Before (Tradução Português/BR)

By afterbrasil

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ATENÇÃO: esta é a versão de 'AFTER' narrada pelo Harry, como ele se sentia em relação a Tessa. Então se você... More

BEFORE
1° Capítulo
2° Capítulo
3º Capitulo
4° Capítulo
5° Capítulo
6° Capítulo
7° Capítulo
8° Capítulo
9° Capítulo
10° Capítulo
11° Capítulo
12° Capítulo
13° Capítulo
14° Capítulo
15° Capítulo
16° Capítulo
17° Capítulo
18° Capítulo
Birthday Girl. (Aniversariante!)

Molly

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By afterbrasil




Músicas para este capítulo são:

Hurricane - Halsey

Angel on fire - Halsey

17 - Kings of Leon

River - Bishop Riggs

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MOLLY

                    

A mãe dele contava histórias a respeito de garotas perigosas quando ele era pequeno. Quanto mais uma garota maltratar você, quanto mais ela fugir de você, mais ela gosta de você. Você deve insistir, é o que os garotos aprendem.

                    

O que esses garotos que forçam a barra descobrem quando crescem é que, na maior parte do tempo, quando uma garota não gosta de você, simplesmente não tem jeito. A garota cresceu sem uma mulher para mostrar a ela como deveria ser. Sua mãe sonhava com uma vida acelerada, mais intensa do que aquela que poderia viver ao lado da filha, e a garota aprendeu como os homens deveriam se comportar observando as atitudes dos homens de seu convívio.

                    

Conforme a garota foi crescendo, ela aprendeu o jogo e se tornou uma excelente jogadora.

                    

Eu puxo a barra do vestido para baixo quando dobro a esquina no escuro para entrar na viela. Ouço o tecido se rasgar quando o puxo, e me repreendo por fazer isso de novo.

Peguei o trem para o centro da cidade na intenção de conseguir... alguma coisa.

                    

Não sei bem exatamente o que, mas estou muito, muito cansada de me sentir assim! O vazio pode fazer com que a pessoa se comporte de maneiras que nunca imaginou, e esse é o único modo de satisfazer o enorme buraco que existe dentro de mim. A satisfação vem e vai conforme os homens me olham. Eles sentem que têm direito ao meu corpo, já que me visto propositalmente de um modo que os atiça. Eles são nojentos e estão erradíssimos, mas eu entro no jogo, incentivando o comportamento deles com uma piscadinha. Um sorriso tímido para um homem solitário faz milagres.

                    

Por precisar dessa atenção, eu me sinto enojada. É mais do que desconforto; é um ardor terrível dentro de mim.

                    

Quando dobro mais uma esquina, um carro preto se aproxima, e eu desvio o olhar quando o homem ao volante diminui a velocidade para me observar. As ruas estão escuras, e essa viela serpenteante fica atrás de uma das partes mais ricas da Filadélfia. As ruas são cheias de lojas, e cada uma delas tem seus depósitos no fundo.

Há dinheiro demais e alegria de menos em Main Line.

"Quer dar uma volta?", pergunta o homem quando o vidro automático desce com um leve zumbido. Seu rosto é levemente enrugado, e seus cabelos castanhos e grisalhos são muito bem divididos e penteados para o lado. Seu sorriso é charmoso, e ele é bonito para a idade que tem, mas um alerta soa em minha mente em todos os fins de semana em que faço essa caminhada, em que sigo essa rotina de zumbi por algum motivo desconhecido. A falsa gentileza no sorriso dele é só isso mesmo, falsa como minha bolsa "Chanel". É um sorriso que vem do dinheiro; já sei disso. Homens com carros pretos e polidos a ponto de brilhar à luz da lua têm dinheiro, mas não consciência. As esposas não transam com eles há semanas — meses, até —, e eles buscam nas ruas a atenção que lhes tem sido negada.

                    

Mas não quero o dinheiro dele. Meus pais têm dinheiro, e não é pouco.

"Não sou prostituta, seu doente do caralho!" Dou um chute no carro brilhoso e idiota dele com minha bota de salto plataforma e percebo o brilho de um anel em um de seus dedos.

Seus olhos seguem os meus, e ele esconde a mão embaixo do volante. Imbecil.

"Bela tentativa. Vai para casa, ficar com a sua mulher. Tenho certeza de que o pretexto que você arrumou para sair logo mais vai deixar de valer."

Começo a me afastar, e ele diz mais alguma coisa para mim. A distância carrega o som para longe em meio à noite, sem dúvida para um canto escuro. Eu não me dou ao trabalho de olhar para ele.

A rua está quase vazia, já que são mais de nove da noite numa segunda-feira. As luzes nos fundos das construções estão quase todas apagadas, o ar está calmo e tranquilo. Passo atrás de um restaurante de onde a fumaça sai do teto, e o cheiro de carvão toma meus sentidos. O aroma é agradável, e me faz lembrar dos churrascos no quintal que fazíamos com a família de Curtis quando eu era mais nova. Na época em que eu os considerava minha segunda família.

Pisco algumas vezes para afastar esses pensamentos e sorrio para uma mulher de meia-idade usando um avental e um chapéu de cozinheiro, que sai pela porta dos fundos de um restaurante. A chama de seu isqueiro brilha forte na noite. Ela dá um trago no cigarro que segura, e eu sorrio de novo.
                    
"Cuidado aí, menina", ela me avisa com a voz rouca.

"Sempre tomo cuidado", respondo com um sorriso e um aceno. Ela sacode a cabeça e coloca o cigarro nos lábios de novo. A fumaça sobe para o ar frio, e o fogo intenso na ponta do cigarro estala no silêncio da noite. Ela joga a bituca no concreto e pisa em cima, fazendo barulho.

Eu continuo caminhando, e o ar fica mais frio. Outro carro passa, e eu vou para o canto da viela. O carro é preto... Olho de novo e percebo que é o mesmo preto bem polido do anterior. Sinto um arrepio percorrer minhas costas quando ele diminui a velocidade, com os pneus amassando o lixo que cobre a viela.

Ando mais depressa, e decido ficar atrás de uma caçamba de lixo para abrir o máximo de distância possível do desconhecido. Meus pés aceleram o passo, e eu me afasto um pouco mais.

Não sei por que estou tão paranoica hoje; faço isso quase todo fim de semana. Visto uma bata horrenda, dou um beijo no rosto de meu pai e peço para ele o dinheiro do trem. Ele franze a testa e diz que eu passo tempo demais sozinha, que preciso me situar no mundo antes que a vida me passe para trás. Se seguir em frente fosse tão simples, eu não estaria trocando de roupa às pressas, pondo outro vestido, nem enfiaria a bata na bolsa para voltar a vestir no caminho de volta para casa.

Seguir em frente. Como se fosse muito simples.

"Molly, você só tem dezessete anos, precisa voltar para a vida real antes que acabe desperdiçando os melhores anos da sua vida", diz ele todas as vezes.

Se estes são os melhores anos da minha vida, não vejo motivo para viver mais do que isso.

Sempre concordo balançando a cabeça, abrindo um sorriso e desejando, em silêncio, que ele pare de comparar sua perda com a minha. A diferença é que minha mãe foi embora porque quis.

A noite de hoje está meio diferente, talvez porque o mesmo homem está do meu lado pela segunda vez em vinte minutos.

Começo a correr, deixando meu medo me levar pela viela toda esburacada até a rua mais movimentada adiante. Um táxi buzina para mim quando entro na rua e volto para a calçada, tentando recuperar o fôlego.

Preciso ir para casa. Agora. Sinto o peito arder, e me esforço para respirar o ar frio. Volto para a calçada e olho em todas as direções.

"Molly? Molly Samuels, é você?", uma mulher grita atrás de mim.

Eu me viro e vejo o rosto familiar da última pessoa que gostaria de encontrar. Preciso me segurar para não correr na direção oposta quando meus olhos encontram os dela, que segura uma sacola marrom de compras em cada mão, quando caminha na minha direção.

"O que você está fazendo aqui, e tão tarde?", pergunta a sra. Garrett, com uma mecha de cabelos caída sobre o rosto.

"Estou só dando uma caminhada." Tento cobrir as coxas com o vestido antes de ela olhar de novo.

"Sozinha?"

"Você também está sozinha", digo, num tom mais do que defensivo.
                    
Ela suspira e segura as duas sacolas com um dos braços. "Vamos, entre no carro." Ela parte em direção à van marrom estacionada na esquina.

Com o clicar de um botão, a porta do lado do passageiro se destranca, e eu entro, hesitante. Era melhor estar dentro do carro com ela e suas críticas do que na rua com o cara do carro preto que parece não aceitar um não como resposta.

Minha salvadora temporária entra pela porta do motorista e olha para a frente por um minuto antes de se virar para mim. "Você sabe que não pode se comportar assim pelo resto da vida." Sua frase termina num tom forte, mas suas mãos tremem no volante.

"Não estou..."

"Não tente fingir que nada está acontecendo." Pela resposta, percebo que ela não está a fim de ser simpática. "Você está se vestindo de um jeito completamente diferente de antes, e seu pai com certeza não aprovaria. Seus cabelos estão cor-de-rosa... nada a ver com o seu loiro natural. Você está no meio da rua à noite, andando sozinha. Sabia que eu não fui a única a notar sua presença? John, que frequenta a minha igreja, viu você por aí uma noite dessas. Ele contou na frente de todo mundo."

"Eu..."

                    

Ela faz um gesto com a mão quando ensaio um protesto. "Ainda não terminei. Seu pai me disse que você não vai mais para a Ohio State, apesar de ter se preparado para ir com o Curtis depois de tantos anos."

A menção ao nome dele me abala, destruindo uma casca dura dentro da qual me acostumei a morar. O grande vazio em que venho me escondendo. O rosto de seu filho toma minha mente, e a voz dele surge nos meus ouvidos.

"Para", consigo dizer em meio à dor.

"Não, Molly", diz a sra. Garrett.

Quando olho para a frente, vejo que ela está vermelha, como se tivesse pilhas e mais pilhas de sentimentos acumulados dentro de si, sentimentos que foram se misturando nos últimos seis meses e agora estão prestes a explodir.

"Ele era meu filho", diz ela. "Então nem tente agir como se tivesse mais motivos para estar sofrendo do que eu. Perdi meu filho, meu único filho, e agora estou aqui vendo você, querida Molly, que vi crescer, se perder também... e não vou mais ficar calada. Você precisa ir para a faculdade, sair daqui, como você e Curtis queriam. Seguir em frente. É o que todo mundo precisa fazer. E, se eu consigo fazer isso, por mais que me doa, você também consegue, pode apostar."

Quando a sra. Garrett para de falar, tenho a sensação de que ela passou os últimos dois minutos dando nós no meu estômago. Ela sempre foi uma mulher discreta, seu marido sempre foi mais falante, mas em questão de cinco minutos se tornou menos frágil, de certo modo. Sua voz, normalmente suave, ganhou um tom renovado de determinação, e isso me impressiona. Faz com que eu me sinta triste também, pelo fato de ter deixado minha vida se transformar numa existência sombria.

Mas era eu que estava dirigindo o carro.

                    

Concordei em dirigir a picape de Curtis um dia antes de pegar minha carteira de habilitação. Estávamos animados, e o sorriso dele me convenceu. Eu o amava com toda a minha alma e, quando ele morreu, eu fiquei destroçada. Ele era minha fonte de tranquilidade, minha garantia de que eu não acabaria como minha mãe, uma mulher que vivia e respirava para ser mais do que a esposa de alguém numa casa grande, num bairro rico. Ela passava os dias pintando e dançando em nossa residência espaçosa, cantando e prometendo que logo sairíamos daquela cidadezinha.

"Não vamos morrer aqui... um dia eu convenço seu pai", ela sempre dizia.

Ela só cumpriu metade da promessa e foi embora de casa no meio da madrugada, dois anos atrás. Não conseguiu encarar a vergonha que aparentemente vinha do fato de ser mãe e esposa. A maioria das mulheres não enxergava vergonha nenhuma nisso, mas minha mãe era diferente. Ela queria ser o centro das atenções — precisava que as pessoas soubessem seu nome. Ela punha a culpa em mim por não saberem, apesar de sempre tentar negar esse fato. Sempre sentiu vergonha de mim; sempre me

fazia lembrar do que fiz a seu corpo. Ela me disse, muitas vezes, que tinha um corpo perfeito antes de engravidar. Agia como se eu tivesse escolhido entrar no seu ventre de mulher egoísta. Uma vez, me mostrou as marcas que deixei em sua barriga, e eu me retraí ao ver a pele toda enrugada.

Apesar de eu não concordar com seu estilo de vida, ela me prometia o mundo. Contava sobre cidades iluminadas com outdoors enormes nos quais ela gostaria de ser bonita o bastante para aparecer.

                    

E, certa manhã bem cedinho, depois de tê-la ouvido falar na noite anterior sobre o mundo em que queria viver, eu a vi pelo parapeito de metal da escada, arrastando a mala pelo carpete em direção à porta da frente. Ela soltou um palavrão e afastou os cabelos dos ombros. Vestida como se estivesse indo para uma entrevista de emprego, estava totalmente maquiada, com um penteado diferente nos cabelos — deve ter usado metade de uma lata de spray para deixá-los daquele jeito. Estava animada e confiante quando os tocou para ajeitá-los.

Um pouco antes de sair de casa, olhou ao redor da sala de estar lindamente decorada e abriu o maior sorriso que vi em seu rosto. Então fechou a porta, e eu consegui imaginá-la feliz, encostada do lado de fora, ainda sorrindo como se estivesse indo para o paraíso.

Não chorei ao descer a escada na ponta dos pés, tentando me lembrar de como ela era, e de como se comportava. Queria me lembrar de cada interação, de cada conversa, de cada abraço. Percebi, naquele momento, que minha vida estava mudando de novo. Observei pela janela da sala de estar quando ela entrou num táxi. Fiquei olhando para a rua. Acho que sempre soube que ela não era confiável. Meu pai podia ter medo de sair da cidade em que foi criado, onde tinha um emprego incrível, mas ele é confiável demais.

A sra. Garrett toca as pontas de meus cabelos cor-de-rosa com um gesto cuidadoso. "Enfiar a cabeça em uma tigela de corante cor-de-rosa não vai mudar nada do que aconteceu."

Abro um sorriso ao ouvir seu jeito de falar, e digo a primeira coisa que me vem à mente. "Não tingi os cabelos porque vi seu filho sangrar até a morte na minha frente", respondo, lembrando que a tinta escura parecia com sangue escorrendo pelo ralo quando enxaguei os cabelos.

                    

Afasto a mão dela e, sim, minhas palavras são duras, mas quem diabos ela é para me julgar?

Enquanto ela pensa no que eu disse, tenho certeza de que está pensando no corpo inerte de Curtis, com o qual fiquei por duas horas até aparecer alguém para nos ajudar. Tentei soltar o cinto de segurança dele do local onde eu estava, no assento do motorista, mas não deu. O metal retorcido depois da pancada contra a grade de proteção não me deixava mexer os braços. Mas eu tentei, e gritei quando as ferragens rasgaram minha pele. Meu amor não estava se mexendo, não emitia som nenhum, e eu gritei com ele, com o carro, com o universo inteiro enquanto me esforçava para nos salvar.

Um universo que me traiu e que se tornou sombrio quando o rosto dele empalideceu e seus braços ficaram imóveis. Agradeço por meu corpo ter se desligado quando ele morreu e por eu não ter sido forçada e ficar olhando para aquela coisa que não era mais ele, esperando que de alguma forma voltasse à vida.

                    

Com um leve suspiro, a sra. Garrett liga o carro e arranca. "Compreendo sua dor, Molly... se tem alguém capaz de compreender, sou eu. Também estou tentando encontrar uma maneira de continuar minha vida, mas você está acabando com a sua por causa de uma coisa impossível de controlar."

Fico perplexa, e tento ordenar meus pensamentos passando a mão pelo revestimento plástico da porta do carro. "Impossível de controlar? Eu estava dirigindo o carro." O barulho do metal colidindo contra uma árvore, e então com a barreira de metal, toma meus ouvidos, e sinto as mãos tremerem em meu colo. "A vida dele estava nas minhas mãos, e eu o matei."

Ele era a vida, a própria definição de vida. Era inteligente, carinhoso e cheio de amor. Curtis conseguia encontrar alegria nas coisas mais simples e idiotas. Eu não era como ele. Era mais cínica, principalmente depois que minha mãe foi embora. Mas ele me ouvia sempre que minha raiva me fazia cometer um erro. No aniversário dele, ajudou meu pai a limpar a sala de pintura da minha mãe depois que eu a destruí espalhando tinta preta pelos valiosos quadros que ela deixou para nós. Ele não me perguntou por que eu desejei que ela morresse em mais de uma ocasião.
                    
Ele nunca me julgou, e me manteve firme de um modo que eu não conseguiria sozinha. Sempre pensei que ele seria o motivo pelo qual eu encararia a faculdade ou faria amizades numa cidade nova. Nunca fui boa em esconder minha verdadeira opinião sobre as pessoas, então não era muito fácil para mim fazer amigos. Ele sempre dizia que tudo bem, que meu jeito de ser era ótimo, só um pouco sincero demais, e que ele teria que assumir o papel do mentiroso no nosso relacionamento. Ele fingia gostar dos riquinhos pretensiosos de blusa de lã amarrada na cintura de nossa escola. Ele sempre era o simpático, aquele que todo mundo adorava. Eu era a pessoa que vinha atrelada a ele. Passávamos tanto tempo juntos que todo mundo começou a aceitar a minha presença e o meu comportamento. Ele compensava isso, acho, com seu charme. Ele era minha desculpa para o mundo, porque aparentemente via alguma coisa em mim. Era a única pessoa que me aceitava e me amava, mas ele também me deixou. Foi por culpa minha, assim como tenho certeza de que minha mãe foi embora porque estava cansada da vida numa cidadezinha, da normalidade do meu pai, e da filha de cabelos loiros e lacinhos.

O último vestígio da minha necessidade de fingir ser normal se foi quando a pia ficou cor-de-rosa e o loiro se foi.

"Tenho um amigo com alguns contatos em Washington."

                    
Eu tinha quase me esquecido de onde estava enquanto a minha mente revivia cada experiência de merda da minha vida em menos de dez minutos.

"Posso perguntar se ele toparia mexer uns pauzinhos e colocar você numa faculdade boa de lá. É um lugar bonito. Bem verde, revigorante. Estamos no fim do ano, mas posso tentar, se você quiser", oferece ela.

Washington? Que diabos existe para fazer em Washington?

Penso na oferta dela, analisando se ainda quero fazer faculdade ou não. E, enquanto considero a pergunta, percebo que quero, sim, sair dessa cidade horrorosa, então talvez seja melhor eu concordar. Eu pensava em outras cidades quando era mais nova. Minha mãe falava sobre Los Angeles, com seu clima perfeito todos os dias. Falava de Nova York e de como suas ruas ficam cheias de gente. Contava sobre as cidades glamorosas nas quais queria morar. Se ela conseguia encarar essas cidades, eu devo conseguir encarar Washington.

Mas é longe, do outro lado do país. Meu pai ficaria sozinho aqui... mas talvez isso fosse bom para ele. Ele quase não tem amigos porque está sempre muito preocupado comigo, tentando fazer com que me sinta feliz. Desistiu até de tentar se preocupar com a própria vida. Talvez o fato de eu ir para a faculdade ajude. Talvez restaure um certo senso de normalidade.

E pode ser que eu também consiga fazer amizades. Meus cabelos cor-de-rosa podem não ser tão intimidadores para pessoas de uma cidade com alguma sofisticação. Minhas roupas reveladoras podem não ser tão ameaçadoras para meninas da minha idade em outra cidade.

Eu poderia começar de novo e deixar a sra. Garrett orgulhosa.

Eu poderia dar a Curtis um motivo para se orgulhar também.

Washington poderia ser exatamente o que eu mais preciso.

E nesse momento, sentada no carro dessa mulher, dessa mãe gentil do garoto que amei e perdi, eu juro que vou ser melhor.

Não vou pegar o trem para as partes mais perigosas da cidade em Washington.

Não vou viver no passado.

Não vou desistir de mim mesma.

Só vou fazer coisas que ajudem meu futuro — e não vou me importar com o que me disserem pelo caminho.

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Notas das autora *Anna Todd* - Eu amo muito a Molly, *lágrimas* , mesmo que ela seja "fodida", *mais lágrimas*, você gostaria de ver mais sobre ela?

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