✨não se esqueça de votar e comentar, por favor✨
AVISO: morte de personagem
"E com um último toque de nossos dedos, eu lhe disse adeus."
"Como você está se sentindo?" Louis lhe pergunta enquanto o aerodeslizador desaparece em uma súbita onda de turbulência.
Harry se inclina contra o apoio de cabeça e fecha os olhos. Seus ossos se sentem pesados por causa da exaustão e suas costelas ainda estão um pouco doloridas por seus ferimentos, mas ele sabe que não é sobre isso que Louis está perguntando para ele. E talvez, se o lugar não estivesse tão cheio de orelhas e mentes curiosas, ele responderia a Louis abertamente, mas há mais de cem pessoas enchendo cada centímetro do espaço nos pequenos confins da nave que ainda o olham como um dos mandados do Movimento, ele prefere não acender o fogo de ódio por ele.
"Estou ficando cada vez melhor", murmura Harry. A julgar pela ausência de luz que se filtrava pelas pequenas janelas, ele adivinha que a pesada cortina da noite atingiu o céu. "Não posso fazer muito, mas apenas aceitar, yeah, como você se sente?"
A coxa de Louis aperta calorosamente contra a sua, Harry olha pelo canto do olho enquanto a mão manchada de óleo de Louis se instala na coxa de Harry sem razão. Ele inala e olha para longe, lentamente avançando a mão para agarrar os pequenos dedos de Louis que encaixavam suavemente nos seus. Eles fazem muito isso agora, mas eles realmente não falam sobre isso. É apenas uma maneira de fazê-los sentir como se tivessem algo para se agarrar no caos, e Harry gosta disso. Ele olha para Louis, que está sorrindo cansado enquanto deixa seus olhos fecharem de exaustão, e pensa que talvez ele também goste disso.
"Esgotado, mas tudo bem, eu tenho a maioria dos braceletes de todos. Nós vamos parar em algum lugar para reabastecer e trazer os sobreviventes das Outlands aqui. Paul disse que minha família é a primeira na fila para ter as pulseiras retiradas."
"Isso é bom", Harry roça seu polegar sobre uma das veias na mão de Louis. "Você ouviu falar alguma coisa sobre minha mãe?"
Um silêncio sombrio atinge o pequeno espaço entre suas respirações compartilhadas, e isso é resposta suficiente. Harry fechas os olhos também, e se afunda em seu assento até que ele possa colocar sua cabeça no ombro magro de Louis. Ele espera por isso, o sentimento impiedoso de seu coração quebrando com as memórias dos sorrisos delicados e olhos cansados de sua mãe se juntando à lista de coisas que ele nunca mais vai ver, mas nada acontece. É só então que Harry percebe que não há nada do seu coração para quebrar, O Movimento tirou tudo dele, e tomou posse de sua própria alma.
"Eu gostaria de poder chorar", Harry confessa. "Mas eu tenho medo de que não haja nada dentro de mim. Estou vazio."
"Você está errado", Louis sussurra, apertando sua mão mais forte e movendo-as de onde elas estavam entrelaçadas para descansar sobre seu peito batendo. "Você não está vazio, está chateado, e eu prometo que ainda há mais para viver."
Harry abre os olhos e se move para olhar para Louis, com seus lábios finos e maças do rosto destacadas e seu cabelo caindo bagunçado sobre seus olhos. Seus longos cílios estão tocando a pele sob seus olhos e ele parece tão delicado. Mas ele não é delicado, ele é Louis. E Louis é a única coisa que tem mantido ele junto nas últimas semanas.
"Você está certo", eu tenho você para viver. Mas ele não diz isso em voz alta, porque têm noção de como é cuidar de alguém. De ter outra fraqueza que O Movimento pode capitalizar, é assustador.
"E ela pode nem estar morta", afirma Louis. "Seu corpo nunca foi encontrado nos destroços, ela pode ter escapado."
Harry sacode a cabeça, sua mente piscando de volta para a memória de seus olhos vazios enquanto ela dizia a Harry que já estava morta por dentro.
"Eu sinto que ela não teria corrido", ele diz simplesmente. "Você deveria descansar um pouco."
Louis muda de posição e move seu outro braço para colocar sobre os ombros de Harry. Ele se inclina para pressionar um rápido beijo na cabeça de Harry, e Harry aprecia o milésimo de calor e segurança que esse breve toque faz se espalhar por ele.
"Você vai ficar aqui enquanto eu cochilo, né?" Louis pergunta sobre os cachos emaranhados de seu cabelo.
"Eu vou ficar."
Harry se move e pressiona o rosto na fenda do colarinho de Louis, absorvendo o cheiro quente dele, com o qual começou a se acostumar antes de lentamente se entregar ao sono.
~*~
"Acordem, seus preguiçosos." a voz projetada de Zayn tira Harry de seu sono agradável, que, na verdade, não conteve nenhum pesadelo, pela primeira vez. "Vocês precisam usar o banheiro e antes de comer os passageiros serão trocados."
Louis geme e aperta seu domínio sobre Harry, puxando-o alegremente, mais atento para a força gravitacional viciantes de LouisLouisLouis e fazendo-o sentir-se ainda mais sonolento. Harry arfa contra o tecido de sua camisa de forma apaziguadora antes de ser puxado pelas mãos de Zayn.
"Eu entendo que vocês dois são bonitos e cansados, mas não tem nada que possamos fazer e eu me recuso a lidar com qualquer um de vocês se lamentando mais tarde, quando tiverem que esperar quatro horas para usar o banheiro. Acordem."
"Eu odeio você", Louis bate em Zayn mal-humorado, enquanto Harry delicadamente se separa de onde eles estavam de mãos dadas. "Eu sou uma pessoa valiosa que precisa de pelo menos quatro horas de sono todos os dias e você teve coragem de tirar algo tão bonito de mim."
"Agora estamos falando de sono ou de Harry?"
Harry faz um som confuso na parte de trás de sua garganta e manda para fora os restos de sono de seus ossos cansados; dormir em duas cadeiras de metal não era nada gentil com suas costelas.
"Harry, provavelmente." Louis encolhe os ombros e atira um sorriso sonolento para Harry que não pode deixar de devolvê-lo.
Eu quero te beijar de novo, e é isso. São pensamentos como esse que ele deve parar imediatamente. Harry olha fixamente para os buracos rasgados nos joelhos de suas calças e obriga-se a lembrar que Louis não precisa dele e na guerra não é a hora de se apaixonar por alguém.
"Tenho que mijar", Louis se levanta e retira as mãos das coxas. "E você deve comer e colocar um pouco de chá no seu sistema. Temos um longo dia pela frente."
Louis sai andando, seu corpo esbelto trabalhando graciosamente entre as multidões de pessoas que estão deitadas no chão do hovercraft em um sono profundo no caminho para o banheiro.
"Eu nem sei onde fica a merda da cozinha", Harry murmura para si mesmo, recostando-se no banco e jogando um braço sobre os olhos, com o objetivo de voltar a adormecer.
"É por isso que você tem a mim", Harry pode praticamente visualizar o sorriso estúpido de Zayn, mesmo que ele não possa ao menos vê-lo. "Vamos, levante-se. O seu corpo vai entrar em modo de dor, se você não conseguir colocar alguma comida adequada em seu sistema."
Harry lentamente se levanta e segue Zayn em direção à cozinha, mal-humorado. Ele sente que não dorme corretamente há meses e seu estômago ainda se vira com a ideia de quanta comida Zayn tem praticamente forçado-o a comer ultimamente. Ele queria que Louis não tivesse ido ao banheiro, porque ele provavelmente poderia ter brigado e feito manha para que Louis falasse com Zayn para não fazê-lo comer tanto.
"Se você comer todos os seus alimentos, então eu tenho um presente para você", Zayn projeta com uma voz melodiosa quando eles chegam no limite e entram na pequena cozinha.
A cozinha é praticamente uma imagem espelhada da que eles deixaram na antiga casa, é pequena, com uma infinidade de máquinas de aço ocupando a maior parte do espaço, com um pequeno balcão colocado num canto. Zayn programa o sistema para dar a Harry um sanduíche e uma xícara de chá quente e faz ele se sentar em uma das cadeiras sem encosto enquanto come.
"Os sobreviventes das Outlands devem chegar em poucos minutos", Zayn diz a ele enquanto observa seu escriba. "Eu acho que você vai querer ficar aqui comigo e Lou ao invés de mudar para outro hovercraft com os demais?"
Harry assente e toma um gole de chá. Ele se vira em seu assento e observa como Cara e alguns outros andam por toda a nave e suavemente acordam as pessoas. Zayn se inclina para o lado e dá um pequeno bocejo. Harry se vira para olhá-lo e toma nota dos círculos debaixo de seus olhos que são com uma imagem refletida de Louis, ele parece cansado, mas ainda é desumano, e Harry imagina que ele provavelmente dormiu tanto quanto ele e Louis; vendo como ele assumiu as responsabilidades de liderança de Louis, de modo que ele não teria que se preocupar em orquestrar tudo ao mesmo tempo em que removia os braceletes.
"Isso não parece uma guerra", murmura Harry. "Parece um jogo de esconde-esconde."
"Isso é porque nós cuidadosamente mantemos os vídeos sobre a devastação escondidos de todo mundo", Zayn explica. "É melhor assim, sentir-se longe da guerra. Porque se nós contarmos a todos, se atualizarmos cada Pod que está sendo destruído, cada vida que se perde para a máquina implacável do Movimento, então o caos seguirá e os Irresignados vão ser divididos entre as pessoas que querem correr e as que querem lutar, e nós não podemos lutar contra nos mesmos e o Movimento ao mesmo tempo - nós somos nossa última esperança."
"Eu não entendo", Harry termina seu sanduíche. "É realmente tão ruim assim?"
"Você quer saber?"
Harry balança a cabeça, "Eu prefiro não saber."
Zayn acena com a cabeça e pega a xícara das mãos de Harry, "Então vamos falar sobre algo mais feliz, sim? Como o presente que Louis tem para você."
Harry se vira na cadeira e olha diretamente pra Zayn, "Que presente?"
"Ele fez Ed pegar isso quando ele voltou para o nosso velho Pod para avaliar os danos", Zayn explica enquanto ele pega alguma coisa do bolso de trás. "E ele me disse para dar a você e agir como se fosse apenas alguma coincidência, mas, realmente, eu acho que ele queria fazer você sorrir e manter a sua postura de Bad Boy Sem Coração. Aqui está."
"Lou não poderia ser sem coração nem que ele tentasse", Harry murmura e tira o pequeno objeto das mãos de Zayn, deixando suas bochechas serem tomadas pelo rubor vermelho de carinho, enquanto ele vira o objeto em suas mãos. Ele engasga com um pequeno suspiro enquanto olha para a gravura do lado.
"A placa de Gemma", ele suspira para si mesmo em incredulidade. "Foi isso que me fez começar a falar com Louis."
Isso é o que começou tudo.
Harry sente como se ele pudesse ouvir seu próprio batimento cardíaco reverberar em seus ouvidos enquanto ele se levanta lentamente de onde está sentado e olha para onde ele e Louis estavam apenas dormindo. Ele passa o polegar sobre o metal frio da placa hover gasta e vê como Louis, com seu sorriso brilhante e pulsos finos, caminha através da multidão de pessoas que deixam a embarcação. Seu coração está batendo ainda mais alto quando ele dirige seus pés para onde Louis está atualmente em pé, ele sente suas mãos tremerem e suas veias explodirem com algo elétrico quando ele para na frente de Louis, entregando o sorriso que toma forma em seus lábios trêmulos antes de se inclinar pra baixo, capturando a boca ligeiramente entreaberta de Louis em um beijo.
Ele agarra a placa na palma da mão antes de colocar os braços em torno da cintura de Louis. Harry pressiona um íntimo e bonito beijo uma vez que Louis fica nas pontas dos pés para retornar a pressão. Parece que tudo parou ao seu redor quando seus lábios rachados se encaixam perfeitamente e uma lágrima salgada rola pela bochecha macia de Harry. Louis desliza a mão nos cachos de Harry e tudo neste mundo, com todo o caos e morte e escuridão cessa e se resume a apenas ele, Louis e o objeto que fez de Harry quem ele é hoje.
"Obrigado", sussurra Harry contra os lábios de Louis quando eles se separam com a respiração irregular. Ele sente como se um universo expandisse em seus lábios úmidos, como eles fossem imbatíveis, como ele não deveria esconder algo que realmente o faz se sentir humano por mais tempo. "Obrigado."
E talvez isso esteja se movendo muito rápido, talvez Harry devesse pensar em tudo antes de seguir em frente nesta coisa perigosa que é EleELouis. Mas ele não pode pensar, ele não pode racionalizar. Não quando ele tem um dos homens mais bonitos de pé na frente dele enquanto segura um de seus últimos lembretes de sua irmã. Ele me deu Gemma. Ele me deu uma razão para lutar.
"Eu..." Louis inspira antes de pressionar um beijo casto nos lábios de Harry, "Tive ajuda."
"Isso não faz com o que você fez por mim seja menos importante", Harry puxa para trás do beijo, ele está chorando. Mas ele não se sente completamente triste como ele normalmente faz. Louis ergue a mão e limpa cuidadosamente uma das lágrimas de Harry.
A mão de Louis aperta o cabelo de Harry suavemente e então eles estão se beijando novamente antes de se afastarem para recuperar o fôlego. Harry olha para Louis, o com seu sorriso torto e suas bochechas levemente vermelhas. Seus olhos parecem o oceano, e Harry quer se afogar neles.
~*~
Os sobreviventes têm adentrado lentamente a nave nos últimos vinte minutos, o que significa que Louis teve que começar imediatamente a trabalhar para ajudar os restantes de Irresignados a se livrar de seus braceletes e Zayn teve que começar a racionar alimento para todas as pessoas comerem. Enquanto isso, Harry está sentado atrás de Louis, as pernas dobradas em uma cadeira e observando como ele usa apenas duas pequenas ferramentas para livrar todos de suas pulseiras. Ele conseguiu a remoção usando ciência agora, ele pode tirar qualquer bracelete em quase um minuto, mas Harry ainda pode ver o estresse visível na maneira que seus ombros se mexem a cada pessoa grata que ele termina.
"Você sabe o que os faz explodir?" Harry pergunta uma vez que Louis termina de costurar junto o pulso agora completamente nu da mulher de pele escura.
"Eu acho que sim", murmura Louis. "Veja, anos atrás O Movimento usou-o para rastrear quantas palavras alguém tentava dizer depois que seu contador zerava, e se excedesse um certo número, as pulseiras iriam emitir um pequeno choque de um satélite remoto, tipo isso. Mas os choques pararam depois de alguns meses e nunca foram mortais, então nunca demos muita bola para eles."
Louis segura um bracelete descartado e aponta uma pequena alavanca embutida no interior de metal.
"Olhe, isso é o que conta cada número de palavras que você diz e é o que eu manipularia para dar mais palavras às pessoas. E eu acho que isso também é o que administrava o choque. O choque sempre foi adiado quinze segundos depois da contagem de palavras excedidas. Minha teoria é que O Movimento aciona a alavanca forte o suficiente, então o choque acontece dez vezes mais forte até que ele provoca uma explosão em um tempo atrasado. Se a alavanca é mantida para baixo, então quem está perto dela vai explodir." Louis coloca o bracelete para baixo. "Se eu estiver certo, então isso significa que eu poderia acionar a explosão e usá-lo como uma arma manualmente. Eu quero testar e então entrar em contato com Paul e lhe dizer que eu poderia ter encontrado uma maneira de lutar contra O Movimento, mas eu não acho que vá encontrar tempo."
"Deixe-me testá-lo", Harry diz, sentando-se um pouco mais ereto. Louis inclina a cabeça para cima e olha para Harry, suas sobrancelhas franzidas e seus olhos azuis sucumbindo a um estado de preocupação. "Quero dizer, é tão fácil como simplesmente puxar o gatilho para baixo e depois jogá-lo, certo? E a nave só vai desembarcar por mais quinze minutos, de modo que é a única maneira que nós poderíamos realmente fazer uma explosão acontecer e ainda permanecermos intactos."
"Mas e se houver um atraso, você poderia literalmente se explodir, Harry. Eu seria um idiota se o deixasse tentar."
"Mas se O Movimento nos encontrar, não temos armas e estaremos mortos antes que a batalha comece, vale a pena tentar se isso significa que podemos nos defender."
"Sinto muito, Harry", Louis se vira de volta. "Mas eu não vou deixar você fazer isso, eu não posso ser a razão pela qual você morre."
"Mas se eu não tentar, então alguém vai, e o risco será tão grande quanto o deles morrerem." Harry racionaliza e se inclina sobre Louis e pega um dos braceletes descartados. "E quem pode dizer que minha vida vale mais que a de outra pessoa?"
"H, eu estou falando sério, eu não quero que você faça isso."
"Eu quero fazer, Louis. Eu quero fazer algo para ajudar. Todo mundo está sendo produtivo e eu estou apenas sentado desperdiçando espaço. Qual é o ponto de ser chamado de Irresignado quando eu nem sequer posso agir como um?"
Louis se vira completamente e espira, seus olhos mantendo contato por alguns momentos até Louis olhar para baixo e acenar com a cabeça.
"Tudo bem, peça para Zayn te mostrar um lugar vazio, para que não causemos nenhuma angústia nos sobreviventes."
Harry sorri e fica de pé, Louis segue o exemplo até que estejam de frente com a respiração de Louis batendo em seu pescoço e um bracelete pendurado na mão de Harry.
"Fique seguro", Louis murmura e pressiona um beijo casto e glorioso em sua boca. "Estou falando sério."
Harry acena com a cabeça e caminha em direção a onde Zayn está sentado à porta da nave, bochechas queimando durante todo o caminho.
"Venha comigo", Harry diz quando ele está perto o suficiente. "Lou me deu uma missão."
Zayn sorri e acena com a cabeça, sem fazer qualquer som, antes de se levantar. Harry olha para longe, sentindo uma onda de timidez pelo olhar constante que Zayn está atirando nele, antes de saltar para fora da embarcação e para o solo onde eles desembarcaram.
"E o que é essa missão?" Zayn pergunta uma vez que está ao lado dele.
Harry protege os olhos do sol da manhã para olhar ao redor. Não há nada espetacular sobre a paisagem na qual eles estão, sua maioria é vazio com grama seca e uma quantidade escassa de árvores baixas.
"Ele quer que eu teste sua teoria sobre o que faz as pulseiras explodirem e me disse que você poderia me levar para um lugar vazio."
Zayn acena com a cabeça e começa a andar para longe de onde os quatro hovercrafts estão seguramente desembarcando. Harry faz uma pausa, deixando o vento soprar através de sua camisa fina para ver Zayn enquanto ele se afasta. Ele está sempre um pouco surpreso com a facilidade com que as pessoas concordam em fazer o que Louis lhes diz para fazer, mas com Zayn é realmente incrível. Ambos, Zayn e Louis, têm essa quantidade perturbadora de lealdade e confiança um no outro, e eles têm essa conexão que envolve palavras não ditas e sorrisos que faz Harry sentir um pouco de inveja. Ele se pergunta se Louis agiria dessa maneira com ele, mas ele rapidamente desliza esse pensamento para longe. Louis se importa com ele, e isso é tudo no que ele deve se concentrar.
"Então, vocês fazem isso muitas vezes?" Zayn pergunta uma vez que Harry o alcança.
"Fazer o que?" Harry aperta o bracelete firmemente enquanto salta sobre um pequeno riacho que estava no meio de seu caminho.
"Se beijar como se fossem personagens daqueles livros que Gemma usava para ler."
Harry se põe no chão quando quase pisa em um inseto antes de olhar para Zayn.
"Eu nem sei o que é um livro", diz Harry sem rodeios. "E hoje foi a primeira vez que eu o beijei, além daquela noite com Dusty."
"Sério?" Zayn pergunta, virando-se com as sobrancelhas levantadas como se ele não acreditasse em Harry. "A maneira como vocês agiam em torno de si e olhavam um para o outro me fez pensar que vocês se beijavam o tempo todo."
Harry balança a cabeça, "Nós não estamos tipo... juntos, nem nada. Eu sinto as coisas por ele, e eu acho que ele sente coisas por mim também."
Zayn acena com a cabeça para si mesmo, "Você acha que ele é como... seu companheiro?"
Harry para no meio do caminho e olha para o céu, que está numa tonalidade que lembra os olhos de Louis.
"Eu não sei", Harry diz honestamente. "Eu não sei como deveria me sentir quando estivesse copulado, ou quando você se apaixona por alguém. Eu só sei que eu sinto que há uma parte de Louis em tudo o que é bonito e puro neste mundo, e que ele me faz me sentir seguro e protegido, e eu quero fazê-lo se sentir seguro e protegido também."
Um pequeno silêncio se instala enquanto eles começam a caminhar de novo, Harry percebe que a cabeça de Zayn ainda tem uma cicatriz de onde Liam o atingiu com um vaso há séculos.
"E você, você tem um companheiro?"
"Não", Zayn balança a cabeça. "Mas eu amo alguém."
"Conheço essa pessoa?"
Zayn limpa a garganta e Harry sorri em particular quando observa a tonalidade vermelha presente em suas bochechas, "Sim, conhece. Você o conhece. Podemos testar a pulseira aqui. Você quer que eu fique?"
"Você provavelmente deveria ir", Harry diz. "Se eu não voltar dentro de quinze minutos, então você provavelmente deve ir sem mim, não quero que Louis me veja se acontecer algo ruim."
"Tenha cuidado, idiota." Zayn dá um tapinha nas costas de Harry antes de se afastar. "Eu gosto de você e odiaria se você se machucasse."
Harry sorri para si mesmo enquanto observa Zayn se afastar dele. Ele espera até ter certeza de que Zayn se foi e olha para a pulseira. Ele puxa a alavanca para baixo e fecha os olhos antes de atirá-la para longe dele.
~*~
Harry volta ao hovercraft com o coração batendo e um sorriso selvagem colado em seu rosto. Ele passa através das pessoas que parecem meio dormindo e mentalmente desgastadas de volta para onde Louis estava trabalhando para remover os braceletes.
"As pulseiras têm um minuto de atraso", Harry diz a ele assim que chega perto. "E a explosão foi ligeiramente grande, eu acho que podemos usá-las como armas.
"Harry", Louis olha para cima de onde ele estava tirando o bracelete de uma menina e sorri. "Você se machucou?" Harry balança a cabeça.
Louis sorri para ele com a ferocidade de mil sóis e Harry não pode deixar de se deleitar com o puxão quente em seu coração até seu estômago como resultado de seus olhos enrugados e boca sorridente.
"Isso é ótimo", Louis limpa a garganta e olha para a garota na frente dele. "Harry, esta é minha irmã, Daisy. E está é Phoebe, Fizzy, Doris, Ernest e minha mãe, Jay."
"Oh", Harry olha para o grupo de pessoas com sorrisos quentes ao redor dele. A família de Louis. "Olá."
"Eu conheço você", diz uma das gêmeas, ela já estava sem o bracelete. "Você é o homem atrás da mesa."
Os olhos de Harry se arregalam quando ele olha da menina que Louis está tirando o bracelete e a garota que acabou de falar com ele. As gêmeas de seu antigo emprego, ele se lembra.
"Não seja rude, Phoebe." a mãe de Louis repreende. "Apresente-se corretamente."
Cada um dos irmãos de Louis pega sua mão e explica quantos anos eles tem, exceto os gêmeos mais jovens que apenas apertam os dedos e tagarelam incontrolavelmente. Harry sente que todos estão olhando para ele, avaliando-o, mas eles ainda são bondosos e amorosos. Fizzy afirma que ela precisa encontrar um lugar para todos descansarem mais tarde, e Jay pega sua mão e o leva para a cozinha.
Harry tropeça atrás dela, oferecendo-se para tomar um chá enquanto ela se senta em um dos assentos abertos do balcão. Ela se vira para encará-lo quando ele lhe dá uma xícara de chá e olha para ele, ele limpa o suor de sua testa.
"Eu era próxima da sua mãe", ela explica. "Eu a conheci na escola e costumávamos brincar que um dia nossos filhos seriam copulados juntos... Quando ela teve Gemma e eu tive Louis, eu quase pensei talvez que isso acontecesse, nunca pensei que seria real agora."
"Nós não somos companheiros", Harry explica.
"Claro", admite Jay e toma um longo gole de chá. Um homem com um silenciador e um enorme corte se senta na cadeira ao lado dela e coloca a cabeça sobre a mesa dramaticamente. "Ele estava acoplado com aquele menino Liam."
Harry acena com a cabeça e se vira para olhar para fora da cozinha, olhando para onde Louis está agora trabalhando para tirar os braceletes de outra família. Harry sorri quando Louis olha para cima por um segundo e faz contato visual com ele e inclina a cabeça em saudação.
"Você já encontrou Liam?" Harry pergunta.
"Uma vez, mas Louis não olhava para ele da forma que ele olha para você."
Harry cora e olha de volta para Jay, "Você criou muitas crianças bonitas."
"Obrigada", ela sorri humilde. "E sua mãe fez tudo certo com você e Gemma, eu queria que ela estivesse aqui para que eu pudesse dizer isso a ela."
Harry põe a mão no bolso para sentir a textura da placa hover e do papel da carta não enviada à sua mãe.
"Eu também", ele sussurra.
~*~
"A que distância estamos?" Harry pergunta com a voz um tom acima do barulho do motor.
"Perto", murmura Louis. "Se as coordenadas que Paul me deu estão certas, então nós devemos chegar lá em alguns minutos."
"Alguém por favor pode me explicar por que Paul nos mandou para pegar material?" Zayn pergunta do assento do piloto. "Ele não podia pegar seu hovercraft privado preenchido com todos os luxos e pegar algumas armas ele mesmo?"
"Ele está nos enviando porque há apenas alguns de nós que realmente sabem como dirigir uma nave, e todo mundo já está levando outras naves cheias de coisas. E também, eu quero pegar algumas novas armas para testar para futuras batalhas, então... Somos os únicos que Paul poderia ter enviado."
Zayn suspira e mexe com os controles do hovercraft, "O scanner detectou um edifício há 400 metros de distância. Você acha que é o lugar?"
Louis assente e se espreguiça no assento. Harry se inclina para frente para olhar o mapa projetando de toda a paisagem debaixo deles. O lugar onde eles devem pegar comida está há quilômetros de distância de qualquer outro vestígio de civilização, e tudo parece um tipo de armazém de vários andares.
"Paul é tipo seu líder?" Harry pergunta.
"Ele é o último de nossos Anciões que está completamente sã, e ele é um pouco louco, mas ele quer fazer o bem." Louis explica enquanto o hovercraft mergulha para baixo. "Esta missão deve ser rápida o bastante, H. Você quer ficar sentado aqui e esperar por nós?"
Harry olha pela janela para a extensão escura da noite que fica por quilômetros ao redor deles, "Eu prefiro ir com vocês dois, se estiver tudo bem."
Louis acena com a cabeça e Harry olha para ele com o brilho azul da nave, pegando seu perfil que parece esculpido por algum ser mágico e a maneira como ele está mordendo seu fino lábio inferir entre os dentes ansiosamente.
"Ok, Lou, vamos pousar a nave e terminar o mais rápido possível." diz Zayn.
Cinco minutos mais tarde e todos eles estão segurando enormes caixas contra o peito enquanto caminham para a saída. O prédio aparentemente não tem luz e Harry sente a exaustão escorrendo por seus ossos. Todos eles não dormiram desde a noite passada, depois que Louis terminou de tirar todos os braceletes, exceto o seu. A presença do metal ainda no pulso de Louis o deixava nervoso, mas Louis tem suas ferramentas guardadas protetoramente na cintura de suas calças e disse a Harry que planeja tirá-lo assim que todos tivessem finalmente pegado os suprimentos.
"Vocês ouviram isso?" Zayn projeta depois de um som batendo reverberar através do local.
"Provavelmente foi apenas um animal que entrou pela porta aberta", explica Louis e continua caminhando.
Harry para quando ouve algo que soa como passos próximos a eles, ele abre a boca para dizer algo para eles, mas é cortado por uma mão cobrindo sua boca e um injetor sendo pressionado na pele de sua testa.
~*~
"Não", Harry sibila assim que ele acorda e se senta, apenas para ser parado por restrições amarradas ao redor de seu peito. "Não."
Ele vira a cabeça para o lado para olhar ao redor e sente uma piscina de alívio correr através de suas veias quando ele pega a familiar visão da franja bagunçada de Louis. Ele olha para o outro lado e vê Zayn, que está visivelmente inconsciente e terrivelmente pálido. Ele luta contra as restrições, forçando-se a acalmar sua respiração agitada.
"Lou" Harry pergunta. "Louis, você está acordado?"
"Eles não vão acordar por um tempo, Harry." uma voz estranhamente familiar vem de outro lugar na sala. "E eles não poderiam salvá-lo, de qualquer maneira.
"Quem é você?" ele pergunta.
"Você não se lembra de mim?" a voz masculina que está distante acoa. "Talvez alguém faça isso por você."
As restrições se soltam de seu peito e Harry imediatamente se senta e olha ao redor. A sala está completamente vazia, além dele e os outros dois, e é banhada de branco. Como O Movimento nos encontrou? Ele percebe um orador maciço no canto da sala e uma parede feita inteiramente de um espelho de grandes dimensões.
"Quem é você?" Harry repete inutilmente.
"Há um certo tempo", a voz diz, "Eu era seu tudo."
Harry balança suas pernas para fora da cama e fica sobre a cama de Louis e em vão balança seus ombros, tentando acordá-lo.
"Não adianta, Criança." Harry para quando ouve o apelido e olha para o espelho. "Oh, você está começando a lembrar?"
Harry caminha lentamente em direção ao espelho, contemplando seu próprio reflexo. Seu cabelo está muito mais longo do que da última vez que se viu e sua boca está tingida de vermelho dos beijos que Louis deu em sua boca antes de saírem do hovercraft. Ele levanta a mão para pressionar contra o espelho e murmura em descrença.
"Pai?"
O espelho se transforma em uma espécie de vidro de duas vias e, em seguida, Harry está olhando diretamente para um par de olhos verdes que não possuem qualquer tipo de emoção neles.
"Olá, Harry." seu pai diz, e Harry sente que seu mundo inteiro muda e se transforma em um caos total com duas palavras e um sorriso ordinário.
Harry olha para longe do homem que parece um fantasma das memórias de seu pai para ver Simon, e outro homem parado atrás dele. Eles estão todos olhando para ele com curiosidade, e Harry só se sente confuso.
"O que está acontecendo?" ele pergunta, mas é ignorado.
Uma porta se abre e vários Superiores entram e o agarram pelos braços, ele começa a gritar quando percebe uma mulher segurando um silenciador perto de Louis, e quase nem percebe quando um homem grande se aproxima dele com um punho fechado, até que ele está sendo acertado no estômago.
"Louis?" Harry grita enquanto está sendo empurrado através de uma entrada estreita. "Lou? Zayn?"
Ele não para de gritar até que uma pessoa está tapando sua boca com uma mão e outra pessoa defere socos na parte macia de suas costelas mais uma vez. Sua visão nada em exaustão e dor, mas ele sente um vislumbre de esperança quando ouve o familiar som de Louis xingando alguém com força. Eles jogam Harry em uma sala diferente e logo depois Louis e Zayn são levados até lá também. Harry não perde tempo em tirar suas restrições e ignora o som de alguém rindo atrás dele.
"Qual a necessidade de desamarrá-los?" alguém pergunta. "Eles não vão escapar."
"Qual é a necessidade de você não fechar a boca?" Harry devolve.
Louis está levemente acordado e tem uma contusão se formando em sua bochecha esquerda, Harry desliza sua mão em seu rosto cautelosamente, fazendo contato visual antes de se direcionar para a cama de Zayn.
"Paul?" Louis pergunta, sua voz quebrando. "O que é isso?"
Harry para de onde ele está tirando uma restrição do pulso frágil de Zayn para olhar na direção de Louis, que está de pé, com uma expressão no rosto que é um quadro perfeito de confusão.
"Você se orgulha de ser inteligente", o homem que Harry não se lembra, Paul, diz. "Adivinhe."
"Eu..." a voz de Louis sai inutilmente.
Harry olha de seu pai, para Paul, para Simon.
"Foi uma armadilha", diz Harry.
Louis olha para ele, "o quê?"
"O Movimento nos aprisionou usando Paul."
"Não", Louis retruca. "Não, não pode ser. Paul é um Irresignado."
Harry se volta para Zayn, tirando a última de suas restrições. Ele sente sua cabeça doendo conforme tudo se encaixa, quando cada parte do, aparentemente, único enigma é colocada no lugar.
"Mas o que é um Irresignado de verdade?" Harry sussurra. "E se... E se eu estava certo? E se eles são maus?"
"Não, os Irresignados representam tudo o que O Movimento não é."
"Quem imaginaria?" interrompe Simon. "Que esse pobre idiota do Harry descobriria tudo antes de Louis?"
"Não", Louis sacode a cabeça. "Não. Paul, o que está acontecendo? Por que não está lutando contra ele? Por que você nos mandou para cá?"
"Oh, Louis", Paul murmura. "Você é muito nobre para seu próprio bem. Você vê nossas ações e você define como luta pela justiça, quando, na realidade, os Irresignados foram formados apenas para manter controle sobre os civis."
"Isso não faz sentido." sussurra Louis.
"Todos os governos antes de nós cometeram um erro terrível: não conseguiram preservar a união entre todos que estão sob controle do governo. E, sim, embora tirar as palavras seja um bom primeiro passo para ter uma nação dócil, havia ainda mais para ser feito para promover a paz e reduzir a violência." Simon explica.
"A melhor maneira de unir as pessoas é fazê-las lutar contra uma determinada causa. É basicamente psicologia. Se todo mundo odeia um grupo, então eles não se voltarão contra si mesmos. Por isso, os principais membros do Movimento formaram os Irresignados: assim, todos terão uma causa e estarão unidos, mas, uma vez que os rebeldes começassem a ter filhos e perdessem de vista quem eles realmente são - um ramo do Movimento - tivemos que tomar medidas afirmativas para lembrá-los que eles estão abaixo do Movimento. Temos nossa própria raça especializada de crianças geneticamente superiores para manter o governo intacto uma vez que todos partissem, mas o processo de higiene falhou e o sistema enlouqueceu. Temos que lembrar os Irresignados que não há nada para lutar por eles mesmos. E Paul e eu decidimos que o melhor exemplo do quão impiedoso o Movimento pode ser vai ser mostrado através de vocês."
"Eu não entendo", sussurra Louis.
Harry sente seu coração acelerar em seu peito. Toda a sua mágoa, todas essas mortes, tudo e todos foi apenas porque O Movimento estava manipulando todo mundo. Ele se sente irritado e aterrorizado de repente.
"Por que nós?"
"Porque permitimos que ambos os lados colocassem vocês em cima de um pedestal. Vocês se tornaram líderes de algo que não está planejado em nenhum dos planos do Movimento ou dos Irresignados, e temos medo do que todos vocês são capazes de fazer juntos. Vocês são muito poderosos, e isso não pode acontecer. Temos que preservar a paz e união que é predominante através das nações." Paul explica facilmente. "E, usando a nova tecnologia fornecida por Louis, formulados uma maneira de copiar suas genéticas para as gerações futuras para liderar a nação, e nós calculamos uma maneira de prepará-los para nunca serem tão imprudentes como vocês três."
"O Movimento é todo-poderoso, mas nem sequer teremos a chance de ter indivíduos como vocês ameaçando nossa estabilidade. Em breve, os Irresignados estão adentrando a armadilha que planejamos para eles e será mostrado em vídeo suas mortes, e terão a opção de se juntar ao Movimento ou morrer."
"Seus idiotas", Louis cospe. "Vocês são idiotas fodidos. Eu acreditava em você Paul, eu lutei por você."
"Francamente", Paul se aproxima de Louis. "Eu nunca liguei para você. Eu vou desfrutar em ver você morrendo."
"O que me lembra", Simon preenche o silêncio após a declaração de Paul. "Tenho que lhe mostrar uma coisa, Sr. Styles, por favor, acorde o Sr. Malik."
Harry olha como seu próprio pai, que está magro e parece uma versão oca de um homem, caminha na direção de Zayn e pressiona um injetor em seu braço.
Os olhos de Zayn se abrem alarmados, ele aperta o braço do pai de Harry e o puxa como se estivesse tentando derrubá-lo, mas ele está muito fraco. Seu pai facilmente o empurra e volta para Simon e Paul.
"Algum dos Superiores pode nos mostrar o vídeo da Sala Mortífera?"
"Sabe", começa Simon. "O Movimento sempre teve uma propensão para o silêncio e encontramos uma sala que tem a menor acústica possível conhecida pelo homem, e foi ironicamente apelidada de 'Sala Mortífera'.
Quando alguém está na sala por mais de uma hora, essa pessoa se torna mentalmente insana. É tão silencioso que é enlouquecedor. Há apenas um outro objeto na sala com a pessoa que entra: uma faca. A pessoa tem que sofrer através do silêncio até que ela se torne louca o suficiente para se matar com a faca, que é a única ação lógica."
"No começo do dia", disse Paul. "Tínhamos Des, aqui, usamos sua voz para atrair alguém para dentro da sala, ela se matou em questão de minutos."
"Não", Harry diz assim que a imagem projetada mostra sua mãe seguindo seu pai para o quarto branco. Ele se vira para Simon e para longe da projeção. "Eu não vou ver minha mãe se matando."
Simon não diz nada, apenas sorri.
Ele fodidamente sorri. E Harry. Harry foi chutado, ele foi torturado, sofreu uma lavagem cerebral, ele está faminto, ele foi transformado em um monstro, mas ele não sorri para Simon. Ele não ficará de braços cruzados enquanto Simon pega tudo o que lhe é importante e leva embora. Ele faz um movimento na direção de Simon, mas ele é parado por um par de mãos agarrando seus braços.
"Harry, não." Louis murmura em seu ouvido. "Por favor."
E isso é tudo o que Harry se lembra antes de ter sua mente apagada.
~*~
Harry está sendo apoiado contra a parede de uma sala, olhando para uma porta enquanto Simon e Paul conversam entre si em silêncio. Louis está pressionado contra seu lado e Zayn está prestes a chorar.
"Vamos juntos", murmura Louis em voz baixa. "Talvez se entrarmos juntos, podemos conversar uns com os outros e seu plano não vai funcionar."
"Não, nós vamos morrer de fome", rejeita Zayn. "Eles não precisam mais de nós. Eles vão nos manter lá até morrermos."
"Há apenas um andar", Harry sussurra. "Se pudermos chegar em uma janela, então podemos pular por ela."
"Impossível, Simon e Paul têm um milhão de Superiores aqui e não há nenhuma maneira de que todos nós possamos escapar."
"Não se um de nós fizer uma cena", aponta Zayn. "Se um de nós fizer algo, em seguida, os outros dois podem sair."
"Eu faço isso", diz Louis. "Eu vou fazer uma cena e vocês dois correm."
"Não", Harry quase grita. "Se você for morrer, eu vou morrer também, eu não tenho mais nada para viver se você não estiver aqui."
"Harry..." Louis balança a cabeça.
"Eu não vou deixar você morrer, Lou. Estou falando sério. Você é o único que pode ir até os outros e salvá-los antes que O Movimento os mate." Zayn projeta, seus olhos afirmando o que ele acabou de dizer. "Além disso, eu realmente sentiria sua falta."
"Eu faço isso", oferece Harry. "Eu mereço."
"Não", Louis sacode a cabeça. "Eu não vou deixar nenhum de vocês morrer. Eu me recuso."
"Então nós vamos entrar juntos?" Harry diz.
"Não", Zayn dá um passo à frente. "Nós não vamos. Todo mundo precisa de vocês dois para sobreviver, eles não precisam de mim. Eu vou."
"Não", Louis está chorando agora. Harry agarra sua mão e aperta firmemente para lembrá-lo de que ele não está sozinho. "Você é mais do que o seu poder, Zayn. Somos todos mais do que nosso gene. Nós apenas não fomos ensinados a pensar assim. Você vale alguma coisa. Você não pode morrer, você não pode.
"Podemos pensar em algo melhor, Zayn." Harry sussurra. "Nós não vamos deixar você."
"Não é uma escolha que vocês podem fazer." Zayn murmura e dá alguns passos na direção deles.
Zayn agarra Louis pelos ombros e puxa-o para um abraço apertado. Ele sussurra algo em seu ombro que Harry não pode ouvir e se separa depois de beijar sua testa e murmurar que ele o ama. Louis exclama um pequeno soluço e Harry sente que seu coração está ameaçando explodir. Zayn se move para Harry e o puxa em um abraço também. Harry retorna o abraço, dando a sensação estranha de ter alguém além de Louis pressionado contra ele, apertando firmemente.
"O que está acontecendo?" Harry pergunta.
"Cuida dele, Harry. Por favor."
"Eu..." a voz de Harry se agarra em sua garganta e ele tenta não chorar.
Os próximos segundos acontecem em um borrão, em um momento ele está olhando para Louis em confusão quando ele percebe que suas mãos estão colocadas atrás de suas costas, e então em seguida Zayn está correndo até Simon e Paul, e soca um deles no estômago, e Paul está segurando uma arma em sua cabeça e então em seguida Louis está agarrando Harry e o puxando até a porta.
"Você está sangrando", Harry grita para Louis, olhando para seu pulso. Harry observa enquanto os Superiores correm pelo extremo oposto do corredor com suas armas apontadas para eles. Um grito angustiado que soa como Zayn vem da sala. E então ele percebe o bracelete de Louis.
Ele olha enquanto Louis apertar a alavanca e jogar o bracelete na sala, e ele começa a correr. Ele se lembra de como a explosão foi enorme quando ele a testou, e ele sabe que eles não estão a uma distância segura dela. Ele para quando percebe que Louis não está ao seu lado e se vira. Louis parece perdido, como se estivesse vazio, com uma certa tristeza em seus olhos e lágrimas correndo abertamente por suas bochechas.
"Louis", Harry grita. "Você tem que correr. Louis."
Ele pega a mão de Louis e o puxa para frente, forçando-o a correr ao lado dele até o final do corredor. Ele abre uma janela e empurra Louis por ela. Um olhar atrás dele o faz perceber que os Superiores estão bem próximos. Ele olha em volta inutilmente; ele não tem ideia de como fugir, e Louis não é de nenhuma ajuda em seu estado.
"O que eu faço?" Harry sussurra para si mesmo. "O que diabos eu..." ele olha para Louis, que está lentamente se curvando em si. "Faço?"
Ele empurra a mão no bolso traseiro e sente-se aliviado quando seus dedos raspam sobre a borda metálica da placa hover desmontada. Ele a tira do bolso e aperta, abrindo a tábua antes de agarrar Louis e pular sobre ela. Ele pressiona seu pé no botão do meio e se inclina para dirigir a placa para frente.
Eles já estão no céu quando a explosão acontece através das paredes do edifício, iluminando o céu noturno com um brilho vermelho. A visão faz Louis agarrá-lo, e Harry nunca o viu tão delicado como agora.
"Zayn!" Louis grita com um soluço, e Harry tem que o agarrar contra seu peito com medo de que ele caia para fora da placa.
"Zayn está morto." Harry sussurra. "Eu sinto muito."