- Hazel obrigada pela água, trabalhei naquele reservatório por muito tempo.
Quem falava era um senhor, enquanto regava algumas flores na frente dos dormitórios.
Fiquei curiosa para perguntar sobre algo.
- Já que o senhor...
- Antony pode me chamar assim.
- Antony, já que o senhor conhece o lugar, acha que existe cômodos com maquinas de bomba lá quente não sei aconchegante, para tipo... um ninho?
Ele largou o regador.
- Acha que aquelas coisas, estão tendo ovos?
Os olhos dele arregalados me assustou um pouco como se ele soubesse algo.
- Não falei isso, só me responda.
- É quase um labirinto, pode se dizer que sim, há muitos motores que fazem ficar quente algumas partes.
A última coisas que queria era ter que explodir o único reservatório que poderia nós abastecer por anos.
Acenei com a cabeça e fui até uma de minhas tendas aonde era a antiga cabine do general, lá alguém estava sentada em minha cadeira, quando se virou adivinha. Gina.
- O que você quer?
Ela virou a cadeira e se apoiou em minha mesa.
- O que tratamos! Meus colchões.
- Ah claro. Olha garota agora tenho muitas coisas pra resolver, que tal voltar depois.
Do nada ela surtou e bateu na mesa.
Se ela não sai-se da minha frente, meu estress que tava até meu pescoço ia transferir pra ela como um vírus de computador.
- Olha Gina nós não temos equipes de busca agora para colchões, a melhor equipe que tenho esta atrás de comida para a chegada do inverno, então por favor dá um tempo.
Gina não era feia apesar de seus dentes descuidados e cabelos ressecados. Ela deu a volta na mesa e apesar de baixa me encarou.
- Eu quero meus 4 colchões ou um encontro com o homem mais lindo daqui.
Respirei fundo e fechei a mão a segurando já sabia quem ela estava falando via os olhares dela pra ele.
- O que você quer? Leon? Vá em enfrente tenta a sorte. Mas cuidado ele pode se apaixonar.
Ela sentia meu tom de ironia
- Só não quero transformar sua vida em um inferno Hazel e olha que sou capaz. Já que não tem os colchões, tem alguém pra eu dormir, aquele gostoso.
- Vai ser dificil tranformar minha vida em um inferno Gina pode ter certeza. Mas se eu conseguir aí você esquece estes colchões e para de me encher?
- Sim.
Aquele "sim" dela era tão cínico.
Ela saiu toda metida, eu apenas sentei na cadeira e comecei falar sozinha.
"Agora tenho que lidar com essa maluca, eu vou ficar maluca"
Mau abaixei a cabeça e Dean entrou alertando.
- Hazel achamos uma garota, bastante machucada. Venha logo.
Levantei rapido e fui até lá fora, parecia critico sua situação. Caleb estava ao lado dela colocando aparelhos pra respirar, tinha um rasgo enorme ao lado de sua barriga, cobrido com areia mas não era isso que a fazia ter convulsões e babar algo vermelho e sim algo em sua garganta. Estava na cara que precisaria de uma cirurgia
Colocamos ela na mesa esterelizada.
- Caleb precisa de algo pra cirurgia?
Disse sem saber pra onde olhar com tanto sangue.
- Claro. Álcool, panos limpos e suas mãos Hazel.
A larguei na hora.
- O que?
Caleb riu da minha cara de espantada mesmo naquela situação que não tinha a mínima graça.
- Vou precisar de você aqui e... E o Leon ele sabe essas coisas ouvi que era médico em campo. Dean vá chamar Leon rápido. Agora escute preciso que precione o peito dela.
Ligamos ela a um único aparelho para medir sua pressão e os batimentos cardíacos. Seu coração média 177, estava a ponto de ter uma parada cardiorrespiratória.
Leon chegou em seguida, colocando as luvas.
- O que aconteceu Caleb?
Ele me deu uma olhada rapidamente.
- Ela deve estar com algo na garganta, preciso que você com a Hazel precione o peito dela bem forte.
Ele tirou minha mão e colocou a dele primeiro, e depois a minha por cima.
- Precionem agora. Vamos parem de se olharem.
Caleb pegou uma pinça gigante e enfiou na garganta da menina.
- Calma estou quase... quase lá i....
Com um puxão Caleb retirou com a pinça uma espécie de pen drive.
Tentem entender o que era.
Caleb limpou o objeto rapidamente.
- É um pendrive de uns 5 cm.
Nós nos entreolhamos nos perguntando como?
A menina havia parado de ter as convulsões agora o rasgo da parte direita de sua barriga aonde eu estava começou a jorrar sangue em toda minha cara e roupa, a fechei com minhas mãos.
Rapidamente Leon deu a volta até meu lado.
- Precisamos lavar toda essa areia. Pra ver o que é.
Caleb puxou uma pequena mangueira de chuveiro e deu a Leon, ele começou a retirar toda a areia, não parecia uma mordida mas um rasgo de algo pontudo que saiu dilacerando. Agora seria a parte mais ardida.
- Caleb me de o álcool.
Um tubo de meio álcool foi jogado, a menina gritou, gemeu de dor e se contorceu.
- Aguenta você vai conseguir.
Eu dizia mas não parecia esta me escutando.
O sinal de seus batimentos começou a abaixar. E logo não tinha sinal.
Soltei o ferimento e precionem a mão em seu peito fazendo a massagem cardíaca depois de umas 20 ela recobrou a consciência.
Caleb aplicou uma medicação para ela dormir sem morrer e conseguimos limpar o ferimento tranquilamente.
- Leon você consegue fechar?
- Sim. Traga mais álcool. Hazel segura as duas partes da pele por favor.
Fiz uma pequena pausa.
Sentarmos em dois banquinhos do lado da abertura, um ao lado do outro, peguei as duas partes e Leon começou a fechar.
- Acha que ela vai sobreviver?
Naquela hora tinha esquecido por um momento a discussão que tivemos ontem.
- Vai. Se não infeccionar. Com todo esse álcool que jogamos provavelmente não.
Olhamos um para o outro e rimos, coloquei a cabeça em seu ombro mas logo tirei quando percebi o que estava fazendo.
Leon continuou a costurar e falar.
- Ela estancou o ferimento rapidamente com a areia, bem criativo.
- Não isso se usa em combate. Ela foi inteligente, a areia não deixa o sangue sair, impedindo uma hemorragia.
- Pronto.
Logo Caleb chegou com álcool.
- Caleb já sabe o que fazer com ela. Quando ela estiver acordada me chame.
O alertei me levantei e sai, cheia de sangue em toda parte. Leon vinha logo atrás
- Precisa de ajuda?
- Com o que?
- Todo este sangue!
- Não. Sou bem grandinha pra tomar banho sozinha.
Ele ficou bem na minha frente me segurando.
- Hazel não acredito que está com raiva de mim por conta de meu passado.
- Você não entende mesmo né! Estou com raiva porque não me contou.
- O que que ia falar " A sou da CIA, mas trai os Estados Unidos porque sou um espião russo"
- Sim. Seria bem mais claro não acha.
Devia ter percebido sua voz é familiar.
...
Ainda continuei andando até o vestiário, onde tinha uns chuveiros ainda elétricos que quase ninguém ia lá. Leon era como eu não desistia fácil e foi caminhando comigo me parando no meio do pátio.
- Me desculpa Hazel. Prometo que vou te contar tudo e não vou te esconder mais nada.
Ele segurava meu rosto e me beijou sujando seu rosto.
Porém pensei em algo.
- Claro.
- Oque? Você me perdoa?
- An? Ainda não, Mas por hora vai me obedecer, como sua líder.
Ele franzil a sombrancelha e me soltou.
- Quero que tenha um jantar com a Gina.
- Gina quem é ela? E porque?
- A prometi que se me desse o mapa do reservatório, daria 4 colchões a ela mas como não vou, ela quis um encontro com você. Pra ela parar de me infernizar. Vai só vai ser um espaguete.
- Eu prometi a você. Mas vou pensar. Mas quero algo em troca também.
Sem paciência perguntei.
- O que é?
- Seu perdão.
- Vai ter quando for digno dele.
Chegando lá retirei minha roupa e coloquei a arma ao meu lado, a água quente em meu pescoço era relaxante pra um dia tenso, estressante e cheio de favores.
De repente ouvi um barulho, peguei minha arma e a toalha rapidamente, deixei a água ligada para o que fosse pensasse que não estava preparada, andei algum quadros de chuveiro e quando virei apontei deixando minha toalha cair.
- Opa, pensei que não teria ninguém aqui.
- Eu falei que eu estaria aqui Leon.
- Já que estamos aqui.
Logo percebi estava sem a toalha e a ergui.
- Esqueci de te dar algo uma coisa a você, eu que fiz.
Me aproximei.
- O que é?
Disse revirando os olhos.
- Abre!
Estava embrulhado em um papel metálico azul.
- Que util obrigada, estava precisando, shampoo.
- Não só isto. Uma Rosa para um flor.
Apenas o sorri, relembrando velhos tempos.
- Me espere lá fora. Vou terminar meu banho.
- Não quer que eu...
- Nãooo.
Quando terminei no banho me vesti usando uma calça jeans azul escuro com uma blusa de frio preta capuz e meu coturno, coloquei ainda um coudri robocop que se colocava na coxa, amarrei meu cabelo como de costume.
...
Lá pra umas 11 da noite Caleb me chamou a menina havia acordado.
Me sentei ao lado dela e devagar ela me olhou já sem os aparelhos de respirar.
- Sabe seu nome? Aonde está?
- Cof... cof...
Ela apenas tosia.
- Qual seu nome?
Com a voz fraca e lenta ela falou.
- Kenna.
- Kenna!!! Kenna o que aconteceu com sua barriga?
- Eu... tentei desviar de um...zumbi.
- Entendo. E o pen drive que foi encontrada em sua garganta?
- Estava... com fome... muita fome...
- E comeu o pen drive?
- Não!!! Estou com fome agora.
- Logo irá comer, agora me diga por que engoliu o pen drive?
Ela me olhou com lágrimas nós olhos.
- Fui forçada.
O estado dela era deplorável mesmo, o corpo bem magro, olhos fundos.
- Quantos anos você tem?
- 13.
- Você era de algum grupo?
- Sim... cof... mas eles não me quiseram, porque...
- Porque não te quiseram Kenna?
- Fui exilada, por não seguir algumas regras.
- Entendi. Depois nós falamos mais, descanse.
Ergui o coberto sobre ela.
Coloquei as mãos no bolso e fiquei pensativa não era apenas isso tinha algo mais, algum sofrimento em seus olhos.
Passei na cantina vendo Leon comendo com Gina, ela parecia uma sem noção. Esperei alguns minutos e quando ela saiu vi ele respirar fundo com as mãos na cabeça.
- Foi bom a noite?
- Que? Ah Hazel. Claro quando pessoas impróprias com molho em toda a boca tentam te beijar a força.
Olhei seu prato e o dela vazios ambos.
- Parece que gostou do espaquete dela!
- Eu não como. Ela comeu a dela e a minha comida também, não fazia muita questão.
Fui até a cozinha e vi macarrão pronto, coloquei em dois pratos com orégano e queijo ralado, voltei ainda para a mesa com uma garrafa de vinho.
- Um bom espaquete é quando se come com muito molho um bom vinho e a pessoa que você mais ama te admirando.