ZAYN MALIK
"Eu vou me casar." Suas palavras ainda me causam repulsa pelo simples fato de que não é comigo. "Zayn, isso não pode continuar assim." Suas mãos se moveram para seus, agora cinzas fios de cabelo. "Eu não sei exatamente o que ta acontecendo na sua vida, mas na minha..." Ela ri desgostosa. "Na minha, eu sou CEO de uma empresa multimilionária, noiva de um cara simplesmente espetacular e sucessora da máfia Russa, que por sinal é declarada inimiga do famoso no mundo criminoso, Zayn Malik."
Sentado agora no meu carro lembro da nossa última conversa antes de tudo, antes de qualquer coisa. Naquele momento eu precisava ser somente o menino Zayn, nascido e criado em Bradford, sem máscaras ou fingimentos, armas, sangue e tudo aquilo que me fazia parecer invencível, afinal, eu não era, eu não precisava ser.
"Eu, literalmente, amo você!" Sua voz estava fraca, na verdade por inteira ela estava fraca. "Eu sei que só tenho dezesseis anos, ainda tenho a vida inteira pra viver, mas no tempo que estive com você, eu aprendi o que é viver, e não tem algo mais inocente no mundo do que isso, eu não preciso ouvir absolutamente nada de você, Malik. Eu só preciso que me ouça, eu só preciso que me entenda..." Cortei suas palavras antes que ela possa desabafar tudo que escondia em seu peito, eu não precisava ouvir nada mais do que ela já tinha dito, eu estava desesperado, e completamente apaixonado.
"Angel..." Respirei fundo juntando todas as minhas forças e encarei seus belos olhos, a lua parecia definitivamente estar como ela, porque o cenário do jardim era obra dela, o brilho nos meus olhos poderiam não ser efeito da lua, mas era definitivamente por isso que ela conseguia os ver. "Você quer casar comigo?"
Eu já não sabia o que era respirar, e quanto mais eu esperava a resposta mais frequentes as lembranças das torturas circulavam minha mente, o desespero tomou conta do meu corpo, mas quando eu sai daquele escritório, com todas aquelas informações, esse foi o clímax da nossa história, foi quando eu cai num mundo onde eu sabia que não poderia mais te ter, me dei por vencido e fui, sem lutar, eu simplesmente fui. E agora eu me agarro ao que me restou de você, a foto que iria passar no slide-video da nossa cerimônia, o meu sorriso de dor e seus braços em meu pescoço, naquele momento eu não não tinha certeza se largaria tudo por você, mas agora eu não tenho nenhum resquício de duvida, então me perdoa se eu estou em um carro parado, esperando pra te ver em ação, mas é que eu preciso saber se você vai ficar segura.
Eu os deixei, depois que sai da sua sala de reuniões eu queria beber, foder e te esquecer, mas eu não fiz isso, não sei nem se conseguiria, então eu juntei o que me restava de coragem e bati na porta daquele filho da puta do Yakusa e mandei-o ir se foder, porque todo esse tempo eu fiz você lutar por sua vida e nunca estive lá para te proteger, e mesmo que você não deixe agora ou simplesmente não precise, eu vou me redimir.
Sobretudo preto, cabelos reluzentes e um sorriso impecavelmente cínico dançando nos lábios, ele é prepotente e ela sabe como usar isso contra ele, seus movimentos são calculados e os olhos famintos do velho caiam sobre cada um deles, desço do carro com a guarda alta caminhando até eles sem ser notado, eu podia ouvi-la.
"Linoz, não subestime." Ele gargalhou.
"E o que a menininha poderia fazer para conseguir o que quer?" Desafiou o homem de cabelos brancos, se ela não precisasse da maldita senha, ela já teria matado esse nojento.
"Eu poderia, por exemplo..." Um tiro é disparado contra o peito de um dos grandes seguranças do homem. Sua agilidade espanta até a mim, não me lembro de como ela aprendeu a atirar, na verdade, antes de vê-la naquela casa eu tinha esquecido de quão bom era seu cheiro, ou de quão boa ela é sem mim. "Matar um deles." Então o outro cai com um buraco de bala na cabeça. "Ou os dois." Ela ri colocando sua Glock.40 prata no cós da calça. "Eu não quero ter que te perguntar de novo. Qual a senha da maleta?" Ela o pressiona.
"E se eu não disser?" O homem ri debochado. "Vai matar a única pessoa que sabe a resposta pra sua maldita pergunta?" Ele se afasta a medida que ela se aproxima. "Você... Vo..." Ela não o deixa terminar.
"Eu aperfeiçoei um processo de remoção da pele humana, eu poderia testar em você até decidir falar, ou você poderia sem dor alguma, me dizer qual a senha para a maleta." Segurei o riso, e me encostei no poste que os iluminavam, os olhos do homem me encontraram fazendo assim ela me olhar também. "O que você está fazendo aqui?" Ela bufou se virando para me encarar. O homem sem pensar duas vezes pôs-se a correr, e sem algum vestígio de preocupação com um revirar de olhos, ele estava no chão a segurar no lugar onde sangrava, ela acertou sua perna sem olhar o que estava fazendo!? "Por que insistem em correr? Por que?" Ela me olha uma última vez, certificando-me que ela não precisava de mim ali, antes do barulho de suas botas soarem no ambiente, ela o pega pela gola e o obriga a lhe dar uma resposta. "Se a maleta não abrir, não adianta se esconder, eu vou matar você." Ela amarra o smoking de um dos mortos no lugar onde sangra e deixa-o para trás.
"Qual a parte do 'fica longe de mim' que você não entendeu Malik?" Ela passa por mim, me arrastando pelo braço como se eu fosse uma criança mal criada.
"Toda ela." Respondo fazendo birra, ela para bruscamente e me olha como se tivesse prestes a me dar uma bronca.
"Não se faça de criança desentendida, ou eu vou te tratar como uma." Revirei os olhos para ela então ela bufou.
"Você seria uma ótima mãe." Comentei.
Silêncio. Então mais silêncio, e nada se ouvia além das nossas respirações. Ela me olha perplexa e desde que a vi novamente é a primeira vez que ela se encontra visivelmente abalada. Oh meu Deus, ela não pode ter filhos, Martin desgraçado! Eu também não fico atrás. Quero gritar comigo mesmo, por que diabos fui abrir minha boca?!
"Não me faz te odiar ainda mais, Zayn." Então sua postura autoritária volta e lá está ela a me puxar novamente. "Entra nesse carro e some da minha vida." Ela disse me empurrando para dentro e desaparecendo do meu campo de visão. Ah eu amo essa mulher.
Estacionei o carro na garagem do meu novo prédio, onde por um acaso eu não estou seguro, mas é o único lugar que eu achei. O já devagar elevador tem um aviso, onde diz que agora ele não funciona mais, pus-me a subir os dois lances de escadas e a cada degrau era um agradecimento por não ter escolhido o quarto andar, alcancei a parte superior do batente da porta e minha chave não mais se encontrava lá, já com a mão na arma virei a maçaneta encontrando minha porta aberta, eles já me acharam, arregalo os olhos a medida que eles encontram os azuis do Niall. Um alívio atravessa meu corpo e o loiro sorri para mim, senti falta desse babaca.
"Eu quase atirei em você, idiota." Ele gargalhou dando de ombros.
"Você sempre foi ruim de mira mesmo, eu não teria com o que me preocupar." Mostrei-lhe o dedo do meio.
"O que faz sentado no meu sofá?"
"Eu não iria arriscar te esperar do lado de fora." Ele está tentando me enrolar.
"O que veio fazer em Dubai?" Sou explícito.
"Vim impedir que arranquem sua cabeça e coloquem num espeto." Arqueei a sobrancelha, minha cara tinha praticamente um ponto de interrogação. "Eu sei que você deixou-os." Minha surpresa foi maior ainda.
"Mas, como você..." Não terminei.
"Quando alguém se torna inimigo do filho da Yakuza, todo mundo fica sabendo." Revirei os olhos, discrição não é o forte daquele filho da puta.
"E como pretende tirar meu traseiro da linha de fogo?" Ele gargalhou.
"Primeiro você arruma essas roupas e a gente sai desse lugar imundo." Ele jogou uma camiseta minha que estava no sofá.
"Eu não tenho para onde ir." Constatei o óbvio.
"Ah Malik, até parece que você não me conhece." Ele se gabou, revirei os olhos então fui fazer as malas.
"Uau." Respirei fundo olhando a entrada da mansão, se parece tanto com a antiga. "Como você conseguiu isso tão rápido?" Ele riu.
"Você conseguiu isso, você é a máfia da Inglaterra." Estreitei os olhos. Isso não é uma resposta digna Niall. Nem sequer é uma resposta. Deixei de lado para alcançarmos os seguranças que estavam na porta, e por todo lado da casa.
Quando a porta se abriu o conforto de casa me atingiu inteiramente, tinha o cheiro de Londres, Sweet Home. Mas foi quando Harry desceu as escadas a correr que eu me senti parte daquilo, seus cabelos estavam curtos e seus olhos cada vez mais verdes.
"LIAM! VOCÊ PERDEU A APOSTA!" O moreno gritou para o outro no andar de cima, que veio desesperado também a correr pelas escadas. Liam me abraçou e isso gerou um abraço coletivo.
"Vocês estão sentimentais, por favor, me soltem, menininhas."
"Vá se foder, Z." Louis disse saltando em minhas costas.
"Você é um cara bem corajoso não?" Harry comentou se aconchegando no sofá.
"Aquele filho da puta nunca parou de caçar a Angel, eu fiquei todos esses anos o servindo para nada!" Exaltei-me.
"Ela teve sorte de ser encontrada por Tomas, ou a cabeça dela estaria num espeto." Niall deu um tapa automático no Harry.
"Como você sabe disso?" Pela carranca que se formou em seu rosto, isso não é tudo que ele sabe. "O que diabos vocês estão escondendo de mim?" O silêncio se estabeleceu na sala e minha raiva crescia cada vez mais. "É melhor vo..." Fui interrompido por um segurança anunciando a entrada de alguém.
"Srta. Walker está a caminho, senhores." Disse na mesma rapidez com que se retirou do ambiente. Todos me olhavam.
"Eu não acredito que aquele idiota pintou um alvo no meio da testa!" Ela chegou com suas famosas botas acima do joelho, vestido vinho, e os cabelos cinzas alvoroçados. "Eu mesma vou mata..." Perdendo a fala no momento em que seus olhos se fixaram em mim. "Vocês não podiam esperar, por exemplo, amanhecer o dia?" Ela disse com cautela ainda a olhar para mim.
"Eu realmente queria uma boa explicação para o que está acontecendo aqui." Disse prestes a explodir. "Vocês já sabiam que ela estaria aqui!?" Estreitei os olhos. Niall balbuciou e meu punho cerrado no rosto dele foi automático.
"ZAYN!" Angel gritou com a voz cheia de dor. Então a olhei terrivelmente furiosa. "Qual seu maldito problema?" Ela me puxou pela gola da camisa me fazendo encara-la. "Seja lá o que você tem para resolver, resolva comigo." Ela espalmou meu peito subindo um ardor na região.
"Eu não vou bater em você, Angel." Digo entre dentes.
"COMO SE VOCÊ JÁ NÃO TIVESSE FEITO ISSO ANTES." Fechei os olhos sentindo a dor de suas palavras, então seu punho se conectou com meu rosto me fazendo cambalear.
"Eu não vou bater em você, Angel." Repeti. E ela partiu mais uma vez para cima de mim, um soco atrás do outro e nem desviar eu conseguia, mas seus gritos ecoavam pela minha cabeça.
"Revide!" Ela disse exasperada com lágrimas a picar-lhe os olhos. "Por favor, revide." Seus punhos pararam cerrados abaixo dos meus ombros então a abracei, e sem mexer um músculo, escutei seu choro.
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DESCULPA A DEMORA BABES, EU ESTAVA TRABALHANDO MUITOOOOOO, E A ESCOLA, E TUDO MAIS, SORRY ❤ AMO VCS