II - Rebelião dos Irrecuperáv...

By ThallesTerassan

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Pandora Moon prepara-se para uma batalha sangrenta envolvendo todos os residentes do Insanity Asylum. Com um... More

Comunicado da diretoria
FICHA DOS PERSONAGENS
Prologo
ATO 1
ATO 2
ATO 3
ATO 4
ATO 5
ATO 6
ATO 7
ATO 8
ATO 9
ATO 10
Especial 10k
ATO 11
ATO 12
ATO 13
ATO 14
ATO 15
ATO 16
ATO 17
ATO 18
ATO 19
ATO 20
ATO 21
ATO 22
ATO 23
ATO 24
ATO 25
ATO 26
ATO 27
ATO 28
ATO 29
ATO 30
ATO 32
ATO 33
ATO 34
ATO 35
ATO 36
ATO 37
ATO 38
ATO 39
ATO 40 (Final)
Epílogo
Especial 200k
A Liberdade vem aí!

ATO 31

3.1K 530 169
By ThallesTerassan

Se você continua vivo é porque ainda não chegou aonde devia.

— No treinamento de hoje, nós iremos testar algumas habilidades sem as armas que usaram anteriormente. Vai ser na base do soco mesmo. Se houver uma resistência contra nós, teremos que atacar de todas as formas, sem depender de nada a não ser de nossas forças — dizia Patrick em cima de um caixote, numa sala espaçosa, bem iluminada e de longas janelas que davam para algum lugar. Havia manequins de madeira espalhados pelos quatro cantos dali. Os poucos Irrecuperáveis presentes prestavam muita atenção ao que Patrick falava.

     — Brok possuí uma habilidade interessante que poderá ser muito útil nessa causa.

     — Espero que não seja como manusear uma bengala de cegos! — caçoou Gabriel, o novo Alfa.

     — Cego será seus olhos quando eu os perfurar com um arpão se não começar a levar isto aqui a sério — advertiu Petúnia de punhos fechados.

     — Gabriel, Brok está disposto a ignorar seu comentário infeliz e ensina-lo mesmo assim, não é Brok? — perguntei olhando para ele. O garoto parecia determinado. Algo estava diferente com ele desde os últimos acontecimentos com Pompoo.

      — O segredo está nos pés — disse Brok — Eu posso enxergar aqui no mundo dos sonhos, mas vejo o rosto de vocês como borrões. O que quero mostrar hoje, é uma tática que desenvolvi fora dos drenadores chamada "visões descalças" Ela permite que vocês enxerguem no escuro.

     "Quando me concentro e tiro meus sapatos, posso sentir a presença de todos nesta sala. Tudo o que preciso fazer é desligar minha mente de qualquer pensamento. Esvaziem a cabeça, deixem tudo oco por dentro e foquem apenas ao redor. Depois fechem os olhos e sintam a presença do próximo. Vamos, tentem! Tirem os tênis!" — ordenou.

     Logo as crianças começaram a se movimentar, tirando os calçados, uma por uma.

     — Ele está indo bem — afirmou Mavis para mim.

     — Brok é um menino de ouro. Um dia, ele nos salvou do lobo de Rumpel com esta habilidade. Eu e petúnia estaríamos mortas se ele não tivesse dado um jeito — expliquei.

     — Acho que todos nós temos habilidades que ainda desconhecemos. Invejo a maneira como ele se conhece tão bem — continuou Patrick. Nós observávamos o restante, que já estavam de olhos fechados e com poses engraçadas.

     — Vocês vão ficar aí parados ou vão praticar também? — perguntou Brok olhando em nossa direção.

     — Ah, claro! Vamos lá pessoal, temos muito o que aprender.

     Ter todos reunidos naquele dia foi completamente satisfatório. Apesar dos poucos integrantes, eu tinha certeza que eram os melhores. O treinamento acabou apenas no dia seguinte, de manhã, onde Dalva nos presenteava com boas refeições escondidos das demais. Lara parecia mais empenhada a cada treinamento. Talvez ela tenha que travar sua própria batalha futuramente. Todos que aderiram a minha causa também travarão batalhas particulares, porém com apenas um objetivo.

     Tive uma conversa com Petúnia e Brok após a refeição.

     — Me desculpa, Pancada. Por ter desistido quando você mais precisou de mim. Eu fui fraca. Cedi as mentiras da diretora.

     — Ela não contou sobre seu pai, não é? — questionei já sabendo a resposta.

     — Não. Mas tivemos uma conversa, nada que eu acredite muito. Pompoo disse que meu pai era conhecido dela e que no dia em que foi assassinado ela ficou obcecada em procurar o culpado, mas até hoje não descobriu quem foi. Desde então se lamenta. Também disse que ambos trabalhavam juntos em uma empresa. Foram palavras vagas, não conseguiu me convencer — terminou ela. Em seguida me virei para Brok.

     — Eu invadi seu drenador, Brok. Vi o quanto ela se aproveitava de seus sentimentos. Vi o quanto ela se aproveitou de vocês dois para se afastarem de mim. Ela te expulsou do seu cargo porque tentou me ajudar na disputa por classes, não é?

     — Foi exatamente por isso... — respondeu ele baixando a cabeça.

     — Mas o que importa é que estamos juntos de novo. Nós somos fortes juntos, e ela está ciente disto — interviu Petúnia.

     — Com certeza está — afirmei.




A luz do dia invadiu o escritório do Dr. Feen. Havia muitos copos de expressos em sua mesa que nos obrigava a continuarmos acordados. O som das gaivotas que sobrevoavam ali perto mesclava com o ronco dos motores dos apressados carros de Londres, com seus destinos já traçados tão cedo.

     — Força de vontade. Com tantos motivos para te fazer desistir, você sempre encontrava um para continuar. Não consigo dizer ao certo quantos pacientes já me disseram que não possuíam força de vontade. Você pensa da mesma maneira?

     — Eu era uma criança oportunista. A força que eu tinha, vinha das oportunidades que apareciam. Isso me encorajava a continuar lutando.

     — E esta força ainda existe? 

     — Doutor, este seu projeto, livro, provavelmente será a última coisa que estarei comentando sobre aquela época. Por muitos anos eu apaguei tudo relacionado ao Insanity Asylum da minha vida. Não vale a pena. Não quando já estou perto da casa dos trinta e passando por problemas reais, do mundo real. Não tive tempo para pensar sobre essas coisas nos últimos anos. Estar aqui, revivendo tudo novamente é muito complicado. É a primeira vez que falo em público sobre o orfanato e provavelmente será a última — Dr. Feen me analisava franzindo a testa.

     — Você me parece apreensiva — afirmou — Estamos chegando ao fim desta história, não estamos?

     — Sim. Nós estamos. E é totalmente desagradável os próximos acontecimentos... é difícil descreve-los.

O dia exaustivo de aulas havia chegado ao fim.

    A escuridão ia tomando conta do pátio principal quando o toque de recolher tocara. Como uma horda de gados, os irrecuperáveis desciam as escadas para o subterrâneo, com caras desanimadas, cansadas e pálidas. Desta vez eu não segui a demanda.

    Caminhei sentido oposto, me disfarçando por de trás dos pilares do pátio. Corri para o segundo andar e me reservei na sala de utensílios. Quando os passos lá fora cessaram, saí dali e segui em direção ao terceiro andar. Por sorte, nenhum dos funcionários me avistaram. A sala de aula já estava vazia, a porta que ficava aos fundos onde era permitido apenas a entrada de funcionários, trancada.

     Mas eu possuía a chave. Dalva me emprestara hoje cedo. Um ato estanho para alguém que se dizia não estar do meu lado. Ao abri-la, um vento gélido passou pelo meu corpo fragilizado e magro. Meus passos ecoaram a partir dali. O coração palpitou ao ver parado naquele corredor estreito, com paredes de pedras rusticas cinzentas, um lobo enorme, deitado no centro.

     Ele levantou a cabeça em imediato ao escutar minha chegada. Se levantou emitindo alguns grunhidos. Seus dentes ficaram a mostra e seus olhos brancos diminuíram de tamanho quando suas pálpebras o apertaram. A criatura se aproximara de mim, mas não hesitei.

     — Sou eu... sua velha companheira de cela — disse a ele estendendo meu braço esquerdo até encostar em seus pelos negros — preciso passar, por favor.

     O lobo parou de fazer barulhos estranhos e me encarou, como se, com seus olhos cegos, pudesse me ver. Cheirou minha mão que o encostara e abriu caminho. Passando por ele, abri a última porta que levava ao meu destino.

     — Boa noite, Dante. Precisamos conversar.

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