Fools in love

Від montgomry

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Do you think things would have been different if you had kids? (Meredith) * * * Após entrar em casa em um dia... Більше

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capitulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48

Capítulo 34

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Від montgomry

Katie ficou ansiosa e animada pela chegada do sábado. Todos os dias sentava ao lado da mãe e passava horas falando pra ela as coisas que imaginava que elas fariam na fazenda. Já Isabella já não gostava mais de ficar no colo da mãe. Ela gostava de ficar mais do chão. Agora ela já sabia ficar de joelhos para engatinhar pela casa.

Derek já havia viajado para conhecer o instituto em D.C. Nos primeiros dias Katie ficou um pouco chateada com a falta de comunicação, mas a ansiedade para conhecer a fazenda de Noah era ainda maior. Quando finalmente chegou o dia, ela acordou muito cedo, vestiu a roupa que havia separado desde a noite anterior, e andou até o quarto de Addison para acordá-la.

- Mamãe! Acorda! _ Katie disse mexendo o ombro da mãe _ Mamãe!

Addison virou o pescoço levemente e ficou surpresa em ver que Katie já estava acordada.

- Filha, que horas são?

- Bem cedo.

Ela bocejou e esfregou os olhos. Então pode ver mais da filha. A menina usava um short jeans, uma blusa branca por baixo de uma camisa xadrez vermelha amarrada em frente ao abdômen, botas e os cabelos amarrados dos dois lados. Addison bocejou novamente. Virou-se para sua posição anterior, puxando Isabella levemente para perto de seu corpo. Então ela bateu na cama.

- Deita aqui.

- Mas mamãe, você esqueceu...?

- Deite aqui!

Katie rodeou a cama, tirou as botas e deitou na cama em frente à mãe e a irmã.

- Eu disse pra você que a gente só ia depois das 10:00, não disse?

A menina contraiu os lábios.

- Volte a dormir, que não vai ser agora.

- Mas a gente poderia começar a se arrumar.

- Ainda é muito cedo e eu estou morrendo de sono _ Addison disse voltando a fechar os olhos _ Você está parecendo o Woody do Toy Story.

- Ah! Cala a boca...

- O que você disse?

As duas riram baixo. Addison adorava ouvir o som da gargalhada da filha. Não demorou muito para voltar a dormir, mas Katie continuou acordada olhando para o teto. Depois de algumas horas a menina saiu da cama e desceu as escadas. Theresa não chegaria aquele dia e ela estava com fome. Foi até a cozinha em busca de cereal. Em alguns minutos Addison desceu com Ella em seu colo. As duas ainda estavam de pijama.

- Porque vocês ainda não estão prontas?

- O Noah ainda está no hospital. Ele só vem aqui depois que ele terminar lá.

- Tomara que não demore.

- Isso. Agora vamos comer alguma coisa. Você já comeu?

- Cereal _ ela disse mostrando a caixa de cereal pra mãe.

Addison riu baixo.

- Vem. Eu vou fazer um sanduiche pra você.

Katie saiu do sofá e seguiu a mãe até a cozinha.

- Depois você coloca uma roupa normal porque você não precisa se vestir desse jeito pra ir pra fazenda.

- Porque não?

- Porque é normal, Katie. Você não precisa se fantasiar.

Ela colocou Ella na cadeira alta em que a menina comia.

- Mas essa é a roupa de fazenda.

- Não tem roupa de fazenda, minha filha.

Elas comeram com Katie falando o tempo inteiro o que tinha planejado para aquele dia. Quando Noah chegou ela ficou ainda mais animada. Ele trazia uma menina que tinha a idade de Katie e os cabelos loiros e longos. Não parecia nenhum pouco com ele.

- Oi... Tudo bem? _ ele disse se aproximando para cumprimentar Katie _ Ei, Ella! Você está tomando café da manhã a essa hora?

A menina sorriu e mexeu as pernas.

- Já acabou, não é filha? _ Addison disse deixando a tigela vermelha de lado.

- Lisa, essa é a Addison. A médica maravilhosa que eu falei pra você _ Noah apresentou.

Addison ficou sem jeito.

- Oi. Tudo bem? _ Addison disse sorrindo pra menina.

Ela parecia tímida e apenas acenou.

- Olha, essa aqui é a Katie... Lembra que eu falei pra você sobre ela? _ Noah perguntou.

A menina apenas assentiu e apertou a mão de Katie.

- Noah, você acha que essa minha roupa está bonita pra fazenda? A minha mãe disse que eu não preciso vestir assim.

Noah riu. Katie parecia o oposto da filha dele.

- Está ótima.

- Se você prestar atenção você é a única que está parecendo que veio do Texas _ Addison comentou _ E eu e a Ella estamos aqui de camisola. Eu nem toquei. Me desculpa, Noah.

- Imagina. Fica à vontade. Você está na sua casa.

- Bom, eu vou trocar de roupa rápido e daqui a pouco a gente sai.

- Ok.

Ela pegou Isabella da cadeira e saiu da cozinha. Katie continuou conversando com ele.

- Eu tenho certeza que você vai adorar, não vai Lisa?

- Sim, lá tem um monte de árvore.

- O meu pai tem um trailer e lá também tem um monte de árvores também _ Katie disse.

***

O campo era de um verde intenso e a grama muito macia. Addison caminhava com Noah, que carregava Isabella, enquanto Katie corria a frente com Lisa. As duas meninas se agacharam em frente a algumas violetas que cresciam no chão.

- Katie está gostando mesmo _ Noah comentou.

- Está. Ela adora natureza.

- A Lisa também. E ela adorou você. Sabe o que ela me disse depois do almoço?

- Hum?

- Ela acha que você é uma princesa de verdade.

Os dois riram e Noah não pode deixar de reparar na covinha suave que se formava no rosto de Addison.

- Ela é adorável. Muito doce e gentil.

- Sim, ela é ótima.

- E a mãe dela? _ Addison perguntou.

- Bom, nós... Nós...

- O quê?

- Nós não temos uma relação amigável como você e o Derek. Não tivemos uma boa separação, não concordamos em muitas coisas, então não nos falamos muito.

- Ah! Desculpa, eu não queria me intrometer.

- Não. Tudo bem. Eu só... Não falo sobre isso. Nem com a Lisa e nem com ninguém.

- Por quê? Foi tão pesado assim?

- No princípio sim.

- Vocês se amavam?

- Eu pensava que sim...

- Pensava?

- Bom, ela... Ela era muito ciumenta, controladora, quase paranoica.

- Com motivos? _ Addison perguntou.

- Ninguém é quase paranoico com motivos. Quer dizer... Não. Eu não dava motivos para ela ser assim, mas ela só enxergava o que queria. Uma vez cismou que eu tinha um caso com uma das enfermeiras do hospital _ ele contou _ Mas tinham outros motivos também, por exemplo, ela era um general com comida, ainda hoje é assim. Às vezes eu pego Lisa um pouco mais cedo para levar para a escola, mas na verdade eu levo ela em uma boa padaria para tomar um café da manhã de verdade.

Addison riu apertando os olhos e fazendo uma negativa com a cabeça.

- Vocês, pais, são todos cumplices.

- Você não sabe o que é chegar em casa e atacar a comida da empregada na geladeira porque a sua é arroz integral, clara de ovo...

Os dois riram juntos e Isabella acompanhou mesmo sem entender.

- Ela me deixou _ ele disse.

Addison levantou as sobrancelhas em surpresa.

- Ué?! Com essas coisas que você está falando, eu pensei que você tinha pedido a separação.

- Certa vez ela se apaixonou pelo chefe dela, me contou e saiu de casa para viver com ele. Ela achava que eu não tinha muita ambição. A Lisa ainda era um bebê, assim como a Ella, então não teve trauma, ainda bem.

- Nossa! Eu sinto muito!

- Não. Tudo bem. Eu só me preocupo com ela _ ele disse apontando para a filha _ Eu já pensei em pedir várias vezes a guarda dela, mas você sabe, homem, moro sozinho, trabalho o dia inteiro...

- Entendo.

- A Morgan sempre sonhou em ser bailarina, então ela obriga a menina a fazer ballet. Ela odeia.

- Ballet? Sério? Katie adora! Aliás, a Katie sempre foi muito artística. De quem ela herdou isso, eu não sei.

- Desde que a Lisa nasceu, a Morgan tem na cabeça que ela vai ser uma grande bailarina. Por isso toda essa coisa de alimentação saudável, sabe?

- Eu posso imaginar. A minha mãe também me obrigava a fazer milhares de coisas.

- Ainda tem a parte da humilhação, que eu acho absurda, não é? A Morgan vive dizendo pra menina que se ela não se esforçar vai ficar gorda, horrível, ninguém vai querer ela...

- Ela é doente! _ Addison deixou escapar _ Desculpa.

- Não. Tudo bem. Eu penso o mesmo.

Os dois ficaram em silêncio e olharam para Katie e Lisa que riam de alguma coisa.

- Parece que ela se deu bem com a Katie, não é?

- A Katie se dá bem com todo mundo _ Addison disse.

- É, mas a Lisa não. Então isso é louvável, por que ela é tímida. Eu sei que não tem muitos amigos _ Noah disse _ Eu só quero que ela seja forte, sabe? Quero que ela seja capaz de enfrentar o mundo como ele é. Por isso que eu não gosto de encorajá-la com esse negócio de conto de fadas, mas ela adora. Parece que tudo pra ela é castelos, princesas, rainhas. Não quero que ela se molde com essas bobagens de que sonhos se tornam realidades.

Addison virou-se para ele e olhou em seus olhos castanhos.

- Mas os sonhos se realizam!

As duas meninas vieram correndo e pararam em frente aos pais.

- Mamãe, eu posso andar a cavalo? _ Katie perguntou.

- Não. Você vai cair.

- Não vou não, o Captain me ensinou a andar naqueles cavalos bebês.

- E você sabe a diferença de tamanho de um pônei para um cavalo de verdade? Não.

- Por favor, mamãe.

- A gente tem pôneis aqui também, não é papai? _ Lisa sugeriu.

- Temos. Ela sabe mesmo cavalgar? _ Noah perguntou.

- Não. Ela não sabe não.

- Sei sim! O vovô me ensinou e naquela vez que eu subi em um cavalo grande com você, eu nem achei tão alto.

- Você também sabe cavalgar? _ ele perguntou olhando para Addison.

- Eu... Faz muito tempo que eu não faço isso _ ela respondeu sem graça.

- Ela era campeã de pular com o cavalo, não é mamãe?

As bochechas de Addison ficaram levemente vermelhas.

- Katie!

- Tem até alguns troféus lá na casa do Captain e da Bizzy.

- Katherine! Para!

- Mas é verdade.

- Ah, não! Você vai ter que me mostrar isso! _ Noah disse animado voltando a caminhar _ Eu não devo ser tão bom quanto você, mas eu acho cavalos muito bonitos. Aqui na fazenda a gente tem alguns porque a minha mãe gostava muito deles.

- A Bizzy também _ ela respondeu _ A Bizzy é a minha mãe _ explicou.

- E você não chama a sua mãe de mãe?

- Ela sempre preferiu que fosse Bizzy. Ela sempre amou cavalos.

- É... Ela tem um monte de cavalos só dela _ Katie disse.

- Uau! _ Noah exclamou.

- Katie, você está me deixando encabulada.

A menina deu de ombros.

- A gente vai poder andar a cavalo?

- Vai sim, mas só depois de a gente ver aqueles bezerrinhos que eu falei pra vocês no carro _ Noah disse.

Lisa segurou a mão da nova amiga e puxou-a para que elas chegassem primeiro ao local onde estavam as vacas. Addison e Noah continuavam caminhando calmamente.

- Então a sua mãe tem um haras só dela?

- Mais ou menos. O meu avô era sócio de um clube, é dono de parte do terreno e é onde ele guardava os cavalos da minha mãe. Em Connecticut.

- Uau! Isso que é pai, não é?

- Sim...

Eles logo chegaram até o local coberto onde haviam algumas vacas. Katie e Lisa já estava ao lado de um senhor que aparentava ter uns 50 anos, ele estava sentado em um banquinho ao lado de uma vaca branca, tirando o leite das tetas dela, enquanto as meninas olhavam com atenção.

- E aí, Katie? O que você está achando? _ Noah perguntou.

Ella esticou os braços para querer tocar no animal.

- Legal!

- Aqui é tudo mecanizado, mas quando vem alguém, eu peço para o Gerald fazer uma ordenha assim para a pessoa ver como era feito antigamente _ Noah disse.

- Parece uma torneirinha... _ a menina disse _ E o bebê sugava o leite da vaca direto da torneirinha dela como a Ella fazia com a mamãe?

- Katie!

Noah não conseguiu segurar o riso.

- Mais ou menos. Você quer tirar um pouquinho? _ ele perguntou.

- Não. Quero só olhar.

- Vem aqui _ ele chamou _ Você quer tocar?

Katie se aproximou e passou a mão na pelagem rala do animal.

- Ela é quentinha.

Addison observava com os olhos brilhando.

- Sim e parece que ela está gostando desse cafuné, mas também, com essa mãozinha, quem é que não ia gostar?

- Qual é o nome dela? _ Katie perguntou.

- Rebeca _ disse Lisa.

- Rebeca? _ Katie perguntou rindo.

- É. O nome dela é Rebeca _ Noah respondeu _ Você sabia que vaca que tem nomes produz mais leites?

- Sério? Eu não sabia disso não _ Addison disse.

- É... Já foi comprovado cientificamente. Mas agora que vocês já viram as vacas, vamos voltar lá pra casa, porque eu acho que essa aqui já está um pouco cansada _ ele disse percebendo que Ella estava deitando o rosto no ombro dele _ Ainda tem um lugar que vocês ainda não conhecem.

- Onde? _ Katie perguntou.

- A horta. Lá tem um monte de coisa que você pode pegar direto da árvore para comer.

- Mas é muito longe pra ir andando _ disse Lisa.

- Por isso mesmo que a gente vai a cavalo.

- EBA!!! _ Katie exclamou.

Isabella se mexeu no braço dele para olhar para a irmã. Eles voltaram pra casa e Noah saiu com um dos funcionários para buscar os cavalos. Lisa e Katie continuaram brincando em um banco branco, enquanto Addison brincava com Ella em seu colo. Em alguns minutos Noah voltou e Addison colocou a caçula no carrinho dela.

- Eu não acredito! _ ela disse colocando uma mão na cintura _ A Katie não vai subir nisso. Não mesmo.

- Não vai ser ela. Vamos ser nós _ Noah disse.

- Mas eu quero! _ Katie choramingou.

- Eu não posso, eu... Você sabe... Eu tenho que ficar de olho na Ella.

- Olha, a Helga está aí e a Helga adora crianças, não é Helga? _ Noah perguntou olhando para uma mulher de meia idade que colocava um bolo de laranja ao centro da mesa da varanda.

Ela apenas assentiu com um sorriso acolhedor no rosto.

- É, mas a Ella é chata. Você sabe muito bem como ela é.

- Você não conhece a Helga. Todas as crianças do mundo gostam dela _ Noah disse colocando uma mão na cintura de Addison.

A ruiva sentiu um arrepio.

- Eu... Eu acho melhor não.

- Vamos lá.

Ele desceu as escadas e subiu no cavalo castanho escuro.

- Esse aqui é o Vilain...

- Que nome! _ Addison disse.

- Mas ele é muito bonzinho e essa aqui _ ele disse apontando para o outro cavalo enquanto o funcionário ajudava Lisa a sentar a frente ao pai _ Essa aqui é a White. Ela é uma das éguas mais velozes aqui da fazenda e ela também é muito mansinha. Geralmente era só a minha mãe que montava ela.

- Bom, sendo assim... Você não deveria mexer no cavalo da sua mãe.

- Vamos lá, Addison! Eu mandei selar ela pra você.

Addison ficou indecisa.

- Vamos, mamãe. Por favor. Eu juro que eu não vou pedir nada pra você o ano inteiro.

Tanto Noah, quanto os funcionários, riram da promessa da menina.

- Mas eu nem estou preparada pra fazer isso, olha só como a mamãe está vestida... Eu estou de vestido.

- Mas o quê que tem?

Addison respirou fundo e passou a frente da filha descendo as escadas.

- Ok. Vamos lá.

- EBA!!!

O funcionário ofereceu a mão para ajudar Addison a subir no animal, mas ela agradeceu e subiu sozinha, surpreendendo a todos; em seguida Katie foi colocada a frente dela. Ela beijou a bochecha da filha por trás e fez com que o cavalo andasse em alguns passos.

- Vamos fazer uma corrida _ Noah sugeriu.

- Não! Ai já é demais _ Addison disse.

- Mas você não era campeã de...

- De hipismo. Não tem nada de correr nisso.

- Ah, mas vai ser divertido _ Noah disse.

Ele impulsionou o cavalo pra correr e passou a frente dela.

- VOCÊ VAI FICAR COMENDO POEIRA, DRA. MONTGOMERY? _ ele gritou passando a frente dela.

- Onde é essa horta? _ Addison perguntou olhando pro funcionário.

- A senhora pode ir direto a norte, que vai ver a placa quando chegar.

Ela assentiu.

- Se segura bem, Katie.

A menina sorriu e obedeceu a mãe. Addison bateu as rédeas do animal e saiu em disparada. Noah já havia desacelerado o galope e não esperava quando viu o cavalo castanho claro passando em seu lado em disparada, correndo de forma fabulosa como só corria na época em que sua mãe era viva. Por alguns segundos continuou no mesmo ritmo para admirar os cabelos vermelhos colorindo o ar enquanto o vento batia no rosto de Addison e ela tomava distância. Então ele bateu as rédeas do seu cavalo e ele também correu.

- MAIS RÁPIDO, MAMÃE! MAIS RÁPIDO!!! _ Katie exclamava.

- A gente já está na frente.

- Olha lá! _ a menina disse apontando para a placa grande de madeira _ A gente vai ganhar!

Addison correu mais um pouco e parou em frente à placa. Noah chegou depois de alguns segundos, ele colocou Lisa no chão e logo desceu do cavalo, em seguida ajudou Katie a descer. As meninas entraram no local correndo e, assim que Addison desceu, ela se surpreendeu em sentir a mão de Noah segurando o seu braço. Ela parou com o rosto muito próximo dele e abriu levemente os lábios.

- Você é uma caixinha de surpresa, dra. Montgomery.

Ela sorriu. Noah largou o braço dela e passou à sua frente.

- Vamos lá conhecer a horta.

Addison respirou fundo e engoliu a saliva que umedecia seus lábios.

Katie adorou conhecer a horta. Como Noah disse que ela podia pegar o que quisesse, a menina pegou uma das cestinhas tecidas e encheu com alface, tomates, algumas cenouras e algumas frutas deixando Addison encabulada.

Quando elas chegaram em casa, ao fim do dia, Addison estava exausta, Isabella também, mas Katie ainda parecia ter energia para mais dias como aqueles.

- Mãe, eu posso levar a Lisa para conhecer o meu quarto?

- Outro dia _ Noah se adiantou _ Agora a gente precisa ir, não é mocinha? Você sabe que já passou da hora que a sua mãe estipulou pra gente.

- Só mais alguns minutos, papai.

- Não. Outro dia você volta aqui e conhece o quarto da Katie _ Noah disse _ Agora a gente já vai. Se despede de todo mundo.

Ela se despediu e os dois saíram do apartamento.

- Mãe quando é que a gente vai lá de novo?

- Quando a gente for convidada de novo.

- Ah! Então eu vou pedir pro Noah convidar.

- Não vai não.

- Porque?

- Porque não é assim que os convites funcionam _ Addison explicou _ Vamos lá... Nós vamos guardar todas essas coisas e depois você vai tomar um banho porque hoje você se sujou muito.

***

No dia seguinte Addison encontrou com Noah mais uma vez na sala de higienização do hospital. Ela riu baixo fazendo uma negativa com a cabeça sem acreditar que aquilo poderia ser uma coincidência. Nunca acreditou em destinos, coincidências, signos ou qualquer misticismo do tipo, mas tinha que admitir que havia algo naquele ambiente que juntava os dois.

- Você está me perseguindo ou o quê? _ ela perguntou pegando um sabão antisséptico para esfregar as mãos.

- Estou começando a pensar que você está me perseguindo _ Noah disse.

- Não. Eu não persigo ninguém.

- E aí? O que a Katie achou da fazenda?

- Ah! Ela está no céu, não fala de outra coisa.

- Você está entrando ou saindo? _ ele perguntou.

- Entrando. Sala de cirurgias 4 e você?

- Entrando também. Sala de cirurgias 5.

- Vou fazer uma cesariana de um parto invertido _ ela contou.

- Hoje é meu dia de sorte. Transplante de pulmão.

- Hum... Boa sorte.

- Obrigado.

Então Noah saiu do local com as mãos estendidas. Addison continuou esfregando os seus braços e não esperava quando ele voltou.

- Ei, eu posso... Será que eu posso convidar você pra jantar hoje a noite comigo?

Addison parou o que estava fazendo e ficou em silêncio sem saber o que responder.

- Pode? _ ela perguntou olhando pra ele.

Noah riu encabulado. Então mexeu a cabeça reformulando a pergunta.

- Você quer jantar comigo depois do trabalho?

- Não _ ela respondeu imediatamente assustando-o _ Quer dizer... Não sei, eu... Meus horários são imprevisíveis, be...

- Bebês não tem hora para nascer _ ele completou o que sabia que ela diria _ Eu sei. Mas corações também não escolhem hora para falhar, barrigas na escolhem hora para doer... Na nossa profissão é tudo muito imprevisível. O que eu estou perguntando é se você quer sair pra jantar comigo sem se preocupar com as circunstâncias. Se você tiver que voltar para o hospital, tudo bem, eu sou médico, eu entendo. Vamos depois do trabalho?

- Eu tenho que passar em casa para ver as meninas e falar com a Theresa.

- A gente é liberado aqui às 20:00, você mora há uns 20 minutos daqui... _ ele sussurrou calculando em voz alta _ Posso pegar você às 21:30. Que tal?

- Você vai me buscar?

- Sim. Pode ser 21:30?

- O-Ok... Certo.

Ele sorriu e saiu da sala de higienização. Addison voltou a esfregar as mãos tentando entender o que estava acontecendo. Em alguns minutos pra sala de cirurgia onde era aguardada e ficou surpresa em encontrar com Meredith. Não esperava que ela fosse a residente com quem trabalharia.

- Então, Grey? Como está a pesquisa? _ ela perguntou puxando um assunto depois de 30 minutos em silêncio.

- Bom, por enquanto está tudo certo. Acho que o Derek vai chegar no fim dessa semana, então a gente vai poder dar continuidade.

- Ele já vai chegar agora?

- Sim

- Hum. Tomara que dê tudo certo na pesquisa de vocês. Tesoura... _ ela pediu esticando a mão para a enfermeira.

Após tirar o bebê e entregá-lo saudável nas mãos do pediatra, Addison saiu da sala de cirurgias e encontrou com Mark em um dos corredores.

- Ei, você vai almoçar agora? _ ele perguntou.

- Não. Eu ainda tenho que atender uma paciente.

- Você vai?

- Vou. Porquê?

- Eu pensei que a gente poderia conversar... Você sabe. A Callie e a Arizona querem me empurrar pra Altman. O que você acha?

- Ah, Mark! Me poupe!

Ela passou a frente e andou até o quarto da paciente que deveria atender. Voltou pra casa mais cedo aquele dia e sorriu se aproximando de Ella, que estava brincando no chão com Theresa, enquanto Katie falava com alguém ao telefone.

- Sabia que o leite sai de dentro da vaca? _ Katie perguntou _ Ele sai bem quentinho de lá e demora menos de um minuto para sair um copo de leite de dentro da vaca. Você sabia disso?

- Com quem ela está falando? _ Addison perguntou à Theresa em um sussurro.

- Dr. Shepherd.

- Sabia, pai, que a vaca, ela fábrica 30 litros de leite por dia? Dá até pra encher um barril.

- Bacana, filha. Você pesquisou sobre isso também? _ Derek perguntou do outro lado da linha.

- Não. Essa parte foi o Noah que me ensinou. Ele é amigo da minha mãe, não é mamãe? _ ela perguntou olhando para a mãe, como se Addison pudesse responder à Derek _ A gente foi visitar a fazenda dele e ele mostrou pra gente que lá tem um monte de bichos. Tem vaca, tem bezerro, tem cavalo... E ele disse que lá é tudo ecológico. Você sabe o que é ecológico?

Derek revirou os olhos e coçou a testa. Os estagiários que o olhavam disfarçadamente através do vidro do laboratório imaginavam que ele estava tendo uma conversa com algum fornecedor de materiais de tanto que parecia entediado.

- Sabe, pai?

- O que é, princesa? _ ele perguntou.

- É quando gasta bem pouquinha água e bem pouquinha luz para sobrar pra todo mundo.

- Hum... Legal, não é filha?

- Muito legal. O Noah é muito legal.

- Sim. Escuta, a sua mãe está aí com você? _ ele perguntou.

- Ela acabou de chegar. Está aqui na minha frente.

- Deixa o pai falar com ela.

- Ok. Mas depois você vai falar comigo de novo, não vai?

- Claro que vou, filha.

Katie tirou o telefone da orelha e estendeu para a mãe.

- O papai quer falar com você.

- Comigo? _ Addison estranhou.

- Humrum.

Ela colocou Isabella novamente no chão, mas a menina gemeu para voltar pro seu colo. Addison sentou com ela no sofá e pegou o telefone.

- Oi, Derek.

- Oi, Addie. Tudo bem?

- Tudo.

Isabella esticava os bracinhos gorduchos para puxar o aparelho.

- Espera um pouco, filha... E então? Como estão as coisas em D.C.? Muito trabalho?

- Sim, não estou tendo tempo pra nada.

- A Meredith trabalhou comigo hoje de manhã e ela me contou que você vai voltar fim da sema... Isabella! _ ela exclamou quando a filha puxou o telefone do seu ouvido e o aparelho caiu no chão.

Addison colocou a filha sentada no chão de tapete emborrachado e pegou o aparelho.

- Fique aí!

Isabella começou a chorar e Theresa logo sentou ao lado dela para fazê-la parar.

- Oi, Derek. Desculpa, ela puxou o telefone.

- Imagina. Sim, eu volto no fim da semana. Já vou deixar tudo organizado aqui em D.C..

Theresa balançava um chocalho em frente à menina, mas ela não parava de chorar.

- Certo! E como foi a conversa com o presidente? Eu posso imaginar que...

- Ma ma ma ma ma... _ Isabella disse chorando estendendo os bracinhos para Addison fazendo com que a ruiva imediatamente parasse a frase pela metade e se voltasse para ela _ Ma... Mi... Mami mama...

Addison sentiu-se arrepiar e por um momento seus olhos se encheram de lágrimas.

- Você ouviu o que ela acabou de dizer, Derek?

- O quê? _ ele perguntou.

- Isabella acabou de dizer mamãe _ ela disse equilibrando o aparelho em seu ouvido e tirando a filha do chão _ Oh, meu amorzinho! Mamãe está aqui com você.

- Mami... _ disse Isabella ainda chorando e tocando o queixo de Addison com o dedinho indicador.

- Ela disse de novo! _ Katie exclamou.

- É, bebê! Mamãe.

- Mami...

- Você está ouvindo, Derek?

- Ah! Não é justo! _ ele reclamou.

Sem tirar o sorriso do rosto, Addison limpou o rosto da filha e a menina esticou o braço para pegar o telefone.

- Você quer falar com o Derek? Fala com ele um segundo.

Ela colocou o aparelho no ouvido da menina e Ella ficou olhando para os lados. Arregalou levemente os olhinhos azuis em surpresa quando ouviu a voz do outro lado da linha.

- Ei, meu amorzinho! Você está com saudades do papai?

Addison riu da reação da filha.

- Fala mamãe pra ele.

- Não, fala papai _ Derek pediu.

- Fala pra ele, meu amor. Fala mamãe. Mamãe...

- Mamami...

- Isso! Fala de novo.

- Mami.

Derek sorriu orgulhoso e limpou a lágrima que rolou em seus olhos.

- Você não quer falar papai?

Addison tirou o telefone da orelha da filha e levou à sua.

- Oi, Derek. Ela é uma gracinha.

- Ensina ela a falar papai também.

Addison riu.

- Você quer falar papai? _ Addison perguntou.

- Mami.

- Ela não quer. Continua contando sobre D.C.

- Ensina ela a falar papai, Addison!

- Eu vou ensinar depois. Agora continua contando.

- Ah! A gente conversou bastante e eu acabei contando daquele meu projeto para trabalhar com mapeamento cerebral, ele gostou mais e eu acho que nós vamos trabalhar com isso agora.

- Mapeamento cerebral? _ ela perguntou.

- Sim.

- Mas e o Alzheimer?

- Também. Vão ser duas pesquisas diferentes?

- O quê? A Casa Branca vai financiar duas pesquisas diferentes pra você? Mas você está realmente muito chique!

- Eles já estavam com um projeto para mapeamento cerebral. Eu só vou liderar.

- Céus! Que legal pra você... Isso... Isso é o que a gente sempre sonhou! _ ela exclamou animada _ Quer dizer... Você... Isso é o que você sempre sonhou.

- É...

- Mama...

- Ah, Derek. Eu não tenho condições de falar com você com ela repetindo isso aqui perto de mim. Eu... Eu vou passar pra Katie, ok?

- Ok.

Addison estendeu o telefone novamente para Katie e colocou Ella em pé em seu colo.

- Mamãe...

- Mami...

- Mamãe...

- Mamami...

- Oh meu deus! Eu te amo!!! _ Addison exclamou abraçando a filha.

Quase esqueceu que tinha que jantar com Noah. Estava se arrumando no quarto quando Callie entrou sem que ela esperasse.

- Você vai sair com ele?

Addison revirou os olhos sem imaginar como ela sabia.

- Por favor... Não faça um grande caso com isso.

- Estávamos todos esperando vocês darem o primeiro passo.

Addison apenas sorriu sem jeito, em seguida parou em frente a um espelho para colocar um brinco.

- A Ella disse a primeira palavra.

- Disse? _ Callie perguntou sentando na cama.

- Sim. Disse mamãe. Ela disse mamãe.

- Ah! Addison!!! Que fofa!!!

- O Derek ficou morrendo de ciúmes porquê... A Katie falou papai primeiro, acho que ele pensava que ia ser assim agora.

- Ah, mas ela passa mais tempo com você, não é? É normal.

- É. Eu estou nas nuvens.

- Posso imaginar. Mas me conta sobre hoje a noite... Pra onde vocês pretendem ir?

- Eu não faço a mínima ideia! Eu não quero falar sobre isso!

- Você acha que vocês vão transar hoje?

- Torres! _ Addison exclamou.

- Qual é o problema? Leva uma camisinha.

Ela apenas riu.

- O que você acha desse vestido? _ Addison perguntou virando para a amiga ver.

Estava vestindo um vestindo preto a altura do joelho.

- Você está uma gata. Eu pegaria você.

- Está combinando com o sapato?

- Humrum. Você está deslumbrante!

- Qual batom eu passo?

- Vermelho, eu acho.

- Mas você acha que pra um primeiro encontro.

- Vermelho é a sua cor, Addison.

Ela passou.

- E aí? Você acha que ele vai tentar alguma coisa?

- Para de falar sobre isso senão eu vou ficar nervosa e não vou.

Callie riu.

- O Mark está se roendo de ciúmes lá no apartamento dele. Eu disse pra ele tentar com a Altman.

- Você acha mesmo que eles fazem o tipo um do outro?

- Eles podem tentar.

- Tendo você e a Arizona como cupido.

As duas riram. Noah logo chegou e elas desceram. Ele ficou ainda mais impressionado com a beleza de Addison. Já tinha a visto bem arrumada, é óbvio, ela ia para o hospital assim o tempo todo, mas nunca tinha a visto produzida. Os dois se despediram de todos e saíram.

- Então? Pra onde a gente vai? _ ela perguntou entrando no carro dele.

- Sabe o que eu estou morrendo de vontade de comer?

- Hum?

- Uma pizza.

Ela se surpreendeu e levantou as sobrancelhas.

- Pizza?

- Sim. O que você acha?

- Olha, eu nunca esperei isso de você...

- Por quê? Você achou ruim? _ ele perguntou.

- Não, é que... Faz muito tempo que eu não saio com um cara pra comer uma pizza. Acho que a última vez que isso aconteceu, eu tinha uns 17 anos e estava na faculdade.

- Ah! Então você vai voltar aos seus 17 anos. Não foi há muito tempo, foi?

Ela riu.

- Foi há quase 20 anos.

Eles rodaram pelas ruas da cidade atrás de pizzarias. Addison não podia sugerir, pois não conhecia nada em Seattle. Se fosse em Nova York, provavelmente ela conheceria mais de 20, mas em Seattle não tinha certeza. Noah a levou em uma que ele costumava frequentar quando adolescente, uma típica pizzaria italiana. Os dois ocuparam uma das mesas e logo começaram a conversar sobre suas vidas.

- Como é que se escolhe ser uma cirurgiã neonatal? Não é nada comum, não é? _ ele perguntou antes de levar mais um pedaço da massa recheada de muito queijo à boca.

- Ah. Difícil falar. Eu acho que eu nunca teorizei sobre isso. Pra mim a escolha da especialidade é como se uma luz brilhasse em cima de você. Foi mais ou menos assim. Eu nunca pensei que eu seria uma cirurgiã neonatal um dia, mas certa vez eu estava lá no hospital onde eu fazia residência e uma luz brilhou em cima de mim dizendo que era aquilo que eu queria fazer pelo resto da minha vida.

- O que você acha que você seria?

- Neurocirurgiã. Meu pai é neurocirurgião, meu irmão é neurologista.

- Você tem um irmão?

- Tenho. Ele é meu irmão mais velho. Archer.

- Archer. Nome curioso. E ele não quis ser cirurgião?

- Ele chegou a fazer residência, mas só que ele é um caso complicado. Ele nunca foi muito estudioso. Sempre fez as coisas por fazer, sabe? Então a atuação dele é só como neurologista. Ainda bem por que eu não posso imaginar quantos cérebros ele fritaria se quisesse trabalhar como neurocirurgião.

Noah riu.

- Deveria ser uma pressão em cima de você, não? Pai, irmão, ex-marido... Todos os homens da sua vida era da neuro!

- É. A minha mãe não concordava. Demorou um pouco para ela aceitar. Ela achava que não precisava de diploma universitário para ser parteira.

Noah levantou as sobrancelhas em surpresa.

- Mas você passa muito longe de ser uma parteira.

- A minha história com a minha mãe é meio complicada.

- Pelo visto a sua mãe adoraria conhecer a Morgan.

Addison riu.

- Pois é. E o Derek... Eu acho que por isso ele e meu pai sempre se deram muito bem. Eles sempre se entendiam quando o assunto era neurologia e carros. Quando os dois estão juntos, eles passam o tempo todo falando sobre carros. Por outro lado, ele nunca se deu nada bem com o Archer. Sabe aquele atrito entre o clinico e o cirúrgico? Archer e Derek. Eles nunca se encontraram.

- Entendo.

- Mas no princípio o Derek também não queria ser neurocirurgião. Ele queria a emergência, queria trabalhar com trauma.

- Eu não consigo imaginar.

- Acho que ele também não conseguia. Aí a luz brilhou em cima da cabeça dele e... É isso. Acho que é o destino, né? Ele é um dos melhores profissionais que eu conheço nessa área. Eu sou capaz de confiar cegamente nele quando o assunto é cérebro.

- E coração? _ Noah perguntou surpreendendo-a.

- O quê?

- Em quem você é capaz de confiar quando o assunto é coração?

Ela puxou o copo de refrigerante e deu um gole. Suas bochechas coraram levemente.

- Bom, atualmente eu não tenho ido muitas vezes ao cardiologista. Mas me conta você. Porque escolheu a cardiotorácica e a pediatria?

- Na época estava todo aquele alvoroço de transplantes de órgãos e os de coração eram bastante comoventes. Além do que é um órgão que não tem muitos mistérios, não é?

- Verdade. Nem mistérios e nem muitas surpresas, diga-se de passagem.

Noah concordou rindo.

- Mas nós estamos sempre com corações em nossas mãos, então somos mais românticos do que você imagina.

Addison assentiu.

- Concordo.

- Concorda?

- Sim. Quando o Preston ia casar, ele passou os votos comigo e foi uma das coisas mais bonitas que eu já ouvi na vida.

- Mais bonitas que os seus próprios votos de casamento?

Ela sorriu contraindo os lábios.

- Eu não fiz meus votos no casamento, foi na lua de mel, em forma de cartão portal das cidades que nós visitamos, mas o Derek tocou e cantou uma música ridícula sobre como nos conhecemos.

Noah gargalhou.

- Mas foi um casamento bonito, desses de contos de fadas.

- Prometo que no nosso teremos votos melhores.

Ela ficou ainda mais envergonhada, então deixou o garfo de lado e colocou os cabelos vermelhos atrás das orelhas.

- O que você quer, Noah? _ perguntou com serenidade.

Ele ajeitou a postura e também deixou os talheres de lado. Não esperava que ela fosse perguntar de forma tão direta, mas resolveu responder no mesmo tom.

- Bom, a primeira vez que eu vi você, eu era um cirurgião lisonjeado e impressionado com a sua força de continuar uma cirurgia ainda que estivesse em trabalho de parto. Eu achei lindo você colocar as necessidades do paciente acima das suas. À segunda vez, foi em algum momento perto do berçário da Ella, a sua beleza me chamava muito atenção e eu acabei me apegando. Acontece que eu fiquei apegado, tão apegado de um jeito que eu não esperava. Surpreendentemente você me fez esquecer toda a dor que tinha em mim e me fazia acreditar que nunca mais ia me interessar por mulher nenhuma. Eu não queria isso, não planejei...

- Eu já estive no seu lugar uma vez _ ela interrompeu _ Quando você é trocado por outra pessoa, fica sem acreditar que todo aquele amor, que você achava que nunca ia acabar, acabou e que a outra pessoa consegue ser feliz independentemente de você. Então você começa a acreditar que você pode ser feliz também e, de repente, vê a possibilidade em alguém que está perto. No meu caso foi o Mark Sloan. Eu achava que podia dá certo, que a gente podia tentar, mas eu parei antes, porque eu não estava apaixonada e não queria machucá-lo. Se você ainda sente dor por ter sido deixado pela mãe da sua filha, não dê esse passo.

- E se eu quiser dar esse passo? E se esse passo é só no que eu consigo pensar?

- A gente pode se machucar.

- Eu não penso isso. Eu não quero você para preencher o espaço dela. Eu quero você para ser você.

Addison se arrepiou.

- Então? Entrando ou saindo? _ ele perguntou repetindo a frase que sempre usava quando eles se encontravam na higienização dos centros cirúrgicos.

- Não posso dá uma resposta assim.

Eles continuaram comendo e quando terminaram Noah levou Addison pra casa. Estava tudo silencioso, então provavelmente todos já estavam dormindo.

- A pizza estava ótima!

- Eu também achei _ Noah disse _ Mas agora, sabe o que eu queria mesmo? Marcar um almoço qualquer dia desses com você e as suas filhas lindas.

- Elas iam adorar! Principalmente a Katie, você não sabe que pra ela você virou um herói. Ela fala de você e da sua fazenda o tempo inteiro.

- Então eu mandei bem com ela.

- Sim.

Os dois riram juntos.

- Agora falando sério, eu achei lindo aquele dia _ ele disse.

- Ah, foi maravilhoso! Ela se divertiu muito.

- E você também.

- E eu também _ ela concordou _ Aliás, nós nos divertimos juntas. Já tem muito tempo que a gente não se diverte juntas. Sempre foi ela com o pai, ou nós três. Eu não lembro quando foi a última vez que nós nos divertimos juntas.

- Olha que legal.

Então o silêncio caiu sobre o local.

- Bom, está tarde, nós dois trabalhamos amanhã _ Addison disse.

- Ok.

Noah aproximou-se para beijar a bochecha dela e Addison se afastou um pouco.

- Eu... Eu não sei o que dizer, mas é que dizem que a gente precisa ser transparente, principalmente com as pessoas que a gente gosta.

- Pode falar qualquer coisa _ ele disse.

- É que eu acho que eu não estou preparada para me envolver com ninguém. É claro que eu acho você legal, mas...

Sem que ela esperasse, ele puxou-a pela cintura e invadiu sua boca com um beijo. Addison entregou-se e se deixou levar pela língua dele explorando a sua. Noah logo subiu a mão e acariciou o pescoço dela com as pontas dos dedos e ela apenas retribuiu ao beijo. Sentia que deveria experimentar o novo. Em alguns segundos eles se afastaram.

- Fica tranquila _ ele disse _ Ninguém está preparado, nunca. Eu também não estou esperando nada pronto. O que é bom demora para ser feito.

- Eu sei, mas é que... _ ela disse tomando mais espaço _ Eu só estava querendo ser clara.

- Não precisa explicar nada. Eu já entendi. Então você quer devagar, não é?

Ela assentiu.

- Sim. Acho que sim. É por aí.

- Então, vai ser devagar.

Addison sorriu com a delicadeza dele, então voltou a aproximar os dois passos que os separavam e beijou-o. Ele retribuiu com satisfação, deixando que agora a língua dela guiasse o beijo.

- Agora eu preciso levar você até a porta _ ela disse.

Ele concordou e andou com ela até a porta. Depois que ele saiu, Addison encostou as costas na porta e respirou fundo com os olhos fechados. Involuntariamente, um sorriso apareceu nos lábios dela.

***

- Conta logo _ Callie pediu depois que Katie saiu da cozinha para escovar os dentes antes de ir para a escola.

- Contar o quê? _ Addison perguntou _ A gente saiu, jantou, conversou... Foi ótimo.

- Como foi ótimo se você está com essa cara? _ Mark perguntou.

- Que cara?

- A mesma cara de todo dia. Cara de quem não teve um encontro ontem.

- Não sei... Era pra eu estar diferente? _ ela perguntou.

- Se tivesse saído comigo, provavelmente você estaria diferente.

Ela revirou os olhos e riu fazendo uma negativa com a cabeça.

- Não sei... Por mais que eu goste do Noah e saiba o quanto ele é bacana, eu... Eu não consigo estar inteira. Tem alguma coisa que me segura, que impede de me entregar. A impressão que eu tenho é que essa entrega absoluta que eu tive com o Derek, eu não vou ter nunca mais.

- E eu não sei? _ Mark disse cruzando os braços _ Melhor... Eu senti.

- Ah, Mark! Você sabe que nós dois não daríamos certo.

- Você não nos deu nenhuma chance para tentar.

- Para você não perder seu tempo.

- Ou porque você se preocupa demais pensando nesse negócio de perder o tempo ou não.

Ela tomou um gole do suco de laranja à sua frente e assentiu.

- Talvez isso nunca mais aconteça mesmo _ Callie comentou _ Isso que aconteceu entre você e o Derek, talvez não aconteça mais, mas é até desleal comparar. Quando a gente ama pela primeira vez é com muita inocência e você conheceu o Derek... Vocês eram quase adolescentes. Agora você tem que usar a experiência que você tem para ter um relacionamento legal com outro homem.

- Eu preferia não ter tido essa experiência. Ela não me trouxe benefício nenhum.

- Você que pensa. Por exemplo, o Noah, ele está interessado por você, e não é só pelo o que você é agora. É por tudo o que você já viveu...

- Se ele soubesse da minha história, o real motivo da minha separação com o Derek...

- Mas ele vai saber. Um dia você vai contar _ Callie disse _ Quando você se sentir preparada.

- Sinceramente? Eu não sei. É uma história tão pesada que ela me estigmatiza, faz com que eu me sinta diferente de todo mundo.

- Mas você é diferente! _ Mark exclamou _ Todos somos.

- Acredita em mim. Dá uma chance pro Noah. Depois me conta.

Addison ficou pensativa, levou o ultimo pedaço de sanduiche à boca e ficou em silêncio comendo. Mark e Callie continuavam a observando.

- Não sei. A impressão que eu tenho é que o Noah é muito pra mim.

- Que história é essa? Você que que é muito pra ele _ Mark disse.

- É que eu não consigo entender que uma pessoa que tem tudo, que é inteligente, que é sensível, bonito... Como ele resolveu cismar justo comigo?

- Resolveu cismar com você porque você é deslumbrante! _ Mark disse _ E também porque ele é inteligente e sensível, não é? Ele sabe ver o quanto você é especial, já que pelo visto você não está conseguindo.

- Eu não sei... Eu não estou assim tão disponível para me envolver. Talvez eu tenha as minhas razões.

- Não tem razões não, porque isso que você sente pelo Derek não é sentimento, é ressentimento. Você não pode ficar a vida toda achando que as coisas não vão dá certo só porque não deram com ele.

- É que me angustia não saber aonde essa história vai dá!

- E não interessa aonde vai dá! _ Callie disse _ O que importa é no que ela está dando agora, hoje! Desfruta disso. O futuro a deus pertence. Não é o que dizem?

Ela bateu as pontas dos dedos na mesa.

- Também não fica esperando encontrar alguém fora do hospital _ Mark disse _ Você sabe que mulher médica assusta um pouco os homens.

- É?! _ as duas perguntaram ao mesmo tempo.

- É. Assim como os médicos atraem as mulheres. Nunca perceberam não?

Addison contraiu os lábios e deu de ombros.

- Tinha uma paciente uma vez e ela se apaixonou pelo pediatra da filha dela _ Addison disse _ Ficava dizendo que se apaixonou por aquele homem cuidando da filha dela doente com todo amor e carinho...

Então ela parou por alguns segundos e olhou para os amigos.

- Não. Isso não está acontecendo comigo, está? Eu não estou encantada com o Noah só porque eu vi ele cuidando da Ella com toda atenção e carinho.

Mark e Callie riram. Katie apareceu na cozinha, já com sua mochila nas costas.

- Vamos, mãe?!

- V-Vamos, meu amor.

Depois de deixar Katie na escola, Addison dirigiu até o hospital, trocou sua roupa pelo uniforme azul escuro e procurou por Noah na pediatria. O encontrou saindo de um dos quartos de paciente, parou ao lado dele e olhou em seus olhos.

- O que foi? _ ele perguntou encabulado.

Ela apenas assentiu com um sorriso suave no rosto.

- Ok. Nós podemos tentar.

Noah ficou feliz, aproximou-se da ruiva e beijou-a encostando o corpo dela contra a parede.

***

A volta de Derek para Seattle no fim da semana foi uma surpresa para todos no hospital, principalmente para Meredith. Ela não foi a primeira pessoa que ele procurou quando chegou na cidade pela manhã. Ele apenas foi até a sua casa deixar a mala, em seguida foi direto ao hospital começar mais um dia de trabalho. Derek chegou muito cedo, visitou os pacientes que fariam parte dos testes da pesquisa naquele dia, em seguida procurou a equipe que trabalharia com ele para cumprimentá-los.

Ele estava passando pelo hall do andar cirúrgico quando viu Addison saindo do elevador, usando um de seus vestidos de grifes, coberto por um sobretudo preto aberto, combinado com sapatos impecável, uma bolsa que atraia os olhares de várias funcionárias, e óculos escuro na mão cheia de anéis. Ela sorria conversando com Noah e passou ao lado dele sem percebê-lo. Derek girou em seu calcanhar para segui-la com os olhos, mas logo sentiu a mão de alguém impedindo sua visão.

- Meredith...

Meredith aproximou-se e beijou os lábios dele.

- Você voltou!

- Sim. Eu voltei. Como vão as coisas por aqui?

- Foram as três piores semanas da minha vida, mas agora que você está de volta a pesquisa vai voltar a funcionar, não é?

- Sim. Daqui há trinta minutos a gente vai para sala de cirurgias fazer nosso primeiro teste do dia.

Ela sorriu e beijou-o novamente.

- Você parece mais bonito.

- Pareço?

- Sim... Eu gosto quando você deixa a barba desse jeito _ ela disse passando a mão no rosto dele.

Derek sorriu orgulhoso, aproximou-se dela e beijou-a.

- Ok, vamos voltar ao trabalho então. Vejo você em meia hora, dra. Grey.

- Sim senhor, dr. Shepherd.

Os dois tomaram caminhos diferentes sorrindo. Derek andou até a sala dos médicos e quando entrou, a procura de Callie, se surpreendeu em encontrar com Addison sentada no sofá de couro, conversando com Noah e segurando a mão dele. Os dois viraram para conferir quem estava entrando e Addison se arrepiou em ver que era o ex-marido.

- Derek! Eu não sabia que você ia chegar hoje _ ela disse puxando sua mão levemente.

- Bom, eu ia ficar em D.C. por três semanas. Termina hoje.

Ela assentiu.

- Seja bem-vindo de volta.

- Obrigado.

Derek ocupou uma poltrona e ficou em silêncio. Noah percebeu que Addison estava desconfortável.

- Como estão as meninas? _ Derek perguntou.

- Ah! Estão ótimas. A Katie estava com saudades de você.

- Eu também estou morrendo de saudades dela. As coisas por lá estavam muito corridas.

- Eu posso imaginar. Você já falou com ela hoje?

- Não. Eu cheguei hoje cedo e vim direto para o hospital. Mas ela está na escola a essa hora, não é? Vou visitar elas no fim do dia.

- Ah, ok.

- Não tem nenhum problema, tem?

- Claro que não. Você pode aparecer quando você quiser.

Ele apenas assentiu.

- Eu... Eu trouxe alguns presentes pra ela. Comprei no aeroporto, mas...

- Elas vão adorar de qualquer jeito.

O pager de Noah tocou e ele se movimentou para ver do que se tratava.

- Bom, eu... Eu tenho que ir.

Sem que Addison esperasse, o médico aproximou-se e beijou levemente os lábios dela. Derek sentiu um leve arrepio percorrendo o corpo. Noah saiu. Addison ficou sem jeito.

- Então vocês...

- Não. Quer dizer... Não oficialmente. A gente está se conhecendo.

- Se conhecendo?

- É... Sem compromisso por enquanto.

Derek engoliu em seco.

- Você tem em mente que ele é o médico da Isabella, não tem? Que se daqui há alguns meses aparecer alguma coisa na tomografia do pulmão dela, é ele que vai ter resolver...

- E o quê isso tem a ver com...?

- Você está se envolvendo com o médico da nossa filha. Ele continua sendo o médico dela.

- Desculpa, mas eu não estou entendendo exatamente aonde você quer chegar. Antes de ser médico dela, o Noah é uma pessoa, ele é um homem...

- Você tem razão.

Ele olhou em seu relógio de pulso e levantou.

- Eu tenho que ir.

Antes que ela pudesse falar qualquer coisa, Derek saiu da sala dos médicos e foi até a sala de cirurgias onde seria esperado. Ainda não tinha ninguém lá, então ele aproveitou para conferir se estava tudo em ordem. A medida que as pessoas foram chegando, eles começaram o procedimento.

Durante aquele dia eles fizeram testes e o tratamento com placebo ou agente ativo com cerca de sete pacientes, em seguida Derek foi até seu consultório, atualizar os resultados da pesquisa e tentar se comunicar com a equipe de Washington, mas assim que ligou o computador, foi surpreendido por Meredith, que entrou no local e trancou a porta, em seguida fechou as persianas.

- O que foi? _ ele perguntou.

- Eu preciso de sexo _ ela disse tirando a blusa azul clara do uniforme, deixando à amostra um sutiã de algodão preto _ Depois de três semanas, você está de volta. Eu pensei que eu ia enlouquecer.

Derek sorriu, estendeu o braço e desligou o computador antes mesmo que aparecesse a tela de iniciação. Meredith aproximou-se abaixando a calça.

- E o que você tem em mente? _ ele perguntou.

- Eu acho que você merece de um presente especial _ ela disse _ A gente se falou uma vez durante esse tempo todo.

- Eu estive muito ocupado.

- Eu posso imaginar isso. Um namorado neurocirurgião que está liderando duas pesquisas com recursos da Casa Branca. Céus, isso é muito sexy! _ ela comentou em uma voz sensual, abaixando-se em frente dele.

Derek apenas sorriu e ficou observando enquanto a namorada abria lentamente o seu cinto, em seguida o botão de sua calça. Meredith sugou levemente o lábio inferior e olhou para ele com um olhar sedutor. Ele amava aquele olhar dela, esticou o braço e acariciou a bochecha da jovem.

- Você se comportou bem em D.C., dr. Shepherd? _ ela perguntou.

- Sim.

Ela sorriu, puxou a calça dele até o joelho. Em seguida a cueca boxer. A ereção se elevou bem a frente dela. Derek sugou os lábios e fechou os olhos quando sentiu a boca da namorada entrando em contato com o seu pênis.

- Hummmm...

Meredith sabia que aquilo o dava prazer e sugou o membro dele de forma lenta, tentando estimular cada ponto da ereção. Derek gemia apertando as mãos no braço da cadeira. Ela continuou cada vez mais eficiente. Depois de alguns minutos viu que estavam alcançando os limites dele. Derek arqueou o quadril da cadeira e tirou as mãos dali para acariciar a nuca dela. Meredith levantou rapidamente o olhar e viu que alguns fios de suor escorriam na testa dele.

- Mer... Isso é maravilhoso.

Ela brincou com a língua, fazendo com que ele fechasse os olhos e girasse a cabeça.

- Ok, Mer... Chega... Eu estou no meu limite... Chega.

Mas ela não parou, pelo contrário, olhou sedutora pra ele e continuou sugando-o.

- Oh meu deus...

Derek apertou os cabelos na nuca dela e não se conteve na hora de liberar seu orgasmo. Meredith finalmente se afastou e sorriu pra ele, que tinha o rosto vermelho e um sorriso de satisfação nos lábios.

- Eu te amo _ ele disse a ela.

Meredith aproximou o rosto dele e beijou-o por alguns segundos. Então tirou a calcinha lentamente na frente dele e delicadamente sentou em seu colo, afundando o pênis em sua vagina.

- Eu também te amo.

Ela começou a se movimentar e insistiu nos movimentos até que tivesse seu próprio orgasmo. Derek continuou penetrando-a e passando as mãos grandes pela extensão da costa e nuca. Depois de alguns minutos ele sentiu o ápice de prazer o atingindo novamente e gemeu aliviado ao ouvido dela, gozando mais uma vez. Meredith deitou a cabeça no ombro dele e beijou levemente seu pescoço.

- Então? O que você vai querer fazer de noite?

- Bom, eu tenho que ir até o apartamento da Addison ver as meninas e depois... Dormir. Eu estou cansado, então vou dormir na minha casa.

- Você quer que eu espere você lá?

Derek sorriu acariciando os cabelos dela.

- Eu adoraria.

***

"When there's trouble you know who to call..."

- Teen Titans! _ Katie exclamou fazendo com que Addison tirasse os olhos da revista médica que estava lendo _ From their tower they can see it aaaall. Teen titans! _ a menina continuou cantando com a TV _ When there's evil on the attack. You can rest knowing they got your back. 'Cause when the world needs heroes on patrooool... Teen Titans! One! Two! Three! Four! Five!

Ela contraiu os lábios arqueando levemente as sobrancelhas e, assim que o desenho começou na tela, Katie voltou a ficar em silêncio e ela a ler a revista. A campainha tocou e ela levantou para conferir se era a comida que tinha pedido no restaurante, mas era Derek.

- Oi! Entra. Katie, olha quem está aqui.

A menina virou no sofá e se surpreendeu em ver o pai entrando o apartamento com uma sacola nas mãos. Ela correu e pulou no pescoço dele o abraçando fortemente. Derek apertou a filha contra seu corpo, sentindo o cheiro dela, em seguida beijou seu rosto.

- Tudo bem com você, princesa?

- Sim. Eu estava com muitas saudades de você, papai _ Katie disse.

- Eu também senti muito a sua falta, meu amor.

- Você trouxe presentes pra mim?

- Trouxe... Trouxe pra você, pra sua irmã... Você quer ver?

Katie assentiu. Addison voltou a sentar na poltrona encolhendo as pernas e pegou a revista. Derek colocou a filha no chão e ela o puxou pela mão, mas ele andou até Isabella, que brincava distraída com alguns brinquedos dentro do cercadinho cor-de-rosa. Ele deixou a sacola de lado e tirou a filha lá de dentro. Ela parecia maior e mais pesada do que na última vez que eles se viram.

- Ei, meu amorzinho! _ ele exclamou levantando a menina em frente ao seu rosto _ Você estava com saudades do papai?

Ela riu e esticou os bracinhos para tocar o rosto dele.

- É! Papai! Papai estava com muitas saudades da bonequinha dele.

Isabella gemeu colocando a língua pra fora, em seguida riu.

- Quem é a bonequinha do papai? Fala papai... Pa pai... Pa pai... Fala, meu amor.

- Ela não fala mais nada _ Katie disse que já estava sentada no sofá.

Derek beijou o rosto da filha e levou-a até o sofá. Depois de colocar as sacolas sobre a mesa de centro, ele sentou ao lado de Katie.

- O que você está assistindo?

- Teen Titans.

- Ah! Já tem desenho de TV sobre eles? Eu adorava os quadrinhos quando eu era criança. Você sabia que aquele que vira animais namora com aquela feiticeira?

Katie tirou os olhos da TV e olhou pro pai com o olhar de surpresa.

- O Mutano e a Ravena?! _ ela perguntou.

Addison tirou os olhos da revista e riu silenciosamente.

- Não tem romance em desenho infantil, Derek.

- Verdade. Desculpa pelo spoiler. Me conta como foi esses dias em que eu estive fora?

- Ah! Foi muito divertido. A gente foi até a fazenda do Noah, não é mamãe?

- Você já me disse isso pelo telefone, lembra? _ Derek perguntou.

- Ah, é!

- A gente saiu algumas vezes, a gente fez um piquenique no parque...

- Fizeram?

- Humrum... E eu aprendi uma brincadeira nova. Se chama "Adivinha o que é". A gente tem que olhar em volta, escolher alguma coisa, descrever pra outra pessoa sem falar o nome e ela tem que adivinhar. Sabe quem ganhou?

- Você! _ Derek disse.

- Não. O Noah!

- O Noah? _ ele perguntou surpreso em saber que o suposto namorado de Addison também estava naquele programa.

- Sim. Ele é muito legal, não é?

- Sim. Ele é, princesa.

- E ele é forte pra caramba! Ele consegue carregar sozinho a cesta de piquenique, a minha mochila, a bolsa da Ella, eu e ele nem fica cansado.

- É mesmo? _ Derek perguntou sem jeito.

Addison continuava olhando para a revista, fingindo não ouvir aquela conversa.

- Você acha que ele já é namorado da minha mãe?

- Katie! _ Addison repreendeu naquele momento.

- E-Eu... Eu não sei, princesa. Por quê? _ Derek perguntou.

- Porque eu queria que ele fosse.

Derek pode ver o rosto de Addison corar. Ele também ficou surpreso com aquele comentário. Ela nunca aceitou facilmente que Meredith fosse sua namorada e agora aceitava o namorado de Addison?

- Vamos ver os presentes? _ ele perguntou querendo mudar de assunto.

Derek colocou Isabella sentada em seu colo e ela começou a mexer no relógio. Katie abriu as sacolas. Ela gostava de ganhar presentes e estava animada com todas as coisas que Derek tinha comprado.

- Olha o que papai achou pra você _ Derek disse tirando uma boneca de pano de uma sacola _ Essa é a sua primeira bonequinha? _ ele perguntou mostrando pra ela _ Olha como ela parece com você...

A boneca tinha os cabelos de lã preta e seus olhos eram botões azuis. Addison sorria assistindo à cena. Mais uma vez Derek colocou a mão dentro da sacola e tirou uma caixinha retangular de veludo vermelho.

- O que é isso, papai? _ Katie perguntou.

- Olha isso, Addie _ ele disse a caixa para a ex-esposa.

- Pra mim? _ ela perguntou.

- Para Isabella, na verdade. Abre.

Ela abriu e se surpreendeu em ver que era uma colher pequena de prata. Imediatamente sorriu e olhou pra Derek.

- Nossa! Faz tanto tempo que eu vejo uma dessa.

- Eu vi isso em uma loja de Washington e lembrei que a gente esqueceu de comprar uma pra ela. Dizem que dá sorte, não é?

- Sim... Dizem.

- O que é isso? _ Katie perguntou.

- É uma colherinha de prata _ Addison respondeu mostrando para a filha _ É um presente que os bebês ganham antes de nascer e dizem que dá sorte. Você tem a sua lá em Nova York.

- A gente comprou a sua em uma viagem que fizemos para a Holanda quando a sua mãe estava grávida e a gente teve que participar de um congresso _ Derek lembrou.

- Mas a Isabella já nasceu.

- Eu sei. É que a sua mãe e eu esquecemos de comprar, mas... Antes tarde do que nunca, não é? Sorte na vida é fundamental.

- Obrigada _ Addison disse fechando a caixinha _ Muito delicado da sua parte ter lembrado disso, Derek. Eu vou colocar em um lugar especial lá no quarto dela.

Então ela levantou, deixou a revista sobre a poltrona e subiu as escadas. Quando entrou no quarto de Isabella, olhou em volta procurando o lugar certo para colocar aquele mimo e, depois de alguns minutos andou em direção o berço da criança e colocou a caixinha ao lado do pequeno abajur. Sua atenção foi tomada pelo porta-retratos que tinha uma foto da menina quando recém-nascida. Na mesinha ao lado do berço de Katie, tinha a primeira foto dela com pais. Addison pegou aquele porta-retratos e passou os dedos na imagem da filha.

"- A gente deveria conhecer alguns bares ao invés de ficar andando nessas lojas _ Derek disse caminhando com a esposa em algumas ruas de Amsterdã.

- Mas eu não posso beber, esqueceu?! _ ela lembrou olhando algumas vitrines _ Olha isso! _ ela exclamou atraída por algumas peças de cozinha em um antiquário _ Vamos entrar aqui.

Addison puxou o marido pela mão e entrou com ele na loja.

- Quanto será que custa uma peça dessa? _ ela perguntou analisando o objeto.

- Eu não sei, mas certamente custa muito mais do que eu posso pagar _ ele disse.

- Olha isso!

Ela andou até uma escultura de uma mulher segurando uma menina pelas mãos, como se tivesse a rodando no ar.

- Eu acho que vou comprar isso.

- Addie!

- E se for uma menina?! Vai ficar lindo no quarto dela.

- E se não for? _ ele perguntou _ Deixa isso ai.

Addison tornou a deixar a peça no lugar. Então algo chamou a atenção dela e ela novamente se afastou de Derek.

- Olha isso, Derek! Tem tanto tempo que eu não vejo uma colherinha de prata! _ ela comentou com os olhos brilhando _ Lá em casa todos nós temos uma.

- Deve dá até pena de usar uma coisa dessa.

- Não. Não é pra usar _ ela disse sem tirar os olhos do objeto _ É um presente que os bebês ganham. Dizem que dá sorte. Vou comprar essa de presente para o nosso bebê.

- Mas se é um presente, nós não deveríamos ganhar? _ Derek perguntou.

- O bebê que tem que ganhar. Ele está ganhando de mim, não é amendoinzinho? _ ela perguntou passando a mão na barriga.

- Isso deve ser muito caro, Addie.

- Ele merece. E depois, sorte na vida é fundamental _ ela disse andando até o balcão para pagar pelo objeto.

Assim que saíram da loja, Derek recebeu uma mensagem de texto de Weiss em seu celular, então eles foram encontrar com os amigos em uma cafeteria.

- Então? Onde vocês estavam? _ perguntou Savvy.

- Andando por aí _ Addison disse se servindo.

- Nesse pouco tempo ela já comprou algumas coisas inúteis para algumas pessoas do hospital, uma colher de prata para o bebê que ainda não está nem aparecendo, e me fez prometer que um dia nós vamos morar aqui em uma daquelas casa-barco. Quando mesmo? _ ele perguntou voltando-se à esposa que colocava chocolate quente na xicara dele.

- Exatamente entre o nosso terceiro e quarto filho _ ela disse.

Savvy e Weiss gargalharam.

- Jesus! Vocês estão animados mesmo, não é? _ disse Weiss.

- Animação de viagem _ Derek disse _ A gente promete cada loucura.

- Depois passa, ainda bem _ Addison disse antes de beber um gole pequeno do chocolate para se esquentar _ Pra falar a verdade, eu tenho medo de ter o primeiro, imagina o terceiro e o quarto!

- O primeiro já era. Está crescendo aí dentro de você e é pra daqui há nove meses sem falta _ Derek disse.

- E você acha que eu não sei? Todo dia ele me lembra que ele está aqui.

O casal se olhou sorridente e quando olharam para os amigos viram que eles apenas seguravam um sorriso no rosto. Savvy e Weiss era um casal que se amava muito, mas eles não conseguiam ter filhos e aquele era o sonho deles. Addison teve vontade de pedir desculpa pela empolgação, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, Savvy comentou:

- Você está grávida mesmo? De verdade?

- É... A gente está achando que sim.

- Entendi. Se o exame der positivo não vai ser nenhuma surpresa.

- Ah! Se eu engordar muito, vai sim!

Todos riram.

- Bacana querer tanto, programar um filho... _ Savvy comentou.

- Bacana é esse lugar! _ Derek disse mudando de assunto _ O que vocês estão achando?

- Sei lá... _ disse Weiss _ Aqui é tudo tão diferente, tão longe de casa... E depois, eles falam uma língua muito complicada. Eles falam holandês!

Todos riram.

- Vocês sabem que eu já morei aqui por três meses? _ Addison disse voltando a deixar a xicara sobre o pires de porcelana _ Eu fiz um curso de história da arte, mas nunca aprendi a falar a língua deles.

- E como você fazia o curso? _ Derek perguntou.

- Era todo em inglês.

- O que vocês vão fazer depois? _ Derek perguntou aos amigos.

- A gente vai conhecer os campos de tulipas e depois a gente vai conhecer alguns bares. Dizem que as cervejas daqui são deliciosas! _ Weiss respondeu _ E vocês?

- A gente vai ao museu Van Gogh! _ Addison disse.

Weiss sorriu em ver que Derek não estava gostando muito daquele programa.

Depois de visitar o museu Van Gogh com marido, os dois voltaram ao quarto do hotel e finalmente puderam tirar as luvas e cachecóis, já que o local estava aquecido.

- O que você achou?

- Já é a terceira vez que a gente vai nesse museu.

- É uma das coisas que eu gosto de fazer nessa cidade. Amanhã a gente vai de novo. Eu sempre tenho a impressão de que tem muita coisa pra ver ainda. Tem muitos lugares lá que eu ainda não conheci.

Derek revirou os olhos em frente ao espelho enquanto tirava o cachecol.

- A gente vai bem cedo. Quer dizer, você não precisa vim se você não quiser. Eu posso ir sozinha.

Ele andou até a esposa e abraçou-a por trás beijando o pescoço dela.

- Eu vou com você, mas precisa ser tão cedo?

- Cedo, cedinho, cedo pra caramba, Derek! _ ela disse virando para ficar de frente com ele _ A gente tem que assistir uma palestra do congresso à tarde e eu quero ver tudo com calma lá no museu.

Derek não disse nada, apenas aproximou o rosto do dela e beijou-a.

- O que você achou hoje? _ ela perguntou afastando-se para sentar na cama.

- Legal _ Derek disse tirando o casaco pesado.

- Van Gogh disse um dia que não queria pintar quadros, mas a vida! _ Addison comentou tirando o seu casaco com um sorriso no rosto _ É um escândalo ele dizer isso e pintar daquele jeito, não acha?

Derek tirou os sapatos e sentou na cama cobrindo as suas pernas.

- Não sei, Addie. Você sabe que eu não entendo nada disso.

- É que todo gênio é um pouco louco.

- Normal, normal, não dá pra ninguém ser _ ele disse enquanto ela se colocava embaixo do edredom.

- Ah, Derek! Você é uma pessoa normal!

- Eu estou longe de ser normal.

- É sim. É o filho perfeito, me fez casar na igreja de véu e grinalda, vamos ter um filho na hora certa...

- Falando em filho eu acho melhor a gente se controlar um pouco para não falar do bebê perto da Savvy. Você viu como ela ficou lá no café?

- É verdade.

- Eu comprei uma coisa pra você _ ele disse.

Addison arqueou as sobrancelhas em surpresas.

- Comprou? Há que horas? Eu não vi.

- Exatamente naquele momento em que você estava distraída com uns brincos de esmeralda.

- Não me diga que você... Você não comprou aqueles brincos, comprou? _ ela perguntou.

- Não.

Ele mexeu-se na cama, puxou o casaco que havia tirado e procurou nos bolsos. Logo encontrou uma caixinha de veludo vermelha, abriu e mostrou o presente para a esposa. Era um anel de ouro branco que parecia um arco traçado com uma pedra azul ao meio.

- Que lindo, Derek! Eu nunca vi um anel assim.

- Eu sei. A moça da loja disse que é um anel que traz felicidade.

- É um anel da sorte. Já ouvi falar.

- Pois é... Eu não acredito nisso não, mas eu achei bonito, diferente e espero que seja verdade.

Addison sorriu e beijou o marido."

- Addie... _ Derek disse entrando no quarto.

Addison se assustou despertando da memória e deixou o porta-retratos cair no chão. Isabella, que dormia nos braços do pai, se assustou com o barulho do vidro se quebrando.

- Desculpa, eu assustei você _ ele disse enquanto ela se agachava para pegar o objeto quebrado.

- Não... Eu... Eu estava distraída. Ela dormiu?

- Dormiu.

- C-Coloca ela aqui no berço.

Derek colocou a menina no berço, em seguida colocou o lençol sobre o corpo dela.

- A Katie está lá embaixo. Você havia pedido uma comida chinesa e ela comeu uma caixinha. A sua está lá. Acho que ela já está com sono também.

- Ok.

- Eu já vou pra casa.

- Ok.

Ele andou até a porta e já ia sair, mas parou e olhou para Addison.

- Addie... Você e o Noah...

- Derek, eu não quero falar sobre isso. Muito menos com você.

- Eu desejo que você seja muito feliz.

Ela se surpreendeu. Então ele saiu e fechou a porta delicadamente.

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