(Louis POV)
Eu sigo logo atrás de Harry pela gigante mansão, traçando pelos corredores intermináveis. Eu não posso acreditar quão grande essa mansão é! Comparada a minha pequena casa, que está literalmente caindo aos pedaços tijolo por tijolo, esse lugar é um castelo. Niall não estava brincando quando ele disse que a família de Harry era podre de rica.
Tudo é tão caro e Vitoriano. Os corredores são mal iluminados e as paredes são cobertas com pinturas e imagens em quadros. Nós passamos por algumas governantas, sim, governantas- e todas elas sorriem e murmuram "olá" para Harry. Elas o chamam de senhor Styles.
Muito oficial.
Eu olho envolta em admiração, admirando quão grande tudo é. Isso é como um todo outro universo pra mim. Eu não estou acostumado com coisas caras.
"E essa é a sala da família." Harry anuncia, passando por um arco no final do corredor. Eu deslizo pra dentro do lugar junto com ele. Uma garota está sentada no sofá, trocando os canais na televisão com o controle remoto.
Essa não é uma típica sala de estar, pode ter certeza. Meus olhos se arregalam com o relance dela e eu fico logo atrás de Harry, mas não tão próximo. Tem uma gigante TV de plasma pendurada na parede encima de uma lareira sacudindo brilhantes e laranjas chamas. Alguns sofás estão na frente dela. A garota parece bem jovem, talvez em seu começo dos vinte anos. Eu me pergunto quem é ela. Harry não mencionou ter outra irmã além de Gemma. Ela parece muito com o Harry, embora. O cabelo dela é o mesmo tom de marrom, mas os olhos dela são azuis ao invés dos orbes verdes de Harry. Talvez ela é uma prima?
A garota vira a cabeça dela, "Quem estava na porta-" ela para no meio da sentença quando me nota. Ela levanta uma sobrancelha pra Harry, "Quem é esse?"
Ele limpa a garganta dele, "Esse é Louis." Ele apresenta. Eu dou a ela um pequeno aceno. "Hm, Louis, essa é minha empregada-" ele faz uma pausa, "Quero dizer... Minha amiga, Jenna."
Ela sorri largamente e levanta do sofá e então anda até mim e Harry, "Ah, Harry me falou tanto de você!" Ela diz entusiasmada.
Harry dá uma cotovelada no estomago dela e eu rio. Eu posso ver as bochechas de Harry ficarem rosa. "Cala a boca, Jenna." Ele resmunga dando a ela um olhar mortal.
Ela revira os olhos, "Bom você nunca cala a boca sobre ele!" ela continua. Harry parece que está prestes a estrangular ela. Eu rio de novo.
"Ah sério?" eu pergunto, tentando provocar ele.
"Jenna... Maldito inferno... Cala a boca." Ele diz, balançando a cabeça dele em desaprovação.
Ela suspira e revira os olhos, "Tá. Eu vou deixar vocês sozinhos." Ela pisca pra gente e depois sai da sala. Enquanto ela passa, ela sussurra algo rapidamente na orelha do Harry, fazendo ele corar num tom vermelho brilhante. Eu acho que ela sussurrou, 'ele é fofo' mas eu não tenho certeza.
Harry tosse, "Então... Hm, devemos sentar agora?" ele pergunta, gesticulando para os sofás.
Eu assinto e sento em um dos sofás cor de creme. Ele se senta na minha frente. Eu mexo com meus polegares desajeitadamente, não sabendo o que dizer.
"Eu não sei por que vim aqui." Eu começo, "Eu só... Eu precisei e alguém pra conversar. E verdade seja dita, você é meu único amigo no momento." Eu admito.
Harry franze as sobrancelhas, "Qual o problema?"
Eu pego uma respiração profunda, tentando resolver como vou colocar minha situação em palavras. É bem complicado, honestamente. Eu decido começar pelo começo.
"Ano passado minha família viajou pra Irlanda para o trabalho do meu pai. Ele era um jornalista. Nós ficamos na casa do amigo da minha mãe durante a visita. Ela tinha um filho chamado Alex." Eu paro, pra ter certeza de que ele está entendo tudo até agora. Ele espera por mim pra continuar.
Isso vai levar muito tempo pra explicar. Eu decido tornar curto.
"Nós nos apaixonamos, pra simplificar. Quando foi hora de voltar pra casa, nós concordamos manter a relação a distancia. Foi ótimo... Até eu decidir surpreender ele viajando pra Irlanda. Eu cheguei com ele beijando outro cara."
Eu paro pra pegar ar, "Nós terminamos. Eu estava de coração partido no começo, mas aos poucos eu comecei a supera-lo. Isso foi até semana passada, quando ele apareceu aqui e me convenceu de que tinha mudado e de que ele estava arrependido. Eu realmente acreditei nele."
Eu abaixo meus olhos de Harry e olho para minhas mãos, "Hm, então de qualquer maneira. Recentemente nós estivemos saindo, indo pra encontros, passando tempo juntos... Foi ótimo. Nós não éramos realmente oficiais, mas estávamos nessa fase de mais do que amigos." Eu admito, colocando aspas com os dedos na palavra oficiais.
"Nós entramos numa pequena discussão ontem a noite num clube," eu continuo, "E essa manhã eu fui pro quarto de hotel dele. Eu achei uma jaqueta de time de escola que definitivamente não era dele." Eu digo, minha garganta apertando enquanto minha mente traz de volta a memoria.
"O que ela dizia? A jaqueta?" Harry pergunta curiosamente.
Eu sugo uma respiração profunda, "Malik."
"Malik? Tipo como... Zayn Malik?" ele pergunta, obviamente confuso a sua mente.
Eu assinto.
"Ah." Harry diz, uma expressão de surpresa em seu rosto.
"Eu meio que cheguei à conclusão de que ele dormiu com ele. Eu não sei por que ou nada assim... Especialmente considerando que Zayn é um grande homofóbico." Eu explico.
"Sem brincadeira." Harry zomba.
"Eu só... Eu me odeio. Eu perdoei ele. Eu confiei nele." Eu digo, abaixando minha cabeça.
Harry se move rápido pra perto e envolve os braços dele envolta de mim, "Não é sua culpa, Lou." Ele me assegura, correndo uma de suas mãos por meu cabelo.
Eu apoio minha cabeça em seu ombro, sentindo o cheiro da colônia dele. Ele cheira tão fresco e doce, algo que eu poderia ficar acostumado. Eu gosto do Harry. Isso é algo que posso definitivamente admitir facilmente. E ele gosta de mim; isso é um fato. Então o que nós estamos esperando?
"Vem cá." Harry diz de repente, levantando do sofá.
Eu junto minhas sobrancelhas, "Onde estamos indo?"
"Só vem. Você vai descobrir quando chegarmos lá." Ele diz, me dando um sorriso tranquilizador.
Eu levanto, "Por que o mistério, Styles?"
"É uma surpresa, LouBear!" ele ri.
Eu levanto uma sobrancelha, "LouBear?"
"Hm, desculpa. Eu só achei que era fofo, desculpa-"
"Não!" Eu interrompo, "Eu gostei."
Ele sorri, mostrando suas perfeitas covinhas, "Então tá, LouBear. Só confia em mim."
Ele coloca os braços envolta de mim com as mãos cobrindo meus olhos, tornando meio difícil de ver. Então ele me guia pra algum lugar fora, me dizendo quando subir e descer. Eu pergunto onde estamos indo. Talvez uma casa na arvore ou algo assim?
Eu logo consigo escutar folhas se esmagando embaixo de mim, então eu assumo que estamos em algum lugar nos bosques. Deus, eu odeio os bosques. É tão bruto e coberto de insetos. Eu também começo a escutar água corrente, indicando que deve ter algum córrego por aqui por perto ou alguma coisa. Hm. Isso é estranho.
Eu gemo, "Quanto tempo mais eu vou ter que andar?"
Ele ri, "Nós estamos andando por apenas oito segundos! Aguenta!" ele exclama.
Eu suspiro, "Tá."
Nós andamos por mais alguns minutos até ele parar de repente, me fazendo parar também. "Nós já chegamos?"
Ele tira as mãos dele dos meus olhos, "Yep!"
Eu abro um pouco meus olhos e então me encontro olhando a beleza a minha frente. Tem uma pequena cachoeira escorrendo pra uma pequena piscina de água que se encontra a nossa frente. A água é uma misteriosa cor de azul, que é de tirar o fôlego. Harry fica em pé do meu lado, sorrindo com a vista também.
"Harry... Isso é tão lindo."
Ele assente, "Eu achei esse lugar um tempo atrás. Ninguém mais sabe sobre isso, tirando Jenna e..." ele para.
"E quem mais?" eu pergunto.
"Deixa pra lá."
"Não, me conta." Eu digo, interesse carregando minha voz. Ele soou tão ferido e partido quando disso isso.
"Hm, eu tive um amor de verão. Com um cara. O nome dele era Drew. Esse foi nosso lugar especial. Não terminou bem." Ele admite.
Eu assinto, "Ah."
"É." Ele começa, "É bem ridículo, na verdade. Nós até cravamos nossas iniciais na maior arvore, fazendo nosso território. Isso meio que faz zombação de mim hoje em dia."
"Ah." Eu digo, não capaz de dizer algo mais. Tem uma fração de puro silencio. Não preenchido de constrangimento, mas de pensamentos. Nós dois estamos pensando a mesma coisa. Precisamos conversar.
Ele franze as sobrancelhas, "Hm, Lou, desculpa se isso é meio fora do assunto, mas... Eu acho que devemos conversar. Sobre nós." Ele diz, se aproximando.
Eu engulo meu nervosismo, "O que sobre nós?"
Ele dá mais um passo pra perto, "Você sabe." Ele diz quase em um sussurro.
Eu estremeço, "O que você quer saber?"
"V-você gosta de mim?" ele pergunta.
Eu mordo meu lábio, "Eu acho que sim."
Ele vem pra mais perto ainda por isso estamos a um centímetro de distancia, "Você acha que sim?"
"Eu sei que sim." Eu me corrijo.
Ele sorri, "Bom."
Antes que de eu dizer qualquer outra coisa, seus lábios estão tocando nos meus. E eu beijo ele de volta.
Os lábios dele são tão macios enquanto eles roçam nos meus. Eu não respondo no começo, ainda tentando processar o que está acontecendo. Logo eu percebo e eu fecho minhas pálpebras suavemente e então começo a mexer meus lábios com os dele. Eles se encaixam perfeitamente juntos, e meus pensamentos começam a focar nele e só nele. Não no Alex. Não no musical. Não na minha família fodida. Apenas Harry.
Ele corre as mãos por meu cabelo enquanto continua a me beijar, cheio de tanta paixão, curiosidade e antecipação. Ele coloca os braços envolta do meu pescoço, e eu coloco os meus envolta da cintura dele. Eu literalmente derreto enquanto meu interior começa a ficar mole. Quando eu costumava a beijar Alex não era desse jeito. Harry beija muito melhor.
Ele se afasta quando percebe que precisamos de ar. Ele sorri pra mim, ainda me segurando perto. "Seja meu Lou?" ele pergunta timidamente, o que, se eu disser pra mim mesmo, é bastante adorável.
Eu assinto, "Sim."
Harry sorri, "Eu gosto mesmo de você Lou."
Eu coro, "Eu também gosto mesmo de você."
"Claro que você gosta." Ele sorri tolamente.
Eu reviro meus olhos, "Idiota."
"Hey! Não me chama de idiota! Eu sou seu namorado agora. Você tem que dizer que sou sexy." Ele diz, meneando as sobrancelhas. Eu rio, percebendo sua súbita ganha de confiança.
Eu decido me divertir um pouco com isso.
"Eu não tenho que dizer nada que não é verdade." Eu digo, rebatendo ele.
Ele arfa e coloca a mão no peito, "Como se atreve!"
Eu rio de novo e penso numa reposta inteligente de volta, mas sinto algumas gotas de água cair na minha cabeça. Harry e eu, ambos olhamos pra cima ao mesmo tempo e vemos gigantes e cinzas nuvens passando pelo céu. A chuva pinga de cima, mas a maioria das gotas é bloqueada pelas copas das arvores acima de nós. Chuva começa a cair lentamente, mas eu sei que logo vai estar cair em torrentes.
"Nós devíamos voltar pra mansão agora, né?" eu sugiro.
Ele assente, "Sim." Ele diz, "Mas precisamos fazer uma coisa primeiro."
Eu ergo uma sobrancelha, "O que você-"
Ele pega minha mão e me puxa para segui-lo, "Venha aqui!" ele queixa.
Eu reviro meus olhos e deixo-o puxar meu braço, silenciosamente rindo de sua infantilidade. Ele para numa arvore e eu noto as iniciais D. P + H. S cravadas nela, incluídas dentro de um grande coração, que é um leve tom de marrom por baixo. Eu sorrio quando percebo o que ele está fazendo.
Ele crava as iniciais L. T + H. S dentro dela. Eu sorrio. Eu acho que esse é o começo de algo lindo.