Entrei no quarto e já rolavam lágrimas de meus olhos.
Meu pai não entende que eu amo lá fora.
Deitei com a roupa que estava mesmo, apaguei lá e nem liguei o celular, fiquei pensando até a porta do meu quarto ser aberta.
- Manu? Já dormiu?- Era a voz do meu pai, não respondi, ele entrou e se sentou na beira da minha cama, abri meus olhos.
- Filha, olha, me desculpa? Eu sei que você gosta muito de sair, eu só quero te proteger, mais quando eu era novo, vivia indo para aqueles lados, desde novinho comandava o tráfico já, um dia um policial me pegou e me arrebentou velho, e tipo eu consegui escapar e continuei indo pra lá, e eu quando conheci sua mãe, ia lá na casa dela, mesmo o pai dela sendo o que é, e se tinha um lugar em que adoravamos, era a praia, na verdade a praia é como se fosse nosso ponto de reconciliação, e eu não vou impedir de ir lá, ou em outros lugares para aqueles lados, mais toma cuidado por favor minha princesa.- Falou e sorri fraco, levantei e abracei ele forte.
- Eu te amo pai, eu prometo que vou tomar cuidado.- Falei e ele beijou minha testa.
- Agora vai dormir que é tarde.- Falou e olhei para o despertador, eram 04:11.
- Ta, boa noite.- Falei e ele saiu do quarto.
- Boa noite filha.- Fechou a porta, levantei e coloquei uma camisola, deitei e logo apaguei.
Acordei e peguei meu celular, não acredito, já eram 06:34, pulei da cama, peguei uma roupa qualquer e fui para o banho, tomei o banho mais rápido da minha vida, soltei meu cabelo e passei uma maquiagem bem básica, peguei minha mochila.
Peguei meu celular e desci correndo, Miguel não estava, peguei uma maçã e sai correndo de casa, estava descendo quando vejo alguém rindo.
- Atrasada?- Ele perguntou e afirmei.
- Muito.- Falei o olhando.
- Vem te dou uma carona.- Falou e neguei.
- Não Logan, acho que da tempo.- Falei, mais já eram 06:53.
- Vem logo Manuela, para de ser marrenta.- Virei os olhos e sorri, montei em sua garupa e ele acelerou, mais antes me deu um capacete e falei o endereço pra ele.
Chegamos na escola rapidinho e ainda não havia batido o sinal, desci da moto e o entreguei o capacete.
- Obrigada Logan, sério se não fosse você não chegava.- Falei e ele sorriu.
- Magina Manu, pode contar comigo, e foi por minha culpa que tu dormiu tarde.- Falou me fazendo rir, as meninas estavam tudo olhando para ele, o que não sei porque me deixou nervosa.
- Tchau, a gente se vê.- Beijei sua bochecha e entrei na escola.
- Amiga? Quem era o gato com você. -Perguntou Juuh me parando.
- É novo lá no morro.- Falei e começamos á caminhar para sala, o sinal bateu e já estávamos na sala, logo o Biel entra e me da um selinho.
- Oi linda.- Falou sentando na minha frente.
- Oi Biel.- Falei sorrindo e então a professora de artes entrou na sala, a única professora que eu gosto.
- Bom dia alunos.- Falou sorrindo, ela era linda.
- Aê professora, posso ir no banheiro?- Falou Fábio, um dos garotos mais gatos daqui.
- Vai Binho .- Falou e ele saiu e ela começou á passar atividade, ela explcava muito bem e fazia com que todos prestassem atenção.
As aulas passaram rapidamente, afinal passei todas dormindo e chegou a hora da saída.
- Passa lá em casa Biel?- Perguntei para ele que segurava minha cintura.
- Não posso.- Falou seco e o encarei.
- Porque hein Gabriel?- Perguntei e ele soltou minha cintura.
- Não dá hoje, tenho que ficar com minha mãe.- Falou e afirmei desconfiada.
- Ta bom, vou pra casa agora.- Lhe dei um selinho demorado, e ia sair quando ele me puxou.
- Fica brava comigo não, eu realmente preciso ficar com minha mãe, ela está doente.- Falou e afirmei sorrindo.
Sai da escola e fui andando até o morro.
Passei pelos vapores e fui direto pra boca, sabia que meu pai estava lá.
Avistei ele entregando um pacotinho de pó para o amigo do Daniel, virei os olhos e fui até ele.
- Manuela, o que você ta fazendo aqui?- Perguntou com raiva.
- Vim pegar a chave.- Falei e ele me entregou, o moleque não tirava os olhos de mim.
-Toma, vaza daqui Murilo.- Falou e ele saiu, os caras daqui tudo ficavam me olhando.
- Ta vendo porque não gosto de você aqui? Os caras tão tudo te comendo com os olhos.- Falou me fazendo rir.
- Relaxa pai, tchau, vou descer.- Beijei sua bochecha e sai da boca, desci pra casa, quando estava chegando alguém me para.
- Oi Logan.- Falei sorrindo.
- Oi Manuela.- Beijou minha bochecha- tua casa é a mais grande daqui.- Falou e eu gargalhei.
- Ah sei lá deve ser por causa do meu pai.- Falei irônica e ele sorriu.
- Quem é seu pai ? Eu conheço?- Perguntou e afirmei.
- Se você não é um invasor você conhece, você falou com ele pra ficar aqui no morro né.- Falei e ele ergueu a sobrancelha.
- Você é a filha do dono do morro?- Perguntou e afirmei.
- Finalmente hein, tava devagar.- Falei e seu olhar foi para preocupado e entristecido.
- Por que? Você se incomoda?- Perguntei e ele negou.
- Não, tenho que ir tchau.- Desceu e fiquei confusa.
Entrei em casa, joguei minha bolsa no sofá e fui comer alguma coisa.
Logan narrando
Sou Logan Motta Aguiar, tenho 20 anos e moro no Rio de janeiro, moro em Ipanema, bairro nobre daqui, mais no momento estou em umas das favelas mais perigosas do Rio para concluir uma missão para o meu pai, que é policial.
Eu gosto da sua profissão, mais quero ser engenheiro, estou fazendo a faculdade e enquanto não completo ajudo ele, a missão agora era pegar o dono do alemão pela filha dele, meu pai falou que ele tinha uma filha, era pra mim conquistar sua filha, usar e despachar, assim o pai dela no caso dono do morro, iria querer acabar com ele que no caso sou eu, e então quando ele fosse, meu pai e outros policiais o pegariam, mais não imaginei que a filha dele, era a Manu, poxa a mina é firmeza, e gostei de ter conhecido ela, seu sorriso é linda e seu olhar é encantador, e ela tem um jeito meigo, mais o que você ta falando Logan?
Meu celular começa á tocar e atendo no mesmo instante.
Ligação on- pai
- Oi?- Falei sem muito ânimo.
- Oi Logan, já começou tua missão?
- Ainda não.- Respondi seco
Meu não acredito, para de ser lerdo moleque, se fosse teu irmão, já teria acabado
- E porque não mandou ele então hein?- Perguntei já nervoso
- Porque ele é bem mais velho que a garota.
- Ta pai, tanto faz, vou começar
-Lembra que você ta ai em uma missão, não pra se divertir- Falou e desliguei o celular
Eu vou fazer essa missão, não importa o que aconteça eu prometi.