Traga-me para a Vida (Os Thom...

By OllyMolinari

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Alice Kaufmann teve a sorte de encontrar um pretendente na sua primeira temporada em Londres. Lucius Oldenber... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
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Capítulo 5

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By OllyMolinari

Os criados chegaram e desta vez, Judith trouxera alguém para auxiliá-la. Alice não se recusou a se arrumar e descer para o jantar. Na realidade não estava com fome, mas as palavras do Duque lhe soaram bem sinceras e caso se recusasse a descer, talvez ele viesse mesmo buscá-la.

A criada lhe colocou um vestido de Musseline verde. Seu corte se ajustava perfeitamente ao corpo esbelto de Alice. Era em vão preocupar-se com a beleza, sendo que estava inválida numa cadeira de rodas, mas não podia usar qualquer coisa no Palácio de um Duque.

Um criado alto e forte a pegou nos braços e com delicadeza passou o braço em volta de seu pescoço. O homem era negro, mas se vestia muito bem, assim como todos os outros criados. Lady Thompson deveria ser muito boa com eles, pois trabalhavam com um sorriso nos lábios. Ele desceu as escadas com ela em seu colo e pareceu nem fazer força alguma.

― Obrigado. - agradeceu após o homem a colocar na cadeira de rodas. ― Seu nome?

― Steve. - respondeu tranquilamente. ― Estarei aqui para ajudar a senhorita no que for preciso.

― Deixe de ser abusado, Steve. - Judith ralhou.

― Não a vi por todo o dia. - Alice disse, direcionando-se à governanta.

― Oh sim! - ela sorriu. ― Estava resolvendo algumas coisas para a minha senhora, mas já estou de volta... oh minha vida é uma correria, mocinha.

― Ora, ora, já está enchendo a senhorita Kaufmann com suas baboseiras, Judith? - a voz soou do topo da escadaria e Alice a reconheceu de imediato.

― Não fale assim, Charles. - Judith o repreendeu e voltou seu olhar à jovem. ― Vê o que estes jovens fazem comigo?

Alice riu e observou enquanto Charles descia as escadas. Era um homem elegante e bonito, mas a imaturidade lhe era aparente. Deveria ser um desses homens que esbanjavam a fortuna de sua família em jogos e amantes.

Sentiu um nó no estômago quando se lembrou de Oldenberg. Charles o lembrava muito e Alice não gostou nada disso. Odiava lembrar-se daquele miserável que lhe roubara sua vida, seus sonhos.

― Deixe que eu acompanharei a senhorita Kaufmann até a sala de jantar. - Charles sentenciou quando atingiu o último degrau. ― Espero que aprecie a minha companhia.

Alice assentiu e abriu um leve sorriso, não gostava de olhar para ele e se lembrar de Lucius, era como um tormento. Apesar de serem bem diferentes fisicamente falando, o comportamento parecia ser o mesmo.

Charles se posicionou atrás da cadeira e a empurrou. Como era de se esperar, não teve que se esforçar para chegarem à sala de jantar. Lilian, Evelyn e Phillip já estavam sentados, esperando-os e tentando escolher qual vinho beberiam aquela noite.

― Está radiante Alice! - Evelyn comentou ao ver Alice passando pelas grandes portas. ― Fico feliz que tenha se juntado a nós.

― Temo que tenha levado a sério minha pequena ameaça. - Phillip comentou com um meio sorriso. ― Fico muito satisfeito.

Alice sorriu timidamente. ― E como não levaria a sério a ameaça do Duque?

― Geralmente não levamos muito a sério as ameaças de meu irmão. - Charles interrompeu enquanto arrumava o guardanapo em seu colo.

― Mas deveria, principalmente você, Charles.

Alice sentiu um clima pesado entre o Duque e seu irmão. Eles se olharam de uma maneira que palavras não eram necessárias. Por um instante, Alice temeu ser o motivo daquele desentendimento.

― Quando Louise irá voltar? - Charles perguntou fitando sua mãe. Lillian suspirou.

― Recebi outra correspondência e diz que ficarão por mais uma semana em Paris. Louise está encantada.

Lilian não imaginava o fardo que estava tirando das costas de Phillip. Sabia de seu compromisso com Louise Blanchard, mas não estava pronto para vê-la e firmar aquele noivado tão cedo.

― Em compensação teremos o baile de inverno, esqueceu-se Phillip? - Lilian perguntou.

Claro que havia esquecido. Por Deus já havia tantas coisas em sua cabeça, como poderia enchê-la mais ainda com bailes e festas para aquela sociedade medíocre?

― Não, mamãe. - mentiu. ― Não me esqueci.

― Um baile é tudo o que preciso neste momento. - Evelyn cutucou Alice. ― O último fora um desastre, principalmente quando Lorde Herington derrubou aquela coisa gosmenta que ao menos sei o que era.

― Sinto muito minha irmã, mas creio que Lorde Herington havia se chateado após ter negado uma dança a ele. - Charles segurou o riso.

― É claro que neguei! E negaria novamente! - Evelyn se irritou. ― Ele é um homem nojento! Pensa que não o vejo passando aquela mão gosmenta em partes pouco apropriadas das jovenzinhas.

― Realmente é algo nojento e grotesco. - Alice concordou.

― Mas isso é o de menos, o pior foi quando veio aqui me cortejar. - Evelyn disse, contrariada. ― Ainda bem que Phillip lhe negou minha mão, eu estaria em péssimas condições com aquele canalha.

― Porém, um canalha endinheirado. - Phillip suspirou. ― Mas arranjaremos um bom homem para você, Evelyn.

Evelyn lançou um olhar cúmplice ao seu irmão e sorriu. Alice notou como havia uma ligação estranha entre os dois e sorriu também. Nunca soube o que era ter um irmão, pois sua mãe tivera dificuldades em engravidar e quando conseguira, o médico a alertara de que seria o único filho que poderia ter. Talvez isso explicasse um pouco do ódio que sua mãe sentia por ela, a amou apenas quando esteve a ponto de fisgar o herdeiro de um ducado, mas quando o perdera, tudo se foi por água a baixo.

― Não tens a intenção de se casar, Alice? - Lilian perguntou. Alice se remexeu desconfortavelmente na cadeira.

― Não, Milady. - respondeu simplesmente e voltou a baixar o olhar para seu prato.

― Quero que saiba que já a considero parte desta família, Alice. - Lilian percebeu seu desconforto. ― Podes desfrutar dos bailes e despertar o coração de algum bom homem.

― Não acredito que consiga despertar o coração de ninguém, Milady. - Alice sentiu as lágrimas invadirem seus olhos, mas as segurou bravamente. ― Estou bem assim.

― Amiga, se for para se casar com um canalha é melhor morrer solteirona. - Evelyn piscou. ― Veja bem, eu não me casarei enquanto não encontrar a pessoa certa.

― Mesmo que se passe cem anos? - Charles perguntou rindo. ― Quem irá querer uma velha?

― Olha aqui, seu estúpido. - Evelyn lhe apontou o dedo indicador. ― Não há mal algum em ficar solteira, veja o caso de Phillip, está solteiro.

― Pelos céus, Phillip é viúvo, tonta! - Charles disse ainda rindo. ― Tens de concordar que há uma enorme diferença entre os homens e as mulheres.

Alice observou a cena sem saber o que dizer. Segurou o riso, afinal era hilário ver aquela briguinha entre irmãos.

― Cale a boca! - Evelyn se irritou e levantou da cadeira. ― Espero que você fique solteiro o resto da sua vida, canalha!

― Tenho muito tempo pela frente, irmãzinha... - Charles sorriu diabolicamente. ― Estou no auge da minha existência e não demorará para que me case.

― Querem fazer o favor de se calar? - Phillip se levantou em meio a discussão. ― Respeitem nossa mãe e a senhorita Kaufmann, que deve estar achando toda essa conversa uma verdadeira idiotice!

― Me perdoe, Alice. - Evelyn se sentou e pegou a mão de Alice, como se lhe suplicasse o perdão. ― Não irá se repetir, mas creio que meu irmão nos ofendeu.

Alice riu. Como não iria rir? Aquela discussão banal tinha lhe feito sorrir. Charles e Evelyn eram duas crianças e agora sabia o que o Duque deveria sofrer nas mãos dos dois. Estranhou um pouco aquela conversa sobre cem anos, existência. Parecia até que eles não eram humanos.

― Também lhe peço perdão, minha querida. - Charles a fitou e apoiou sua mão sobre a dela. ― Não ligue para as baboseiras que eu digo.

Alice sentiu-se estranha ao toque de Charles, mas não retirou sua mão. Seria falta de educação e não queria ser desrespeitosa com aquela família que estava a acolhendo tão bem.

Mas Phillip não gostou nem um pouco daquela cena. Via nos olhos de seu irmão a luxúria e o desejo de satisfazer suas necessidades. Coisa que não deixaria acontecer, avisara seu irmão e se fosse preciso o mandaria para longe. Já o perdoara por inúmera vezes que os colocaram em perigo.

― Gostaria de sua ajuda, Alice. - Lilian atraiu sua atenção. ― Para organizar o baile. Já organizaste algum com sua mãe?

― Não. - negou com a cabeça. ― Infelizmente nossa família não podia oferecer bailes, não tínhamos muitas condições e nossa casa não caberia tantas pessoas.

Phillip observou como Alice falava de sua família com certo carinho no tom de sua voz. Não parecia se ressentir pelo fato da mãe tê-la colocado para fora depois de não ter conseguido o que queria. Porque sim, ele já sabia de tudo o que havia acontecido. O pretendente, o baile, o cavalo.

Nada passava despercebido pelos olhos atentos do Duque.

― Certamente sua família não tinha muitas condições? - Charles perguntou. Alice apenas assentiu.

― Mas não me envergonho da nossa situação. - respondeu de imediato. ― Enquanto nossa situação era boa, eu tive educação suficiente para estar no meio da alta sociedade e sei que não irei envergonhá-los perante os nobres.

― Mesmo que fosse criada no campo ou nas ruas, - Phillip a interrompeu ― Jamais nos envergonharíamos de abrigá-la conosco.

E os Thompson's eram assim. Apesar de serem criaturas mortais, dentro de cada um existia ainda algo de bom. Exceto quando a fome falava mais alto, mas nesse caso, em especial com Alice, tentavam se controlar ao máximo.

― Claro! Phillip tem razão. - Evelyn sorriu. ― Não somos frescos como a maioria dos nobres.

Alice sorriu e sabia que Evelyn dizia a verdade. Os Thompson's não eram aquele tipo de gente medíocre que levantava o nariz diante de uma pessoa com suas origens humildes e isso a deixava tranquila, de certa forma.

O jantar prosseguiu e ninguém disse absolutamente mais nada. Comeram em silêncio enquanto cada um mergulhou em suas próprias memórias. Alice continuava sem jeito, pois percebera os olhares penetrantes que Phillip lhe lançava vez ou outra. Já não era a primeira vez que se sentia desconfortável em sua presença.

Após o jantar, eles se recolheram para a sala de estar, onde podiam conversar e jogar ou ler. Charles imediatamente se colocou à disposição de Alice e empurrou sua cadeira até a sala. Evelyn agarrou o braço de Phillip enquanto o mesmo tentava tirar a frustração de sua face. Não deveria se sentir daquela maneira. Não podia sentir raiva de seu irmão que apenas estava sendo educado com a moça.

No entanto, não conseguia.

― Phillip, por que esse mau humor? - Evelyn perguntou, estranhando o comportamento de seu irmão.

― Não é nada.

― Imagina se fosse algo. - Evelyn suspirou. ― É por causa de Alice?

Phillip congelou e logo tratou de mudar de assunto, não queria colocar sua família a par dos estranhos sentimentos que rondavam sua mente.

― Eu vejo um pouco de luz em seus olhos quando você a olha. - Evelyn sorriu enquanto apertava ainda mais seu braço envolto no de seu irmão. ― Sei que não é da minha conta, afinal, você é um homem nos seus mais de cento e cinquenta anos e já sabe o que tem que fazer ou não, mas sinto que devo lhe lembrar o que nós somos. - parou e o fitou. ― Sem falar que a senhorita Blanchard está esperando ansiosamente a oficialização de seu noivado. Esse casamento vai assegurar nossa paz, Phillip.

― Eu sei, Evelyn. - replicou secamente. ― Alice é uma jovem especial e não há nada com o que se preocupar.

― Então não está interessado nela?

― É claro que não. - mentiu. Sim estava, mas porque iria alardear isso para alguém? Se fosse o caso, a primeira que saberia seria a própria Alice.

― O que vamos fazer hoje, meus caros? - perguntou quando chegaram ao cômodo. ― Gostaria de jogar um pouco.

― Sinto muito, mas prefiro ler um bom romance. - Charles comentou, estava sentado na poltrona ao lado da cadeira de rodas de Alice. ― E mamãe não nos acompanhará, pois está "cansada" e preferiu se retirar.

Phillip assentiu e então fitou Alice. ― Sabes jogar xadrez?

― Na verdade sim.

Phillip abriu um sorriso satisfeito e a levou até uma mesinha que era do tamanho apropriado para aqueles jogos.

― Vou ler um pouco com o Charles. - Evelyn disse. ― Aproveitem o jogo e Alice, faça-o passar vergonha igual nós fazemos com os dardos.

― Cale-se, Evelyn. - Phillip rugiu. ― Não percebeu ainda que sou eu que os deixo ganhar apenas por misericórdia?

Alice riu abertamente e aquele sorriso enfeitiçou Phillip Thompson. Era como se o mundo tivesse parado e as horas não passassem mais. Chegou à conclusão que queria mergulhar naquele sorriso, beijar aqueles lábios tão perfeitos.

― Vossa graça primeiro. - Alice disse ao posicionar sua peça. ― Não sou muito boa nesses jogos, mas creio que conseguirá se entreter.

O jogo se iniciou e logo se esqueceram de tudo ao seu redor. Charles e Evelyn logo se frustraram de suas atividades e se retiraram, mas eles continuaram ali como se estivessem dentro de uma bolha, onde só existiam os dois.

Phillip lançava um pequeno sorriso a cada vez que Alice se frustrava ao perder uma partida. Seus olhares se encontraram, cheios de contrastes e coisas não ditas.

Foi então que aquele clima se quebrou e Alice percebeu que estavam a sós, naquela grande sala e apenas o que os iluminava eram os castiçais, pois a luz do dia já havia ido embora.

― Oh meu Deus, todos já se foram e eu nem percebi. - Alice comentou. Phillip olhou ao redor e assentiu.

― Muito menos eu...

Alice sorriu novamente, um pouco incomodada com a maneira que ele a fitava. Desta vez, ele deixou que ela ganhasse a partida.

― Definitivamente eu a deixei ganhar, confesso. - Phillip comentou ao se levantar.

― Eu já sabia. - murmurou olhando a figura imponente à sua frente. ― Vossa Graça deve ter frequentado muitas casas de jogos...

A simples menção daquilo, fez a imaginação de Alice ir longe. Sim, o Duque deveria frequentar casas de jogos, prostíbulos... ele era um homem como os outros, não?

― Não. - Phillip respondeu ao se aproximar do pequeno bar e abrir uma das garrafas. ― Sempre fui contra casa de jogos, muitos perdem tudo o que possuem em apenas uma única noite.

Nesse momento, ela soube que ele não era tão mal quanto ouvira falar. Talvez... aquela fachada de homem durão fosse apenas uma maneira de colocar medo nas pessoas.

― Entendo. - replicou, perdendo-se em pensamentos. Seu pai adorava jogos de azar e talvez por isso nunca conseguiram constituir uma riqueza eficiente. Ele sempre conquistava algo e perdia em uma única noite. ― Meu pai sempre perdeu muito dinheiro nessas mesas.

― Charles também. - Phillip voltou com dois copos e se sentou de frente à Alice. ― Me acompanha?

Alice olhou para o copo de bebida que o homem lhe estendia e recusou.

― Não, obrigado. Odeio essas bebidas. - Phillip deu de ombros e colocou o copo em cima da mesinha. ― Charles, digo, seu irmão... também perdia dinheiro com apostas?

― Só não perdeu mais porque o ameacei com algumas coisas. - Phillip suspirou.

― Vossa graça teria coragem? - Alice perguntou.

Ela realmente não o conhecia. Phillip olhou para o liquido em seu copo e abriu um sorriso diabólico.

― Não tenha dúvidas, minha cara.

Eles ficaram em silêncio algum tempo e Alice viu que era hora de voltar para seu aposento. Não podia ficar até tarde a sós com um homem. Não tinha nada a perder, mas um boato poderia prejudicá-lo, inclusive com sua futura esposa.

― Creio que devêssemos chamar Steve para me levar ao aposento, sinto-me cansada. - Alice disse, atraindo para si a atenção do homem.

― Eu a levarei.

Phillip se levantou, porém, ela lhe estendeu a palma da mão, fazendo-o parar.

― Não creio que seja certo. Vossa Graça não tem de se preocupar comigo e certamente o criado me levará.

― De jeito nenhum. - Phillip insistiu e abruptamente se ajoelhou perto da cadeira de Alice, fitando-a face a face. ― Eu a levarei. - Repetiu em tom sério e autoritário.

E antes que pudesse reclamar, Phillip a pegou no colo e a carregou porta a fora, passando pelo vestíbulo e subindo as grandes escadas que levavam ao andar de cima. Alice se sentia protegida naqueles braços, mas ao mesmo tempo sentia-se incomodada, como se algo não estivesse certo.

Phillip não disse nada, apenas sentiu aquele cheiro de rosas que vinham dos cabelos encaracolados de Alice. Seu cheiro era divino e o fazia querer sentir cada vez mais. Queria passar as mãos pelos cabelos, pelo colo, pelos seios e chegar a lugares que só em sua mente conseguia imaginar.

Mas que eram perigosos demais.

Quando chegou ao seu aposento, a porta estava fechada, mas com a mão livre, Alice a abriu. Era como se após o casamento estivesse levando sua esposa para o ninho de amor, reservado para os dois.

Imagens de sua falecida esposa invadiram a sua mente e tratou de cortá-las no mesmo instante. Que diabos era aquilo?

Phillip sabia que estava ultrapassando os limites de intimidade entre um homem e uma mulher, mas não conseguia resistir. Alice era tão diferente e lhe trazia sensações que há tempos estavam adormecidas.

Praticamente todas as mulheres com quem dormira nos últimos tempos lhe serviram como refeição.

Ele a colocou na cama e a observou demoradamente.

― Quero apenas agradecer tudo o que a Vossa Graça e sua família tem feito por mim, não sei como retribuí-los.

Mesmo sabendo que não era certo, Phillip a tocou no rosto gentilmente.

― Não precisa se preocupar em retribuir.

E naquele momento ele se viu hipnotizado com aqueles olhos. Como por impulso, aproximou seus rostos, ansiando por aquele beijo.

Alice viu o que estava por vir. Não poderia deixar aquilo acontecer, então sem pensar nas consequências segurou seus ombros antes que pudesse tocar seus lábios e virou o rosto.

― Isso é um erro!

Phillip a fitou descrente. Por um lado, sentiu-se decepcionado, por outro, nervoso. Era um misto de sensações.

Ela o recusara! Alice recusara um beijo seu! Nunca uma mulher em sã consciência o tinha rejeitado dessa maneira.

― Me perdoe, senhorita Kaufmann. - Phillip disse secamente enquanto se recompunha e se colocava em pé. ― Tenha uma ótima noite.

Virou as costas e se foi, sentindo aquela raiva consumindo seu ser. Sabia que era errado, estava praticamente comprometido com outra mulher, mas por mil raios não ligava para isso! Era o Duque e queria Alice, queria seus beijos e ela o privara disso!

Será que estaria encantada por Charles? Não queria pensar nessa possibilidade, pois não sabia o que era capaz de fazer.

Charles era seu irmão, mas se fosse preciso, o tiraria de seu caminho sem dó e nem piedade.

Alice o viu virar as costas e sair apressadamente sem mal lhe dar boa noite. Sentiu-se fragilizada por isso, não queria que ele a odiasse por tê-lo rejeitado, mas deveria entender que seu coração estava aos cacos e não queria que ninguém a fizesse sofrer outra vez. Phillip Thompson era um homem comprometido e deveria dedicar toda essa atenção à sua futura esposa e não para ela, uma simples inválida.

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