Viola e Rigel - Opostos 1

By NKFloro

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Se Viola Beene fosse um cheiro, Rigel Stantford taparia o nariz. Se ela fosse uma cor, ele com certeza não a... More

O Sr. Olhos Incríveis
A Cara de Coruja *
A segunda impressão
O pesadelo *
O Pedido
O Presente
O Plano
O Livro
A Carta
O Beijo
A Drums
A Raquetada*
O Queixo Tremulante
Cheiros
Os Pássaros *
O Pequeno Da Vinci
O Mundo era feito de Balas de Cereja
O Dia do Fundador
BOOM! BOOM! BOOM!
A Catedral de Saint Vincent
Ela caminha em beleza
Anne de Green Gables
O Poema
Meu nome é Viola
Cadente
Noite de Reis
Depósitos de Estrelas
70x7
A loucura é relativa
Ó Capitão! Meu capitão!
E se não puder voar, corra.
Darcy
Cupcakes
Capelletti e Montecchi
Ensaio sobre o beijo
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Metamorfose
Perdoar
Natal, sorvete e música
Anabelle
Eu prometo acordar os anjos
Red Storm
Purpurina da autora: O que eu te fiz Wattpad?
Palavras
Como dizer adeus
Macaco & Banana
Impulsiva e faladeira
Sobre surpresas e ameixas
Infinito
Como uma nuvem
Sobre Rigel Stantford (Mad Marshall Entrevista)
Sobre Viola Beene (Mad Marshall Entrevista)
Verdades
Rastejar
O Perturbador da Paz
Buraco Negro
O tempo
Show do Prescott
A Promessa
O tempo é relativo
Olá, gafanhoto
Olhos de Safira
O caderno
De volta ao lar
A Missão
A pior noite de todas
Grandes expectativas e frustrações maiores ainda
Histórias de amor e outros desastres
Sobre escuridão e luz
Iguais
Sobre CC e RR
Salvando maçãs e rolando na lama
O infame
PRECISAMOS FALAR SOBRE PLÁGIO
Promessas

Clair de Lune

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By NKFloro

O meu computador permaneceu com o Dean durante quase todo o final de semana, ele ficou de formatá-lo depois que o meu irmão conseguiu infectá-lo com algumas dezenas de vírus.

Eu acho realmente irônica a forma como as coisas acontecem algumas vezes, como a realidade consegue superar a fantasia.

Na minha cabeça, o Oli esperaria até que retornássemos do feriado para dizer seu, mais que registrado, "Foi mal", exibiria um meio sorriso e arquivaria o caso, agindo como se nada tivesse acontecido. Então imagina o tamanho da minha surpresa quando ao abrir meu e-mail me deparei com uma mensagem sua.

Nos cinco minutos seguintes, eu não fiz nada, além de piscar e arregalar os olhos. Precisava me certificar de que não estava alucinando.

De: Rigel Stantford (rigelstan@gmail.com)

Para: Viola Beene (osoproescarlate@gmail.com)

Assunto: Clair de Lune

Não sei se alguma vez já ouviu Clair de Lune, é uma composição de Debussy, um dos maiores ícones da música erudita e a mais perfeita combinação de notas que alguma vez já ouvi.

Eu tinha cerca de sete anos quando a ouvi pela primeira vez, minha avó costumava tocá-la para o meu pai - foi o que ele disse ao me ver entrar no seu escritório com os olhos embebidos em lágrimas após escutar a melodia que ecoava pela casa. Aquela foi a primeira e única vez que uma música me fez chorar. Foi como ouvir anjos cantando em perfeita harmonia.

Por que estou te dizendo isso? Talvez porque você tenha acordado os anjos, me feito ouvi-los novamente. Eu sei como isso soa idiota, afinal estamos falando de Noite Feliz, não é uma música realmente grandiosa, a menos que seja você a cantá-la. Você faz cada nota majestosa, Beene, há emoção em cada acorde, vida se derramando em cada palavra. Não é apenas a sua voz, mas o seu coração, ele está ali, ele se mostra, e eu o ouço.

Ele ouvia o meu coração? Aquela foi a coisa mais doce que alguma vez alguém já me dissera, e, mesmo me esforçando para não chorar, foi inevitável que duas penas riscas de lágrimas corressem pelas minhas bochechas e pingassem sobre o teclado.

Eu não tinha enviado o vídeo, mas Dean o postara na página da igreja assim que a Missa de Natal acabara. Como o padre Cadence nunca arranjava tempo para alimentar a página, Dean acabou se oferecendo para fazer o serviço. Agora tínhamos vídeos e fotos novas todos os dias, além de notícias atualizadas e um layout bem bonito.

Com um suspiro, prendi as costas na cabeceira da cama e tentei formular uma resposta, qualquer coisa minimamente aceitável, mas não estava sendo fácil. Meu cérebro, diferentemente do meu coração, parecia anestesiado.

De: Viola Beene (osoproescarlate@gmail.com)

Para: Rigel Stantford (rigelstan@gmail.com)

Assunto: Dançando na Lua

Eu queria ter algo a dizer, mas não tenho, em parte porque me sinto flutuando em um castelo de vidro, e essa sensação de flutuação que vem acompanhada do medo de acabar despencando ao tentar executar algum movimento, por menor ou mais singelo que seja, e ver o castelo se estilhaçar.

Acordar os anjos? Bem, eu não sabia que era capaz disso.

Não conhecia a música, e não acredito que algum dia serei capaz de parar de ouvi-la. Você tem razão, é como ouvir anjos cantando em perfeita harmonia, como se Debussy tivesse realmente transformado o luar em música.

É engraçado porque eu me lembro de ter passado boa parte da manhã cantarolando Someday We'll Know, do New Radicals, enquanto ajudava a mamãe na cozinha, e desejando um dia dançar na lua. Acho que este dia chegou.

:) :) :) :) :) :) :)

Ps.: Eu também sinto como se pudesse ouvir o seu coração.

Estou com saudades.

Eu carreguei o computador para cima e para baixo, não o soltei nem mesmo quando a mamãe pediu ajuda com o guisado de verduras.

Ele demorou cerca de quatro horas para responder, e enquanto esperava por sua resposta devo ter comido todo o estoque de açúcar da cozinha, o que só serviu para me deixar ainda mais agitada.

De: Rigel Stantford (rigelstan@gmail.com)

Para: Viola Beene (osoproescarlate@gmail.com)

Assunto: Perigo à vista

Cuidado com as crateras lunares, ou pode acabar com outro talho no queixo.

Quatro horas. Uma frase. Não era exatamente o que eu esperava, mas respondi apressadamente, só para continuar a conversa.

De: Viola Beene (osoproescarlate@gmail.com)

Para: Rigel Stantford (rigelstan@gmail.com)

Assunto: A foto

A lua é mais plana do que se imagina, e eu possuo poderes gravitacionais que me tornam imune aos tombos lunares. Mas obrigada por se preocupar.

A propósito, acabo de encontrar a foto que o Charles Duke deixou por aqui. Talvez eu deixe uma nossa no lugar.

Navegando num mar de euforia e cálida tristeza, subi para o meu quarto e me arrumei na cama, puxando o cobertor sobre as pernas antes de estender a mão para pegar a minha edição de bolso de Orgulho e Preconceito, na mesinha de cabeceira. Considerando as quatro horas que o Oli levara para responder o meu e-mail, eu não estava contando com uma resposta rápida dessa vez. Mas ela veio, cerca de cinco minutos depois.

De: Rigel Stanford (rigelstan@gmail.com)

Para: Viola Beene (osoproescarlate@gmail.com)

Assunto: Causar uma boa impressão

Faça isso, mas se certifique de que seja uma boa foto. Vamos fazer com que a primeira impressão dos homenzinhos verdes sobre os humanos seja a melhor possível.

O que mais pretende deixar na Lua, além da nossa foto, é claro? Uma Bíblia em microfilme, como Shepard e Mitchell fizeram? Ou uma placa da AULRP?

Eu voto pela placa.

De: Viola Beene (osoproescarlate@gmail.com)

Para: Rigel Stantford (rigelstan@gmail.com)

Assunto: Ha-ha-ha  :(

Sabia que o Buzz Aldrin, astronauta da Apollo 11 comungou em solo lunar? Aldrin queria marcar a chegada do homem à Lua de uma forma religiosa, e esse foi o jeito encontrado.

Dois dias após o desembarque, ele pediu publicamente no rádio comunicador para os ouvintes pararem por um momento e darem graças pelo acontecimento, depous interrompeu a comunicação de rádio com a Terra e iniciou a cerimônia religiosa espacial. Ele orou, leu uma passagem bíblica, João 15:5, escrita em um caderno de anotações, e então, ainda em oração, comeu a hóstia e tomou o vinho.

Eu adoraria ter participado.

De: Rigel Stantford (rigelstan@gmail.com)

Para: Viola Beene (osoproescarlate@gmail.com)

Assunto: Ao infinito e além

Um astronauta intrépido, fazer isso após a NASA ter sido processada apenas um ano antes por algo semelhante. Tem certeza que ele se chamava Buzz, e não Cadence?

De: Viola Beene (osoproescarlate@gmail.com)

Para: Rigel Stantford (rigelstan@gmail.com)

Assunto: As palavras

"Quando vejo os Teus céus, obra dos Teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que Te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?"

Foram estas as palavras que ele deixara escritas em um papel sobre a superfície do satélite antes de retornar à nave.

De: Rigel Stantford (rigelstan@gmail.com)

Para: Viola Beene (osoproescarlate@gmail.com)

Assunto: (?)

Eu deixaria a letra de alguma música que eu goste muito, algo do Fleetwood ou do Bob Dylan, e alguns biscoitos de menta. Adoro aquelas coisas.

Mas você não respondeu a minha pergunta: o que deixaria?

De: Viola Beene (osoproescarlate@gmail.com)

Para: Rigel Stantford (rigelstan@gmail.com)

Assunto: (...)

Eu não sei, essa é uma daquelas perguntas que parecem fáceis de serem respondidas, mas não são.

De: Rigel Stantford (rigelstanford@gmail.com)

Para: Viola Beene (osoproescarlate@gmail.com)

Assunto: Entendo, os poderes gravitacionais recém-adquiridos afetaram sua capacidade de raciocínio.

Finalmente, uma pergunta para a qual você não tem resposta.

Eu preciso ir agora, o meu avô, aparentemente, quer falar comigo. Nos vemos no Madison, isto é, se eu sobreviver a toda a conversa fiada.

Ps.: Quando eu disse que as pessoas fugiriam correndo da igreja ao te ouvirem, não estava falando sério, eu sabia que não aconteceria e que você se sairia bem melhor que a encomenda. Foi mal.

Eu poderia passar o resto da tarde na frente do computador trocado e-mails com o Oli e sentido as centopeias dançarem em meu estômago, eu queria isso. Mas uma coisa que aprendi é que não se pode ter tudo o que se quer, e estava tranquila quanto a isso. A dificuldade com que algumas coisas vêm acresce valor a elas. Diamantes não seriam tão valiosos se fossem encontrados aos montes por ai, como as pedras comuns. O amor não seria tão mágico se pudesse ser encontrado em qualquer esquina.

Com passos cuidadosos desci a escada, a casa estava quieta, silenciosa. Sentia falta de quando meu irmão tinha todo tempo do mundo para desperdiçar comigo à frente da TV. Eu sei que parece errado pensar assim, que deveria estar feliz por Liam ter finalmente arranjando um emprego na lanchonete do Joe, mas sentia sua falta, gosto de tê-lo por perto alegrando as coisas, ou apenas implicando com a minha aparência.

Agora era a mamãe quem ocupava o sofá em frente à TV, não acho que estivesse realmente prestando atenção à mulher loira que ensinava uma receita de empanado, ela nem gosta de programas de culinária, prefere inventar suas próprias receitas, que nem sempre saem como esperado.

Ela diz que inventar é divertido, enquanto copiar é apenas prático. Meu estômago discorda.

Parei no último degrau e, por um tempo, apenas a observei. Seu cotovelo fincado no braço do sofá, a cabeça pendendo sobre o punho, o retrato da exaustão.

Eu sinto pena da mamãe às vezes, ela realmente se esforça. Se esforça para que nos sintamos confortáveis e felizes, para que as pessoas à sua volta sintam-se valorizadas e amadas, mas às vezes me pergunto se ela mesma se sente assim, porque apesar de lindos, seus olhos parecem quase sempre tristes.

─ Você está bem, mamãe? ─ perguntei ao me aproximar.

Sorrindo fracamente, ela se levantou do sofá para me dar um pouco de espaço, e depois que me acomodei voltou a sentar, abaixando o volume da TV.

─ Claro, apenas um pouco cansada. ─ o sorriso em seu rosto se alargou um pouco, mas não chegava aos olhos.

Eu coloquei as mãos no colo, não sabia ao certo o que dizer, era como se a tristeza fluísse dela para mim, envolvendo a ambas numa nuvem de melancolia.

Meu olhar alcançou o livro de capa vermelha, parcialmente escondido sob uma almofada, e eu tive que controlar o impulso de agarrá-lo.

Não dava para ver o titulo, as letras douradas estavam quase completamente apagadas, as páginas amareladas e a lombada um pouco arrasada, mas ela o adora. Está repleto de anotações nos rodapés e margens, e uma porção de palavras está sublinhada, algumas por marcador fluorescente, outras por caneta preta. As que estão sublinhadas por caneta preta são a maioria, e a caligrafia que as acompanha definitivamente não é a da mamãe, é desleixada e cursiva. Ela não sabe que eu sei disso, das anotações, mas uma vez, quando eu tinha sete anos, encontrei o livro largado sobre sua cama, ela estava no banho e o papai fora da cidade, então eu aproveitei para dar uma olhada. Foi uma única vez, porque assim que me viu com o livro ela o tirou das minhas mãos e me passou um sermão digno do padre Cadence.

Eu jurei que não o tinha aberto e ela acabou acreditando em mim.

─ Você deveria descansar um pouco. ─ eu disse. ─ Posso cuidar do jantar, se quiser.

─ Isso é muito gentil da sua parte, mas eu mesma cuidarei disso. Acabo de aprender uma receita maravilhosa. Frango com ervilhas ao molho de mostarda, o que me diz?

─ Parece ótimo.

─ É claro que eu vou trocar a mostarda por ketchup, e talvez substitua as ervilhas por tomates.

─ Vai ficar maravilhoso.

Eu inclinei a cabeça, mas antes fiz um esforço para retribuir seu sorriso.

─ Acho que entendi, você prefere mostarda. Não tem problema, manterei a receita original. ─ disse, a mão acariciando a minha enquanto falava. ─ Mas precisarei de uma ajudante, de preferência ruiva e que tenha tendência a colocar sal demais na comida. Conhece alguém assim?

Eu ri.

─ Talvez.

─ Excelente, faremos um jantar digno de reis.

─ Mamãe, está tudo bem com o papai? Ele parece irritadiço, e ontem quando o Liam pediu a ele que o levasse ao trabalho, tudo que ele fez foi bufar e bater a porta do banheiro.

O sorriso em seu rosto desapareceu e suas mãos caíram sobre o colo, pesadamente.

─ Estamos tendo problemas com o fornecer de ração, e isso o tem estressado um pouco. Nada com que se preocupar.

─ Liam acha que o papai não o ama. ─ murmurei, e vi o rosto da mamãe perder a cor. ─ Ele me falou isso com todas as letras, está ressentindo. Você precisa pedir ao papai que converse com ele, que explique as coisas. Isso não está certo, o Liam precisa saber que é amado, sentir que é importante.

─ Viola, seu pai ama o seu irmão, querida.

─ Sim, eu sei, mas a questão é que ele não demonstra, está sempre agindo de maneira rude e falando coisas desagradáveis. Eu realmente não tinha percebido que o papai nos trata de forma distinta até a noite de Natal, quando Liam me abriu os olhos. O papai tem todos os meus cartões de Natal e Dia dos Pais em uma pasta, na gaveta de sua escrivaninha, meus trabalhos escolares e até aquele cartão que eu fiz na escola primária estão lá, mas não os do Liam, por quê?

─ Ele com certeza os guarda em outra pasta. Você não procurou direito, foi isso, querida. ─ ela disse, mas parecia um bocado chocada, surpresa.

─ Eu procurei sim, procurei em cada canto desta casa, e fora dela também. Procurei no galpão e até no celeiro, e nada.

Sem me responder, ela ficou de pé, as mãos nas têmporas, os olhos apertados. Eu não pretendia deixa-la ainda pior, mas precisava de algumas respostas.

─ Eu vou falar com o Fred, ele com certeza os guardou em algum lugar.

─ Só se for no fundo do lago, mamãe.

─ Viola! ─ com um suspiro, ela voltou ao sofá. ─ Escute, seu pai ama vocês igualmente, assim como eu. Falarei com o Fred quando ele voltar da cidade, e também com o Liam, eu prometo. Agora, esqueça isso, e venha me ajudar com o jantar, certo?

Assenti.

De: Viola Beene (osoproescarlate@gmail.com)

Para: Rigel Stantford (rigelstan@gmail.com)

Assunto: Espero que tenha sobrevivido

Você alguma vez já sentiu como se estivesse sendo enganado pelas pessoas que o cercam?

Me encolhi um pouco sob o cobertor, sentindo o vento frio da noite entrar pela janela acompanhado pelos raios prateados da lua.

A mamãe mal se dirigira ao papai desde que ele voltara da cidade, e passou a maior parte do jantar evitando olhar diretamente para ele ou para qualquer outra coisa além da comida, que ela acabou não comendo.

De: Rigel Stantford (rigelstan@gmail.com)

Para: Viola Beene (osoproescarlate@gmail.com)

Assunto: Foi por pouco

Seus pais deveriam te comprar um celular.

Verifique o Facebook, você tem uma msg.

Oli: Frequentemente.

Quem está enganando você?

Eu: Eu não sei, não é algo concreto, apenas um pressentimento de que tem mais ao redor do que estou conseguido enxergar.

Oli: Sempre tem, você precisa aprender a lidar com o fato de que todos têm segredos e que todo mundo mente, até as pessoas que amamos, senão você pira.

Eu: Mas não devia ser assim.

Oli: Muita coisa não devia ser como é. Mas não cabe a nós consertar o mundo, ou as pessoas.

Eu: Acho que o dever de concertar o mundo pertence a cada um de nós, já que somos nós que o estamos destruindo. Precisamos arrumar nossa própria bagunça antes que isso aqui fique inabitável.

Oli: Beene, eu não consigo consertar nem a mim mesmo.

Eu: Você está tentando?

Oli: Não. Eu preciso?

Eu: Eu diria que sim.

Oli: Por onde devo começar, então? Alguma sugestão?

Eu: Seu humor, ele oscila mais que pêndulo de relógio antigo.

Rigel Stantford está digitando

...


Mordi a unha do indicador, já me preparando para o que viria.

Oli: Vamos fazer um trato: eu controlo o meu humor, e você controla essa sua juba.

Eu: Não tem nada de errado com o meu cabelo. Eu gosto dele como está.

Oli: O mesmo vale para o meu humor, Beene.

Sabia que existe uma placa da Universidade de Michigan na Lua?

Eu: Sim. E é pra lá que eu quero mandar as suas oscilações de humor.

Oli: Para a Universidade de Michigan?

Eu: Muito engraçado. Você é um pouco como a lua, sabia?

Oli: Brilhante e inspirador?

Eu: Não. Assim como ela, você tem dois lados. Um é iluminado, brilhante, inspirador, o outro é escuro, a luz não alcança, e ninguém sabe ao certo o que ele esconde.

Oli: Todo mundo é assim, todos temos um lado negro, até você, sopro escarlate.

Aliás, que raio de apelido é esse? Parece nome de índio.

Eu: Não parece não.

Oli: Mim homem branco. Você Sopro Escarlate."

Eu: Mim Sopro Escarlate. Você Macaco Albino.

Oli: Seu lado negro finalmente apareceu, e ele é bem cruel, Banana.

Mas qual é a do sopro, afinal de contas? O escarlate é por causa dos cabelos, evidente.

Eu: Tem a ver com a passagem bíblica.

Oli: ?

Em toda a minha vida eu devo ter lido uma ou duas delas, e garanto que não havia nada relacionado a sopros escarlates.

Eu: Sério?

Oli: Você sabe, eu não sou um leitor, Banana, e minha família não é muito religiosa.

Eu: Seu pai é amigo do padre Cadence.

Oli: Amigos, amigos, religião à parte. Eles são melhores amigos desde que nasceram. O pai do padre Cadence era jardineiro, ele trabalhou para o vovô e morou na casa dos fundos por um tempo com a esposa.

Eu: Por isso seu pai cedeu o prédio do abrigo para as crianças.

Oli: É.

Ainda estou esperando a minha resposta.

Eu: "O homem é semelhante a um sopro; seus dias como a sombra que passa." ─ Salmos 144: 4

Ouvi isso em um dos sermões do padre Cadence, há alguns anos, eu era pequena e na época não costumava prestar muita atenção ao que ele dizia, mas estas palavras tocaram meu coração.

Apressadamente puxei a Bíblia que a mamãe segurava sobre o colo e cravei os olhos na passagem. Era algo simples, e eu entendi seu significado antes mesmo que o padre explicasse. Eu sou um sopro, algo passageiro.

Durante todo o caminho de volta para casa, tudo que eu fiz foi pensar nestas palavras, e continuei a fazê-lo nos dias que se seguiram. Nunca tinha parado para refletir sobre a brevidade da vida, até aquele momento.

Eu estou aqui hoje, sentada na minha cama, rodeada pelas pessoas que mais amo no mundo enquanto falo com você, mas não estarei aqui para sempre.

...

O agora me pertence, posso tocá-lo, senti-lo, posso ser quem eu quiser e fazer praticamente tudo que quiser, mas só agora. O minuto seguinte é apenas um vislumbre do que pode ser, e eu não tenho nenhum poder sobre ele.

Isso costumava me assustar, e ainda assusta um pouco, para ser sincera. Mas não quero viver com medo, nem deixar nada para amanhã – o dia que nunca chega - porque nunca estarei lá. O hoje é tudo de que disponho, e cabe a mim vivê-lo da melhor maneira possível, fazer com que valha a pena.

...

"Eu sou um sopro.", repito isso todos os dias, para mim mesma, pelo menos uma vez. Repito isso quando sinto medo da vida e quando me vejo tentada a ser má com alguém. Você está certo, todos temos um lado negro, mas ele pode ser controlado, e eu estou diariamente tentando controlar o meu.

Não posso viver como se fosse imortal, porque não sou, ou como se as pessoas que me cercam o fossem. Tudo o que tenho é o hoje, e hoje eu quero ser feliz e fazer feliz o máximo de pessoas que eu puder.

Olá, gafanhotas

Antes que me matem, eu vou me explicar. Eu passei os últimos tempos sem portar porque estava doente, na verdade, ainda estou. O fato é que um monte de coisas ruins aconteceram por aqui ultimamente: apareceu um carocinho na minha testa, próximo ao couro cabeludo, com o tempo meu cabelo começou a cair no local, o que me deixou apavorada, agora eu estou com uma mini entrada de um lado da cabeça e vou ter que ficar aqui esperando o cabelo crescer. Pra minha sorte ele cresce rápido e o restante do cabelo até cobre a entradinha.

Mas não para por ai, meu computador, que eu tinha acabado de mandar consertar passou a não funcionar fora da tomada, a bateria pifou. Até ai, legal. Mas, alguns dias depois, foi a vez do meu aparelho de DVD, que foi consertado rapidamente, só para voltar a pifar menos de três dias depois – outra peça queimou, e dessa vez eu preferi comprar um novo, eu não, minha mãe. E adivinha? O dvd novo parou de funcionar, isso mesmo.

Tem mais, nesse período todo eu estava doente, com cólicas renais e vomitando até água, mas conhecendo o novo hospital daqui como conheço, preferi ficar em casa, e esperar o carnaval passar para ver o meu médico, que trabalha em outra cidade. Eu tive febre e dores pelo corpo todo, até agora meus dedos estão doendo, e a minha provável diplopia tem me deixado ainda mais cega.

Meu gato morreu de um momento para o outro e por causa disso eu fiquei ainda mais triste, depressiva mesmo. Eu tenho onze gatos e três cachorros, porque eu sou a pirada dos gatos de rua, eu arrasto para casa mesmo, isso quando as pessoas não acham de abandoná-los na minha porta, ou na de uma vizinha que também adora bichos. Já tive mais de 18 de uma vez, e como na minha cidade não tem veterinário, acabo perdendo alguns deles por falta de assistência.

Mas a minha gatinha está quase parindo, e isso me faz querer morrer porque eu adoro gatineos.

O Wattpad continua me enrolando, nada de resposta quanto ao problema da minha história ter desaparecido do ranking magicamente. Uma garota com quem aconteceu a mesma coisa teve seu problema resolvido faz um tempo, mas o meu nada, e isso é frustrante – não o fato dela ter o problema resolvido, mas o silêncio do suporte. Agora aqui está tudo bugado, a página de comentários aparece em inglês e fica ocorrendo uma infinidade de bugs que me fazer perder a paciência.

Por fim, desculpem a minha demora. Eu estava mesmo naqueles dias nos quais nem o Alex Pettyfer me alegraria.

Obrigada por comentarem e votarem, vocês são mais do que mereço e me fazem feliz. Vou tentar responder alguns esse fim de semana, tem muita coisa que precisa ser respondida. Querem que eu print alguns e coloque no final do próximo capítulo, pessoas? Eu fico tentadona a fazer isso quando leio a maioria. Vocês são engraçadas e um poço de criatividade. Morro de rir.

Vamos às perguntas:

Nossa, acho que a última vez que disse isso foi há 84 anos. *meme da velhinha do Titanic* Adoro quando ela dá aquele gritinho antes de jogar o Coração do Oceano no mar, até torci para ela cair junto. Depois de deixar aquela boniteza do Jack virar picolé esse era o fim que ela merecia.

O que acharam do capítulo?

Parece que a Vi está amansando o cavalo.

O que me dizem do comportamento de Fred?

Eliza tem olhos tristes e um livro de capa vermelha. Por que será que esse livro é tão importante para ela?

Ah, tem alguma palavra que vocês não conseguem escrever corretamente? Eu sempre erro a grafia da palavra "estava", eu sei como se escreve, mas acabo engolindo letras, pessoas. A diretora do meu antigo colégio disse uma vez que eu engulo letras, acabei descobrindo que essa é uma característica das pessoas ansiosas. Mas o problema é que além de engolir, em alguns casos eu também acrescento. Acho que isso é uma característica das pessoas tontas.

Eu vi que vocês adoraram o vovô Adolf. Pessoa adorável mesmo.

Ah, aquele é o lado bom do vovô.

Para quem ainda não conhece o Henri, ele é protagonista do livro Oposto #2, e está comprometido com a Madalinda Colérica.

A aberração, no caso, é o Will, protagonista do Opostos #5, e está comprometido com pincéis, tintas e motocicletas.

A série gira em torno dos garotos da família Stantford.

Alguém ai ainda acha que Liam Beene é filhote do Max? Agora pensem, se for verdade, qual será a reação dele ao descobrir, pessoas?

E a da Viola, amorinhas?

Parece que o pai do Cadence trabalhava como jardineiro para o pai do Max.

Jason mudou ou nem? Ele ainda era criança quando falou aquilo, e as pessoas mudam.

Ah, no lugar da Viola, me contem, o que vocês dariam para o Oli, pessoas? O aniversário dele se aproxima.

A Emily já sabe o que vai dar. Algum palpite?

Parece que a Eliza ficou chocada com tudo que a Vi falou. Vocês acreditam que o Fred guarda os cartões que recebeu do filhotinho ou nem?

O que acharam de Clair de Lune, pessoas? É tudo isso que o Oli falou, ou nem? A Viola adorou.

O que acharam das mensagens trocadas entre os dois, amorecas?

Oli passou uma vida para responder o primeiro e-mail da Vi, por quê?

Quem entende de Rigel sabe a resposta.

Kiss

Quando o Oli vê a Vi:

Viola mande um recado para o Adolf:

Quando Viola vê  Oli:

A Vi daqui a pouco:

Conversa familiar:

Parece que tem alguém de olho na Vi, Oli:

Por favor, mande um recado para quem te acha chato, Oli:

Vi, me fala como você ainda não percebeu que o Jason arrasta uma frota de caminhões por você?

Eliza quer mandar algum recado para o nosso querido Max?

Ela quer abraçar você, Max. Por favor, aja como um cavalheiro e responda:


Algo a dizer agora?

Nossa, eu não deixava. Ela te chamou de doente, caramba. Responde, vai:


Quando o Jason vê a Vi:

Sobre Emily e Viola:

Kiss

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