Esse capítulo não foi revisado, então por favor, me desculpem por qualquer erro. Se puderem me avisem quando notarem erros ortográficos, obrigada.
Era fim de tarde, o sol estava quase se pondo, quando deu 18h00 meus pais chegaram. Os dois subiram pro quarto enquanto eu ficava na sala assistindo um filme com a tia Victoria. Meio que estavamos tentando disfarçar que Griffin veio aqui. Tínhamos que agir normalmente, como se nada estivesse acontecido.
Estamos pisos nos degraus da escada indicando que eles estavam descendo. Eu e tia Victoria nos entreolhamos e aguardamos eles se aproximarem.
- Temos que conversar Eliza. - minha mãe diz séria ao lado do meu pai.
Os dois se sentaram no sofá a minha frente. Me mantive calada, quero que eles saibam que eu ainda estou chateada.
- Eu e seu pai não queríamos fazer isso Eliza. Mas eu quero que me entenda que foi pro seu bem. Não conhecemos aquele garoto direito, ele parece ser legal. Mas o passado é que conta. Ele fez parte do plano da Úrsula para nos matar, você tem que entender isso.
- Ele não...! - eu já ia gritando quando Victoria se levantou e tomou o rumo da conversa. No fundo eu agradeço, se não eu teria feito bobagem.
- Ele não vai mais procurá-la. Não é Eliza?
Fiquei calada por alguns segundos e em seguida assenti.
- É melhor assim. - meu pai diz.
- Amanhã você pode ir a escola normalmente, mas não é para você conversar com ele Eliza. Se eu ficar sabendo que você chegou perto dele...
- Já entendi. - digo com a voz rígida.
- Filha por favor, não fique brava. Nós já te explicamos que ele não é uma boa companhia.
- Tá bom, concordo com vocês. Sei que só querem meu bem.
- Que bom que você entendeu.
- É... Agora se não se importarem vou estudar para um trabalho na semana que vem.
Me levanto do sofá com um sorriso falso no rosto e quando me viro o desmancho e sigo para meu quarto. Ai que ódio! Argh...!
Tranco a porta e enterro minha cara no travesseiro. Dou um grito abafado de tanta raiva, minha garganta chega ardeu.
Fechei meus olhos e fiquei quieta para que o sono viesse logo, eu não aguento mais esse dia.
***
Na manhã seguinte acordei bem cedo e me arrumei bem rápido. Desci para cozinha e só peguei uma maçã. Minha vó insistiu para que eu levasse algo mais que acabei levando um sanduíche.
Fui pra escola a pé mesmo, eu precisava colocar a cabeça no lugar e tentar buscar paz interior, pois eu estava precisando e muito.
Chego na escola e vou direto pegar meus livros no armário. Quando fechei a porta dou de cara com Griffin encostado no armário com um sorriso lindo nos lábios. Por mais que eu quisesse admirá-lo eu não podia, eu tinha que ser cautelosa.
- Não podemos conversar nos corredores. Quando eu sair você disfarçadamente me segue.
Me virei e comecei a caminhar atenta até o ginásio, entrei na sala do treinador que estava fechada por reforma e aguardei ele chegar. Depois de alguns minutos Griffin abriu a porta e entrou. Corri ao seu encontro e lhe dei um abraço apertado.
- Por que esse abraço? - perguntou assim que me soltou.
- Eu só... Precisava dele.
- Você está bem?
- Não. Nenhum um pouco. As coisas estão difíceis lá em casa, eu não estou aguentando eles falando mal de você e eu não puder te defender.
- Eu não queria que você ficasse nessa situação.
- Você não tem culpa Griffin. Eu não sei o que estão acontecendo com meus pais. Na verdade, minha mãe. Meu pai sempre o rígido e explosivo, mas minha mãe... Ela sempre foi tão doce. Tudo está estranho, bagunçado, eu... Eu estou ficando louca.
- Aguenta mais um pouco, isso vai passar.
- Mal posso esperar. - suspirei e fechei meus olhos. Senti Griffin me envolver em seus braços. Me deixei levar e afundei minha cabeça em seu peito.
Ele se sentou no chão encostado em um canto da parede que não estava tão sujo e sentei ao seu lado, continuei da mesma forma, com minha cabeça apoiada no seu peito. Sua blusa preta tinha um tecido tão macio, o que que fazia eu querer ficar ali e não sair mais.
- Eu conheço um lugar não muito longe daqui, é uma casa que está a venda. Podemos envadir e preparar um mini jantar romântico com lanches e refrigerante. O que acha?
- Invadir?
- Sim.
- Eu nunca fiz isso.
- Está vazia mesmo. Quando terminamos é só arrumar e deixar como estava antes. Ninguém vai saber a não ser nós dois.
- Ta bom então. Hoje a noite?
- Sim. Você acha que vai conseguir sair?
- Darei um jeito.
- Ótimo. Nos encontramos aqui no fundo da escola e vamos juntos para lá.
- Eu não queria que fosse assim. Eu apenas queria avisar pros meus pais e sair sem medo nenhum de ser descoberta.
- Não que eu queira te induzir a fazer coisas erradas, mas... Quando se faz as coisas proibidas tem um ar tão bom, você vai ver hoje a noite.
- Você é louco! - comecei a rir.
- É... Acho que sou. - sorriu e me apertou mais.
Ficamos a primeira aula juntos. Depois do intervalo voltamos para as aulas normalmente.
O professor deixou um tempinho para nós conversamos enquanto ele corrigia alguns trabalhos. Aproveitei para falar um pouco com Scarlett, que está super preocupada comigo.
- Eliza o que está acontecendo com você? Você não é de faltar aulas. Semana passada tive que levar seus materiais pra casa, você havia sumido!
- Eu sei. Está acontecendo uns problemas lá em casa. Me desculpe por estar ausente ultimamente, eu prometo que vou explicar tudo depois.
- Okay.
- E você e a Rebecca? Estudaram?
- Sim. Nos encontramos no Starbucks e passei os conteúdos a ela. - disse animada.
- Mas estão se falando? - arqueei as sobrancelhas.
- Sim. Você não vai acreditar... Mas ontem eu fui na casa dela.
- O que? Sério? - pergunto surpresa.
- Sim.
- Então já são amigas?
- Tudo indica que sim.
- Então me conta mais sobre ela. Ela mora com os pais? Eles são casados? Ela tem irmãos? E namorado?
- Sim. Ela mora com os dois, eles são casados e ela tem um irmão mais velho que trabalho no cinema da cidade.
- Então já vimos ele e pedimos pipoca pra ele?
- Sim. É o Alex, acredita? Eu fiquei chocada.
- Nossa, eu nunca ia imaginar.
- Eu disse a mesma coisa.
Rimos.
- E o namorado?
- Na verdade é namorada.
Olhei para ela de olhos arregalados. Agora sim eu fiquei surpresa de verdade.
- Oi? Você disse namorada?
- Sim ué. Você tem algo contra?
- Não, lógico que não. Eu só fiquei surpresa. Mas então, ela e essa namoradinha dela estão juntas a muito tempo?
- Sim. Mas o pior é que a ultima vez que eu fui lá as duas brigaram feio. Eu tive até que ir embora, pois ela queria ficar sozinha.
- Então ela está solteira?
- Acho que sim.
- Scarlett...
- O que? - questiona confusa.
- Se aproxima mais dela, quem sabe rola.
- O que você disse? - sua voz de repente ficou rígida. Ela me olhou furiosa.
- Eu pensei...
- Não Eliza, você não pensou nada okay? Eu já te disse que não sou gay! Que saco!
- Se não é, por que fica tão brava quando eu toco no assunto?
- Por que eu não gosto que você fica falando coisas que eu não sou!
- Scarlett pode falar pra mim. Eu sei que estou ausente nesses últimos dias, mas quando você precisar desabafar eu estarei aqui. Você sabe disso.
Bufou.
- Lá vem você de novo com esse assunto.
- Scarlett...
- Já chega Eliza! - gritou.
Ela ficou me olhando e suspirou com os olhos fechados.
- Desculpa. Eu não quero brigar tá? Me fala mais do Griffin. Vocês dois estão se falando?
- Sim, estamos.
- Então me conta mais...
Conversamos bastante, até quando o professor iniciou a aula. Ela também me contou sobre alguns assuntos da família dela e por incrível que pareça falamos sobre Rebecca novamente. Ela acha que me engana, eu sei que Scarlett gosta dela. A única que não sabe disso é ela própria.