Eliza narrando...
Acordei na manhã seguinte um pouco mais disposta do que meus dias anteriores. Tomei um banho quente, vesti minhas roupas e coloquei um casaco. Essa manhã está bem fria.
Tomei café da manhã só com minha vó, meus pais haviam saído. Após terminar de comer fui para a escola, minha vó quis me levar então aceitei.
Cheguei na escola e já fui direto pro meu armário. Não só para pegar livros, mas também na esperança de vê-lo me esperando. Mas ele não estava, e eu não sabia o porquê. Comecei a ficar preocupada, mil pensamentos passou pela minha cabeça de que algo aconteceu com ele.
Vou para sala e não vejo Scarlett. Ela com certeza não vai vir, e eu também quero saber o porquê. Agora começo a ficar preocupada com os dois.
Sentei no meu lugar e fiquei balançando a perna toda hora. Eu estava anciosa, inquieta, frustada. Nem consegui prestar atenção na aula.
De repente sinto uma mão no meu ombro. Me assusto.
- Desculpa, eu não queria te assustar. - era a Rebecca.
- Tudo bem.
- A professora pediu para fazer duplas, vi que você não estava prestando atenção então vim aqui pra saber se você quer fazer dupla comigo.
- Ta bom.
Ela se ajeita ao meu lado.
- Rebecca... Desculpa a pergunta mas... O que realmente aconteceu entre você e a Scarlett?
- Ele te contou né? - limpou a garganta. - Olha Eliza, sério. Eu realmente não sei o que aconteceu. Ela aceitou que eu beijasse ela e depois mandou eu ir embora e me ignorou. Nunca mais nos falamos, já faz uma mês isso. Toda vez que tento me aproximar dela ela me ignora, mal olha pra minha cara.
- Rebecca, entenda... Ela está passando por um momento difícil. É melhor que você tente conversar com ela. Por mais que ela te ignore, insista.
- Eu não sei... Eu estou um pouco magoada com ela. Eu sinceramente estava afim dela, e quando ela correspondeu meu beijo eu fiquei tão... Feliz. Olha agora o que aconteceu.
- Então... É o que eu disse, ela está passando por um momento difícil, ela está descobrindo quem ela realmente é. E por favor, só tente conversar com ela.
Rebecca suspira e fica um pouco pensativa.
- Tudo bem. Irei tentar.
***
Tocou o sinal avisando o término da aula. Peguei minhas coisas e fui para casa. Assim que chego vou direto pro meu quarto. Troco de roupa e desço até a cozinha para conversar com minha vó. Quando chego vejo Griffin em pé me olhando fixamente. Ele sorri e abre os braços. Corro até seu encontro e lhe dou um abraço forte.
- Por que você não foi a escola hoje? Quer me matar de preocupação? - pergunto com a respiração acelerada, fiquei emocionada de vê-lo, eu não esperava isso.
- Eu não podia. Acho que eu estava sendo seguido. Consegui despistar quem seja que era. E como eu não consegui ir a escola dei um jeito de vir aqui.
Lhe dou um abraço novamente.
- Obrigada.
Escuto alguém limpar a garganta. Olho para trás e vejo meus pais. Dou um sorriso sem graça e olho para Griffin, ele também estava sorrindo.
- Oi mãe, o que está fazendo de almoço hoje? - minha mãe pergunta a vovó.
- Espaguete a carbonara. Sei que a Eliza ama.
- Eu amo mesmo. Obrigada vó. - dou a volta no balcão e lhe dou um beijo na bochecha.
Enquanto ela terminava de preparar o almoço fui conversar com Griffin na sala. Sentei ao seu lado e segurei sua mão.
- Eliza... Então... Eu não vou poder ir mais a escola.
Olho para ele.
- Ah nãoo... Eu gosto tanto de te ver logo de manhã.
- Eu também. Mas agora só podemos nos ver na sua casa. Cada dia mais está ficando complicado.
- Entendo... É uma pena.
- É...
Ficamos em silêncio por um tempo.
- Hoje é o aniversário da Amber, a família dela vai comemorar e nós fomos convidados, quero que você vai também.
- Hoje?
- Sim.
Ele ficou pensativo.
- Vem, vamos por favor.
Ele sorriu.
- Eu vou.
O almoço ficou pronto depois de algum tempo. Griffin se sentou na mesa comigo, mas ele não comeu, claro. Depois subimos para meu quarto, ficamos conversando sobre algumas coisas até chegar a noite. Pedi para que Griffin se arrumasse aqui. Ele e meu pai tem a mesma estrutura física, então ele pode emprestar uma camisa para Griffin.
Fui me arrumar. Tomei um banho rápido, quando sai, me enrolei na toalha e fiquei procurando roupas. Por fim escolhi um vestido branco até o meio da cocha. Coloquei uma sapatilha e fiz uma trança no meu cabelo. Passei uma maquiagem leve e pra finalizar... Borrifadas de perfume.
Terminei de me arrumar e sai do quarto para procurar Griffin. Quando eu ia descer a escada eu o vejo. Ele está sem camisa, automaticamente meus olhos se dirigem para seu abdômen. E olha, é bem definido.
Balanço a cabeça me recompondo. Limpo a garganta e olho para seu rosto.
- Você está vermelha. - ele diz sorrindo.
Eu já estava com vergonha, ele diz isso me deixa mais envergonhada ainda.
Ignoro seu comentário.
- O que você está fazendo aí, desse jeito?
- Estou esperando seu pai me trazer a camisa.
Assim que ele fala meu pai sai do quarto. Ao ver ele sem camisa na minha frente, meu pai imediatamente lhe da a camisa.
Rio da situação.
***
Enfim, estavamos já todos prontos para ir pro aniversário. Griffin, eu, Victoria e tio Kaio fomos no mesmo carro. Meus pais foram no outro. A casa é um pouco longe, então o percurso foi longo. Quando chegamos já podemos ouvir as luzes e a música alta. Saímos todos do carro e adentramos o lugar.
A decoração está ótima. Há vários pisca-pisca nas paredes. Há uma mesa perto da lareira com aperitivos e bebidas. Após observar tudo, vejo Amber conversando com algumas pessoas. Me aproximo para aguardar ela terminar a conversa com os convidados, mas assim que ela me vê ela pede licença e me abraça.
- Que bom que veio. - me aperta mais.
- Feliz aniversário. - entrego meu presente a ela.
- Obrigada. - Amber sorri.
Volto para o lado de Griffin e seguro sua mão. Amber nos olha com um sorriso de lado.
- Feliz aniversário Amber. - ele estende a mão para ela. Amber pega a mão de Griffin e sorri para ele.
Isso está sendo muito engraçado.
- Então você é o Griffin. Hum, você até que é bonito em. - pisca para mim e da outro sorriso de lado.
Sinto minhas bochechas queimarem.
- Oi. - Leon aparece com uma bebida segura a cintura de Amber.
Arregalo os olhos. Fico bastante surpresa.
- O que você está fazendo aqui? - pergunto.
- Eu convidei ele more.
- Mas... Eu nem sabia que vocês se conheciam.
- Sabie sim.
- É, sei... Mas não assim.
- Não te falei que ela ficaria passada? - Amber olha para Leon, ele sorri.
- Desculpa por não ter contado. Mas é que ela soube que eu vim morar aqui e começamos a conversar.
Me senti traída. Mas guardei minhas reclamações para mim mesma.
- Aproveitem a festa amores. - ela pisca e sai acompanhada com Leon.
Passaram-se algumas horas e já estava ficando tarde. Os mais velhos estavam indo embora e os mais jovens ficaram. Como sempre. Amber ligou o jogo de luz, apagou as luzes e colocou música eletrônica.
Griffin e eu estavamos quietos em um canto.
- Vamos dançar? - Griffin sugere.
Balanço a cabeça.
- Não, não! Eu não sei dançar! - grito um pouco por conta da música alta.
- Ah, que isso? Sabe sim, vem! - ele pega nas minhas mãos e me puxa. Tento fugir mas é em vão. Quando me dou conta vejo que estou no meio da sala.
Griffin começa a dançar e eu somente me mecher de um lado para o outro.
- Se solta! - ele pega nas minhas mãos e me balança. Começo a pegar jeito.
Quando vejo já estou dançando que nem louca com Griffin. Rio de mim mesma.
Naquela noite nos divertimos muito. Dancei até meus pés arderem. Eu estava tão cansada que dormi com Griffin no quarto de visitas lá mesmo. Apenas me joguei na cama e fechei os olhos.