[...] Eu precisava viver. Eu precisava me entregar novamente as sensações que a vida me oferecia sem me preocupar com o que o meu passado traria a tona para mim nos momentos em que eu estivesse só. Em casa eu tinha que lhe dar com a minha solidão. Eu me fechava em meu quarto, e todas as paredes me acusavam da minha insuficiência, da minha impotência. Eu era uma farsa, uma falha construída nas bordas do universo com o intuito apenas de ser. Mas era essa a minha falha, eu era uma falha justamente por não estar conseguindo ser. O que eu precisava para ser, quem eu precisava ser para ser?[...]
[...] Vagarosa, aproximei-me da sua cama, e seus lábios faustosos como uma maçã, se entreabriram como se anunciasse ao desejo a antecipação do gozo. Ao chegar a cama, toquei-lhe a perna coberta, senti-a rija, definida. Fui pouco a pouco me aproximando do seu corpo, e quando já estava inteira sobre a cama, deixei meu peso fazer pressão em seu corpo, e com a ponta umedecida da língua cheguei-lhe ao pescoço fazendo-o se arrepiar por alguns segundos. [...]