[...] Eu estava estocada em uma cidade, morta, perdida entre deuses e monstros, sobrevivendo a grande perversão que corrompe todos os dias, todos os rostos, quando nos levantamos e fingimos, e interpretamos os papéis que nos deu Deus, ou a própria vida, para que depois, num átimo ela nos pregue a sua grande peça.[...]
[...] Eu era um anjo fodido, destituído de asas. Um pássaro aleijado impedido de voar. A poesia era a minha razão de estar eminentemente firme e segura. A minha condição de ser humano era reivindicada pela minha escrita. Eu precisava disso para sentir que a minha unidade com o mundo era maior que qualquer perda, que qualquer rasteira que houvesse me impedido de andar. Mas eu estava fraca demais, presa na minha própria criação, cativada pela minha autoescravização. [...]
ESTÁ A LER
Epicuro em meu jardim [DEGUSTAÇÃO]
RomanceA vida às vezes nos põe no poço, abrindo feridas que parecem nunca cicatrizar. Foi assim com Hedonê, que, após perder o grande amor da sua vida, foi abraçada pela tristeza a ponto de perder o único tesouro capaz de salvá-la. O nome do tesouro? A...