Utopia

By alanvictorescritor

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Gênero: Ficção Histórica A raça humana quase foi extinta após a terceira guerra mundial. Para garantir que ou... More

Comentário do autor
Introdução
Prólogo
Capítulo 1 - Memórias
Capítulo 2 - A clínica
Capítulo 3 - Sensações
Capítulo 4 - O lago dos cisnes
Capítulo 5 - A invasão
Capítulo 7 - O stalker
Capítulo 8 - Blue ray secreto
Capítulo 9 - Soldados
Capítulo 10 - perdas de memória
Capítulo 11 - Dentro e fora dos muros
Capítulo 12 - Final
Epílogo

Capítulo 6 - Desconfianças

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By alanvictorescritor


Boris começou:

O nosso tema é sobre os ataques terroristas em solo americano. O principal estopim para a terceira guerra mundial aconteceu no dia vinte e cinco de Dezembro, o natal de 20XX. Talvez tudo aquilo que aconteceu tenha dado certo devido ao orgulho da então nação mais poderosa do planeta, que estava de guarda baixa, achando que algo assim nunca aconteceria. Assim como no onze de setembro, um pequeno grupo de estrangeiros causou um grande pânico na maior potência mundial.

Dimitry continua:

— Um grupo de terroristas muito bem equipado estudou durante anos a segurança americana e encontrou várias brechas ou falhas. Eles se prepararam por bastante tempo e contaram com um pesado investimento para a realização de todo o plano. Aqueles fãs de Bin Laden instalaram-se em solo americano e se camuflaram como civis, estabelecendo secretamente ligações poderosas e contrabandeando várias coisas.

Carlos interrompeu:

— Uma pergunta: como aqueles homens do Estado Islâmico conseguiram entrar no país mais preconceituoso do mundo?

Lorenzo respondeu:

— Com passaportes e identidades falsos. Talvez tenham subornado alguém importante também...

— Correto. Podem continuar!

Dmitry prosseguiu:

— Voos comerciais foram sequestrados e lançados contra locais estratégicos ao mesmo tempo. As autoridades americanas não sabiam como ou onde agir, já que tudo aconteceu em sincronia e muito rápido. O primeiro alvo foi a Casa Branca, sede do governo; o segundo foi o Pentágono, base de operações; o terceiro foi o quartel general da CIA, agência de inteligência; o Capitólio, casa do poder legislativo foi o quarto alvo. A Estátua da Liberdade foi destruída, um dos símbolos do país e instalações nucleares também foram alvos.

Lorenzo continuou:

— Aquele caos foi transmitido para o mundo todo ao vivo pelas emissoras de televisão e a fraqueza da potência mundial rebaixou completamente a moral do país. Muitas pessoas morreram e o dano material ultrapassou a cada dos bilhões de dólares. Além disso, algumas bolsas de valores estadunidenses ficaram fechadas no resto da semana seguinte ao ataque e registraram enormes prejuízos ao reabrir, especialmente nas indústrias aérea e de seguro. O desaparecimento de bilhões de dólares em escritórios destruídos causaram sérios danos à economia norte-americana. O ataque saiu de controle por conta do vazamento nuclear.

***

No intervalo, Carlos conversou com Yerik sobre o que lhe aconteceu na noite anterior:

— É sério? O que você fez?

— Chamei um rapaz para reforçar minhas portas.

— E como você está?

— Nervoso. Ainda sinto medo...

— Entendo. Só não fortaleça sua casa a ponto de os bombeiros não conseguirem entrar se tiver um incêndio. - brincou.

— Pode deixar. - sorriu um pouco.

Que terrível isso!

Nem me fale...

Os alunos do nono ano receberam os resultados dos exames vocacionais e choravam, alguns de satisfação e outros de decepção por terem de continuar na colônia. Na saída, o céu estava fechado e chovia forte. Ele descia as escadas, sem olhar ao seu redor e se esbarrou em um homem de capa e guarda chuva. O fluxo de pessoas na escada era grande, com alunos descendo e pais subindo para buscar os filhos. Ele olhou para o semblante do homem e reconheceu Zangief.

— Eu descobri algumas coisas sobre seu passado. Você era fã de esportes na juventude e em sua época da faculdade disputou torneios de vôlei de praia na Espanha.

— O quê? Do que está falando?

— Me escute! Sua família foi resgatada e levada para outra colônia...

— Que família? Eu sempre fui só!

— Está errado! Você tem até um irmão mais novo. Tomou da pílula? Olha cara não posso mais ficar aqui. Me procure no endereço hoje à noite e não tome mais essa coisa, entendeu?

— Sim. – respondeu em tom de preocupação.

Carlos Santiago entrou no carro, dirigiu e parou em uma lanchonete quando desconfiou de um carro preto que o estava seguindo desde a escola. Ele sentou-se numa mesa e olhava pela janela. Dois homens saíram do carro e entraram no local, sentando-se do outro lado.

Ele acabou encontrando de relance a Paloma e ela já foi se sentando na mesma mesa.

— Como vai Carlos? Estava me seguindo? – brinca ela.

— Não. Eles estão atrás de mim.

— Como assim? Estavam me seguindo desde que eu saí da escola... - apontou com os olhos.

Ela observou pela janela e disse:

— Não tem nada lá fora...

— Não estou ficando paranoico... - suspirou.

— Foi buscar alguma amante, Carlos? - tom de voz insinuante.

— Não tenho isso não! - levou a sério o comentário.

— Que bom. Melhor assim! – brinca ela. — Por que eles estariam atrás de um professor? Por acaso se esqueceu de tomar a pílula da vida?

— Eu tomei depois de um alarme falso. - desconversando.

— Então era por isso... Deve ser uma verificação de rotina... Fica tranquilo.

— Olha, surgiu um imprevisto e eu não poderei me encontrar com você hoje à noite... - coça a cabeça.

— Tudo bem. Eu também não irei poder. Já ia ligar para seu celular, mas por sorte nos encontramos aqui. - Paloma respondeu sorrindo.

— Acho que sim. - com as mãos trêmulas.

— Olha senhor Carlos eu me lembrei de uma coisa com aquela dica que você me deu...

— Conta, por favor!

— Eu e você estávamos juntos no estádio de futebol assistindo meu jogador favorito que estava no Real Madrid, um português.

— Cristiano Ronaldo.

— Isso mesmo! Que memória boa você tem... Eu não me lembrava mais do nome dele. Que coisa da vida te reencontrar depois de tantos anos bem longe da Espanha!

— Concordo! Se lembrou de algo mais?

Paloma respondeu:

— Não. Como nos conhecemos?

— Num bar na capital.

— Sério?

— Sim. Você estava com um grupo de amigas e eu e meus amigos acabamos abusando vocês e nos tornamos amigos.

— Que bacana! Foi um prazer revê-lo meu amigo Carlos. Terei que sair agora! – o abraça e sai.

— Espere! Irei contigo... – sussurrou no ouvido dela.

— Ah sim, aqueles homens... Venha! - achando se tratar de uma brincadeira.

Carlos foi ao banheiro e colocou uma pílula embaixo da língua. Eles saíram abraçados e foram no carro dele. Os policiais, Yuri e Arshavin, o observaram e deram um tempo até os pararem quando estavam saindo do passeio com o veículo.

— Senhor, recebemos uma denúncia mais cedo de que você não havia tomado a sua pílula!

Carlos pensou rapidamente:

— Quem teria me denunciado e como poderiam saber disso?

— Foi tudo um mal entendido. Já resolvi tudo cavalheiros! - olhou fixamente para os rostos dos policiais tentando identifica-los.

— Poderia fazer o teste?

— Sem problemas! - saiu do carro.

Eles passam uma luz sobre ele e esta acusa níveis muito abaixo do normal naquele período do dia.

— Faz quanto tempo que não faz uso da pílula?

— É que eu vomitei e devo ter colocado ela para fora junto...

— Entendi. Tenham um bom passeio e não deixe de tomar a dose noturna!

— Eu tomarei, obrigado!

Ele sai de carro com as mãos um pouco trêmulas. Paloma percebe seu nervosismo e pergunta:

— Você estava se sentindo mal? Seu organismo não estava reagindo bem com a pílula?

— Não é isso. Você poderia ter me denunciado mas não o fez, por quê? - pergunta surpreso.

— De alguma forma confio em você!

— Experimente não tomar a pílula! Poderia fazer isso?

— Mas por quê? - pergunta assustada.

— Confia em mim?

— Sim.

— Você sentirá algo mágico!

Como eu poderia fazer isso? É loucura!

— Eu também achava isso mas não é! Estou falando.

— É por causa das pílulas da vida que vivemos bem, sem doenças e sem vários outros problemas Carlos!

— Não acho que seja isso... Já ouviu falar em placebos?

— Claro que sim. São mentiras contadas aos pacientes sobre "remédios" que vão lhes curar, mas o que estão tomando não faz nada na verdade.

— É exatamente isso o que eu penso!

— Ah Carlos, você está sendo extremista. Isso é muito louco!

— Me responda uma coisa: você se lembra de quando sentia as coisas? - encara-a seriamente.

— Não exatamente... - sendo franca.

Eu te digo: era muito bom. Sentir o mundo a sua volta te faz ver o quanto você é especial. O quanto é amado por alguém, que a vida é tão prazerosa quanto é bela...

Ela o interrompeu e estava farta de falar sobre esse assunto, dizendo friamente:

— Obrigada pela carona!

— Não foi nada. Pense nisso!

Ele estava voltando a sentir emoções novamente e a se sentir mais ser humano. Não deseja abdicar disso e voltar para a indiferença. Sentir as sensações de tudo no mundo era muito gostoso; os órgãos dos sentidos pareciam mais afiados e sua mente estava diferente, mais leve. Foi a melhor experiência que Carlos teve em muitos anos.

Carlos foi ao encontro de Zangief em uma ponte de pouco movimento. Chegou ao local marcado na mensagem, mas não encontrou seu conhecido. Ele avistou um veículo queimado e percebeu que não havia neve ao redor do carro, ou seja, aconteceu recentemente. Ele verificou que a chaparia não estava mais tão quente e olhou por dentro e por baixo do veículo, até que dentro do porta luvas achou um Blue Ray Disc e decidiu levá-lo.

— O que aconteceu aqui? Onde está Zangief? Preciso encontrá-lo... – dizia Carlos para si mesmo.

Ele fica indeciso do que fazer; pensa um pouco, fica nervoso ao ver um homem de chapéu na parte de cima da ponte observando e decide fazer uma breve interrupção em sua investigação para fugir dali. O homem estava falando com alguém no celular, o que deixa o professor preocupado. Ele sai apressadamente do local baldio, levantando cascalhos, derrapando um pouco ao arrancar e marcando o chão de brita com os pneus.



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