy sexy. Você não veio aqui para isso hoje, Anne! Um pouco mais de foco, pode ser? Obrigado!

— Desculpa a demora! — Julia disse, assim que se juntaram a ele.

— Está tudo bem, eu não cheguei aqui muito antes de vocês. — Kol disse, cumprimentando-as e oferecendo um aperto de mão à Jack.

Anne reparou que Kol demorou o olhar um pouco mais do que o normal nela assim que a viu. Julia também não deixou aquele pequeno detalhe passar e agarrou Jack pelo braço e começou a se afastar em direção ao interior do parque com ele, oferecendo uma piscadela para ela, como quem diz "Eu estava certa, não estava?"

— Você está linda. — Kol a elogiou, enquanto seguiam atrás dos amigos.

— Obrigada. — Anne disse, sentindo o magnetismo dos olhos azuis dele. — Você também não está nada mal.

Kol era o tipo de homem que chamava a atenção só por estar por perto.

Tinha alguma coisa nele, e ela não achava que eram só seus belos olhos azuis, que faziam com que fosse muito difícil não se sentir atraída por ele. Era como se sua presença fosse dotada de um tipo de força primal... quase selvagem.

Anne estivera tão ocupada tentando não ficar secando seu acompanhante, enquanto eles caminhavam por entre as barracas de jogos e comidas do festival, que nem percebeu o momento em que Julia e Jack desapareceram.

Deixando-a sozinha com Kol. Sutil, Julia. Muito sutil.

— Acho que seus amigos nos deram o cano. — Kol riu. Ele caminhava ao lado dela com passos curtos, como se não quisesse forçar o ritmo dela.

— É, acho que sim. Desculpa por isso. — Ela disse, sem jeito.

— Tudo bem, de verdade. Você está com fome? — Ele perguntou, apontando para algumas barracas de cachorro quente e comidas fritas.

— Faminta! — Anne admitiu, não tinha tido tempo de jantar antes de sair de casa. — Será que tem algum cachorro quente decente por aqui? Eu duvido que vá encontrar um tão bom quanto os que eu comia em Nova York, mas estou mesmo com fome.

Kol riu do comentário e respondeu.

— Não acho que vamos encontrar nada parecido com os da quinta avenida, mas vale a pena experimentar.

— Espera um pouco, — Ela olhou, surpresa para ele por causa da resposta tão precisa. — você conhece os cachorros quente de Nova York?

— Já morei lá. — Kol disse. — Tempo o suficiente para saber que não há lugar melhor do que a Quinta avenida para se comer cachorro quente. Aquelas coisas que vendem na Times Square é armadilha para turista!

— Meu Deus, é mesmo! — Ela riu, porque já tinha cometido o erro de comer lá. — Eu amo os lanches que vendem na Quinta. Devo ter gastado uma parte significativa de minhas economias nos food truck de lá.

Eles compraram seus lanches e sentaram em um dos bancos de cimento do parque. Desembrulharam os pacotes e deram um olhar de encorajamento, um ao outro, antes de dar a primeira mordida.

— Hum... uau! — Anne disse, de boca cheia.

— Uhum! — Kol murmurou e depois engoliu. — Isso aqui está horrível, não?

— Um pouquinho. — Anne riu, depois de engolir sua primeira mordida. — Mas eu estou mesmo com fome, então nem ligo.

Eles voltaram a andar pelo parque, vendo algumas crianças se divertindo em barracas de brincadeiras, casais participando de fotos com fantasias, e outras atrações como um grupo de teatro ao ar livre que incentivava sua audiência a participar da peça.

— Julia disse que ela ia te apresentar o festival. Você deve ser nova na cidade, certo? — Kol perguntou.

— Sim, acabei de me mudar. Antes eu morei três anos em Nova York. Benefícios de pertencer ao sistema de órfãos dos estados unidos, o pacote de viagem e constantes mudanças está incluso.

Anne jogou logo de cara o fato dela ser órfã, ele sabia onde ela morava e devia saber o que a fazenda era, então, eventualmente o assunto iria surgir. Decidiu tirar a pedra do caminho.

Esperou pelo olhar de piedade que Kol lhe daria, como todos faziam ao escutar sua triste história. Mas isso não aconteceu.

— Aqui não é um lugar ruim, a cidade é meio parada, mas é um bom lugar para se morar. — Kol disse.

— Foi por isso que você foi embora? — Ela riu.

— Touche! — Kol respondeu com um sorriso. — Eu tive que resolver uns assuntos pendentes com minha família biológica e isso me tomou alguns anos.

— Família biológica? Então você também foi adotado? — Anne se lembrou de Julia ter dito algo sobre isso no hospital.

— Acho que temos isso em comum. — Ele confirmou. — Eu passei a morar com Malcolm e os outros quando tinha quinze anos. Fugi de casa, porque a situação com minha família estava insustentável, e ele assumiu a minha guarda legal.

Anne ficou curiosa para saber um pouco mais sobre o passado dele, mas Kol não tinha perguntado sobre o dela, então ela resolveu também não abordar o assunto.

Ela sabia o quão doloroso podia ser falar dessas coisas.

Eles caminharam algum tempo pelas trilhas do parque. A reserva Tillman era um lugar incrível, ali a floresta de pinheiros parecia um espaço intocado pelo mundo.

Era quase como estar na natureza selvagem, não fosse pelos bancos e eventuais pontos de informação da administração que viam aqui e ali, ela poderia ter pensado que estavam no meio da mata selvagem.

Kol contou que muitos amantes da natureza faziam passeios frequentes por ali. No interior da floresta existiam cavernas subterrâneas que eram o motivo pelo qual muitos turistas visitavam a reserva.

Em certo ponto do passeio, Anne viu que a trilha que seguiam levava para um lago de águas cristalinas, onde muitas pessoas estavam lutando para achar um espaço onde sentar, estirando mantas em cima do chão e organizando seus piqueniques particulares.

Ela percebeu que tinha funcionários da reserva oferecendo lanternas de papel às pessoas ali reunidas.

— Nossa, o lago é lindo! — Ela comentou, observando as águas calmas. — Mas qual é a das lanternas?

— É uma tradição do festival de Outono daqui. Sabe, como os chineses fazem?

Anne se lembrou de uma matéria sobre o ritual chinês de soltar lanternas de papel no céu que tinha lido em uma velha revista, na recepção da diretoria da escola onde fizera o fim do ensino fundamental.

Tinha lido aquilo anos atrás, mas de alguma forma o texto estava fresco em sua cabeça como se o tivesse lido no café da manhã.

O ritual tinha alguma a ver com pedir algum desejo aos deuses ou se desprender de alguma coisa, dando um adeus final a um problema pessoal. Engraçado eu ainda me lembrar disso.

— Você quer uma? — Kol perguntou, oferecendo aquele sorriso de lado, que ela estava começando a gostar de ver. — Tem algum pedido para fazer aos deuses?

— Eu até achei a ideia interessante, mas acho que não vamos achar um lugar para sentar por aqui. — Ela disse, apontando para as pessoas que já estavam por ali.

Realmente, parecia que todo os melhores lugares ao redor do lago já haviam sido tomados.

Kol parou e procurou por algum lugar onde eles pudessem se sentar. Então foi até um dos funcionários que distribuía as lanternas e voltou com duas delas.

— É, aqui realmente está tomado. — Disse. — Mas eu sei de um lugar ainda melhor do que este. Você acha que dá conta de me acompanhar por umas trilhas um pouco mais difíceis?

Anne olhou para suas botas de cano curto, não era o ideal para um passeio daqueles, mas sabia que tinha coordenação motora suficiente para não acabar pagando um mico. Para não dizer que isso vai me deixar a sós com ele. Vou poder perguntar sobre o maluco da lanchonete. É agora ou nunca, garota.

— Sempre estou no clima para um desafio. — Ela disse e pegou sua lanterna.



Kol assumiu a liderança do passeio, guiando-a por trilhas menores do parque, onde Anne notou que poucos arriscavam explorar.

Era o tipo de lugar onde casais achavam alguma privacidade no meio dos visitantes do festival de Outono.

O caminho que seguiam tinha poucas marcações ou placas de informação e ela imaginou que só exploradores mais experientes se arriscavam por aqueles lugares. Ali, a floresta parecia reinar absoluta.

Em determinado momento Anne começou a escutar o som de água corrente.

— Alguns riachos atravessam a extensão do parque e desembocam no lago Tillman, nós estamos perto do riacho Gott, um dos principais daqui. Parte dele acaba no lago enquanto outra segue até Amherst . — Kol explicou enquanto caminhavam.

Ela percebeu que ele estava acostumado com aquele tipo de caminhada, parecia estar o tempo todo conectado à natureza, como se sentisse muito mais a vontade nela.

Estava na cara que ele poderia estar andando muito mais rápido, mas estava retardando seu ritmo para se ajustar ao dela.

Ele a ajudava a perceber buracos no chão e retirava pedaços de galhos e mata do caminho, para que ela não tropeçasse. Quem disse que o cavalheirismo morreu?

Eles andaram por mais ou menos quinze minutos, até que o som do riacho começou a diminuir um pouco.

As árvores começaram a dar lugar à uma pequena clareira, onde Anne viu um agrupamento de pedras grandes que delimitavam uma versão menor do lago Tillman, como se fosse uma muralha natural abraçando o corpo de água.

A partir do pequeno lago, a água escorria por pequenos braços e ela imaginou que eles deviam convergir no riacho pelo qual tinham passado.

Na luz da lua, o pequeno lago parecia brilhar como uma poça de prata.

Isso aqui é lindo... — Anne disse, sem acreditar na paisagem à sua frente.

— Esta é a nascente do Gott. — Kol explicou. — Parte dele corre pelo subterrâneo e este é o ponto onde ele sai para a superfície. São poucas pessoas que gostam de vir até aqui, o lago tem um acesso muito mais fácil.

Os dois escalaram uma das pedras ao redor da nascente, Kol a puxou pelo braço, com delicadeza para que não escorregasse e desse de bunda no chão.

Pegando o isqueiro que comprara junto das lanternas, ele acendeu sua lanterna.

— Pronta para fazer seu pedido? — Disse, enquanto a observava ela acender a dela.

— Na verdade, eu vou me despedir de algo. — Ela respondeu.

Anne esperou o ar quente se acumular em sua pequena lanterna de papel e quando sentiu que estava pronta, disse.

— Adeus adolescência complicada. Olá, futura vida adulta! — E então libertou sua lanterna.

Kol viu a lanterna dela ganhar o ar e então se pronunciou.

— Adeus problemas de família e expectativas que não pretendo cumprir. Olá, destino novo! — Disse, por sua vez, e fez sua lanterna voar.

Os dois ficaram ali, observando as pequenas lanternas de papel seguir seu caminho rumo ao céu.

Depois de algum tempo, avistaram outras se juntar as deles e logo o céu estava brilhando com a luz das lanternas do festival. Isso é realmente incrível.

Anne olhou, tentando não ser descarada, para o semblante de Kol enquanto ele apreciava o show. Vamos lá, acho que a hora é agora.

— Hum... Kol? — Ela disse, sem jeito.

— Sim? — Ele perguntou, abaixando seu olhar e se focando nela.

Os profundos olhos azuis dele a fizeram se lembrar da imagem do lobo negro, assumindo uma forma humana e depois dele se aproximando dela no sonho. Foco!

Ela ajeitou o tecido da calça e então se sentou na pedra. Kol fez o mesmo e ficou esperando ela falar.

— Tem algo que eu... — Anne começou, mas estava achando difícil encontrar as palavras. Como é que posso perguntar isso? "Olha, você poderia me dizer se o louco que quase me matou era mesmo algum tipo de monstro?"

Você quer saber sobre o dia em que foi atacada? — Ele disse, parecendo ler por trás da agonia dela.

— Sim, eu quero. — Ela o encarou com firmeza. — Quero saber exatamente o que aconteceu depois que perdi a consciência.

— Eu imaginei que, eventualmente, a conversa fosse acabar nesse assunto. — Ele sorriu. — O que, exatamente, você quer saber?

— Eu... não sei bem.

— Eu acho que você sabe sim. — Kol disse, sério. — Acho que você quer me perguntar se eu vi o que aquele sujeito realmente era.

Anne foi pega de surpresa pela forma como Kol atirou aquilo nela. Então ele também viu.

— Ele não saiu correndo assim que te viu, não é? — Ela disse, prestando muita atenção no rosto e reação de Kol. — Sei que foi o que você disse à polícia, mas eu... acho que me lembro de ter escutado vocês brigar.

— Eu sei, você ainda estava meio consciente quando cheguei. — Ele admitiu sem meias palavras.

— O que era aquele cara? — Anne tirou, finalmente, a pergunta que estava martelando sua cabeça.

Kol ficou em silêncio durante alguns segundos, como se estivesse pensando no que dizer.

— Ele era um Desaurido. — Começou a explicar. — Um homem lobo que perdeu qualquer traço de consciência ou empatia humana. Eles são bestas selvagens, essencialmente.

Anne escutou tudo aquilo, tentando não surtar,e ao mesmo tempo, tentava entender como Kol podia falar daquela forma. Como se aquilo tudo fosse a coisa mais normal do mundo.

— Um lobisomem? — Ela questionou. — Sério mesmo?

— Você pode até querer acreditar que sou louco. — Kol continuou. — Mas acho que viu o suficiente para saber que aquele cara não era humano.

— Não sei bem o que vi na hora...

Kol lhe dirigiu um olhar duro.

— Anne, você perguntou e eu estou sendo honesto com você. Dá para cortar essa besteira de "não sei o que vi", e me pagar com a mesma moeda?

Ela riu. Ele realmente acha que eu vou acreditar nisso tudo?

— Olha, acho que isso foi um erro. — Disse e se levantou. — Eu vou procurar Julia e Jack, não precisa se preocupar mais comigo, ok?

Anne desceu da pedra e começou a caminhar para fora da clareira. Que bela forma de terminar um encontro. Bem a minha cara encontrar um gato desses e descobrir que ele não bate bem das ideias.

Ela escutou quando Kol bufou, obviamente irritado. Então alguma coisa brilhou atrás dela e ela se virou para ver a fonte daquela luz.

O lugar onde Kol estava tinha sido tomado por um tipo de luz branca, um tanto pálida. Fantasmagórica.

A luz se moveu, pulando da pedra e caindo bem na frente dela. No momento em que tocou o chão, sua luminosidade foi se apagando até dar lugar a forma de um lobo de pelos negros.

Um lobo enorme.

O animal ergueu o rosto e então seus olhos se cruzaram, prendendo-a no lugar. Isso não é possível.

Um par de olhos azuis profundos a encarava com firmeza.

Uma evidência irrefutável daquilo que seus instintos lhe diziam ser real, mas sua razão tentava negar.

Kol? — Anne perguntou, em um sussurro assustado.


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O que estão achando da história até agora? O que acham que espera Anne agora que Kol jogou algumas verdades na cara dela? Me conta aí nos comentários!

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