Trezentos Laços De Cetim

gislainegodoy द्वारा

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Trezentos laços de cetim trás a história de Anamabile... Uma menina de dezessete anos anos que mora nos Esta... अधिक

Prólogo de Anamabile
Ainda não é o momento...
O caos...
A notícia
A partida...
Reencontrando a Vó Nina...
Capitulo 8

Diná

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gislainegodoy द्वारा


— Diná, pelo amor de Deus! Você precisa se controlar, eu sei que é um momento extremamente difícil, mas você precisa ser forte! É reversível, sair do coma já foi vencer uma batalha. Precisa reagir...

— Não Dra. Deyse... A senhora não tem ideia do que é viver o que eu estou vivendo. Primeiro a separação, agora Ana... Parece que a minha vida simplesmente está indo embora. Tudo que eu mais queria era poder embarcar no primeiro avião para o Brasil.

— Você está decidida voltar?

— Eu não tenho alternativa, os custos desse tratamento aqui são inviáveis pra mim, além do que não posso sair do meu trabalho pra cuidar dela. Assim que ela estiver de alta, partimos... Já arrumei praticamente todas as nossas coisas.

— Ela precisa de mais dias... E viajará sob medicação... É imprescindível que o tratamento continue no Brasil. Sei que existem médicos muito capacitados lá e dará tudo certo. Mesmo assim penso que o mais prudente seria continuar o tratamento aqui.

— Dra. eu estou desesperada! Não estou no meu País, há muito tempo, não estou perto da minha mãe... Estou separada... E só Deus sabe os motivos dessa separação! Eu estou a ponto de explodir... E agora a minha filha está doente  e ... E eu não sei o que fazer para ajudá-la! A senhora entende?

— Eu sinto muito! De verdade. Eu não sei o que tem passado, mas digo pra você,  vai precisar ser muito forte. E mesmo tendo toda a força necessária, mesmo lutando com todas as suas forças, a vitória não será garantida. Não quero iludi-la, quero que você acredite que ela pode conseguir. Mas...

— Mas... - Diná buscou a resposta nos olhos daquela médica que se tornara uma amiga naqueles longos sete dias.

— Mas ela também pode não conseguir e eu lamentaria muito se isso acontecesse...

As duas então se abraçaram e Diná chorou no ombro de alguém como há muito tempo não fazia... Depois a médica saiu deixando-a sentada em uma cadeira com um copo de café em uma das mãos.

Os pensamentos perdidos e o café esfriando... Como vinha sendo de costume... Mas a necessidade de cafeina era tão grande nos últimos dias que não podia se dar ao luxo  de questionar a temperatura.

Caminhou até a janela em passos lentos. Os olhos cansados pareciam quase fechar-se, debruçou-se sobre o beiral da janela. O dia estava cinzento e frio. Diná lembrou-se do primeiro sorriso de Ana... Era algo que jamais esqueceria. Seus olhinhos espertos sempre procurando o som da sua voz. Ela era a alegria daquela casa... Ela era a vida em sua vida. E ela não se importava de não poder alimentá-la com seu seio. Era tão plena sua felicidade que todos os detalhes ficaram pequenos. Todo enxoval preparado com as inicias do seu nome. Nome que fora escolhido cuidadosamente. O vento frio irritava a pele de Diná, mas ela não se importava. Era como se nada mais pudesse feri-la, nada mais do que toda a dor que vinha suportando. Era um inverno congelante dentro dela. Sentia alívio em voltar para o Brasil, mas sabia que travaria uma batalha com Ana, ela ficaria muito zangada. Ficar longe do pai não lhe agradava, aliás era algo que nem passava por sua cabeça.

A separação já tinha sido algo bem doloroso, partir seria um choque. Mas o que fazer?

Seus pensamentos foram interrompidos pelo som do celular. Era Robert, há muito tempo não se dirigiam a palavra, mas agora, nesse momento isso seria impossível. Ela havia deixado recado para que ele ligasse, precisava falar da viagem, da doença de Ana e precisava olhar em seus olhos pela última vez...

Então quase que sem voz disse:

— Alô...

Do outro lado um pesado silêncio intercalado com um respiração profunda deu inicio a conversa.

— Diná... Eu recebi seu recado... Você disse que precisava falar comigo... Como está a Ana?

— Preciso que venha até o hospital o mais rápido possível, ela está estável, porém sedada. Preciso que venha para acertarmos algumas coisas... Pode passar aqui? 

 Seu coração acelerado pedia pra que ele dissesse que não, que tinha uma reunião importante, que podia falar por telefone. Mas ele respondeu que passaria em meia hora. Sufocando mais ainda seu peito com a possibilidade de ter que novamente olhá-lo, de novamente ouvir sua voz e lutar contra o sentimento que talvez nunca morresse dentro dela, mesmo depois desses dois anos de separação, mesmo com tudo que havia sofrido. 

Pegou o espelhinho na necessaire que estava na bolsa. Mas estava muito cansada para se preocupar com as olheiras ou com a falta de cor nos lábios ressecados. Sentia-se tão perdida, tão sozinha... Desprotegida... Era a sensação exata naquele momento.

As lágrimas rolavam na face naturalmente, já não havia mais controle...

Olhou as horas no relógio de pulso e o tempo que era algo tão escasso em sua vida... Agora teimava em não passar... Contava os segundos na expectativa de que algo fora do comum acontecesse, um milagre ou que alguém viesse lhe dizer que tudo havia sido um grande pesadelo.

Abriu a porta e saiu da pequena sala em direção a UTI . No caminho pessoas iam e vinham freneticamente, mas para Diná tudo estava em câmera lenta. 

Entrou e foi surpreendida com o leito vazio... O coração disparou. Mas 

logo veio a explicação da enfermeira. Ana tinha ido para o quarto. 

Diná sabia que aquilo não significava que ela havia melhorado, mas já lhe dava um certo alívio.

Caminhou apressada até o elevador, olhou novamente no relógio, havia combinado com Robert na lanchonete do hospital, mas ainda tinha alguns minutos. Contou os andares, intermináveis andares até que a porta se abriu. Num impulso de entrar deparou-se com a pessoa de quem vinha fugindo os dois últimos anos de sua vida. Os olhares se perderam... Nem no último encontro, aniversário de Ana, os olhos tinham se encontrado por tanto tempo.

— Oi Diná... disse Robert saindo do elevador.

— Oi. - respondeu seca e procurando algo em que pudesse fixar os olhos. O chão a principio foi o primeiro refugio.

— O que aconteceu? Vim o mais rápido que pude. Ana está bem?

— Sim, na medida do possível. Precisamos falar com ela, sobre a doença, a médica insiste que ela precisa saber o que está acontecendo e achei que seria importante para ela que estivéssemos juntos nesse momento.

— Obrigado Diná.

— Não me agradeça, faço isso por ela.

O silêncio mostrou que aquilo não era uma conversa amigável.

— Ela já está no quarto e daqui alguns dias, se tudo correr bem, ela terá alta.

— Quer  tomar um café, assim conversamos melhor. - sugeriu Robert.

Diná novamente olhou em seus olhos.

— Não, obrigada. Também gostaria que soubesse que assim que Ana estiver de alta, voltaremos para o Brasil.

— Como assim voltar para o Brasil? Ana está com uma doença muito séria! Não pode voltar!

— Ela será medicada e começará o tratamento assim que chegarmos.

— Porque está fazendo isso? Quer me punir?

Diná irritou-se com a pergunta.

— O quê? Tentando salvar a minha filha?

— Nossa filha!

— Aqui ela terá o melhor tratamento, não faz sentido você sair daqui num momento desse.

Nesse momento Diná já mordia o lábio inferior, hábito de quando estava muito nervosa.

— Você sabe quanto custaria um tratamento para Ana aqui? Eu não tenho condição de sair do meu emprego pra cuidar dela e não posso simplesmente deixá-la todos os dias com uma empregada e contar com a sorte pra que ela não tenha nenhum desmaio enquanto eu estiver fora.

— Mas eu posso pagar... E você pode sair do seu emprego. Eu vou suprir tudo que você e Ana precisar.

— Acorda Robert! Ana tem leucemia, sabe quantas quimioterapias ela pode precisar? Sabe quanto custa cada sessão, cada medicamento? Sabe quanto tempo tudo isso pode durar?

 Colocou as mãos no bolso, desejando não ter que dar tantas explicações. Respirou fundo e continuou num tom mais equilibrado:

— Preciso que me ajude, conversando com Ana, dizendo que é o melhor nesse momento. Minha irmã está trabalhando em um hospital muito conceituado em São Paulo e já está tudo encaminhado, ela fará todo tratamento lá. Terei o apoio da minha mãe e poderei com o dinheiro que guardei acompanhar o tratamento dela. Junto com ela. Por favor... Entenda.

— Você me odeia Diná. Nunca irá me perdoar pelo que fiz, não é mesmo?

— Isso não vem ao caso agora Robert, o que precisamos nesse momento é ajudar Ana. Ela precisa muito do nosso apoio. Não quero que se desestabilize mais ainda emocionalmente. Preciso que me ajude por favor. Desejou não ter que olhar tanto para aqueles olhos. 

Robert não desviou o olhar e mesmo desejando implorar para que ficasse, para que tentassem uma última vez se reaproximarem, mesmo que quisesse abraçá-la e protegê-la de todo aquele pesadelo,  apenas disse consternado:

— Como você quiser... Vou subir para ver Ana e quando ela estiver de alta conversaremos com ela.

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