Além do Poder - DEGUSTAÇÃO

VanessaLopes9

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Sinopse Até que ponto uma pessoa pode amar outra? Existiria um amor tão grande capaz de fazer uma pessoa abri... Еще

Prólogo
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
Doze
Treze
Catorze
Lançamento Amazon
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte e um
Vinte e dois
Vinte e três
Vinte e Quatro
Vinte e Cinco
Vinte e Seis
Vinte e Sete
Vinte e Oito
Vinte e Nove

Quinze

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VanessaLopes9

Alicy

- Iron... – Chamei assim que abri meus olhos e vi que, mais uma vez, ele não estava lá.

"Ele foi embora, meu bem. Tadinha da minha filha".

"Dessa vez eu mato aquele moleque".

"Eu não acredito que ele a abandonou novamente".

Eu estava ouvindo todos falando ao mesmo tempo, mas tinha algo muito estranho, pois eu ouvia suas vozes, mas ninguém estava falando, todos apenas me olhavam com aquela cara de pena.

- O Iron foi resolver algumas coisas, querida, mas já estará de volta. – Respondeu Márcia, a mãe dele.

"Pelo menos ele não me abandonou, de novo" – Pensei aliviada.

"Ele não te abandonou de novo". – Ouvi Márcia falar, mas eu estava olhando para ela, e ela não mexeu a boca.

"Que estranho". – Pensei atordoada.

"Ainda é estranho, amiga, mas logo vai entender tudo". – Agora foi Alana quem falou, mas estava a metros de distância conversando com o médico.

"Que loucura é essa?" – Eu estava realmente assustada.

- Está tudo bem, Alicy. – Falou Felipe, pai do Iron. – Fique calma, tranquila, que já vamos conversar.

- O que está acontecendo comigo? – Apertei a mão dele demonstrando o meu medo.

- Não é nada de mais. Estamos esperando que o médico nos explique seu quadro, depois disso vamos conversar.

- Conversar o que? Cadê o Iron? Ele foi embora de novo e vocês estão escondendo isso de mim, não é? – Eu estava começando a me desesperar.

- Ei, você acha que ele seria maluco o suficiente para te abandonar de novo? – Alana se aproximou e segurou minha mão. – Ele tem amor á vida, e mais ainda, ele te ama muito mais que a ele mesmo. Aquele cabeça dura não foi embora. Pode confiar em mim.

Suspirei e acreditei nela. Alana era a única que jamais defenderia Iron se ele tivesse feito alguma besteira.

- Mas então por que ele não está aqui?

- Ali, você está muito agitada, vai te fazer mal. – Agora era Timot que acariciava meu rosto. - Fica tranquila e já vamos te explicar tudo.

Meus pais e o médico se aproximaram de mim.

- Como se sente, Alicy? – Perguntou o médico.

- Bem. Na verdade muito bem. Estou ótima.

"Não é pra menos, afinal, acabou de escapar da morte".

- Oi?

- O que? – Perguntou o médico, confuso.

- O que você acabou de falar? Que eu escapei da morte?

- Ele não falou nada disso, filha. – Minha mãe interviu.

"Oh meu Deus, será que a pancada me deixou biruta?" – Pensei preocupada.

"Hahahahah" – Ouvi Alana, Timot e Felipe caírem na gargalhada, mas olhando para eles, eles estavam sérios prestando atenção no que o médico falava.

"Minha nossa, definitivamente eu estou louca".

"Hahahahahaha" – Mais gargalhadas silenciosas.

"Parem com isso. Vocês estão assustando ela." – Márcia os repreendeu, e eu fiquei ainda mais confusa porque ela, ao mesmo tempo, falava com o médico.

- O que aconteceu, doutor? – Perguntou Márcia.

- A medicação não estava fazendo efeito, sendo assim o edema não estava regredindo e, para piorar, estava aumentando. Alicy teve uma parada cardíaca, uma que durou quatro minutos, estávamos quase desistindo, mas de repente ela voltou, e não só voltou da parada, como saiu do coma sem que diminuíssemos a medicação.

Engraçado, mas eu me lembrei disso. Me lembrei do momento do acidente. Eu estava tão feliz, empolgada e distraída, que nem vi quando o carro se aproximou, só senti a pancada, uma enorme dor e uma vontade incontrolável de ver o Iron.

Senti frio e muito medo. Eu não sabia o que estava acontecendo, apenas me sentia mole, tonta, dolorida e enxergava tudo preto. Eu estava fora de mim, mas teve momentos em que senti o cheiro do meu amor, sentia o calor de suas mãos, o som da sua voz. Era como se ele estivesse do meu lado, me dando força, me encorajando a lutar pela vida. Mas mesmo sentindo a presença de Iron ali, mesmo querendo acordar e finalmente me casar com ele, algo muito mais forte me segurava naquela escuridão. Eu sabia, sentia que estava morrendo, que nunca mais o veria, sentiria seu calor, seu sabor, seu amor, e esse desespero, esse medo dolorido e gigante de perdê-lo, fez com que eu me desesperasse, e acho que foi aí que piorei de vez.

Eu estava quase lá, eu via o brilho, a luz, os anjos vindo me buscar. Eu cheguei a me entregar, a sentir um alívio, uma leveza, uma felicidade. Eu vi Iron feliz, sorridente, dizendo que me amava acima de tudo. Que faria o impossível para me salvar, que daria a sua vida por mim, e então a luz ficou mais forte, senti um calor gostoso, meu coração disparar, senti o cheiro dele e sua voz em meu ouvindo dizendo: Não se preocupe meu amor, eu voltarei para você. E nunca se esqueça: Eu e você eternamente!

E depois disso eu só ouvi muito barulho, vozes de pessoas muito perto de mim, o som de uma máquina apitando, coisas pressionando meu peito, cheiro de éter ou algo do tipo, e quando dei por mim, um médico olhava fundo em meus olhos e dizia: ela voltou...

- Graças a Deus. Foi um milagre. – Falou minha mãe me abraçando forte e interrompendo meus pensamentos.

"Uau, isso foi sensacional". – Ouvi Timot dizer, mas o médico desviou minha atenção para ele.

- Não temos explicações médicas ou cientificas para explicar isso. Tenho que ser sincero com vocês, não sabemos o que aconteceu, como ela se recuperou tão bem e tão rapidamente. O estado dela era crítico, como podem ver nos exames. – Mostrou os exames a todos. – Mas ela se curou de um minuto para o outro, e como vemos nesses novos exames, ela está em perfeita saúde, como se nada tivesse acontecido, o baço está intacto, as funções cerebrais perfeitas, e até as fraturas já estão em um estado de cicatrização muito avançado.

- É um milagre. – Meu pai falou, apertando minha mão. – Minha filha recebeu um milagre, doutor. Essa é a explicação.

- Eu não acredito em milagres. Em meus vinte anos de carreira eu jamais vi nada nem parecido. Mas diante a uma situação dessas, eu começo a pensar que milagres realmente acontecem.

"Um milagre. Obrigada meu Deus". – Agradeci.

"Não foi um milagre". – Timot falou, mas ele estava conversando com Alana, na porta do quarto.

"Foi sim! O milagre do amor". – Alana respondeu se virando para mim e sorrindo.

Eu balancei a cabeça para sumir com aquela loucura.

- O que foi, meu amor? Não está se sentindo bem? – Minha mãe se assustou.

- Estou ótima, mãe. Nunca me senti tão bem.

- Muito bom. E como todos os resultados dos exames estão satisfatórios, já posso te dar alta. – Explicou o médico. – Mas como seu caso foi muito sério, prefiro que fique hoje em observação e se nada mudar até amanhã, está liberada.

Todos vieram me abraçar e dizer o quanto estavam felizes por eu estar bem. Mas a pessoa que eu mais queria e precisava desesperadamente do abraço, não estava lá, mais uma vez.

***

Tive alta no dia seguinte e quando entrei em meu quarto e vi todos aqueles presentes de casamento, minha tristeza só aumentou.

Iron não tinha aparecido na noite anterior e nem foi me buscar. Timot disse que ele estava preparando uma surpresa para mim, mas mesmo assim eu me chateei, pois o que seria mais importante do que estar comigo num momento como o que vivi?

Meus pais me acomodaram e foram descansar, pois desde o acidente não dormiram mais do que três horas seguidas, eles estavam visivelmente exaustos.

Tomei um banho para relaxar, vesti um pijama leve e quando saí para meu quarto, lá estavam Timot, Alana, Márcia e Felipe.

"O mesmo péssimo hábito de chegar de surpresa". – Pensei ao me lembrar que fizeram exatamente como Iron.

- Oi. – Falei sem graça. – O que aconteceu? – Para todos estarem ali, menos Iron, algo tinha acontecido.

"É justamente sobre ele que viemos conversar". – Ouvi a voz de Tim, mas ele estava quieto e não havia falado.

"Já vai começar essa loucura novamente". – Pensei irritada e confusa com o que estava acontecendo comigo.

- Também viemos falar sobre essa sua "loucura". – Falou Felipe se aproximando.

- Agora lê pensamentos é? – Brinquei.

Todos se olharam, sorriram e responderam ao mesmo tempo.

- Sim!

- O que?

- Nós ouvimos seus pensamentos, assim como você ouve os nossos. – Felipe falava sério.

Olhei incrédula para ele.

"Só pode ser brincadeira. Pelo menos não sou a única maluca".

Mas ele parou em minha frente, fechou ou olhos, tapou a boca e...

"Não é brincadeira. É verdade".

"Não estamos brincando, Alicy". – Disse Márcia.

"Pense em algo". – Alana parou em minha frente de boca fechada. "Algo que só você saiba"

"Quando eu tinha dois anos de idade ganhei uma boneca que tenho até hoje. Ela está guardada na última gaveta da cômoda".

- Você disse que guarda uma boneca que ganhou quando tinha dois anos. – Timot falou indo em direção á gaveta, a abriu e tirou minha boneca. – Essa é a sua boneca? – Sorriu.

- Isso não é possível. – Eu estava muito assustada.

- É possível sim, Alicy. E não há motivos para ter medo. – Márcia segurou minha mão e começou a falar. – Precisamos ter uma conversa muito séria. Temos que te explicar muitas coisas. Sua vida mudou muito, meu bem. E precisamos que você conheça tudo do nosso mundo.

- O que? Minha vida mudou? Como assim? Conhecer o que? Cadê o Iron?

- Calma. – Alana me abraçou. – Vamos te explicar cada detalhe, inclusive porque Iron não está aqui agora.

Respirei fundo e tentei me acalmar. Algo me dizia que aquela seria uma conversa muito tensa.

- Não sabemos por onde começar, então vou ser bem sincero com você. Vou direto ao ponto. – Felipe começou com a explicação. – Você vai se assustar, vai querer fazer milhares de perguntas, mas a princípio apenas escute e depois vamos responder tudo o que quiser.

Concordei apenas balançando a cabeça e então Timot começou a falar.

- Nós não somos humanos.

- O que? – Gritei totalmente sem acreditar no que ouvi. Recebi uma olhada de Felipe e me desculpei. – Ok, pode continuar, Tim.

- Como dizia, somos uma raça de seres ultra-humanos. Nossa raça existe desde antes da criação dos humanos. Somos, aparentemente, iguais a eles, pois fomos feitos da mesma forma: á imagem e semelhança de Deus. Porém, temos alguns diferenciais; somos imortais e temos superpoderes. – Meu queixo caiu, minha boca secou e eu fiquei sem palavras. – Os ultra-humanos foram criados para ajudar os humanos, em todos os sentidos. Nós vivemos para proteger, auxiliar, ensinar, cuidar deles, é a nossa missão de vida. Claro que existem os que não têm os mesmos objetivos que nós, esses chamamos de "desgarrados" que são aqueles que seguiram para o lado do mau e ao invés de usar seus poderes para o bem, usam para benefício próprio e até mesmo para fazer mal aos humanos.

- Cada ultra-humano tem poderes diferentes. – Falou Alana. – Mas todos nós podemos desenvolver mais de um poder, e até mesmo todos os poderes que existem.

- Esse é o caso do Iron. – Disse Felipe. – Ele é um ultra-humano raro, muito poderoso, o mais poderoso de todos nós e o mais poderoso nascido nos último milênio.

- Oh meu Deus. – Não consegui conter a surpresa.

- Cada um de nós tem mais de cem anos de existência. Eu e Felipe já estamos passando dos trezentos. - Falou Márcia fazendo uma careta. – Desde o nosso nascimento, inclusive somos concebidos da mesma forma que os humanos, somos treinados a desenvolver nossos poderes, e assim que eles estão todos sob controle, nós passamos a ajudar e conviver diretamente com os humanos. Nunca fomos descobertos. Claro que já houveram muitas desconfianças, mas nada que foi muito longe. Eu e Felipe vivemos em busca de uma forma de que, um dia, possamos viver e interagir com os humanos de uma maneira natural, sem que todos achem que somos monstros, extraterrestres ou coisas do tipo.

- Isso nunca vai acontecer. Os humanos são a raça mais ignorante que já conheci. – Disse Alana, mas foi repreendida por um olhar furioso de Timot.

- Bom, é isso, Alicy.

Eu não sabia o que dizer. Eu tinha tantas perguntas, mas ainda estava atordoada com o que tinha ouvido.

- Não quer fazer nenhuma pergunta? – Disse Felipe.

- Onde está o Iron? – Eu queria ouvir tudo àquilo dele. Mas o principal, eu precisava dele.

- Eu sabia que essa seria a primeira pergunta. – Brincou Timot.

- Depois de tudo o que falamos a única coisa que quer saber é o paradeiro do seu namorado? – Alana estava furiosa.

- Sim.

- Já vamos chegar a esse ponto Alicy.

- Nada que chamou a sua atenção? Não está nem um pouco curiosa?

- Estou. É tanta coisa que quero saber que nem sei por onde começar.

- Tente começar pelo que mais te deixou curiosa. – Falou Felipe.

- Vocês são os poderosos, então porque que eu estou ouvindo o pensamento de vocês?

- Sabia que essa seria a segunda pergunta. – Disse Timot ainda brincando.

- É, acho que vamos ter que pular a parte divertida e ir direto ao ponto. – Alana estava sentada ao meu lado e segurando minha mão continuou a falar. – Alicy, o que temos que lhe dizer agora é uma coisa muito delicada. Todos nós aqui sabemos que você vai ficar muito abalada, mas precisamos que seja forte para que, junto com a gente, nós consigamos resolver esse problema.

- Anda logo Alana. Não me enrola. Fala de uma vez.

- O acidente que você sofreu foi muito grave. Você se machucou muito, teve muitos problemas, e com certeza não iria sobreviver...

- E porque sobrevivi? – A interrompi.

- Porque Iron te salvou. Ele deu a vida dele para te salvar.

- Não! – Gritei desesperada ao sentir meu mundo desabando. – Por favor, não diga que ele morreu. – Eu chorava compulsivamente.

- Não, ele não morreu. Se acalma, Ali. – Timot me abraçou tentando me acalmar.

- E cadê ele então? Por que ele não está aqui?

- Quando ele soube que você corria o risco de morrer, ele não pensou duas vezes antes de decidir te salvar.

- Mas porque ele não me salvou com seus poderes? Porque ele não me ajudou como vocês ajudam todos nós?

- Porque ele não podia. Os poderes dele não funcionam com você.

- Por que não?

- Porque o caso de vocês não é como os outros, não é um simples namoro, ou uma simples paixão. Mas vamos por partes. Isso eu te explico depois. – Disse Felipe. – Quando um ultra-humano salva a vida de uma humana, no caso de vocês que são "especiais", esse ultra-humano perde totalmente seus poderes e esses poderes são transferidos para a pessoa que foi salva...

- Então ele me salvou, sendo assim me passou todos os seus poderes e agora eu sou uma de vocês? – Era uma coisa inacreditável.

- Exatamente. – Todos falaram ao mesmo tempo.

- E o que aconteceu com ele?

A feição deles caiu. Márcia tinha um olhar triste, e ali eu soube que a notícia não era boa.

- Quando isso acontece o ultra-humano perde seus poderes, mas continua sendo imortal. Porém, para nós a perda dos poderes é como uma doença, sem eles nós não somos mais os mesmos, ficamos fracos, sem saúde, muito debilitados. E no caso do Iron, que tinha todos os poderes, que era muito poderoso, a situação é ainda pior.

- Pior quanto? – Perguntei me levantando, completamente fora de mim.

- Ele não irá morrer, Alicy, mas corre o risco de nunca mais sair de cima de uma cama.

- Não. Não pode ser.

- E tem mais uma coisa. – Falou Felipe.

- Mais? O que pode ser pior que isso?

- Ele não se lembrará de você.

- O que?

- Essa é uma das consequências, Alicy. Temos o poder de decidir o que queremos, mas temos que conviver com as consequências, sendo boas ou ruins.

- E ele vai viver eternamente sem se lembrar de mim?

- Vai.

- Nunca mais?

- Teoricamente não. Nunca aconteceu isso antes. Não temos como saber. Mas Sam, o mestre do Iron, diz que é muito difícil ele se lembrara de você, mas não impossível. – Alana me explicava cuidadosamente.

- Não, Alana. Isso não pode estar acontecendo. Logo agora que íamos nos casar. Por que ele fez isso? Por que vocês o deixaram acabar com a sua vida?

- Nós não podíamos interferir na escolha dele. Ele fez isso porque te ama. Porque não poderia viver sem você. E por mais que os poderes fossem a coisa mais importante na vida dele, mesmo que ajudar os humanos fosse o que ele mais amava fazer, desde que ele te conheceu, nada era mais importante do que você. – Falou Alana. – Porque ele preferia viver a eternidade sem seus poderes, preferia até morrer, a te ver morrer. Porque a vida dele não teria sentido sem você. E porque o amor dele por você é muito maior do que o por ele mesmo.

- Isso não pode ser verdade. – Eu gritava enlouquecida. - E como vocês acham que eu vou viver sem ele? Do que me adianta ter sobrevivido se eu não o tenho mais comigo, se ele não se lembra de mim, se nós não podemos mais nos amar?

Eu ouvi cada absurdo naquela conversa. Ouvi coisas que jamais imaginaria que pudesse existir. Mas uma delas me deixou mais louca, confusa, triste e completamente perdida: Iron não se lembraria de mim, nem dos nossos momentos juntos, nem do nosso amor. Eu viveria a eternidade amando aquele homem, mas jamais seria amada de volta. Nunca mais sentiria o conforto do seu abraço, o calor do seu corpo, o sabor do seu beijo. Nunca mais brigaríamos por conta dos ciúmes exagerado dele, não faríamos as pazes numa noite louca de amor. Nunca mais dormiria em seu colo ouvindo suas declarações de amor. Nunca mais ouviria ele me chamando de Lily ou de moleca do coração gelado. Nunca mais faríamos planos para nosso casamento, nem escolheríamos os nomes dos nossos filhos. Nunca mais teria meu baby, meu Iron...

Dentre todos os absurdos que ouvi nessa última hora, nenhum deles me assustou tanto quanto imaginar: como eu viveria sem ele?

- A verdade, minha amiga, é que Iron é e sempre será completamente apaixonado, louco de amor por você. E mesmo que a mente dele não se recorde, a alma dele se lembrará.

- Como assim? - Perguntei tendo um fio de esperança.

- Porque a alma dele é sua e a tua é dele.

- Oi? – A coisa ficava cada vez mais difícil de entender.

- Você e o Iron são almas destinadas à eternidade. – Falou Márcia, tranquila. – A alma de um completa a do outro. Vocês estarão ligados á eternidade. O amor de vocês será esquecido pelo cérebro dele, mas, sabendo da grandiosidade e intensidade desse amor, mesmo que todos falem o contrário, nós acreditamos que em algum lugar dentro dele, o amor de vocês estará guardado e, que no momento certo, o Iron se lembrará de você por conta do amor de vocês.

Elas me explicaram, calmamente, todo o significado das almas destinadas à eternidade. Era a coisa mais linda que já ouvi em minha vida. E, mesmo sendo difícil de acreditar em tudo o que eu estava vivendo, aprendendo, conhecendo, eu acreditava que nosso amor era muito maior do que a teoria dos deuses. Eu tinha a completa certeza de que nossas almas, sendo eternas, destinadas ou não, elas pertenciam uma a outra, elas se reconheceriam uma segunda vez, elas me daria de volta o amor da minha vida e, demorando ou não, seriamos felizes para sempre, literalmente. 

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