Sarah Casten
Acabou a hora do café e levaram meu amiguinho embora. Eu falei que ia procurar por ele depois. Sarah vai cuidar do moço amigo.
Fui para pegar sol e tava molhado. Onde eu sentou estava molhado pela chuva de ontem e um dos moços grandes me puxou. Me puxou e disse que era xixi! Moço, não é xixi! Não é!
–Você é uma louca imunda, menina! – Ele brigou. Brigou e puxou a Sarah para uma salinha de azulejos cinza. Puxou Sarah pelos braços. Dói o ombro puxar assim! Sarah não quer ir! Não gosta quando puxam eu assim.
Botou Sarah num dos cantinhos. Pra que cantinho? O lugar é grande. Grande com muitos cantinhos.
Tinha uma mangueira. Mandou Sarah ficar paradinha e eu ficou. Ele puxou o uniforme da Sarah. Não gosta de ficar sem roupa! Não gosta! Devolve a roupa da Sarah, moço!!
– Você está fedendo a mijo, menina!! Tira isso, anda! Tira e fica quieta, retardada! – Eu obedece para não machucar.
– Tira isso!! Tira. Tira isso. Tira, retardada! – Obedece e encolhe. Encolhe com vergonha. Vergonha de ficar sem roupa para o moço.
– Vai te machucar. – Ele voltou a falar. Ele voltou mesmo! Sarah não tinha ouvido hoje. Não tinha ouvido ele.
Água forte! Muito forte na Sarah. Eu virou de costas. Estava gelada! Gelada e Sarah sente frio! Dói a pele de Sarah. Dói a água forte. Forte que Sarah cai no chão. Cai e o moço continua. Na cabeça não! Na cabeça não, moço!! Sarah, para de tremer! Dói o queixo ficar batendo!
– • Está com frio, assassina?! • – Irmãozinho começa a rir. Rir de Sarah. Rir muito. Para de rir! Sarah não consegue levantar. Fica encolhida. Mãozinhas na orelha. Para de rir de Sarah, irmãozinho!!
A água parou parou e alguém levantou a Sarah sem roupa do chão. Sarah viu! Viu o moço torto! É o moço torto! Ele está sorrindo e segurando eu pelo braço e pela cintura. Sorrindo e olhando o corpo de Sarah. Olhando pra onde ele apertou! Passa a mão no bumbum da Sarah não, moço! Sarah não gosta. Aí! Apertar aí dói também!
– Bate nele! – O moço torto está com a boca sangrando. Boca sangrando e com raiva. Muita raiva da Sarah. Ai, meu cabelo! Meu cabelo! Não puxa, moço! Não puxa meu cabelo!
Moço bruto voltou e segurou os braços de Sarah. Segurou com força e Sarah reclamou de dor. Ele apertou mais! Eu tentou chutar! Tentou sair! Tentou mas o moço torto olhava ainda. Olhava para a Sarah! Não olha, moço! Não olha!
– Leve para a sala de tratamento 4 imediatamente. – O moço torto fala ainda olhando. Olhando e passa a mão no rosto da Sarah. Tira a mão! Tira! Eu não gosta! Não gosta! Não passa a mão, moço! Não passa!
– Morde ele! – Sangue sai da mão dele também. Eca! Eca! Sangue na boca da Sarah! Eca! Vomitou. Vomitou o sangue podre do moço torto. Sarah se sujou e sujou o moço torto. Eu tinha comido pão com Nescau.