Além do Poder - DEGUSTAÇÃO

By VanessaLopes9

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Sinopse Até que ponto uma pessoa pode amar outra? Existiria um amor tão grande capaz de fazer uma pessoa abri... More

Prólogo
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
Doze
Treze
Catorze
Lançamento Amazon
Quinze
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte e um
Vinte e dois
Vinte e três
Vinte e Quatro
Vinte e Cinco
Vinte e Seis
Vinte e Sete
Vinte e Oito
Vinte e Nove

Seis

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By VanessaLopes9

Joaquin me fez reviver momentos incríveis, porém era inevitável reviver os mais tristes também.

Alicy era a mulher da minha vida e isso era inquestionável, entretanto eu tinha que fazer com que ela entendesse isso. Eu estava muito mais do que disposto a trazê-la de volta para mim. Faria qualquer coisa. Não mediria esforços e, no final, ela seria a mulher mais feliz da humanidade, sendo a minha mulher.

Depois daquele dia do nosso primeiro beijo, tudo começou a desenrolar da maneira mais natural possível. Nós começamos a conviver mais na escola, mas principalmente fora dela. Conversávamos mais, brincávamos, o clima tenso que sempre existiu foi se transformando em harmonia, e passamos a nos sentir muito a vontade um com o outro. Confesso que no início eu ficava sempre em alerta, afinal, Alicy era imprevisível e eu sempre imaginava que ela poderia mudar de ideia de uma hora para outra, mas isso não aconteceu.

Comecei a usar meus poderes indiretamente para ficar ainda mais perto dela. Quando ela dormia, eu me teletransportava para sua casa e ia até o seu quarto, deixava a porta aberta para poder ficar o mais longe possível, e ficava invisível velando o seu sono a noite toda. Às vezes eu a pegava sorrindo á toa e, muitas vezes, a vi admirando uma foto minha que tinha em seu celular. Ela era tão doce, mas não dava o braço a torcer, porém isso não durou muito tempo.

Algum tempo depois, nossa relação começou a ficar mais "íntima". No início eram só alguns beijinhos bem de vez enquanto, e eu não insistia em algo a mais porque não queria que ela se sentisse pressionada. Antes alguns beijinhos do que nada, não é!?

Começamos a sair só nós dois. Timot, meus pais e Joaquin sabiam do nosso envolvimento, e mais ninguém. Ela preferiu aquele lance de "vamos nos conhecer melhor antes de sair falando para as pessoas", e eu respeitei, afinal a única coisa que eu queria era estar com ela independente de qualquer outra coisa.

Nós não estávamos namorando, dizia ela, mas para mim era sim um namoro e, se dependesse de mim, seria muito mais, logo em breve.

Louco? Precipitado? Talvez! Eu diria melhor, diria que eu era louco de amor e que queria aquela garota só para mim, para viver a eternidade comigo. Bom, eu sabia que era impossível, pois eu era imortal e Alicy não, mas esse era apenas um pequeno detalhe.

Em um dos nossos passeios a sós, começamos a nos beijar e o beijo esquentou. Automaticamente minhas mãos foram parar aonde não deviam, mas para a minha surpresa, Alicy não me repreendeu. Eu tive que me controlar muito para não deitá-la no gramado macio do Parque do Ibirapuera e torná-la minha naquele exato momento. Mas, mais uma vez, eu a coloquei em primeiro lugar, porque sabia que ela sonhava com sua primeira vez sendo num lugar especial e um momento romântico, para se tornar inesquecível.

Como eu soube disso? Bom, infelizmente não escutei seus pensamentos, mas eu não precisava dos meus poderes para saber que a minha moleca do coração gelado era romântica e sonhava, sim, com o seu momento mágico e especial. Então foi exatamente assim que o fiz...

- Você vai ou não, Iron? – Perguntou meu irmão ansioso, me tirando dos meus doces pensamentos.

- Vou aonde?

- Na festa da Nathalia.

- Ah tá. Quando é?

- Agora! – Gritou. – Nem preciso ouvir seus pensamentos e já sei no que pensava só de olhar para essa sua cara de paspalho. – Me repreendeu. – Acorda cara. Vim te buscar para irmos juntos para a festa.

- E sua digníssima esposa não vai?

- Ela e Alicy foram mais cedo para ajudar a Nathalia.

- E você ainda me pergunta se eu vou? Claro que vou! Em qualquer lugar que ela estiver, eu estarei também.

- Menos, boy. Bem menos. Pode tirar o pé do acelerador, porque você sabe que ela não vai gostar nada de te ver por lá.

- É o que vamos ver, pirralho.


A festa já estava bem animada quando chegamos, e havia muito mais gente do que eu imaginava. Burrice a minha, pois Nathalia sempre foi exagerada e adorava ser o centro das atenções.

Assim que me viu, Alicy fechou a cara e, depois disso, durante toda a festa ela me evitou.

Eu tinha concordado em fazer o possível para ter uma boa convivência com ela, mas em nenhum momento falamos, ou ela me pediu, para me manter distante ou não tentar uma aproximação.

A festa estava bem legal. Dancei, bebi, revi pessoas que não via há muitos anos e conversei bastante com o pessoal da época do colégio. Me diverti muito ouvindo os pensamentos das pessoas, e principalmente os da mulherada. Não que eu seja um homem convencido, mas ouvi-las me desejando era uma carícia e tanto para meu ego que estava bastante murcho nos últimos tempos.

Timot e eu fizemos algumas gracinhas quando resolvemos usar nossos poderes para animar um pouco mais a festa: algumas meninas dançando em cima da mesa. Alguns caras dando em cima de outros. Mas tivemos que parar quando a mocreia da Alana nos pregou um sermão, por pensamento, quando estava a quilômetros de distância, ainda dançando animadamente com seu grupinho de amigas. Mas essa coisa dela de "não brinque com seus poderes" foi literalmente por água abaixo quando ela escutou o pensamento de uma garota que estava se derretendo pelo meu irmãozinho "gostoso". Alana usou seus poderes para esfriar muito a água da piscina, e jogar a garota nela. Sério, Alana não usava seus poderes em vão, mas quando fazia, dava até medo.

A garota saiu da piscina batendo os dentes a beira de uma hipotermia, não parava de tremer e sua boca estava roxa, quase preta. Tudo aquilo assustou um pouco as pessoas, pois a galera ficou apavorada quando viram o estado da menina. A coisa foi tão feia que foram até checar a temperatura da água, mas Alana já tinha dado seu jeito e a água estava em sua temperatura normal.

Foi engraçado ver uma boa parte das pessoas indo embora dizendo que aquela casa era assombrada. Minha cunhadinha agiu tão sem pensar que, além de quase congelar a água, ela simplesmente arrastou a garota do lugar onde ela estava, que por sinal era bem longe da piscina, e a jogou com tanta força que parecia que a menina pesava uma tonelada, com a quantidade de água que espirrou pra fora, inclusive molhando alguns dos convidados.

Nathalia se desesperou quando viu sua festa esvair, porque assim que começaram a falar que a casa era mal assombrada, Alana se irritou tanto que provocou um vendaval e fez as luzes se apagarem, fazendo com que o restante das pessoas também fossem embora se borrando de medo.

A anfitriã quase chorou quando viu o fim "trágico" de sua festa, mas logo se animou quando tudo voltou ao normal e percebeu que ainda restavam alguns convidados, convidados esses que eram os únicos que sabiam que a casa não era mal assombrada coisa nenhuma, ou seja: eu, Timot, Alana, Alicy, Joaquin e seu namorado, e alguns amigos mais chegados da Nathalia.

Como sempre, a dona da festa que adorava uma bagunça, aumentou o som e fez com que seus convidados restantes, se divertissem muito, e confesso que realmente me diverti.

Já era de madrugada quando Joaquin veio se despedir e Nathalia, como era de se esperar, não deixou que ele fosse embora.

- Nada de ir embora no melhor da festa, Quin. – Disse animada e muito bêbada.

- Que melhor da festa sua doida? A festa já acabou.

- Nada disso bonitão, a festa vai começar agora. – Nathalia se afastou, pegou o microfone do DJ e fez seu breve discurso. – Os que ficam até o final são sempre os melhores! Amo vocês e muito obrigada por estarem comigo na comemoração de mais um ano de vida. Agora chegou a hora mais divertida da festa. – Todos davam atenção a ela, já um pouco bêbados. – É chegada a hora de jogarmos "verdade ou desafio".

Todos se olharam sorrindo e abismados. Nathalia adorava esse jogo e desde que a conheci, em todas as suas festas ou qualquer coisa que tivesse um numero razoável de pessoas, ela sempre inventava de jogar esse bendito jogo.

Para mim não era interessante, pois tudo o que eu queria saber das pessoas bastava apenas ouvir seus pensamentos, mas o jogo começou a me agradar quando Alicy topou participar.

"Encrenca na certa. Estamos indo embora." – Pensou Timot segurando a mão de sua esposa e indo se despedir das pessoas.

"Eu vou ficar." – Respondi. Ele sabia que esses jogos eram muito reveladores, ainda mais no estado alterado em que os possíveis participantes se encontravam, incluindo a minha moleca do coração de pedra.

Falando nela, ela ficava ainda mais linda quando estava bêbada, suas bochechas ficavam rosadas e ela sorria sem parar, ficava mais falante, desinibida e me olhava de um jeito que eu me segurava para não agarrá-la e beijá-la sem sentido.

Timot queria ir embora porque ele sabia que eu iria burlar o jogo só para poder jogar diretamente com minha Alicy, e ele estava mais do que certo.

Nathalia não deixou que eles fossem embora, então logo estávamos todos sentados na varanda, animados com as primeiras confissões.

A princípio deixei o jogo rolar naturalmente e, para minha surpresa, fui o "escolhido" nas duas primeiras rodadas.

"Você não está fazendo isso, não é, Tim?" – Pensei querendo matar meu irmão, pois caí justamente com a Nathalia.

"Jamais, boy." – E só por sua resposta sarcástica eu soube que ele era o culpado.

Primeiro caiu para ela me fazer à pergunta, e ela foi direto ao ponto.

- Verdade ou desafio, delícia? – Ela nunca ia perder essa mania de ser tão pervertida?

- Verdade!

- Hum, ótima escolha... É verdade que você nos abandonou, que você foi embora porque tomou um pé na bunda da nossa querida Alicy?

Ai. Alicy se contorceu desconfortável, mas não me olhou.

- Não! – Respondi sem pestanejar. Bom, não estava mentindo, afinal eu fui embora por que...

- Não pode mentir, Iron. – Nathalia me repreendeu.

- Não estou mentindo.

- Ok. – Ela aceitou muito fácil. Sabia que ela estava guardando a bomba para depois.

O jogo já corria há bastante tempo. Me divertir ouvindo Joaquin confessar como descobriu que era gay, e como foi a sua primeira vez como tal. Nosso grupo era de pessoas que se conheciam há muito tempo, e a timidez e pudor não existiam para aquelas pessoas.

Todos fizeram declarações íntimas. Algumas eu já sabia e outras realmente me surpreenderam, como a que Nathalia confessou ter transado com nosso professor de química em pleno laboratório de pesquisas.

"Que nojo." – Pensou Tim, e eu pensei a mesma coisa ao lembrar que usávamos aquele laboratório, provavelmente sentados ou com as mãos em seus fluidos sexuais.

Tim e Alana também entraram na brincadeira contando os detalhes de sua primeira vez, e aquele assunto se tornou o tema do jogo.

Senti Alicy ficar tensa e aquela era a hora de jogar de verdade. Girei a garrafa de cerveja e resolvi dá uma animada, uma ajudinha.

"Não faça isso, Iron." – Alana pensou furiosa. – "Eu juro que arranco as suas bolas se chatear a minha amiga".

"Relaxa, bruaca".

Mexi meus "pauzinhos" e fiz com que Nathalia perguntasse para Alicy.

- Verdade ou desafio, princesa?

- Verdade! – Falou sorrindo, um tanto alegre por conta do álcool.

- Uau! Esse povo está muito corajoso hoje.

- Desembucha logo Nath. – Esbravejou Alicy.

- Ok, princesa. Então vamos lá. Só não pode mentir. – Zombou. - É verdade que nosso querido Iron, vulgo delícia, foi o cara de sorte que roubou a sua doce virgindade?

"Fodeu." – Pensou Tim.

"Não fala. Não fala. Não fala." – Pensou uma Alana apreensiva.

Alicy me encarou e depois voltou a encarar a Nathalia.

- Não, ele não roubou a minha doce virgindade, Nathalia. – Eu sabia que ela mentiria... – Eu a entreguei a ele por livre e espontânea vontade.

"O que?" – Tim pensou admirado.

"Deu merda!" – Alana estava de boca aberta.

"Não acredito." – Eu olhava para ela sem acreditar que falava a verdade.

- Sabe quando você sente um desejo incontrolável por um homem? – Alicy continuou, mas agora olhava para mim. – Quando você só pensa nas mãos desse cara percorrendo todo o seu corpo? Quando sonha com os beijos deliciosos que ele te dá e só imagina o momento em que esses beijos vão estar em outros lugares que não seja apenas na sua boa? Então, quando isso acontece, esse cara não precisa roubar nada. Esse cara recebe tudo de mão beijada...

"Ela só pode ter enlouquecido." – Alana pensava descontrolada.

"Ela está muito bêbada." – Tim afirmou.

"Ela está sendo sincera." – Pensei maravilhado sem conseguir tirar meus olhos dela. Eu não acreditava que Alicy estava falando aquelas coisas, pois ela sempre foi muito tímida e reservada. Com certeza a bebida era a culpada por tamanha audácia. Ouvi-la dizer aquelas palavras me levou de volta para o momento mais lindo da minha vida.

A entrega dela foi fascinante. Tê-la em meus braços daquela forma me quebrou em milhões de pedaços. Eu sentia o seu desejo sair por seus poros e ele se misturava com o meu da maneira mais louca e linda possível.

Alicy, naquela noite, entregou para mim não só o seu corpo, mas principalmente a sua alma, e naquele mesmo instante eu soube que jamais conseguiria tocar em outra mulher que não fosse ela...

- Uau. Essa sim foi uma grande revelação. – Falou Nathalia completamente abismada com a declaração de Alicy e me tirando das lembranças. Quando me dei conta, estavam todos olhando para mim e Alicy, chocados.

- Você não queria a verdade? Aí está a verdade. – Respondeu Alicy enquanto se levantava e ia embora.

Fiquei um tempo sem reação. Eu não sabia o que fazer, se ficava ou se ia atrás dela, afinal, aquele havia sido um momento tenso e tinha certeza de que Alicy estava furiosa. Mas, mesmo sabendo que ela me receberia com vinte e oito pedras nas mãos, eu fui atrás dela.

Usei meu poder de supervelocidade e a alcancei antes que entrasse em sua casa. Assim que me viu, ela começou a andar mais rápido, e como eu já estava perto dela o suficiente, meus poderes não funcionaram, então tive que correr da maneira normal.

- Espera, Alicy. – Eu disse segurando ela pelo cotovelo.

- Por que você veio atrás de mim? Para de querer se aproximar. Eu não quero você por perto. - Esbravejou

"Ai, essa doeu".

- Opa, pode guardar as garras, leoa. – Brinquei. – Só vim ver se você está bem.

- E porque eu não estaria?

- Porque você está bêbada e acabou falando o que não devia.

- Porque não devia? A vida é minha. A merda da virgindade era minha. Porque eu não devia falar? E bêbada está a sua vovozinha.

- Realmente a vida é sua e você fala o que quiser, mas te conheço Alicy, sei que só falou isso por que está...

- Eu não estou bêbada, Iron! – Berrou. – Só falei porque estou cansada de ouvir especulações sobre a gente. – Ela se afastou, mas mesmo assim continuou falando. – Passei muitos anos da minha vida ignorando a curiosidade das pessoas sobre nosso "namoro". – Fez aspas com os dedos. – E agora que você voltou, até parece que vivo novamente naquela época. – Riu sem vontade. – As pessoas não param de me perguntar sobre você. Se voltamos a namorar ou qual foi o motivo pelo qual terminamos, e que te fez ir embora. – Ela estava furiosa. - As pessoas nem sabiam se realmente tínhamos algo, e mesmo assim elas não me deixam em paz.

- Você não precisa dar satisfações para ninguém. – Respondi indignado.

- Que satisfação, Iron? O que eu diria á essas pessoas se nem eu sei os motivos que fizeram você me abandonar? – Falou raivosa se aproximando de mim.

Ouvir aquilo saindo de sua boca com tanta mágoa, me deixou sem reação e quebrou meu coração, mais uma vez.

- Eu fui embora porque eu te amava demais Alicy, porque eu não conseguia me controlar, porque eu só fazia merda. – Respondi chegando bem perto dela, e falava olhando em seus lindos olhos castanhos. - Fui embora porque te machuquei e sabia que se eu ficasse eu te machucaria muito mais. E eu jamais me perdoaria se alguma coisa de ruim acontecesse com você.

- Ah, você me amava demais ao ponto de me deixar em uma cama de hospital e não ter a mínima consideração de ao menos me dar um pé na bunda olhando nos meus olhos?!

- Você não entende... Eu me senti o pior ser dessa existência. Só de pensar em te ver naquele estado...

- Agora eu não preciso mais das tuas explicações. Nove anos de atraso, acho que agora elas não importam mais. - Falou com desdém me dando as costas.

- Talvez não importe mais para você, mas para mim, sim, e muito. – Ela não me deu atenção e continuou andando. Eu também continuei falando e fui atrás dela. – Você sabe que sempre te amei, e pode até dizer que não, mas sabe também que foi melhor eu ter ido embora, porque se eu tivesse ficado, eu continuaria fazendo uma besteira atrás da outra e o resultado teria sido muito pior. Sabe que eu fui para te proteger, mas deixei meu coração com você.

- Eu não queria só o teu coração. Você não sabia? – Falou mais alto enquanto se virava furiosa em minha direção. – Eu queria você, Iron. Completo, inteiro, sendo o moleque irresponsável e inconsequente de sempre, fazendo suas idiotices, mas eu queria, eu precisava de você comigo. – Ficamos cara a cara e ela começou a falar com mais calma. – Eu te amava de um jeito louco que até hoje não consigo entender o porquê. Não sei explicar da onde veio um amor tão grande, tão descontrolado, uma dependência fora do normal. Eu nunca soube explicar e até hoje não sei.

Ela falava exatamente o que eu sentia. Desde que coloquei meus olhos nela, eu senti meu coração apertar. Eu perdi o rumo e não tinha controle sob meus sentimentos, mas desde o primeiro instante eu soube que eu viveria para aquela garota. Que faria qualquer coisa para fazê-la feliz, no entanto, nada saiu como imaginei.

- Você sabe que também te amei com a mesma intensidade, muito mais do que você até.

- Sei... – Novamente Alicy me deu as costas e saiu, mas eu não deixaria que ela fosse antes de ouvir tudo o que tinha para dizer. Fui até ela, a fiz me encarar, e quase encostei nossos corpos.

- Sabe mesmo! E sabe também que eu ainda te amo como antes, como se não tivesse passado esses malditos nove anos longe de você. Que sempre te amei e que vou te amar para sempre.

Percebi as lágrimas se acumularem em seus olhos. Alicy podia tentar, mas haviam coisas que até sem meus poderes eu conseguia prever: ela ainda me amava e seria minha para sempre.

Não consegui me controlar. Toda aquela conversa fez o vulcão dentro de mim entrar em erupção e explodi em um beijo de amor.

A beijei com toda a saudade acumulada de tantos anos. A beijei com todo o louco amor que eu sentia por aquela mulher. A beijei como nosso primeiro beijo, doce, calmo, que dizia, a cada movimento, o quanto eu era apaixonado, totalmente louco por ela.

Alicy me beijou de volta com a mesma calma e paixão de anos atrás. Eu podia sentir seu corpo relaxar a cada toque meu, e percebi seu pescoço arrepiado quando o acariciei.

Era inevitável, meu corpo reagiu automaticamente àquele beijo. Senti que ela percebeu a reação natural do meu corpo, e me surpreendeu quando me abraçou forte fazendo nossos corpos colarem um no outro, como ela sempre fazia.

Nosso beijo passou do calmo para o feroz. Nossas mãos perderam o foco e estiveram em todas as partes dos nossos corpos.

Graças ao todo poderoso que tinha bloqueado meus pensamentos, ou Timot e Alana iriam me matar se escutassem o que eu pensava naquele momento.

Nossos corações já batiam descontrolados e já estávamos sem fôlego quando ela interrompeu o melhor beijo da minha vida. Me assustei com a brutalidade que ela se afastou e com o olhar que me lançou. Alicy estava confusa, era visível, e aquilo bateu forte em meu peito.

- Alicy, nós temos que conversar e...

- Não, Iron! Isso tudo não devia ter acontecido e nós sabemos disso. Nós não damos certo. Não podemos fingir que nada aconteceu.

- Por favor, não faz assim. Você sabe o quanto te amo. E você pode tentar dizer o contrário, mas eu sei que você também me ama.

- Infelizmente amar não é o suficiente.

- O amor é o suficiente, sim. A gente pode conversar e se entender. – Eu implorava enquanto a trazia para meus braços. – Por favor, me escuta. Vamos conversar e tenho certeza que podemos recomeçar.

- Não, Iron. Eu não quero recomeçar.

- Por que não? – Perguntei desesperado.

- Porque você não me faz bem. – Falou sem me encarar.

Depois de tamanha punhalada no coração, eu não podia falar e fazer mais nada.

Simplesmente olhei para ela e concordei com a cabeça. A única coisa que me restava fazer no momento, eu fiz: fui embora com o coração na mão e a esperança acabada.

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