(Sofia na mídia) obs: essa mulher na vida real é a mãe da atriz que coloquei como a Eliza.
Fomos para a saída do parque, pois não havia achado a mãe da menina. Quando iamos sair uma mulher apareceu chorando e a pegou no colo.
- Mamãe. - a garotinha murmurou.
- Estou aqui filha. - continuou a abraçar.
- Como você deixa essa menina sozinha? - Sofia pergunta irritada.
- Eu só disse para ela que iria conversar com uma amiga logo próximo e a deixei ela brincando com uma amiguinha dela. De repente quando eu voltei ela não estava mais lá.
- Não faça mais isso, ela ficou desesperada.
- Obrigado moça. - agradeceu e saiu com a menina no colo.
Ficamos observando elas se distanciarem.
- Cada coisa que vejo. - resmunga.
Voltamos para o parque e continuamos a caminhar. Na maioria das vezes que ela me perguntava eu a respondia mal, em certos momentos achei que eu exagerei, mas não sei... Não confio muito ainda.
Já era tarde, o sol estava se pondo quando ela resolveu finalmente me levar para casa. O caminho foi silencioso, graças a Deus. Eu não queria falar mais nada. Chegando perto de casa, desci do carro e fui para casa. Assim que cheguei avistei meus pais na sala conversando.
- Onde estava o dia todo? - meu pai pergunta.
- Fiquei até agora na escola participando de um debate que vai valer nota no final do bimestre.
- E por que não avisou?
- Me desculpa, não lembrei e depois já era tarde demais, não podia falar mais no celular.
- Ta bom. - sorriu.
Subi para o meu quarto e apenas troquei de roupa. Fiquei um pouco nas redes sociais e acabei pegando no sono, minha tarde foi exaustiva.
Scarlett narrando...
- Scarlett! Sua amiga está aqui em baixo!. - escuto minha mãe gritar do andar de baixo. Saio da cama e vou para a sala correndo.
Quando chego vejo Rebecca com alguns materiais nas mãos e com seu lindo sorriso.
Ela e eu ficamos bem próximas nessas últimas semanas, foi um erro eu não gostar dela no começo, eu não sabia que ela era tão legal assim.
Mas tem um porém, aliás, tem vários poréns. Desde que eu a conheço, eu me sinto estranha, toda vez que me olho no reflexo, tenho uma impressão que aquela não sou eu, não como antes. Alguma coisa mudou em mim, não aparentemente, e sim dentro de mim. Mas eu não sei o que é, estou tentando descobrir.
Toda vez que a vejo eu fico nervosa, mesmo vendo ela direto esse nervosismo nunca para. Não sei o que está acontecendo comigo. Eu não posso gostar de uma garota, na verdade eu nem sei se estou gostando dela, deve ser só coisa da minha cabeça, estou muito confusa com meus sentimentos.
- Vem, vamos subir. - digo e vamos para o meu quarto.
Assim que entramos ela se joga na minha cama e se espreguiça.
- Não estou afim de estudar, você está? - pergunta.
- Nenhum pouco. - suspiro e sento ao lado dela.
- Entao vamos fazer o que?
- Não sei, talvez ficar de bobeira?
- Não...! Coloca um filme de terror!
- Terror não, odeio filmes de terror.
- Você tem medo? - começa a rir.
- Não, eu só não gosto.
- Ah, para de ser medrosa! Vamos assistir um filme sim.
- Rebecca não...
- Sim Scarlett.
- Odeio você.
- Também te amo.
Ela desce da cama e vai em direção a televisão. Observo seus cabelos compridos e ruivos e sem querer desço mais meu olhar. Seu corpo me chama atenção, meus pensamentos se tornam outros, mas rapidamente tomo controle e volto a realidade.
- Que filme escolheu? - pergunto para tentar me destrair.
- Invocação do mal. - faz uma cara de mal.
- Mereço. - reviro os olhos e se joga ao meu lado.
O filme é feio, confesso, claro. Fiquei com um pouco de medo no meio do filme, mas o final foi pior quando eu soube que foi baseado em fatos reais. Essa noite eu não durmo!
- Viu? Não foi tão ruim. - diz se levantando para tirar.
- Foi péssimo. Agora coloca outro, um de ação.
- Ação? Ótimo!
Ela colocou outro filme e voltou a se deitar. Só que dessa vez mais próximo de mim, eu não estava gostando disso, na verdade, acho que não.
- Nossa que filme maravilhoso, nunca tinha visto antes. Como posso perder essa preciosidade?
- Eu te falei, todos os filmes do Tom Cruise são ótimos. - sorrio.
O filme estava na melhor parte quando a energia acabou. Ai que ódio!
- Não acredito nisso! - Rebecca reclama.
- Nem eu... - bufo.
- Estava tão bom.
- Fazer o que né? Agora é esperar voltar.
- É...
Sentamos mais formalmente e nos encostamos na cabeceira da cama. Ficamos em silêncio por algum tempo.
- Está com fome? - pergunto para quebrar aquele silêncio constrangedor.
- Sim. - responde.
- Então vou lá em baixo pegar algum lanche e já volto. - digo e saio do quarto.
Peguei alguns pães e fiz sanduíches, preparei um suco natural e para finalizar peguei ketchup e fui para o quarto.
Coloquei a bandeja em cima da cama e nos servimos, comemos uma de frente para a outra.
- Até que seus sanduíches são bons. - diz e em seguida morde mais um pedaço.
- Obrigada. - sorrio.
De repente ela começa a rir.
- O que foi? - pergunto sem entender nada.
- Você não consegue comer sem se sujar né?
Olho para minha blusa e vejo que tem vários pingos de catchup. Limpo a sujeira rapidamente.
- Sua boa também está suja. - complementa.
Passo a mão nos lábios.
- Ainda ficou sujo, espera. - ela se aproximou e passou se polegar no canto da minha boca. Percebi que sua respiração estava um pouco acelerada.
Rebecca olhou no fundo dos meus olhos e dirigiu seu olhar novamente para minha boca. Seu polegar saiu do canto da minha boca e tocou nos meus lábios. Ela me olhou novamente e de repente começou a me beijar. Meu coração acelerou, minha cabeça ficou confusa, eu não queria retribuir, mas estava bom, meu desejo era maior, fui incapaz de recusar. Eu sabia que não era o certo, eu negava meu sentimento. Mas mesmo assim, o macio e a delicadeza do seu beijo era melhor.
Aproximei meu corpo do seu e coloquei minhas mãos nos seus cabelos sedosos e a puxei para mais perto de mim, eu queria mantê-la junto a mim. Seu cheiro doce entrava pelo meu nariz causando algo vicioso.
De repente eu parei, é como se eu levasse um choque de realidade. Me afastei dela bruscamente, Rebecca me olhava confusa.
- Me desculpa.... - pediu.
- Isso não é certo. É melhor você ir.
Caminhei em direção a porta e a abri. Mantive meu olhar para o chão, eu não conseguia olhar para ela.
- Scarlett por favor, eu...
- Vai embora. - peço.
Senti seu olhar confuso e triste. Rebecca suspirou e saiu. Bati a porta do quarto com força e me joguei na cama, bufei de raiva de mim mesma e inevitavelmente comecei a chorar.