dangerous || 1ª TEMPORADA

Par jiminfave

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⍟ forty four
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CAPÍTULO EXTRA
⍟ forty seven
⍟ forty eight
⍟ forty nine
⍟ fifty
⍟ fifty one
⍟ fifty two
⍟ fifty three
⍟ fifty four
⍟ fifty five
⍟ fifty six
⍟ fifty seven
⍟ fifty eight
⍟ fifty nine
⍟ sixty
⍟ sixty one
⍟ sixty two
⍟ sixty three
⍟ sixty four
⍟ sixty five [PARTE 1]
⍟ sixty five [PARTE 2]

⍟ two

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Par jiminfave

Diversas fotos foram jogadas por cima da mesa. Jungkook estudou cada uma individualmente, separando-as com uma das mãos. Analisou os rostos estampados, tentando descobrir alguma semelhança implícita entre as vítimas. Yoongi, por outro lado, continuou fitando-o de modo curioso, aguardando um pronunciamento sobre o que estava vendo. No entanto, Jungkook apenas prosseguiu com sua observação silenciosa.

Com uma das mãos no queixo e os olhos estreitados, Jungkook suspirou antes de pegar uma foto aleatória apenas por pegar. Ergueu-a de frente para o seu rosto e começou a estudá-la com prudência. Assistindo aquilo, Yoongi arrastou os próprios pés na direção dele, não suportando mais ter de segurar a curiosidade em saber o que se passava na mente de seu colega.

Quando chegou perto, espiou a foto da qual Jungkook não tirava os olhos e então disparou:

— Encontrou alguma coisa? — Jungkook devolveu a fotografia à mesa quando o ouviu perguntar.

— Precisamos encontrar alguma semelhança entre as vítimas.

— Todas são menores de idade. — sua afirmação parecia óbvia.

— Temos de achar algo que não esteja visível aos nossos olhos. Talvez possamos descobrir se tinham sonhos em comum, se participavam de algum curso de moda ou programas de entretenimento nos finais de semana. Algo que somente a família saiba.

— Precisamos conversar mais uma vez com os familiares e, se possível, checar os e-mails e as redes sociais das vítimas para que tenhamos alguma pista em comum. Talvez haja algum interesse pessoal partilhado por todas elas, como concursos de moda, de artes, de teatro, e por aí vai. — Yoongi sugeriu.

— Ou talvez possamos falar com os melhores amigos. Nem sempre a família está por dentro de tudo o que acontece na vida de um adolescente. — Jungkook confirmou com um balançar de cabeça. — A imagem que eu peguei. Olhe para ela.

Ouvindo aquela recomendação, Yoongi olhou novamente para a fotografia que chamara a atenção de Jungkook. Ele apertou as sobrancelhas sem entender muito bem onde o parceiro queria chegar.

— Tem algum problema?

— Como ela se chama? — Jungkook lhe perguntou.

— Hannah Miller. — disse. — Já entrevistamos a família dela. Segundo a mãe, a garota não gostava muito de sair e nem visitava muitas festas. Está desaparecida há dois meses.

— Quantos anos?

— 17 anos.

Jungkook fez uma cara de compaixão antes de prosseguir.

— Acho que devemos começar por ela e então seguir para os outros.

— Como preferir. Seokjin precisa saber que estamos de saída. Vou avisá-lo, mas não demoro. — com passos apressados, Yoongi retirou-se da sala e bateu a porta quando saiu.

Ao se ver sozinho, Jungkook se deparou com uma foto logo abaixo das outras. Ele recolheu a imagem e a elevou ao nível dos olhos. O garoto que estava observando agora tinha as feições angelicais, olhos castanhos e cabelos lisos em um tom de rosa pastel. Ele usava uma tiara de coelho e estava sorrindo para a câmera. Jungkook não sabia ainda quem era ele, mas se sentiu impelido a descobrir um pouco mais.

Ouvindo pegadas, ele abaixou a fotografia bem na hora que Yoongi abriu a porta.

— Ele estava logo aqui no corredor, então não precisei ir tão longe. — explicou-lhe, pondo dois objetos próximos a Jungkook. — Ele me pediu para te entregar isto. Seu distintivo e a chave de sua sala. Bem-vindo ao FBI!

O detetive Jungkook sorriu com aquilo e recolheu ambas as peças.

— Já estava na hora. — brincou.

— Eu disse o mesmo quando pisei aqui. — Jungkook riu. — Bem, vamos agora?

— Pensando bem, acho melhor começarmos pela família dele. — Yoongi olhou para a fotografia estendida em sua direção e enrugou a testa.

— Park Jimin? — sua pergunta foi retórica, mas Jungkook confirmou mesmo assim.  — Ele desapareceu há pouco mais de um ano e a família nunca mais teve notícias, nem sequer sabem se ele ainda está vivo. A mãe dele, Park Hyeri, não conseguiu falar conosco na última vez em que estivemos lá.

— Sabe o porquê?

— Não. Tentamos interrogá-la inúmeras vezes, mas não obtivemos resultado. Por isso não conseguimos nenhuma informação sobre o filho dela. — Jungkook acenou lentamente, de modo a confirmar que estava entendendo.

— Mas comigo ela vai ter de se abrir. Vamos lá! — antes de se virar, Jungkook colocou a foto de Jimin dentro do bolso do casaco. Yoongi o acompanhou logo depois.

 ✮✮✮

A porta foi aberta e uma mulher com a expressão exausta e grandes olheiras abaixo dos olhos encarou Jungkook e Yoongi do lado de fora. Ela arrastou o casaco sobre os braços finos para se proteger da corrente de ar fria que entrara. Jungkook percebeu que a reação dela não tinha sido somente de frio, mas de medo.

— Bom dia, Sra. Park. — Jungkook a cumprimentou, mas ela não lhe devolveu a saudação. — Sou o detetive Jeon Jungkook e este é o meu parceiro Min Yoongi, somos do FBI e estamos aqui para conversar sobre o seu filho, Park Jimin. A senhora tem um tempo livre?

Involuntariamente, os olhos cansados da mulher ficaram cheios de lágrimas. Os castanhos claros ganharam um aspecto sofrido, mas ela varreu as primeiras gotas que se atreveram a vazar de seus olhos, tentando, inultimente, manter a compostura.

— Vocês deveriam ter cuidado disso quando o meu menino desapareceu. — ela disparou diretamente para Yoongi, que captou a indireta sem realmente querer, e então voltou-se para Jungkook. — Não tem nada que eu possa fazer. Estou de luto, não estão vendo?

— Sabemos que não é fácil ter de lidar com o desaparecimento de um filho, mas podemos encontrá-lo se nos der um minuto de seu tempo. Qualquer informação que tiver sobre ele será valiosa. — Jungkook garantiu, sendo gentil com as palavras.

— E o que querem que eu diga?

— Só nos dê um minuto para lhe fazer algumas perguntas sobre o Jimin.

Hyeri pareceu considerar seu pedido, apesar de ter dado um milhão de entrevistas para o FBI sobre o dia em que seu filho desapareceu.

— Entrem. — ela autorizou a entrada deles, dando-lhes espaço para que entrassem em sua casa. — Querem alguma coisa? Chá? Água?

— Apenas respostas. — Jungkook respondeu.

Ela chamou os detetives à sala e os convidou a se sentarem.

— Lembro-me que quando viemos interrogá-la, a senhora não quis dar muitos detalhes. — foi Yoongi quem disse. — Por isso estamos até hoje tentando encontrar informações sobre o seu filho.

— Está dizendo que a culpa é minha? — ela pareceu subitamente ofendida. — Você tem filhos, detetive Yoongi? Porque se não tem, não faz ideia de como me sinto.

— Não estamos aqui para acusá-la de nada, Sra. Park. — Jungkook tentou acalmá-la. — Sei que não é fácil lidar com esta situação, mas qualquer informação que você nos der pode servir para o caso.

— Não sei nem se minha criança ainda está viva. Meu menino era tão amigável, adorava interagir com as pessoas e gostava de ajudar o próximo. Não entendo como isso aconteceu... — ela soou frustrada e igualmente derrotada ao dizer.

— Nos ajude e garanto que vou trazer o seu filho de volta. — Jungkook assegurou, vendo-a balançar a cabeça uma única vez para cima e para baixo. — Bem, vamos partir do princípio. Você disse que o Jimin era bem comunicativo e solidário. Ele tinha muitos amigos?

— Amigos ele sempre teve, mas os melhores são poucos. — Hyeri contou tristemente.

— Sabe nos dizer se ele tinha um melhor amigo, alguém que estava frequentemente com ele?

— Sim. Hannah e Taehyung. Ele vivia grudado neles, faziam aula de dança no mesmo lugar. Eram como irmãos. Hannah também desapareceu, mas Taehyung se safou. — Jungkook não pôde deixar de pensar sobre a palavra "safou".

— O que quer dizer quando diz que ela "se safou"?

— Dizem por aí que essas pessoas pegam adolescentes atraentes e que gostam de dançar. Taehyung é apaixonado por dança, mas nunca foi pego.

— Pode nos dar o endereço dele depois? — Hyeri fez que sim, então Jungkook decidiu prosseguir. — Certo. E quanto aos sonhos, seu filho já pensou em conhecer outro país ou participar de algum concurso?

— Não, não. Jimin nunca me falou sobre viajar pelo mundo. Ele sempre quis fundar uma escola de dança, mas nada além disso. — ela respirou fundo e tentou se concentrar em suas memórias. — Ele estava no último ano do colegial. Disse-me uma vez que quando concluísse faria uma viagem com os colegas, mas isso foi tudo.

— Você já teve acesso aos e-mails dele? — aquela pergunta em especial a fez engolir duramente. — Já checou com quem ele se comunicava à noite, quem eram seus colegas de classe, se chegou a dormir fora?

— Não! — respondeu aflita. — E mesmo que eu tivesse visto, não me lembraria. Isso já faz muito tempo. O Jimin nunca dormiu fora e quando o fazia era apenas para assistir a filmes com o Taehyung.

— Se importa de analisarmos o notebook dele? Tenho certeza de que ele tinha algum. — Hyeri piscou para aquela pergunta, sem fazer qualquer esforço para esconder seu choque.

— Eu não sei onde ele costumava guardar... — Yoongi olhou de esguelha para Jungkook, que parecia bem atento ao comportamento da mulher. — E também não sei dizer quais eram as senhas.

— Então está me afirmando que não sabia com quem seu filho conversava nas redes sociais?

— Eu não disse isso, eu-

— O Jimin podia estar naquele quarto se comunicando com os homens que o pegaram e a senhora não percebeu nenhum comportamento estranho vindo de seu filho!? Nada!? — Hyeri começou a ficar desconfortável no sofá. — Deixe-nos checar o aparelho dele.

— Não tem mais! — Jungkook enrugou a testa. — Se você procurar, não vai encontrar nada. As redes sociais dele foram apagadas definitivamente! É como se quisessem provar que meu filho nunca existiu.

— O que está dizendo? — Yoongi perguntou, olhando desconfiado para ela por um momento.

— A filha da minha melhor amiga, Hannah, também foi levada. Semana passada ela me disse que as redes sociais da filha tinham sumido, exatamente no período em que ela desapareceu.

— Ela deve ter alguma ligação com o Jimin. — Jungkook pensou alto, e sem perder tempo, se pôs de pé. — Sra. Park, obrigado pelo seu tempo. Yoongi, precisamos ir. Venha!

✮✮✮

Derek estava seguindo para o bar agora vazio prestes a pôr em questão o assunto que pretendia conversar com Namjoon. Ele viu cadeiras viradas sobre as mesas e um pano preto cobrindo o palco de espetáculo. Geralmente, quando as garotas faziam a limpeza, os móveis eram sempre retirados dos lugares.

À distância, ele se deparou com dois homens segurando cada braço de uma menina enquanto Namjoon apontava o dedo indicador em sua cara. Seu gesto era tão rude que a garota se encolheu o máximo que pôde e desmanchou-se em lágrimas. Ali, ele observou que a menina era Hannah, melhor amiga de Jimin.

Então, com as mãos enfiadas nos bolsos da calça, Derek caminhou na direção deles e parou alguns centímetros atrás de Namjoon. A expressão dele era de poucos amigos. Namjoon raramente perdia a cabeça, mas desta vez havia uma mistura de raiva e ódio em seus olhos.

— Se você tentar fugir de novo eu te mato! Escutou bem, Hannah? — a garota balançou a cabeça freneticamente. — Já é a terceira vez que você tenta fugir quando um cliente te escolhe. Se fizer de novo, eu corto a sua cabeça fora. Tirem ela daqui! Agora!

Os dois grandalhões arrastaram a garota pelo salão, arrancando gritos de choro da garganta dela.

Após deixar a sua ameaça, Namjoon foi até o balcão e pegou uma garrafa de tequila sem sequer cumprimentar o seu parceiro recém-chegado. Ele tomou a bebida ardente de uma vez só, percebendo de esguelha que uma figura se aproximou por trás.

— O que houve com a Hannah? — Derek perguntou, como uma forma de se preparar para o real assunto que pretendia falar com Namjoon.

— Essa vadia tentou fugir de novo. — havia desgosto em suas palavras. — Vou prendê-la no porão por alguns dias passando fome e sede.

— Faça o que achar melhor, você tem meu apoio. — Namjoon finalmente o encarou, sobrancelhas arqueadas.

— Quer me dizer alguma coisa, Derek? — aquela pergunta fez o seu parceiro perder momentaneamente as palavras, mas não a compostura.

— Sim, sobre o Jimin.

— O que ele fez dessa vez?

— Quero ficar com ele. Levá-lo comigo para alguns eventos. — após sua sugestão, ele viu a boca de Namjoon torcendo desajeitadamente.

— Você ficou maluco!? — aquilo não era bem uma ofensa. — O que deu em você? Querer dormir com ele é uma coisa, mas levá-lo nos eventos é outra coisa.

— Namjoon, tire ele da prostituição. Eu cuidarei dele para que não fuja. — seu parceiro o olhou como se ele estivesse ficando maluco. Havia assuntos mais sérios do que aquele a se tratar. — Vou ficar de olho em cada passo dele. Preciso de alguém para ficar comigo e não estou falando só de uma companhia.

— Se quer fazê-lo de bonequinho, vá em frente. Agora não coloque o nosso negócio em risco por conta de sua vidinha sexual de merda.

— Não posso fazer isso e você sabe muito bem. Os clientes se sentem ofendidos quando temos relações com os dançarinos. Isso vai contra as nossas próprias regras. — justificou, disposto a não desistir. — Lembra que você me disse que não devemos nos relacionar com eles a menos que seja por uma causa muito boa? Eu tenho uma justificativa e estou passando-a para você.

Namjoon suspirou e então disse:

— Tudo bem. — ele limpou a garganta. — Só me responde uma coisa: por que o Park?

— Eu me atraí por ele. É diferente. Você sabe que isso nunca aconteceu antes.

— Está apaixonado?

Derek riu.

— Apaixonado? Claro que não! Isso é patético. Você sabe que eu nunca me apaixonei. Jimin será a minha companhia, nada mais que isso. — Namjoon sorriu com aquilo. — E então, me autoriza a fazer isso?

— Contanto que você fique de olho nele, eu não me importo. Agora, se ele fugir e conseguir se comunicar com a mãe ou outro familiar, você vai pagar muito caro por esse erro, ouviu bem?

— Fique tranquilo, eu estarei de olho nele o tempo todo. — Namjoon balançou a cabeça, dando-lhe um voto de confiança. Com uma garrafa de tequila na mão, ele a levantou em saudação e então se virou para longe. Derek, portanto, gritou. — Ele não precisa mais voltar para o salão, não é?

Namjoon parou e o encarou por cima do ombro.

— Não. Vou abrir uma exceção para você. A sua contribuição nas viagens para os Estados Unidos está surtindo efeito agora, veja isso como uma forma de parabenizá-lo pelo bom trabalho.

Um sorriso divertido tocou os lábios de Derek.

— Eu não vou vacilar, prometo.

— Espero que não. — disse. — Pode ir buscar o garoto. Só não o perca de vista.

✮✮✮

— Hannah, por que você fez isso? — Jimin perguntou enquanto acariciava cuidadosamente os cachos ruivos da garota.

— Eu não suporto mais esse lugar, Jimin. — sua voz estava trêmula pelo recente choro. Ela o encarou com seus olhos verdes antes de continuar. — Eu prefiro morrer do que continuar fazendo essa merda.

— Eu sei que é difícil, mas a gente vai sair dessa. — ele tentou, mas falhou, em passar conforto com suas palavras.

— Tem ideia do risco que estamos correndo ficando neste lugar? Semana passada eles mataram uma menina porque ela estava grávida. O que impede que eu fique também? A maioria desses filhos da puta não usam camisinha. Muitos deles podem estar doentes e nem sabemos.

— Eu sei, mas fugir também não me parece uma boa ideia. Já é a terceira vez que você tenta subornar um cliente para que ele te ajude a sair daqui. — ela sacudiu a cabeça para os lados, em desespero.

— Fico pensando como minha mãe deve estar se sentindo agora...

— Ela deve estar muito mal com tudo isso, assim como nós. Não está sendo fácil para ninguém. — ele colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha dela. — Agora me deixe cuidar desse machucado em seu rosto.

Jimin pegou um pedaço de pano ao seu lado e colocou a pontinha dentro de uma vasilha de água, depois sobrepôs o corte com o lenço úmido. Hannah gemeu em dor quando o sentiu pressionar o corte. Seu amigo afastou rapidamente o lenço e pediu desculpas baixinho. Ele se preocupava tanto com sua melhor amiga e tinha medo de que ela acabasse fazendo alguma besteira e fosse punida da pior forma.

— Ainda prefiro morrer. — Jimin sorriu quando a examinou fazendo uma cara emburrada.

— A morte não é uma solução. Ela pode curar a dor, mas não nos dá uma oportunidade de superar nossos medos. — Jimin disse justo quando ela gemeu novamente, desta vez como uma reclamação.

— Viver esta vida? Ninguém merece isso.

— Você não seria capaz de me deixar, sua malandrinha.

Hannah cruzou os braços, emburrada, mas sentindo-se menos pior. Ela virou a cabeça para o lado contrário de Jimin, fugindo daquele lenço úmido em sua testa. Apesar de tudo, sabia que era verdade, não poderia deixá-lo. Jimin era o seu porto seguro quando ela não conseguia pregar os olhos. 

Olhando de forma entediada para a parede à frente, Hannah se deparou com uma mala fechada no canto do cômodo. Ela reconheceu a bagagem e enrugou a testa.

— Jimin, por que sua mala está pronta? — ela perguntou, encarando-o em seguida. — Você vai embora daqui?

— Não, Hannah. Derek ordenou que eu deixasse a minha mala pronta para quando ele viesse me buscar. Acho que vou dormir em outro lugar.

— Espere um pouco, você não vai mais dormir comigo? — ela parecia frustrada. — Você não pode sair daqui, Jimin! Não pode me deixar!

— Eu não vou te deixar. — com as mãos agora vazias, Jimin as colocou no rosto machucado da amiga. — Eu aceitei uma proposta do Derek. Ele prometeu me levar em eventos e em aeroportos, acho que ele me quer por perto para acompanhá-lo quando for pegar novas meninas e trazê-las para cá. Isso pode nos ajudar, Hannah! Se eu encontrar alguém que nos tire daqui, prometo que vou te contar.

— Não entendo... por que ele faria isso? Tipo, ele sabe que todos nós estamos desesperados atrás de ajuda.

— Eu não faço ideia.

Os olhos dela brilharam com um pingo de esperança. Hannah abriu um sorriso branco, totalmente íntegro, e Jimin lhe devolveu o gesto. Eles sempre trabalhavam juntos para enganar os capangas da máfia, fugir dos castigos e ir atrás de uma saída. Agora não seria diferente. Jimin estava a um passo de descobrir como fugir, ele só precisava prestar atenção nos detalhes e confiar em Hannah para o ajudar.

— Você pode ficar com elas na hora de dormir, já que não vou estar aqui para te abraçar. — Jimin falou, ouvindo-a grunhir em negação.

— Eu não gosto muito delas.

— Por que não? — ela permaneceu calada, sem vontade de explicar os motivos. — Olha, de qualquer forma, eu vou estar com você o restante do dia.

Eles se distanciaram imediatamente quando a porta da cela foi aberta com força. As garotas que estavam dormindo no colchão ao lado acordaram assustadas com o baque. A fisionomia de Derek apontou na entrada, seu familiar casaco de morcego flutuou para trás.

Jimin observou Hannah com um olhar cúmplice, então voltou-se para o homem à sua frente. Ele o viu entrar totalmente no cômodo, fazendo uma breve pesquisa visual pelo ambiente. Jimin engoliu em seco, gelando ao imaginar o que ele poderia fazer com as meninas, ou melhor dizendo, com Hannah.

— Está na hora, Park. — Derek avisou.

Ele percebeu que o garoto recuou um pouco enquanto buscava os olhos de Hannah. Derek também olhou de relance para a menina, que encolheu os ombros em reflexo. A garota sentiu o peso no colchão diminuir e logo se deu conta de que Jimin havia se posto de pé.

Arrastando-se até sua mala do outro lado, Jimin suspendeu o objeto pela alça e o apoiou sobre o ombro. Ele seguiu até Derek, que não perdeu a chance de segurá-lo pelo braço. Antes de se retirar, Derek estudou a menina pela última vez e então sorriu.

— Espero que aproveite o porão amanhã, Srta. Miller.

Antes de sequer cogitar o que aquela ameaça significava, ela viu Derek gesticular para que Jimin saísse primeiro, logo depois ele o seguiu, batendo a porta às suas costas. Com passos firmes, o homem o guiou pelo corredor das celas, a iluminação estava totalmente baixa. Jimin abaixou a cabeça, refletindo sobre sua própria decisão. Não tinha noção de para onde estava sendo levado e, honestamente, a ideia de caminhar para o desconhecido o assustava, principalmente por não saber quais eram as reais intenções de Derek.

✮✮✮

O silêncio perturbador no corredor despertava uma aflição em seu psicológico. Jimin estava apavorado, mas não pretendia demonstrar isso para o outro. O suor estava começando a grudar suas mãos, por isso ele as limpou na calça rapidamente.

Derek observou que o garoto usava uma calça jeans e um moletom comprido que chegava à altura das coxas. Investindo em uma provocação, ele deslizou a mão para a cintura do garoto, deixando-o incomodado com aquele toque. Se ele descesse mais um pouco, Jimin pensou, ele daria meia-volta e retornaria para a cela.

Subiram por uma longa escada quando alcançaram o hall. Jimin não pôde evitar de analisar o ambiente. A iluminação parecia se tornar cada vez mais agradável a cada degrau que subira. Derek o soltou para que ele fosse na frente. Jimin aproveitou a chance para tomar distância dele.

Quando finalmente entraram em um largo corredor com grandes portas alinhadas em ambos os lados, o garoto entreabriu a boca em surpresa. Nunca esteve naquela parte do salão, provavelmente era o local onde os proprietários dormiam e faziam seus negócios clandestinos, pensou.

Derek desembolsou uma chave do casaco quando alcançou uma das portas, então abriu-a. Quando observou o interior do cômodo escuro, Jimin sentiu-se incapaz de entrar. Suas pernas pareceram travar de supetão, como se fossem feitas de chumbo.

— Pode entrar, querido. — sussurrou Derek.

Com uma coragem inexplicável, o garoto respirou fundo e conseguiu dar o primeiro passo para dentro do cômodo. Sentiu seus braços estremecerem com a fria temperatura e então percebeu, através de uma silhueta retangular, que havia uma janela mais adiante.

A vista para a cidade era um tanto ostensiva e mostrava sutilmente uma ponte à distância. Ele não conseguia identificar a cidade em que estavam apenas por olhar de longe, mas presumia que era um lugar bem distante. O céu estava nublado e perto de anoitecer.

Caminhando para o outro lado, bem próximo da cama, Jimin enxergou uma porta dupla entreaberta que parecia levar para o banheiro. Não tinha ideia de que lugar era aquele, mas deduziu que fosse o quarto onde Derek dormia quando não viajava. Ele colocou a mala no chão, sem prestar atenção em mais nada, e foi pego desprevenido quando a luz do quarto foi acesa.

Foi então que ele ouviu um som diferente ecoando às suas costas. Logo que girou o corpo na direção do som, encontrou Derek abrindo a fivela do cinto. Jimin arregalou os olhos com aquilo e então recuou instintivamente. À medida que recuava, Derek caminhava para a frente na mesma proporção.

Vendo-se encurralado, a perna de Jimin se chocou com a cama e isso o fez cair desajeitadamente sobre o colchão. Derek sorriu com aquilo. Sem perder tempo, ele arrancou o cinto e abaixou as calças, avançando como um leão para cima do garoto.

— O que está fazendo? — o menino perguntou desesperado.

— Você é meu agora, Park. — sua mão o empurrou para o colchão até que suas costas tocaram a superfície macia. Em seguida, apoiou um dos joelhos entre as pernas dele e colocou cada mão ao lado de sua cabeça, ficando cara a cara com o menino. — Vamos aproveitar a nossa primeira noite.

✮✮✮

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