Sequestrada (1º Edição - Comp...

De ThamirsGomes

220K 10.2K 3K

Classificação: Recomendada para maiores de 18 anos Gêneros: Drama (Tragédia), Romance e Novela, Violê... Mais

Apenas finja que nada aconteceu e continue vivendo. Afinal..
Capítulo 1
Capítulo 2 - "E quantas vezes você pensou em desistir de tudo?"
Capítulo 3
Capitulo 4
Capítulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capitulo 19
Capítulo 20
Capitulo 21
Capítulo 22
Capitulo 23
Agradecimentos

Capítulo 18

5.8K 326 158
De ThamirsGomes

*Megan

Havia amanhecido e eu não tinha dormido. Vários pensamentos rondavam pela minha cabeça pelo fato de eu estar com uma arma. O medo era grande em fechar os olhos e ouvir um barulho de tiro pra cima de mim.

Levantei da cama e troquei de roupa. A casa estava silenciosa desde ontem, então eu poderia fazer qualquer tipo de barulho.

Trêmula, peguei a arma e sai do quarto descendo as escadas rapidamente e indo até o enorme jardim. Meu coração acelerava cada vez mais rápido quando eu tentava procurar um alvo.
Uma casinha de passarinho estava em cima de uma cerca. Eu havia feito ela quando tinha 11 anos de idade e nenhum passarinho havia pousado nela.

Andei um pouco e fiquei em uma distância razoável em frente a cerca.

Com as duas mãos apontei e mirei a arma em direção ao meu alvo. Com um olho fechado e o outro aberto eu sentia uma confiança que iria acertar.

Apertei o gatilho, mas nada aconteceu.

Merda. Provavelmente estava sem bala. Igual a última vez que peguei a arma dele.

Bufei irritada e me virei dando um pulo em seguida quando vi Harry andando na minha direção. Ele olhou para a arma em minhas mãos e depois me olhou.

— Onde arrumou isso? - ele me perguntou grosso. Ótimo, iria levar bronca.

— Tenho mesmo que responder? - perguntei com um pouco de medo dele que se aproximava cada vez mais. Ele ainda queria respostas. — Quero aprender a usar.

— Pra que? – perguntou parando em minha frente.

— Defesa. – disse como se fosse óbvio. Ele pensou um pouco e pegou a arma das minhas mãos, abrindo ela.

— Sem balas. - ele disse um pouco mais baixo. — Arranjou isso com o Blaine?

— Ele não sabe. - disse envergonhada. Harry me olhou e jogou a arma de Blaine na grama pegando a sua no cós da calça e destravando. Na mesma hora, ele me puxou pra perto dele, guiando minhas mãos posicionando-se no revólver.

— Mira em um foco. - ele disse firme, respirei fundo e mirei na casinha de madeira. – Tem certeza que é lá que você quer acertar? – falou bem perto do meu ouvido e eu balancei a cabeça dizendo que sim. — Então atira. – minhas mãos tremeram um pouco e eu atirei o barulho e o impacto era impressionante.

Cerrei os olhos e vi que eu não havia acertado onde queria. Harry se afastou de mim.

— De novo. – ele falou em um tom mandão e novamente mirei na cerca, e acertei. — Descarrega o revólver. – ele ordenou e eu pisquei algumas vezes mas fiz. Passei a língua entre os meus lábios e descarreguei o revólver no mesmo lugar, depois de um tempo me toquei que eu apertava o gatilho, mas não saia nada.

Soltei o ar de forma exagerada e Harry começou.

— Nunca desconte o ódio que tem enquanto atira, sempre mantenha a calma. – ele pegou a arma das minhas mãos carregando-a. — Pode ficar com ela. - disse me entregando de volta. — Eu tenho que ir. Não esqueça de entregar essa aqui para o Blaine. - ele pegou o revolver da grama, me entregou e começou a andar e se afastando, mas eu o chamei.

— Harry? - ele olhou para trás. — Obrigada.

— Não precisa me agradecer, eu não fiz nada. - ele diz voltando em seguida a andar. Ouço o barulho da porta de seu carro e assim que ele dá partida, nem me passa na cabeça que aquela seria a última vez que eu iria ver ele hoje.

*Harry

Desço do carro e entro no tal lugar abandonado. Dou alguns passos à frente e ouço passos atrás de mim, mas assim que viro para ver quem era, algo tapa a minha visão e a minha respiração. Um saco preto havia sido colocado na minha cabeça.

Fui jogado em cima de uma cadeira e amarrado atrás das costas no pulso. O saco foi arrancado da minha cabeça me fazendo puxar com força o ar, mas mal terminei e uma fita adesiva foi colada na minha boca.

A primeira coisa que vi foi Pither na minha frente.

— Fredo, chegou cedo para festa. - ele começou. Me movimentei tentando me soltar. — É melhor não. - ele diz. Um dos caras que estava ao seu lado entrega duas luvas de couro preta e Pither coloca em suas mãos.

Estrala os dedos e move o pescoço fazendo o mesmo.

Quando distraio-me, recebo um soco no rosto.

— Quantas vezes mandei você não se meter na minha frente. - e me dá outro. — No que é meu. - e mais um. — Seu idiota. - soltou um suspiro rápido, alto e cansativo.

Minha cabeça tomba para o lado e sinto o gosto de sangue dentro da minha boca tampada.

Pither coça o nariz e me olha. Vem novamente até mim mas não me soca e sim puxa a fita com força da minha boca. Mas a dor dela não se igualava com as dos socos.

— Ótima conversa. - disse assim que cuspi todo o sangue parado na minha boca.

— Não seja ingênuo.

— Eu!? - digo pasmo, minha cabeça tomba para o outro lado. — É você que está me socando com mais três caras em volta. Pensei que você era homem.

— Mais que você.

— Não parece, achei que era eu contra você, não eu contra quatro.

— Está com medo?

— Não parece que eu estou com medo já que vim sozinho diferente de você. Porque não acabamos logo com isso? Está com raivinha porque o seu cara foi morto? Quer saber como foi?- digo com raiva mas tentando me acalmar ao mesmo tempo por causa da dor que eu estava sentindo no maxilar. — Lenta e dolorosa. - ri. — ou foi rápida? - ri novamente. — Só sei que eu não queria estar na pele dele naquela hora.

— E eu não quero estar no seu agora. - ele diz olhando depois para um cara atrás de mim. — Aquele ali é o Yvo.

— Que nome de apelido de mamãe em Yvo. - ri e minha cabeça tomba pra frente.

— Brinca Puckerman. Brinca o quanto quiser. Mas vai ter uma hora que você irá se arrepender. Mostre para ele o que você sabe fazer. - o tal Yvo vem até mim e começa a me dar socos no estômagos. Eu não conseguia nem me curvar já que estava amarrado. Recebi acho que uns 6 socos antes de Pither fazer um sinal com a mão para Yvo se afastar.

Eu solto uma cuspida de sangue em direção ao Pither que acaba parando em seus pés. Ele vem até mim e me dá outro soco na cara. Sinto mais sangue na minha boca. — Onde estão as malditas fotos? - ele pergunta assim que pega um pedaço do meu cabelo puxando minha cabeça para te observar.

— Puta que pariu. - começo a rir. Mesmo com dor. — Você está trabalhando para aquele desgraçado agora! Não é capaz de fazer nada sozinho? - levei um outro soco.

— Não brinque comigo.

— Bate me, quantas vezes quiser, aquele infeliz não vai se safar dessa. - Pither dá uma olhada para um dos três caras que estavam em volta.

— Quero te ouvir gritar. - um deles diz perto de mim e o outro desenrola um saco com várias ferramentas dentro.

— Eu bem que queria te ver ser cortado fatia por fatia, mas eu tenho outros planos. - Pither diz batendo de leve a mão nas costas de Yvo. — Cuidem dele até eu voltar. Comporte-se menino.

*Megan

Estava na cozinha quando ouço um barulho de carro e novamente um barulho dentro da casa. Vou até a porta e três homens de preto entram rapidamente indo até o escritório de Harry. Ouço barulho de algo quebrando e sendo jogado no chão. Os três voltam com um pacote branco nas mãos para fora da casa indo pata o carro cantando pneus em seguida. Começo a processar o que eu tinha acabado de ver e vou até o escritório vendo o mesmo bagunçado e revirado. Realmente não era normal o que havia acabado de acontecer.

Passou algumas horas e percebi que alguém entrava com o carro no jardim.

Era Blaine.

Assim que ele descia do carro eu ia até ele.

— O que ouve. - Blaine diz vindo até mim desconfiado pela minha cara.

— Três homens de preto entraram aqui rapidamente e foram até o escritório saindo com um pacote branco.

— Não. - Blaine disse passando por mim e entrando na casa, indo até o escritório. Fui atrás dele e ele foi até a estante de livros, que a propósito, estavam espalhados pelo chão. Passou as mãos pelos cabelos e eu fui até ele ficando do seu lado. Agora sabia porque os livros estavam jogados no chão. Eles escondiam um cofre.

— O que tinha aí? - perguntei curiosa.

— As fotos. - ele respondeu. Olhei para ele e depois para o cofre. As fotos do meu pai. — Você viu quem era? Conheciam os caras? - balancei a cabeça que não. Eu nunca sequer tinha visto aqueles caras na minha vida.

— Você acha que foi meu pai? - perguntei tendo certeza que foi meu pai.

— Eu não sei. - ele disse indo até o cofre e observando a porta dele. — Não foi arrombado. Como ele saberia o lugar e a senha? - Blaine estava mais confuso que eu. — Harry não deu as caras? - neguei com a cabeça. Havia três dias que ele não dava noticias. Blaine e Kevin estavam realmente preocupados e eu também estava começando a ficar.

A noite caiu e eu não conseguia dormir. Devia tomar a droga dos comprimidos outra vez. Me levanto da cama, olhando as horas, 2h00 da manhã e eu ainda não tinha pregado o olho. Provavelmente uma ducha quente vai criar a magia do sono. Vou até o banheiro e arranco minhas roupas entrando debaixo do chuveiro em seguida. Assim que saí do banho, coloco uma blusa de manga curta que vai até abaixo da minha calcinha. Meus olhos caiam de sono. Porcaria de insulina estou completamente exausta mas não consigo dormir.

Deito-me na cama e assim que fecho os olhos ouço um pequeno barulho que para na mesma hora. Eu ia jurar que ouvi algo. Acho que estou começando a enlouquecer. Fechei meus olhos novamente e mais uma vez ouço o barulho. Levantei e fui até a porta na ponta dos pés. Será que aqueles caras voltaram?

Abri um pouco a porta e dificilmente vi pelo escuro Harry se segurando na parede do corretor.

— Ai meu Deus está ferido. Vou chamar uma ambulância. - disse rapidamente assim que me aproximei dele, mas com medo de toca-lo.

— Não. - ele diz fraco. — Sem ambulância só me ajude a ir para o quarto. - disse com a voz falha. Lentamente coloquei meu braço em volta da sua cintura e ele apoiou o seu no meu ombro. Ele mancava a cada passo que dávamos.

— Está mesmo mal. Você precisa de um médico. - disse para ele assim que o ajudei a sentar na cama.

— Devo ter uma ou duas costelas quebradas, não vai me matar. Mas dói pra caralho! - ele diz enquanto acendo a luz de seu quarto e volto para tirar seu casaco. Seu rosto estava roxo, com sangue seco. Vou ajudá-lo primeiro e fazer perguntas depois.

— Sua cabeça está sangrando, parece profundo. - digo e vou até o banheiro procurando alguma coisa que eu possa desinfetar as feridas.

— Debaixo da pia. - ouço Harry dizer. Me ajoelho e vejo uma maleta branca e pequena. Assim que pego, volto para o quarto e deixo-a em cima da cômoda. Harry estava apoiado com um braço na cama e a outra mão em cima da costela.

— É capaz de arder bastante. - digo quando coloco o líquido no algodão. Passo lentamente na sua testa limpando-a. Nunca havia feito sequer um curativo, nem os meus, eu ia sempre ao hospital.

Percebo que ele me olhava, mas não desvio minha atenção do ferimento. Eu poderia ouvir os batimentos do meu coração rápidos agora. Engoli em seco. Eu realmente estava ficando envergonhada do jeito que ele me encarava.

Havia também me esquecido que estava sem um shorts.

— Pronto pelo menos não vai piorar. - eu acho.

— Obrigado. - ele diz abaixando a cabeça. Olho para a maleta e encontro um analgésico paracetamol. Pego ele e leio no vidro "administrar em casos de dor intensa. Tomar outro em 24 horas."

— Tome, isto vai te fazer bem. - digo entregando o comprimido.

— O que é?

— É um analgésico. Ajuda a diminuir a dor. - ele pega o comprimido e coloca na boca sem precisar de água. Quando vou guardar o vidro Harry pega da minha mão abrindo a tampa. — Aí diz que tem que tomar outro daqui 24 horas. Não me parece boa ideia ultrapassar a dose. - ele não me ouve e engole mais um.

— Não posso esperar. - diz colocando o vidro de qualquer jeito na caixa. — Vou tomar um banho.

— OK, eu te ajudo. - digo o ajudando a se levantar. Assim que chegamos na porta do banheiro eu paro o soltando e ele continua andando. — Eu vou esperar aqui na porta, se precisar de alguma coisa é só dizer. - ele deixa a porta entreaberta e eu consigo ver pela brecha da porta ele tirando a blusa com dificuldade. Suspiro e fecho os olhos, depois de um tempo ouço a água do chuveiro cair. Vou até a cama e me sento nela. O sono estava quase batendo. Só porque agora não podia dormir!

O que será que havia acontecido com ele? Será que foi Josh a pedido do meu pai?

Esses tipos de pensamentos rondam na minha cabeça e eu nem percebo que a água do chuveiro para de cair. Depois de um tempo a porta do banheiro é aberta. Ele diz algo que eu não consigo escutar porque estou em transe olhando para sua toalha enrolada em seu quadril.

— Me ouviu? - ele diz assim que dá um passo à frente. Eu pisco um pouco e levanto meu olhar até ele.

— An?

— Eu disse obrigado por ter ficado. Já estou um pouco melhor. - eu me levanto e ele vai até o closet buscar uma roupa limpa.

— Ok, eu vou para o quarto. - saio fechando a porta. Volto para o quarto e deito na cama. Minhas pupilas caem e quando finalmente durmo ouço um barulho. Acordo assustada e rapidamente me levanto indo até o quarto de Harry. — Ô meu Deus. - digo assim que vejo ele desmaiado no chão ao lado da cama. Ele já estava vestido, uma calça de moletom cinza, enquanto na sua mão segurava uma camisa de manga curta.

Olho perdida para ele caído diante de mim. Tem que haver alguma coisa que eu possa fazer. Me agacho ao seu lado e toco seu rosto, ele realmente estava apagado. Me levanto colocando uma perna de cada lado do seu quadril e pego seus braços tentando levanta-lo até ficar a altura da cama. Deus, como ele é pesado!

Coloco ele deitado na cama e apoio sua cabeça no travesseiro.

— Harry? Harry, consegue me ouvir? - digo afastando seus cabelos da testa. Ele parece acordar um pouco. Mas apaga novamente. Dou a volta na cama e sento ao seu lado pensando em esperar ele acordar. Tomara que não demore.

O sono bate e eu começo a cambalear para os lados. Olho no relógio da cabeceira que marca 3h20 da manhã. Quando passa um minuto, eu durmo sem perceber

— Ai. - ouço. Abro os olhos rapidamente e vejo Harry se sentando na cama. Ele geme de dor por causa das costelas.

— Como está se sentindo? - pergunto me sentando na cama e bocejando em seguida.

— Já estive melhor. Estive inconsciente muito tempo? - ele pergunta e eu olho para o relógio.

— Umas 2 horas. - digo coçando os olhos me levantando. — Eu vou para o quarto.

— Megan. - ele diz e eu viro olhando para ele.

— Obrigado. - dou um pequeno sorriso e fecho a porta. Hora de dormir.

Acordo ainda com sono me rastejando até o banheiro, tomo uma ducha e me troco. Assim que sento na cama e pego meu celular, me lembro de Harry. Levanto largando o aparelho em qualquer lugar e vou até seu quarto. Paro de frente a sua porta e então bato escutando um entre em seguida. Giro a maçaneta lentamente e entro dando de cara com Harry sentado no chão com várias papeladas em sua volta. O quarto estava bem claro, as cortinas das janelas estavam todas abertas, até as da sacada.

— Está tudo bem? - pergunto indo até ele.

— Tá, eu só estou conferindo umas coisas. - Diz sem olhar para mim. Me pergunto como ele conseguiu sentar no chão com as costelas ruins. Me inclino e sento ao seu lado fazendo-me olhar confuso.

— Tenho que contar algo. - Vejo as pupilas de seus olhos vidradas no meu rosto. A cor um pouco verdes em volta era um paraíso.

— Diga. - ele diz me tirando do transe, o lado esquerdo da sua bochecha estava  roxa e havia um pequeno corte em sua testa.

— Uns caras vieram aqui e abriram um cofre que estava na estante do seu escritório.

— Eu sei. - ele diz voltando a sua atenção nas papeladas.

— Achei até que foi meu pai.

— Não foi. - olho para os papéis e depois em volta do quarto. Este costumava a ser o quarto dos meus pais. Era o maior de todos, por mais que os outros também fossem grandes esse daqui era mais. Tinha dois closets e o banheiro era o único que tinha uma banheira.

— Blaine sabe que você está de volta? Ele estava muito preocupado.

— Não tenho mais celular. - responde mexendo nos papéis. Fico um pouco em silencio mas volto a falar.

— O que são tudo isso? - pergunto e ele me olha. — Eu só quero fazer alguma coisa. Não é atoa que estou passando uns dias aqui. Eu preciso saber de algo. - digo tristonha e desanimada. Harry não diz nada apenas continua me olhando pensativo. Um frio na barriga passou como se borboletas voassem pelo meu estômago. Ele desvia o olhar rapidamente para novamente dar atenção nos papéis.

— Alguns documentos. - ele responde. Engoli em seco e vi que sua testa sangrava, ele também havia percebido.

Me levantei e peguei a maleta que continuava ao lado da cama. Peguei um algodão, água boricada e um tecido pequeno. Voltei até ele e molhei o algodão com a água, passando em seguida em sua testa. Ele não exitou, apenas ficou parado. Harry molhou os lábios com a língua quando me olhou e assim passei a sentir um pouco de calor, eu não sabia se olhava para seus olhos, sua boca ou para o machucado. Estava sentada de joelhos em sua frente, não estava tão alta que ele, pois nossos rostos estavam na mesma altura.

Harry pousou sua mão na minha coxa exposta pela camisa grande e meu coração começou a acelerar cada vez mais, o desespero me consumia junto com o prazer. Sua mão passou a dar carinhos pela minha perna e com a sua outra mão tocou meus cabelos e o colocaram atrás da minha orelha com delicadeza. Eu estava parada igual uma estátua enquanto segurava o algodão úmido em sua testa.

Harry, devagar, puxou minha cabeça para mais perto e eu pude sentir sua respiração bem próxima. Eu não piscava, eu não respirava e não me mexia.

Fechei meus olhos quando ele começou a se aproximar, senti seu nariz encostando no meu e finalmente seus lábios.

O beijo era calmo, lento, molhado e ardentemente sensual. Soltei o algodão e deixei minha timidez de fora, passando minha mão atrás da sua nuca devagar e carinhosamente. Sua língua mergulhou em minha boca e ele segurou firme suas duas mãos em minha cintura fazendo-me sentar devagar em cima dele. Suas mãos foram de encontro nas minhas costas e lentamente foi indo para baixo da minha blusa acariciando, passando pelo lombar de minhas nádegas, enquanto as minhas estavam enlaçadas nos seus cabelos. Senti alguns papéis nos dedos dos pés mas não dei importância, eu queria realmente sentir mais daquele beijo.

Desci minhas mãos pelos seus ombros e passei pelo peito e depois a barriga puxando sua camisa para cima com calma. Eu não queria machuca-lo.

Assim que sua camisa saiu por inteiro e eu joguei no chão em qualquer lugar nossos olhos se encontraram. Um frio na barriga novamente voltou quando estávamos nos olhando, apenas um encarando as pupilas do outro. Ele era tão lindo, eu nunca tinha reparado tão bem quanto hoje. Nem na nossa primeira vez.

Ele foi se aproximando e novamente seus lábios se encostaram nos meus, lentamente seus beijos foram fazendo caminho até o meu pescoço. Levantei a cabeça com os olhos fechados e puxei os cabelos da nuca dele. Harry arrancou minha blusa e me deitou no chão lentamente em cima dos papéis. Começamos a nos beijar antes mesmo dele descer a mão até a minha calcinha e depois subir até meus seios expostos, percebendo que eu estava sem o sutiã.

— Aí. - ele diz com uma careta fofa assim que minha mão passa em algum machucado de seu corpo.

— É melhor não. - digo o afastando de leve e me levantando, pegando minha blusa.

Praticamente corri para o meu quarto, trancando a porta. Apesar de querer estar com Harry entre os lençóis, eu realmente deveria manter distância entre nós. Não tive tempo suficiente para me convencer de que não deveria me conectar emocionalmente a ele. 

Fiquei parada no meio do quarto, olhando para qualquer lugar, pois meus pensamentos estavam longes. Coloquei um sutiã, uma outra blusa e um shorts, e sem perceber o que estava fazendo, comecei a caminhar pelo corredor às cegas. Desci as escadas e fui até o jardim sentando no gramado verde e cortado. Olhei para a casa de passarinho que estava a pequenos metros de mim.

O que pensa que estava fazendo Megan?

Perguntei para mim mesma cobrindo minhas mãos no rosto.

Ouço um barulho vindo em frente a casa. Se for uma da tarde, deveria ser Blaine, era a hora que ele vinha para cá. Ele não saberia que eu estava no jardim então me levanto e entro. Assim que apareço na sala, Blaine já estava na ponta da escada indo para o corredor no andar de cima.

Quando começo a subir ouço ele.

— Harry? - silêncio. — Aonde você esteve cara? - Ando em passos lentos pelo corredor e paro ao lado da porta encostada na parede para ouvir a conversa. — O que aconteceu com você? - Blaine pergunta preocupado e confuso.

— Pither. - Ele diz com a voz de dor.

— O que aquele desgraçado fez?

— Me torturou por causa das fotos. O desgraçado está trabalhando para o prefeito. - Lembrei da conversa que ouvi deles lá em casa durante a festa de natal. Em troca das fotos meu pai dava o Harry para Pither, mas ele não estava mais preso, como que ainda faziam um acordo?

— A qualquer momento o prefeito pode vim aqui querendo me matar. Ele já tem as fotos, não há mais nada para ele temer em vim aqui. - Harry disse. Olhei para dentro do quarto e os dois não podiam me ver. Corri para o quarto que estava e tranquei novamente a porta sem fazer nenhum barulho. Fui até o guarda roupa e troquei de roupa. Hoje eu não iria ficar dentro dessa casa mais uma vez fazendo nada.

Continue lendo

Você também vai gostar

126K 8.4K 47
1° livro da trilogia Profanação. Lilith River é uma garota tímida e retraída. Sem amigos, ela sempre sentiu que era sozinha no mundo, não era mereced...
1K 111 2
|+18 ⚠️Contem linguagem de baixo calão, Sexo explícito e relacionamento tóxico⚠️ Théo sempre teve curiosidade quando se tratava de Winny, a sua inocê...
1.7M 159K 43
🥇 1° lugar como BadBoy 🥇 1° lugar como erótico Harry F. Evans é tudo aquilo que uma garota evita se envolver. Problemático, usa sarcasmo além do q...
111K 8.2K 15
Eu era mundialmente conhecida como a 'Garota de Sorte', em parte em uma referência ao meu filme de maior sucesso, em outra pela minha própria históri...