Capítulo 11

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Depois de algumas horas trancada no quarto meu pai foi me ver. Ele entrou lentamente e sentou ao meu lado na cama.

- Eles já foram? - pergunto.

- Sim.

- E o que foi aquilo?! Quem são eles?

- Não importa agora, vamos falar disso mais tarde quando tudo se acalmar por aqui.

- Pai eu estou bem okay? Pra mim já está tudo calmo.

- Pra mim não. Eu ainda não me livrei do susto que passei. Eu não sei o que eu iria fazer se algo acontecesse com você.

- Pai...

- Eliza. - repreendeu.

- Tudo bem. - suspirei e me encostei na cabeceira da cama.

- Você está com alguma dor?

- Não.

- Mesmo assim descanse, amanhã falaremos sobre isso. Se precisar de algo estarei aqui com você.

- Tá bom. Amo você pai.

- Eu também.

***

Acordei com bastante dor nas costas. Foi uma dificuldade levantar da cama, mas enfim consegui. Tomei um banho e coloquei uma roupa confortável. Quando eu ia descer as escadas escutei vozes lá em baixo e me escondi para poder ouvir.

- Eles disseram que há bruxas na cidade. - meu pai disse.

- Bruxas? Mas bruxas não existem.

- Eu também não estou entendendo. Todas as bruxas do nosso mundo foram mortas. A muitos anos não há sinal de nenhuma delas. Não entendo o porquê disso só agora.

Eu não conseguia acreditar. Meus pais disseram que não existiam bruxas, e eu cresci com isso. O único ser sobrenatural na terra são só os vampiros.

- E como eles descobriram que há bruxas aqui? - pergunto ao descer as escadas.

Todos olham espantados para mim.

- Eliza era pra você estar descansando. - minha mãe diz ao se levantar.

- Eu já disse que estou bem! Parem de me tratar como uma criancinha que não tem noção de nada!

- Eliza...

- Não pai, já chega! Eu quero saber, eu quero ser envolvida em todos os assuntos e reuniões, eu faço parte dessa família e um dia eu vou ser uma vampira, querendo vocês ou não!

- Já conversamos sobre isso Eliza! - minha mãe grita.

- Não! Vocês já conversaram, eu não! Por que ninguém quer saber o que eu penso, vocês querem decidir tudo por mim como se eu não tivesse opnião própria.

- Já chega, é melhor você ir pro seu quarto!

- Eu já falei que não vou! Eu vou ficar aqui e participar da reunião de vocês. - vou em direção ao sofá em passos firmes.

Meu pai bufa mais concorda.

- Então... Quem são eles? - pergunto.

- Eles são os Lambertuccis. O homem alto de sobretudo é o Lurch Lambertucci, o líder de todos eles. E aquele desgraçado é filho dele, Ettore Lambertucci.

- Vocês nuncam tinham me falado deles.

- É por que eles não são coisas boas. A comunidade deles são superiores e passam por cima de qualquer um para demonstrar poder.

- E por que você ainda conversa com eles?

- Por que somos os primeiros na terra, e visto como isso somos a família mais respeitada entre os vampiros. Ninguém ousa-se mexer com nós. E mantenho isso, não desrespeitamos ninguém e ninguém nos desrespeita, assim conseguimos manter a paz.

- E enquanto as bruxas? Onde elas estão? - a tia Victoria pergunta.

- Eles não sabem. Mas estão a procura delas. Tem objetos de magia por vários cantos da cidade. É importante vocês contarem se verem alguma. Os Lambertuccis querem matá-las.

Após conversarmos bastante subi para o meu quarto. Peguei meu celular e tinha várias mensagens. A todas eram da Scarlett, menos uma que era de número desconhecido. Minha curiosidade era maior e acabei lendo ela primeiro.

"Oi, é a Rebecca. Nós marcamos de nos encontrar no Starbucks e você não foi. Devi pedir ajuda para outra pessoa?"

E as oito de Scarlett.

"Onde você está?"
"Por que não veio a aula hoje?"
"Eliza?"
"Eu não acredito que você ia sair com a Rebecca!"
"Por que você não me disse nada?"
"Ela me pediu seu número e eu passei okay?"
"Eliza?"
"Que merdaaaaa! Será que da pra você me responder?"

Respondi as duas e claro, pedi desculpas para Rebecca. Tive tantos problemas que nem lembrei de avisar que eu não iria. Na verdade acho que seria impossível de avisar.

Coloquei o celular ao meu lado e fui ler um livro. O restante do dia eu não fiz mais nada.

***

Na manhã seguinte acordei e fui me arrumar, eu tinha que ir pra escola. Desci e tomei café sozinha. Meus pais estavam ausentes ultimamente nas horas das refeições, e eu já queria saber porquê.

Minha vó serviu o café pra mim e aproveitei para ler perguntar a ela. Ela me respondeu que eles andam muito ocupados, mas eu não engoli essa. Eu senti que no fundo ela estava mentindo, mas não quis mais questionar e fui pra escola com meu tio Kaio. Meu pai não queria que eu andasse sozinha, pelo menos não agora.

Cheguei na escola e fui direto no meu armário. Peguei alguns livros e materiais e quando fechei a porta Rebecca estava me olhando. Tive um mini infarto.

- Desculpa, eu não queria te assustar. Eu só queria saber se você ainda quer me ajudar.

- Desculpa por ontem, eu tive muitos problemas ontem e não pude sair.

- Você já se desculpou.

- É... - abaixei a cabeça um pouco sem graça e quando eu levantei vi Scarlett vindo na nossa direção.

- A Scarlett pode te ajudar. - segurei no braço dela que essa altura não deve estar entendendo nada.

- O que? - sua expressão era confusa.

- Eu disse a Rebecca que você pode ajuda-la com os conteúdos mais recentes.

- Eu?

- Claro que sim. Resolvam um horário e estudem viu?

Deixei Scarlett com Rebecca e sai. Eu não podia ajudar ela, pois eu estava com a cabeça muito cheia pra focar nos estudos.

Minha vida nos últimos dias está de ponta cabeça. Eu sabia que uma hora isso iria chegar. Eu sabia que em uma parte da minha vida eu deixaria de ser uma garota normal e me tornaria outra pessoa, que nunca mais saberia o que seria ter uma vida normal novamente. Pensando nisso me encostei num canto da parede fria e suspirei tentando encontrar forças pra poder enfrentar tudo.

O sinal tocou me fazendo sair dos meus pensamentos e fui direto pra sala. A professora deu início a aula e no meio de uma atividade alguém bateu na porta. A professora abriu e meu coração acelerou, eu não podia acreditar no que eu estava vendo. Pisquei várias vezes para ver se era uma alucinação, mas não era. Ele estava ali, Griffin estava parado olhando para mim fixamente.

A Nova VampiraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora