Bitter beauty.
Catalina.
Estava sentada no jardim quando Suya chegou em casa, sem dizer nada ela se sentou ao meu lado e continuei olhando para frente.
- Harry me chamou para conversar hoje. - Murmurou e balancei lentamente a cabeça. - Como você pôde?
- Suya... Vocês não estavam mais juntos.
- Mas você sabia o que eu sentia por ele, o que eu sinto!
- Eu pensei sobre isso, mas e quanto ao que eu sinto? Por que eu deveria considerá-la tanto enquanto você nem ao menos pensa em mim? - Perguntei e Suya se levantou.
- Eu não tenho nada Catalina, minha mãe não passa mais que cinco minutos comigo e todo esse tempo é para me repreender, Andy só anda comigo porque conhece você e a única pessoa que tinha agora você pegou também. Isso parece justo para você? - Perguntou entrando em casa e suspirei.
- Você tem a mim Suya, isso deveria ser alguma coisa. - Murmurei deitando na varanda da entrada e suspirei.
- Filha, você vai acabar se resfriando. - Ouvi a voz do meu pai e sorri levantando-me.
- Finalmente lembrou que tem casa. - Sorri abraçando-o.
- Você sabe minha pequena, as coisas são corridas. Está tudo bem? - Perguntou afastando-me um pouco e assenti. - Parece que cada vez que eu te vejo está mais magra. - Balançou a cabeça em desaprovação e sorri.
- Pai... Eu estou bem, sério. - Garanti e o mesmo assentiu.
- Se precisar de alguma coisa você sabe, não é?
- Eu venho correndo. - Afirmei enquanto subíamos os degraus da entrada e o mesmo sorriu abrindo a porta.
No dia seguinte a monotonia das férias já ganhava espaço depois de passar quase o dia todo em frente à televisão cochilando no sofá levantei e tomei um banho me arrumando para encontrar Harry e Noa. Parece que ele havia convidado uma garota para sair, mas não queria estar lá sozinho então estaríamos na mesa ao lado.
- Por que você concordou com isso? Noa é louco. - Harry resmungou quando chegamos ao barzinho e nos sentamos na mesa combinada.
- Ele é seu amigo, e você também concordou. - Sorri pegando o cardápio para disfarçar.
- Eu sei, mas o que a garota vai fazer com ele?
- Eles chegaram. - Avisei quando Noa passou pela porta com uma garota morena ao seu lado, sua feição emburrada demostrava que alguma coisa estava errada antes mesmo deles se sentarem, Harry franziu a testa quando Noa caminhou em direção a nossa mesa e não para a mesa que disse que sentaria.
- Oi. - Murmurou e pisquei surpresa.
- Oi.
- O que aconteceu? - Harry perguntou confuso.
- Eu vou ao banheiro e já volto. - A garota que agora não me parecia tão estranha avisou e Noa puxou uma das cadeiras restantes sentando-se.
- E então? - Perguntei.
- Ela achou que eu levaria um amigo. - Bufou.
- Como assim?
- Esse amigo. - Frisou apontando para Harry e engasguei.
- Sério? Ela fez você trazê-la até aqui? - Harry perguntou sorrindo.
- Tadinho. - Murmurei.
- Vocês dois não estão ajudando e você deveria ficar atenta, ela quer o seu namorado.
- Eu sei, mas o que eu posso fazer? Ele continua sendo meu namorado. - Encolhi os ombros e Harry sorriu puxando sua cadeira para mais perto da minha.
- Vamos beber então? - Sugeriu espiando o cardápio em minha mão e assenti.
- Já estamos aqui mesmo.
- Desculpem a demora, o banheiro estava um pouco cheio. - A garota avisou e Noa revirou discretamente os olhos.
- Por que não levou ela embora quando soube as suas intenções? - Harry perguntou baixinho.
- Porque ela só me disse depois que viu você aqui. - Resmungou e balancei a cabeça em negação chamando o garçom.
***
A garota acabou indo embora um pouco depois de descobrir que eu era a namorada do Harry, já Noa havia literalmente afogado as suas magoas.
- Só você me ama. - Noa resmungou caindo sobre Harry. - Só você nunca me abandona.
- Eu sempre te abandono.
- É verdade. - Murmurou olhando para o nada e logo se levantou cambaleando para trás.
- Eu vou pagar a conta, leva ele lá pra fora. - Pedi e Harry assentiu me dando o dinheiro. Levantei com a conta em mãos e me dirigi ao caixa. Assim que chegou a minha vez entreguei o dinheiro pegando meu celular que vibrava e esperei pelo troco saindo do bar em seguida.
"Alô" - Disse assim que atendi.
"Lina é o papai, onde você está?"
"Devo estar em casa em uma hora, por quê?"
"Aconteceu uma coisa com a Suya, você pode vir?"
"O que aconteceu?" - Perguntei alcançando Harry e Noa.
"Venha para o hospital quando puder o do convenio."
"Eu chegarei ai logo" - Avisei despedindo-me e suspirei.
- Tudo bem? - Harry perguntou segurando Noa para não deitar na calçada.
- Aconteceu alguma coisa com a Suya, meu pai me pediu para encontrá-lo.
- Pode ir.
- Sério? Você consegue ai?
- Sim, pegaremos um táxi. - Afirmou e sorri beijando rapidamente os seus lábios.
- Eu te ligo mais tarde.
- Vou esperar.
- Tchau Harry. - Acenei.
- Tchau amor.
Quando cheguei ao hospital meu pai esperava sentando em uma das cadeiras enquanto Elena caminhava de um lado para o outro, caminhei até eles sentando-me ao lado do meu pai.
- O que aconteceu? - Perguntei.
- Ela surtou. - Elena afirmou. - Ela teve um surto e tentou se ferir.
- Como assim surtou?
- Não sabemos filha, quando chegamos em casa ela estava no chão do quarto.
- Foi apenas um surto. - Elena ressaltou agitada e olhei para o meu pai que balançou a cabeça em negação.
No fundo ela sabia tanto quanto qualquer um de nós dois o que havia acontecido, Suya havia tentado tirar a própria vida.
Harry.
Olhei para Noa sentando na calçada e esperei um pouco até que Catalina entrasse no ônibus ligando para o serviço de táxi.
- Só você mesmo para convidar uma garota que não gosta de você para sair. - Murmurei ajeitando o seu casaco.
- Você vai me esperar. - Resmungou dormindo e sorri balançando a cabeça em negação.
- Eu vou te levar para casa meu amigo.
Assim que o táxi chegou à casa de Noa o coloquei para dentro quando sua mãe abriu a porta batendo em seu braço.
- Noa acorda. - Mandou nervosa abaixei a cabeça. - Se o seu pai te ver assim ele te mata.
- Eu vou levar ele para o quarto. - Avisei e a mesma assentiu deixando-me passar. Subi as escadas da casa empurrando a porta do seu quarto e o joguei na cama esticando os braços. - Tenta não aprontar mais nada por hoje. - Pedi jogando uma coberta em cima dele.
Peguei meu celular enviando uma mensagem para Catalina e fechei a porta do quarto descendo novamente.
- Obrigada por trazê-lo Harry. - Agradeceu e assenti.
- Tudo bem, ele estava um pouco triste por isso bebeu tanto, mas ele vai ficar bem.
- Eu vou cuidar para que o pai dele não o veja assim.
- Eu vou indo então. - Avisei apontando para a porta.
- Até outro dia Harry.
- Tchau senhora Parker.
"Catalina - Já cheguei aqui, Suya está sendo atendida."
"Harry - O que aconteceu?"
"Catalina - Amanhã quando se encontrar eu te conto tudo bem?"
"Harry - Tudo bem, se precisar de alguma coisa pode ligar."
"Catalina - Boa noite Harry :)"
"Harry - Boa noite patinho, até amanhã."
"Completamente sozinha eu observo você olhar para ela como se ela fosse a única garota que você já viu. Você não se importa você nunca se importou. Você não dá a mínima para mim. É, sozinha eu observo você olhar para ela, ela é a única coisa que você já viu. Por que você nunca percebe que você está me matando lentamente?"
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