Pov Bia
Quando ouvi aquela voz tão familiar para mim o meu coração parou de bater por segundos para voltar a bater de forma descompassada.
A minha mãe estava parada na porta de entrada com um sorriso enorme no rosto, deixando todos os presentes surpresos com a visita dela.
- Minha, filha! Que saudades! – Ela entrou de repente na sala e abraçou-me com força. Eu simplesmente não conseguia retribuir aquele abraço. Eu estava sem reação, ainda surpresa com o que se passava neste momento. – O que foi, querida! Não falas nada? – Ela perguntou-me enquanto olhava para mim.
- Tu abandonaste-me! – Eu falei baixinho e ela soltou-me devagar.
- Eu não tive hipóteses, Bia! – Ela falou e eu olhei para ela indignada.
- Eu acho melhor a Bia conversar com a mãe em particular! – A mãe do Gui falou e eu olhei para o mesmo que olhava para mim com atenção.
- Eu concordo! Nós vamos para a cozinha e vocês podem ficar aqui na sala mesmo! – O pai do Gui sugeriu.
- Está tudo bem, amor! – Eu falei para o Gui e ele caminhou até mim e deu-me um selinho.
- Eu amo-te! – Ele falou junto dos meus lábios e eu sorri ligeiramente.
- Eu amo-te muito mais! – Ele assentiu e abraçou-me passando a força que eu precisava agora.
Eu observei-os a deslocarem-se para a cozinha e voltei o meu olhar para a minha mãe que olhava para mim com um sorriso ligeiro.
- Eu sabia que ficarias bem, querida! – A minha mãe falou e eu olhei para ela com um pouco de raiva.
- Bem! – Eu falei com alguma raiva. – Eu agora estou bem, mas podia não estar! – Ela sentou-se no sofá e abaixou o rosto.
- Eu... desculpa-me, filha! – Ela falou e eu senti as lágrimas escorrerem pela minha face.
- As desculpas não vão mudar aquilo que eu passei, mãe! – Eu suspirei e sentei-me no sofá ao seu lado. – Eu precisei tanto de ti, mãe! – Eu falei e ela olhou para mim e também ela chorava.
- Eu sei! Mas eu estava desesperada. Quando eu fugi, eu não pensei em nada! Eu estava apavorada, ele ia me matar! – Ela falou e eu suspirei.
- Podias ter pensado em mim, mãe! – Eu falei e ela suspirou. – Se não fosse o meu namorado e a família dele, não sei o que era de mim. – Eu comecei a chorar e ela olhou para mim e abraçou-me.
- As coisas agora vão melhorar! Eu tenho um plano perfeito para nunca mais vermos o teu pai na vida e começarmos uma vida nova juntas. – Eu olhava para ela curiosa enquanto limpava as lágrimas.
- Que plano, mãe?! – Eu perguntei e ela sorriu.
- Nós vamos viver para os Estados Unidos. Já tenho tudo planeado! – Ela falou e eu abri a boca em surpresa.
- Estados Unidos? – Eu perguntei e ela sorriu.
POV Gui
Eu andava de um lado para o outro sem me conseguir acalmar. Eu queria tanto saber aquilo que elas conversavam, nunca imaginei que a mãe da Bia fosse aparecer daquela maneira.
- Estás a deixar-me tonta, Gui! – A minha mãe falou.
- Estou nervoso! – Eu falei.
- Dá para notar, filho! – O meu pai brincou e eu revirei os olhos enquanto a minha mãe deu uma risada.
- Será que está a correr bem? - Eu perguntei curioso. - Ela estava muito magoada com a mãe! – Eu admiti e eles suspiraram.
- Aposto que está! A Bia é um doce de menina e ela não pode culpabilizar a mãe por uma coisa que nem ela iria conseguir evitar. – Eu assenti.
- Até agora não se ouviu gritos! Então deve estar a correr bem. – O meu pai falou e eu assenti.
- EU NÃO VOU! – Eu ouvi a Bia gritar e o meu pai arregalou os olhos.
-Oh! Boca grande, Louis! – A minha mãe falou e eu sai disparado em direção à sala.
Eu entrei na sala e a Bia estava em pé e pude notar que estava muito nervosa. Os meus pais seguiram-me e estavam bem atrás de mim.
- Mas é claro que vais! Não tem nada aqui para nós! – A mãe da Bia falava e eu olhei para elas curioso.
- A MINHA VIDA ESTÁ TODA AQUI! – Ela gritou e eu não estava a entender.
- Mas filha, os Estados Unidos é o país das oportunidades! Lá nós vamos ser felizes! – Eu arregalei os olhos. Não pode ser.
- EU JÁ FALEI QUE NÃO! EU NÃO VOU PARA LÁ! – A Bia gritou e saiu a correr em direção ao meu quarto provavelmente.
Eu olhei para os meus pais e eles assentiram e eu passei pela mãe da Bia e segui o caminho que a minha namorada fez.
Quando cheguei ao meu quarto encontrei a Bia sentada na cama e ela chorava que até dava dó. Eu caminhei até ela e ajoelhei-me na sua frente.
- Olha para mim, Bia. – Eu pedi e ela assim o fez. – Não chores, amor! – Eu pedi enquanto limpava as lágrimas do seu rosto.
- Como é que ela tem coragem de me pedir para ir viver para a América! – Ela falou completamente indignada.
- Ela só quer o melhor para ti, Bia! E também não quer ficar longe de ti. – Eu falei e só Deus sabe o aperto que o meu coração tinha neste momento.
- Gui! A minha vida está toda aqui. Eu compreendo que ela queira estar comigo, mas eu tenho que pensar no meu futuro. – Ela falou e eu assenti.
- Então se estás a pensar no futuro, lembra-te que a América é um lugar de muitas oportunidades. – Eu falei e ela negou.
- Eu não estou a falar disso, Gui. – Ela falou e eu olhei para ela. – Eu não posso ir para os Estados Unidos porque o meu futuro está aqui. – Ela falou e eu sorri ligeiramente.
- Posso saber o que é? – Eu perguntei e ela assentiu.
- O meu futuro és tu! - Ela falou e eu sorri. – O meu futuro é ao lado do homem que eu amo. É só esse o futuro que eu vejo para a minha vida. Eu morro se tiver que viver longe de ti. – Ela falou e eu dei-lhe um selinho.
- Eu amo-te tanto, linda! – Eu falei e ela sorriu.
- Eu amo mil vezes mais! Eu não quero ir embora. – Ela falou manhosa e eu beijei-lhe.
- Não vais! Eu não vou deixar! – Ela sorriu e abraçou-me com força. Eu nunca vou deixar levarem a mulher da minha vida embora, nunca.
POV Harry
- Finalmente a sós! – A Bela falou quando fechou a porta da entrada.
- O que é que fizeste para despachar todo o mundo? – Eu perguntei enquanto me sentava no sofá da sala.
- Bom, o David ia sair com a Alice para irem ao shooping e eu pedi que ele levasse a pipoquinha para ela comprar o vestido para a festa de aniversário da colega. Resolvi logo dois problemas! – Ela falou enquanto se sentava no meu colo.
- Pediste? – Eu perguntei desconfiado e ela sorriu.
- Pronto, eu obriguei. – Ela admitiu e eu dei risada.
- E a Bianca? – Eu perguntei.
- Dei-lhe o dia de folga! – Ela falou e eu sorri.
- Então estamos mesmo sozinhos? – Eu perguntei e ela assentiu com um sorriso malicioso nos lábios.
- E eu quero aproveitar, amor! Estou cheia de saudades tuas. – Ela passou o seu nariz na minha bochecha e deu-me um beijo na orelha.
- Então vamos matar essas saudades! – Eu dei-lhe um beijo de tirar o fôlego e deitei-a no sofá e comecei a distribuir beijos pelo seu pescoço.
- Lindo! – Ela sussurrou e eu sorri já imaginando o que se seguia.
- Gostosa! – Eu falei e ela gargalhou assim como eu. Mas logo me puxou para mais um beijo.
Como eu amo estes momentos com a minha esposa. E nós temos que aproveitar porque é raro estarmos sozinhos por muito tempo. As coisas estavam a aquecer cada vez mais, quando estava pronto para tirar a camisa dela, a campainha toca.
- NÃO! É SÉRIO ISSO? – A Bela gritou irritada e eu dei uma risada por causa do desespero dela.
- Estás à espera de alguém? – Eu perguntei-lhe e ela revirou os olhos.
- Achas! Claro que não! – Ela falou.
Eu levantei-me e arrumei-me assim como ela que se sentou emburrada no sofá. Caminhei até à porta e abri a mesma.
-TIO HARRY, QUE SAUDADES! – Um pequeno ser loiro abraçou-me com força.
- Lux?