Capítulo 37

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Griffin narrando...

- Vai ficar tudo bem okay? Eu vou cuidar de você. - suspiro e choro mais um pouco. - Quando você acordar, estaremos juntos novamente. Eu te amo Eliza.

Tento confortá-la, a conheço e sei que está com medo. Mas não quero que ela sinta. Quero que ela saiba que eu estou aqui ao seu lado e sempre estarei para lhe ajudar e proteger de todo o mal.

Observo seu rosto inexpressivo. Ela parece não conseguir se mecher. Eliza tenta respirar mas não consegue, isso me deixa desesperado. Sei que ela está morrendo, e só tem uma coisa a se fazer.

Me aproximo do seu pescoço, fecho meus olhos e libero minhas presas. Chego mais perto e mordo seu pescoço, sinto um enorme prazer em sentir seu sangue. Eu sempre quis sentir o gosto, mas eu mantinha isso em meus pensamentos. Eu nunca a machucaria.

Apesar do prazer eu tenho que parar. Tiro minhas presas da sua pele e olho para ela. Eliza está morta. Sua pele está gelada e pálida. Seu corpo começou a endurecer aos poucos. E isso era horrível. Eu não conseguia olhar para ela daquele jeito. Me levantei e me afastei. Coloquei minhas mãos nos cabelos e gritei de raiva. Comecei a chorar.

- Vem aqui. - Victoria se aproximou e me abraçou. Quando nos afastamos ela me olhou preocupada. - Ela vai acordar.

- Eu sei, mas é... É tão difícil vê-la assim. Eu sou um fraco idiota! Era pra mim estar ao lado dela agora, mantê-la em meus braços até ela acordar. Mas eu não consigo!

- Ei, você não é nenhum fraco. Você apenas ama ela e não suporta vê-la naquele estado. Eu entendo você Griffin. Não se sinta mal por isso.

Assenti e ela saiu. Me aproximei de Lurch que estava no chão gemendo de dor com suas duas pernas quebradas. Eliott fez questão de quebrá-las para ele não fugir

- Me ajuda! - pediu desesperado.

Olhei para ele com desprezo, pois era isso o que eu sentia.

- Você feriu a única pessoa que me importo nesse mundo. E você acha que eu vou te ajudar?

- Eu te ajudei quando você mais precisou. Agora é sua vez de retribuir.

Uma raiva incontrolável me dominou. Como esse cara pode ser tão cara de pau? Ele pode até ter me ajudado, mas nunca foi com boas intenções. Agora Eliza está lá, morta no chão e eu ao menos consigo olhá-la. Ele não imagina como isso dói, ele acabou comigo, meu psicológico está destruído e tudo por culpa desse desgraçado.

Me aproximo dele bufando de ódio. Sem pensar duas vezes enfio minha mão em seu peito e arranco seu coração. Ele me olha por um momento e logo se apaga. Sei que isso é ruim, mas sinto prazer em vê-lo sofrer. Jogo seu coração para longe e dou um longo suspiro. Olho para minhas mãos cobertas de sangue e penso sobre tudo o que aconteceu.

De repente uma luz surge no meio do campo onde nós estamos. Cinco mulheres aparecem e a luz se apaga. Elas são estranhas, suas roupas são longas e seus cabelos são todos compridos e cada uma tem uma cor de cabelo diferente. Todos nós olhamos curiosos para elas, Eliott principalmente. Ele que estava ao lado de Eliza se levantou lentamente e se aproximou da mulher do meio, uma ruiva branca.

- Aradia? - Eliott pronúncia seu nome.

- Eliott, o que...? - ela parece confusa.

- O que você está fazendo aqui? Eu achei que estivesse morta... Isso não faz nenhum sentido.

- Eu também achei que estivesse morto.

Ela olha olha para Victoria.

- Você também está viva? O que está acontecendo aqui?

Ela olha tudo em volta e quando vê Sofia no chão, corre desesperada até ela.

- Sofia! - tenta acordá-la.

- Ela está morta Aradia, sinto muito. - Eliott coloca a mão em seu ombro.

- Nós vimos até aqui por alguém nos convocou. Mas Sofia está morta, então quem foi?

Eliott suspirou e engoliu em seco.

- Minha filha.

- O que? - Aradia olha para Eliott.

- Antes dela... - ele não consegue dizer. - Ela me contou que Sofia era mãe dela, e... Sofia é uma bruxa.

- Nós não sabíamos que ela tinha uma filha.  Nós temos regras, bruxas não podem se relacionar com humanos. Não acredito que ela desobedeceu e escondeu essa garota por tanto tempo. A morte dela não foi mais que merecida. - Aradia se levanta com um olhar superior.

- Vocês bruxas são sem coração não é mesmo? Por isso ninguém gostava de vocês.

- Você sabe muito bem do que eu capaz, então é melhor ficar calado.

Eu estava prestando atenção nos dois quando escuto Eliza puxando o ar profundamente. Corro até ela e a encaro esperando ela dizer algo.

Ela me olha com os olhos arregalados e em seguida olha para sua barriga. Ela parece procurar algo.

- Eu estava ferida... Eu... Fui transformada?

Assinto.

Ela parece estar um pouco confusa, desnorteada.

- Isso... Isso é mais estranho do que eu imaginei. Não consigo descrever bem o certo, mas... Me sinto um pouco vazia.

- Com o tempo você se acostuma. - Alexia respondeu sorrindo.

- O que está sentindo? - Victoria pergunta.

- Sede. Muita sede. Será que vocês podem pegar um pouco de água? Minha garganta está muito seca.

Rimos.

- Acho que sua sede não é de água. - digo.

- Sangue? Acho que nunca vou gostar disso.  É horrível.

- Tem certeza? - escuto alguém dizer e sinto cheiro de sangue. Olho em direção as bruxas e percebo que Aradia cortou seu própio braço.

Senti as mãos de Eliza apertarem com muita força as minhas. Ela começou a tremer do tanto que estava se segurando. De repente ela se levantou e tentou correr até ela mas eu a segurei.

- Eliza não!

Ela continua a querer ir até lá. Ela é um pouco fortinha, eu não imaginava isso.

- Me tira daqui. - ela pede.

A puxo e caminhamos até o carro. Eliott e Alexia ficaram para trás e Victoria e Kaio vinheram com a gente.

- Quem é aquela mulher? - Eliza pergunta.

- Depois conversaremos sobre isso. - respondo.

Quando iamos entrar no carro Victoria nos parou.

- Vamos aproveitar que estamos aqui e vamos caçar. Eliza precisa se alimentar o quanto antes.

- Você tem razão. - concordo.

Saímos para caçar. Foi até fácil, pois os animais de florestas saem mais a noite. Achamos um esquilo, gordinho. Fiquei até com pena, mas fazer o que né? É assim que sobrevivemos.

Não foi difícil dela aprender, óbvio... Criada por uma família de vampiro não tinha que esperar outra coisa. Ela só não se sentiu bem de matar aquele animal, percebi isso no seu olhar.

Fomos para casa dela todos juntos. Agora é o momento de esclarecer as coisas.

A Nova VampiraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora