A Demanda

By madalenamarques126

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Quando olhamos para Ava James vemos uma rapariga que pouco ou nada fala, o que nos leva a acreditar que é don... More

Prólogo
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo IXX
Capítulo XX
Epílogo
Notas da Autora

Capítulo XXI

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By madalenamarques126


 O desespero apoderava-se dela. Andava de um lado para o outro, freneticamente, a tentar arranjar um plano para conseguir para-los. Mas como se nem daquela cela conseguia sair?

Frustrada, deu um pontapé na cadeira e esta tombou no chão. Quando olhou para ela, reparou que estava uma chave colada na base do acento. Tirou-a, rapidamente, e tentou abrir a porta. Mal ouviu um clique vindo da fechadura, precipitou-se lá para fora. Antes de sair, pegou na cadeira e levou-a consigo. Podia ser pesada, mas era a única coisa que tinha para se defender.

Começou a correr o mais depressa que podia, o seu primeiro passo era encontrar a sala com os monitores. No entanto, aquele sítio era um labirinto, todos os corredores eram iguais. De repente, quando estava quase a virar na milésima esquina, começou a ouvir passos. A rapariga ficou estática e empoleirou a cadeira em riste, para acertar em quem quer que fosse. Mal viu as duas sombras aproximarem-se levantou a cadeira, contudo um bradar familiar parou-a.

- Calma aí! Nós estamos aqui para te ajudar.- declarou David com as mãos no ar em sinal de rendição.

- Como é que vocês conseguiram aqui entrar?- interrogou ela, enquanto abraçava os dois. Nunca ficara tão feliz por ver alguém.

- É uma longa história.- começou Daniel a relatar.- Nós encontrámos a tua mãe numa esquadra da polícia, ou aliás, ela encontrou-nos. E já agora, vocês são mesmo a cara uma da outra. Pelos vistos, ela já andava de olho na Altum há muito tempo e tem cá um infiltrado que nos ajudou a entrar.

- O quê?! A minha mãe é arquiteta porque é que ela haveria de ter um infiltrado onde quer que fosse?

- Podes-lhe perguntar isso tudo depois, agora nós temos de ir embora. E já agora, toma a minha arma. Não vais muito longe com essa cadeira.

- Nós não podemos ir já embora. Eu descobri que eles têm bombas nucleares nos subterrâneos de imensas cidades por todo o mundo e que planeiam rebentá-las em breve. Eles chamam a isso o Propósito.

- Mesmo as pessoas que não sejam atingidas pelas explosões vão morrer devido à toxicidade libertada pelas bombas. Quando é que eles as vão rebentar?- interrogou David.

- Quando eu vi aquela sala era terça-feira e dizia que faltavam vinte e seis horas para a detonação. Eu não sei onde é que a sala fica, a porta era igual a estas todas.

- Isso quer dizer que temos duas horas e meia para salvar o mundo. Fazemos assim, eu vou ter com a tua mãe e tentamos encontrar a tal sala. Daniel, leva Ava daqui para fora e tentem pelo menos avisar as autoridades do que se está a passar.

Assim sendo, o trio separou-se. A ruiva e o amigo começaram a percorrer os corredores na tentativa de encontrar uma saída.

- Nem imaginas o quão preocupada a tua mãe está contigo.- perguntou Daniel.

- Duvido muito...

- Porquê?

- Talvez porque é ela me abandonou quando tinha doze anos.

- O quê? Foi assim que acabaste a viver com Isaac?

- Não, não foi bem assim. A minha mãe deixou-me em casa da minha tia no dia a seguir ao meu décimo segundo aniversário. Eu demorei quase um ano para perceber que ela nunca ia voltar para me vir buscar. Foi aí que eu tive uma discussão enorme com a minha tia e acabei por fugir de casa. Só conheci Isaac quando cheguei a Brighton. Eu tinha repulsa dele no início, mas acabei por me afeiçoar a ele.

- Eu entendo, mais ou menos. Os meus pais nunca me deram atenção a mim nem ao meu irmão. Quando era criança tinha medo que eles nos abandonassem com estranhos.

- A relação com a minha mãe nunca foi fácil, mas depois de o meu pai ter falecido e termos mudado de cidade tornámo-nos bastante próximas. Por isso é que eu não percebo porque é que ela o fez.

Eles os dois continuaram a caminhar em silêncio, até que de repente começaram a ouvir palmas e estacaram.

- Os meus parabéns. Devem ser os primeiros a conseguir invadir o Refúgio e a libertar-se de uma destas celas.- elogiou sarcasticamente Zach.- Lamento informar-vos, mas a vossa fuga acaba aqui.

- E quem é que tu pensas que és para nos barrares o caminho?- interrogou Daniel.

- O teu pior pesadelo.- respondeu ele apontando uma arma ao rapaz.

- Se tu lhe acertares, levas um tiro também.- afirmou Ava levantando a pistola em direção a Zach.- O Propósito está quase a ser alcançado, até lá não pode ser derramado sangue, lembras-te?

- Estás a esquecer-te que eu sou filho da Dirigente e que tenho uma passe V.I.P. para o Paraíso. Ao contrário de vocês, infiéis nojentos, que vão arder no inferno. Vá lá, ruivinha, baixa a arma e acaba com esta brincadeira. Olha para as tuas mãos, estão a tremer, nunca me vais conseguir acertar.

- Não passas de um fanático.- começou a dizer Daniel.- Este sítio vai estar cheio de agentes em breve, se nos deixares ir eles não te vão fazer nada de mal.

- Se há coisa que eu detesto é quando me vêm com tangas.- e ao proferir isto Zach deu um tiro fatal no outro rapaz.

- NÃO!- berrou a rapariga.

- E agora tu, ruivinha. Eu também não gosto quando me tentam enganar. Não sei se te vou dar uma morte tão limpa como a do teu amigo.

Ela fechou os olhos com muita força e esperou pelo pior. Subitamente ouviu um tiro, mas as suas mãos continuaram a tremer e o zumbido continuou a ressoar nos seus ouvidos. Quando se atreveu a abrir os olhos viu o corpo de Zach estendido no chão, à sua frente. De seguida, olhou para a esquerda onde jazia o corpo de Daniel e correu para ele.

- Não! Daniel aguenta-te, por favor. Eu não te posso perder, tu és um dos meus melhores amigos. Abre os olhos!

- Ele já não está entre nós.- Ava levantou a cabeça e viu a mãe, finalmente.- Levanta-te, temos de ir já embora.

- Eu não o vou deixar aqui sozinho. Ao contrário de ti, eu não abandono as pessoas que me são importantes.

- Agora não é a altura para isso. Daqui a nada vai aparecer aqui alguém, vamos embora agora!- sendo assim, a rapariga foi levantada pelo braço e obrigada a levantar-se.

Andaram as duas pelos corredores, silenciosamente, até que Susan estacou:

- Estão a vir duas pessoas na nossa direção.

- Como é que sabes? Eu não ouvi nada.

- Fica atrás de mim. Não faças nada.

A mulher abriu a porta atrás delas e entraram na cela. Passado uns segundos, Ava começou a ouvir dois homens que iam abrindo todas as portas e verificavam se estava lá alguém dentro.

- Era só o que me faltava.- dizia um deles.- Ter de ir trabalhar logo no dia do Propósito, em que dão uma festa enorme. Quando eu descobrir quem foi nem sei o que lhes faço.

- Lembra-te que a Dirigente os quer vivos. Vais voltar para o teu leitão mais depressa do que tu pensas, não te preocupes.

Quando se começaram a aproximar, Susan começou a disparar contra eles.

- Este é o teu grande plano? Eles são dois!

- Ajudas mais se tiveres calada. Dá cá isso.- como a sua arma tinha ficado sem balas tirou a de Ava das mãos, mas também essa ficou depressa sem munições.

- E agora?

- Rezas para que David tenha conseguido ir buscar ajuda.

Os dois homens, altos e corpulentos, entraram na cela e arrastaram as duas para fora.

- Com que então foram vocês que tentaram invadir o Refúgio. Realmente há pessoas tão pouco inteligentes.

- A Dirigente vai ficar tão satisfeita connosco por vos termos apanhado. Até vão assar um leitão inteiro só para mim.

Um deles disse alguma coisa para o walkie-talkie e, de seguida, levaram as duas para o elevador. Ao saírem, ficaram as duas temporariamente cegas por causa da luminosidade. Quando os seus olhos finalmente se acostumaram ao sol, puderam reparar que a música que ouviam vinha de grandes colunas no exterior, onde todas as pessoas dançavam, comiam e celebravam. De lá de fora, veio Mlle. Girard que quando as viu ficou bastante animada, como se fossem todas amigas que não se viam há anos.

- Vejam quem nós temos aqui! Susan é um prazer finalmente conhecer-te.

- Não posso dizer o mesmo.

- É tão bom ver-vos juntas, adoro reconciliações. Mas estão a faltar dois rapazes, onde é que eles estão?- a única resposta que recebeu foi silêncio.- Bem, eu convidava-vos para a festa, no entanto devem ter imensa coisa para pôr em dia, vou-vos dar privacidade. Vocês os dois, levem-nas para o reservatório de água e quando acabarem vão procurar os dois rapazes que estão a faltar e o meu filho. Foi um prazer ver-vos.

Quando a Dirigente acabou de falar, Ava e Susan foram depositadas nas traseiras de uma carrinha que andou vários quilómetros até aos campos agrícolas. Ao lá chegarem, notaram que havia um grande buraco no terreno completamente vazio. Os homens sentaram-nas mesmo no meio, viradas de costas uma para a outra, com os joelhos no peito e as mãos atrás das costas. A seguir, apressaram-se a prendê-las com corda. Finalmente, giraram a válvula ao lado do grande cano que se encontrava num dos extremos do reservatório e começaram a sair litros e litros de água a uma grande velocidade. Os homens olharam para elas com um ar triunfante:

- É isto que acontece a quem tenta parar o Propósito.- e dito isto saíram com a carrinha.

- Há alguma coisa que me queiras dizer?- perguntou Susan.

- Não pareceste muito surpreendida quando eles falaram sobre o Propósito.- a mulher deu um suspiro de desilusão com a pergunta da filha.

- Nós já andamos a ouvir rumores sobre isto há anos.

- Nós quem? Mas o que raio é que se está a passar?

- Vê a maneira como falas!

- Eu falo como bem me apetecer. Depois de estares fora quatro anos não tens moral nenhuma para te armares em minha mãe.- por aquela altura, a água já lhes chegava a metade das pernas.

- Eu sou a tua mãe quer queiras quer não, a moral não tem nada a ver com isso. Além do mais, eu não te abandonei, eu deixei-te em casa da tua tia. Sendo assim, estás aqui a fazer o quê?

- E o que é que tu estás aqui a fazer? E que conversa é essa de teres aqui um infiltrado?

- Um dia destes explico-te tudo. Agora, tenta tirar a lâmina que tenho no meu bolso esquerdo das calças que eu não chego lá.

- Está bem.

- Tem cuidado, não deixes a corrente levá-la.

Ava conseguiu tirar a lâmina e passa-la para a mãe. Os minutos passavam e a água continuava a subir e a subir.

- Falta muito?

- A corda é grossa, isto não é fácil. Pronto já está!

Susan apressou-se a tirar o resto das suas cordas e a libertar Ava. Por agora estavam a salvo, mas isso era só temporário.

*  **  *

Entretanto, alheia aos últimos acontecimentos, Mademoiselle Girard encontrava-se na sala de controlo a fazer os preparativos para a realização do Propósito. Infelizmente, o Refúgio recebera alguns convidados imprevistos, mas ela já tinha tratado disso. De súbito, ouviu a porta atrás de si a abrir-se lentamente e virou-se.

- Heidi, que susto que me pregaste! Como é que encontraste este sítio?

- Eu segui-a até aqui.

- E porque o fizeste?

- Porque eu descobri a verdade por detrás de todas as mentiras que me tem contado.

- Mentiras? Como poderia eu mentir-te quando a única coisa que fiz foi oferecer-te uma cama, comida quente e a possibilidade de ires para o paraíso? Se és assim tão ingrata, devia ter dito não ao teu pai quando me pediu para cuidar de ti, porque ele próprio não tinha tempo.

- Chega dessa história inventada, eu já não acredito mais. Se ele não podia cuidar de mim, como é que ele tem tempo para cuidar dos três filhos e da mulher? Eu entendo, uma filha bastarda mancha a imagem de um grande empresário como ele.

- Não sei quem te contou isso, mas garanto-te que foi só para te magoar.

- Eu encontrei um artigo numa revista da mochila de Ava. Não há como negar.

- Daqui a uns momentos, tu e o teu pai vão estar outra vez juntos no paraíso e poderás fazer-lhe todas as perguntas que tiveres.

- E afinal de contas isto é que é o Propósito? Mandar-nos a todos pelos ares?- ao ver aquela sala, Heidi depressa se apercebera do que se estava a passar.

- O Propósito é o momento em que vamos finalmente sair deste mundo maligno que nos destrói e corrompe. Vem, junta-te a mim. Rezaremos juntas até ao momento final.

- São pessoas loucas como a senhora que nos destroem. O mundo é aquilo que nós fizermos dele, está tudo nas nossas mãos.

- E pensas fazer o quê? Armar-te em heroína e parar a contagem decrescente? Podes deixar de esconder essa arma atrás das tuas costas, eu já a vi. Mesmo que me mates a única maneira de parar o Propósito é clicando naquele botão vermelho. E se o fizeres um espigão com veneno é acionado e terás uma morte lenta e dolorosa. Como é que vai ser? Esperas que o cronómetro chegue a zero, tens uma morte rápida e és salva, ou faleces lentamente e ardes no fogo do inferno para sempre?

Como resposta Heidi deu um tiro no meio da cara delicada da Dirigente. De seguida, clicou no botão vermelho e disparou contra si mesma para se poupar à dor.

*  **  *

A caminhada desde os campos agrícolas até ao edifício principal era bastante longa se fosse feita a pé. Sendo assim, Susan e Ava demoraram horas para conseguir chegar ao seu destino.

- Acho que agora é uma boa altura para me contares a verdade. Podes começar pelo facto de não seres arquiteta, o que é que tu fazes afinal?- interrogou a rapariga.

- Bem... a verdade é que eu trabalho para MI6. E há muitos anos veio-nos a informação de que um francês que estava a viver na Bélgica tinha um documento sobre uma organização secreta.

- Esse homem era Isaac, certo?

- Exato. Nós já tínhamos ouvido um rumor ou outro, mas nada que fizesse soar o sinal de alarme. Por isso, nós analisámos a cópia do documento que ele nos forneceu e chegámos à conclusão que era autêntica e que era preciso agir.

- E o que é que constava no documento?

- Não te posso dizer, isso é confidencial. A questão é que nós viemos a descobrir que a Altum é bastante poderosa e influente. Não demorou muito tempo até começarem a aparecer obstáculos na nossa investigação.

- E acabou mal, certo? Foi por isso que Tom e Isaac tiveram de fugir.

- Como é que sabes quem foi Tom?

- Eu cruzei-me com ele. Quem é que ele era afinal?

- Apenas um colega meu e do teu pai. Sim, é verdade a missão acabou bastante mal. Um dos problemas foi Isaac ter escondido o documento original, isso pôs em causa a autenticidade das nossas informações.

- E isso teve alguma coisa a ver com o facto de me teres deixado quando tinha doze anos?

Por uns minutos fez-se silêncio. A rapariga não percebia se a mãe estava a pensar ou se escolhera ignorar a pergunta. Talvez assim fosse melhor, talvez ela não quisesse ouvir a resposta.

- Quando o teu pai morreu e a missão foi cancelada, eu saí do MI6 e jurei nunca mais voltar. E aí sim, eu tornei-me uma arquiteta verdadeira. Mas passado uns anos uma antiga colega minha contactou-me e disse-me que tinha encontrado novas pistas sobre o caso e que precisava da minha ajuda. Tu podes não perceber, mas aquela investigação arruinou e mudou a vida de muitas pessoas.

- E foi por isso que o foste fazer uma segunda vez.- Susan abriu a boca para falar mas a rapariga continuou.- Da primeira vez, perdi o meu pai e da segunda eu perdi a minha mãe, será que valeu mesmo a pena?

- Eu não podia deixar que as consequências da primeira missão tivessem sido em vão e sim, eu acho que valeu apena. Eu deixei-te em casa da tua tia porque sabia que lá estarias a salvo. E se eu nunca o tivesse feito e se tu nunca tivesses fugido...- Susan proferiu estas últimas palavras com o sobrolho levantado.-... O mundo já nem sequer existiria.

- Tens uma certa razão... Mas vai demorar muito tempo até eu te perdoar.

- Vá dá-me lá um abraço.

A ruiva lá acabou por o fazer. Embora relutante no início, ela não podia negar as saudades que sentia.

Quando lá chegaram, o sol já se punha no horizonte. A festa tinha agora dado lugar a carros, jipes e centenas de agentes federais. Por todo o lado viam-se pessoas a serem algemadas e interrogadas.

Ao longe, viu David a correr para ela. Por momentos, pensou que fosse Daniel.

- Finalmente, tu apareceste. Nós chegámos à tal sala e a Dirigente estava morta tal como uma adolescente. Achamos que foi ela quem parou a contagem decrescente. Foram vários agentes à vossa procura, onde está Daniel?

A rapariga engoliu em seco. Como ia ela dar esta notícia?

*  **  *

O que acharam? O trio conseguiu salvar o mundo, mas sofreram muitas perdas.

Heidi na multimédia.


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