Viola e Rigel - Opostos 1

By NKFloro

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Se Viola Beene fosse um cheiro, Rigel Stantford taparia o nariz. Se ela fosse uma cor, ele com certeza não a... More

O Sr. Olhos Incríveis
A Cara de Coruja *
A segunda impressão
O pesadelo *
O Pedido
O Presente
O Plano
O Livro
A Carta
O Beijo
A Drums
A Raquetada*
O Queixo Tremulante
Cheiros
Os Pássaros *
O Pequeno Da Vinci
O Mundo era feito de Balas de Cereja
O Dia do Fundador
BOOM! BOOM! BOOM!
A Catedral de Saint Vincent
Ela caminha em beleza
Anne de Green Gables
O Poema
Meu nome é Viola
Cadente
Noite de Reis
Depósitos de Estrelas
A loucura é relativa
Ó Capitão! Meu capitão!
E se não puder voar, corra.
Darcy
Cupcakes
Capelletti e Montecchi
Ensaio sobre o beijo
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Metamorfose
Perdoar
Natal, sorvete e música
Anabelle
Clair de Lune
Eu prometo acordar os anjos
Red Storm
Purpurina da autora: O que eu te fiz Wattpad?
Palavras
Como dizer adeus
Macaco & Banana
Impulsiva e faladeira
Sobre surpresas e ameixas
Infinito
Como uma nuvem
Sobre Rigel Stantford (Mad Marshall Entrevista)
Sobre Viola Beene (Mad Marshall Entrevista)
Verdades
Rastejar
O Perturbador da Paz
Buraco Negro
O tempo
Show do Prescott
A Promessa
O tempo é relativo
Olá, gafanhoto
Olhos de Safira
O caderno
De volta ao lar
A Missão
A pior noite de todas
Grandes expectativas e frustrações maiores ainda
Histórias de amor e outros desastres
Sobre escuridão e luz
Iguais
Sobre CC e RR
Salvando maçãs e rolando na lama
O infame
PRECISAMOS FALAR SOBRE PLÁGIO
Promessas

70x7

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By NKFloro



Viola


A sala de estudos estava calma e silenciosa, mais calma e silenciosa que o normal, e, eu aproveitava para reler, pela décima vez, o segundo ato de Hamlet quando uma risada eufórica atingiu meus ouvidos quase me fazendo saltar da poltrona acamurçada.

Levantei os olhos e avistei Arnie andar em minha direção, os dentes à mostra, balançando algumas folhas de papel acima da cabeça morena. Apesar de se parecer um bocado com Jason, era mais baixo e magro.

─ Que bom que você está sentada, assim não corre o risco de cair quando vir isto. ─ disse, largando os papéis sobre o meu colo.

Seu sorriso havia diminuído, mas ainda mantinha aquele ar divertido que lhe era tão peculiar.

Esqueci o livro e, um pouco hesitante, cravei os olhos nas letras grandes impressas em tinta preta. Foi o suficiente para que meu coração desse uma cambalhota.

O Madison Glitter News era o mais novo periódico de fofoca do colégio, um jornal maldoso, escrito por uma tal Misterious Queen, que muita gente apostava ser a Emily Dawson, embora ninguém tivesse provas concretas.

O diretor já havia restringido sua publicação por duas vezes. Mas a tal Misterious Queen era ousada, e mais venenosa que uma naja.

Ajeitei os óculos e, mesmo sentada, por pouco não caí para trás ao ver a enorme imagem da Pippi Meia-Longa em versão boneca estampada na primeira página.

Olhei para Arnie já prevendo o pior.

─ Leia. ─ encorajou.

Foto exclusiva: Viola Beene encarando ninguém mais, ninguém menos que o crush Stantford durante a aula de Astronomia. Dica: nasça de novo, quem sabe assim, ele repare em você.

Parei de respirar. Suor escorria pela minha nuca.

Aquele jornal circulava pela escola inteira, certamente, àquela altura estavam todos rindo de mim. Até o Arnie, que era meu amigo, rira daquilo.

Eu não queria ver o resto. As lágrimas ameaçavam cair, embaçando os óculos e turvando a minha visão, meu peito apertava tanto que doía.

Por que algumas pessoas são tão maldosas?

Estiquei o braço, devolvendo o jornal, mas Arnie o empurrou de volta para mim. Mal conseguia levantar a cabeça e olhar para ele, estava tão envergonhada.

─ Você tem que ver o que ela falou da Lilian. ─ disse com um risinho. ─ Nunca ri tanto em toda a minha vida.

A Misterious Queen também a atacara?

Ai, meu Deus! Pobre Lilian!

Limpei os olhos e encarei a foto que ela postara recentemente em seu perfil exposta um pouco abaixo da minha.

Talvez a Misterious Queen estivesse certa quanto a mim, mas não quanto a Lilian. As suas sobrancelhas eram perfeitas, não havia absolutamente nada de errado com elas. E qual a razão de expor sua paixonite pelo Mac Dawson?

Levantei a cabeça.

─ A Lilian viu isto?

─ É claro, todo mundo viu. Ela está uma fera, disse que vai fazer a Misterious vomitar os intestinos pelos olhos assim que puser as mãos nela.

Era oficial. Todo.Mundo.Viu.

─ Você não pode permitir que isso aconteça. Ela pode acabar expulsa.

─ Relaxa. ─ disse, despencando na poltrona ao lado com as mãos atrás da cabeça. ─ Jason está tentando conter a fera. E, além do mais, ninguém nesta escola conhece a verdadeira identidade da MQ. ─ uma risadinha ─ Ah, acho que você não viu, mas tem uma enorme foto do Stantford mais abaixo. Você pode recortar e pôr numa moldura.

─ Não tem graça.

─ Desculpa. Eu não resisti.

Encarar aquela foto fez meus olhos encharcarem, e não vou negar que a noticia de que ele fora prestigiar a Emily quebrou um pouco o meu coração. Eu o tinha visto na quadra; estava distribuindo alguns folhetos quando praticamente esbarramos um no outro, ofereci um folheto, que ele enfiou no bolso sem dar a mínima.

Fazia quase dois meses que não nos falávamos, quer dizer, às vezes eu dizia "oi", mas, na maioria delas, ele nem respondia, fechava a cara ou agia como se eu fosse invisível. Era estranho porque, mesmo sem falar comigo, não eram raras as vezes em que o flagrava a me olhar durante as aulas.

Foi errado chamar o sr. Stantford de dementador, é evidente que foi. Mas o que acontecera com o perdão? O 70x7* está ai para ser posto em prática, não? O Oli me magoara incontáveis vezes; me falara coisas terríveis, extremamente desagradáveis. Contudo, sempre o perdoei sem que ele precisasse sequer pedir.

─ Ah, você não vai chorar, vai? ─ Arnie começou num tom condoído. ─ Não chora não, Vio.

Levei as mãos ao rosto numa tentativa de abafar o choro.

─ Qual é? Amanhã ninguém mais se lembrará disso. Tenta levar na esportiva. A MQ fala de todo mundo, e você nem é tão parecida assim com a Pippi.

O pior é que eu era sim, principalmente os cabelos vermelhos e armados.

─ Você mostrou a ela? ─ Olhei para a porta e avistei Jason avançar até nós com a mandíbula apertada, olhando de mim para o irmão.

─ Ela ia ver de qualquer jeito.

─ Você é idiota ou o quê? ─ guinchou.

─ James, deixa para lá. ─ pedi num tom baixo demais, atracando seu braço. ─ O Arnie não fez por mal.

Ele deixou os ombros caírem e olhou para mim.

─ Não fica assim, Viola. ─ murmurou. ─ A MQ não passa de uma vaca venenosa.

O problema não era apenas a Misterious Queen e seu veneno, era tudo. Estava tudo uma bagunça, desde o meu cabelo, que não melhorou nem um pouco com o aloe-vera, à campanha, para a qual ninguém parecia dar a mínima. Nem a Lilian quis me ajudar. Até o momento, as únicas pessoas que se dispuseram a adotar um lêmure-rato-pigmeu, além de mim, foram o sr. Krasinski, professor de Biologia, e a sra. Dolittle. A mamãe prometera adotar dois, mas até o momento, nada.

─ Eu vou nessa. ─ Arnie anunciou enquanto caminhava até a porta em passos ligeiros.

─ Para começar, você não devia nem ter vindo até aqui, babaca.

Arnie não rebateu, o que foi uma surpresa, deu uma piscadela para o irmão e apressou o passo, desaparecendo mais rápido que uma flecha.

─ Você falou com a Lilian?

─ É, acho que consegui acalmar a Fúria. ─ Tentei rir. ─ Lilian está bem, minha irmã é forte e, para falar a verdade, estou mais preocupado com você do que com ela.

Meus olhos se arregalaram.

─ Comigo?

Ele riu. Uma risada sem qualquer humor.

─ E com essas lágrimas ai. ─ continuou, o indicador ondulando diante dos meus olhos embaçados. Arranquei os óculos e enxuguei o rosto avermelhado.

─ Verdade?

Era estranho ouvir que Jason se preocupava comigo.

─ Juro pela minha bola autografada pelo CR7*? ─ afirmou com um sorriso verdadeiro, e as suas adoráveis covinhas apareceram.

─ Quem é CR7?

─ Apenas o melhor jogador de futebol de todos os tempos. ─ E foi a minha vez de rir. ─ Da próxima vez que o Real Madrid jogar em Londres, prometo levar você comigo pra ver o jogo.

─ Eu não gosto muito de Futebol. ─ disse. ─ Prefiro Quadribol.

─ Isso é porque você nunca foi a um estádio lotado ou viu o CR7 em ação. ─ afirmou convictamente.

─ Obrigada por se preocupar... E por me fazer rir.

─ Eu faria qualquer coisa para te ver sorrir, até mesmo adotar um Lêmure-Rato-Alguma-Coisa.

─ Pigmeu. Lêmure-Rato-Pigmeu. ─ corrigi, e ele passou o braço pelo meu ombro, me apertando num abraço.

Rigel


Eu estava mais petrificado que os habitantes de Pompéia após a erupção do Vesúvio, exceto os olhos, eles não paravam de piscar. Puta merda. Não dava para acreditar naquilo.

Que a Misterious Queen era uma criatura sem escrúpulos todos sabíamos, mas dessa vez, ela tinha ultrapassado totalmente os limites do mau-caratismo.

─ Cara, você está parecendo um cadáver. ─ Arran assegurou.

Por algum motivo desconhecido meu amigo não estava rindo, constatei ao encarar sua cara retorcida. Era um dia estranho. Não me espantaria se de repente um terceiro olho surgisse na testa do dir. Prescott, ou se a rainha Elizabeth finalmente resolvesse bater as botas.

─ Foi a Emily quem escreveu isso?

─ É o que estão dizendo.

─ E o Prescott não fez porcaria nenhuma a respeito? ─ minha voz subiu algumas oitavas. Precisava me acalmar.

─ É claro que fez, ele a chamou em sua sala. Acontece que ela negou tudo, disse que era intriga da oposição, que as pessoas têm inveja dela e blá blá blá. Fez aquele drama, chorou algumas lágrimas de crocodilo e acabou se safando. Você sabe como é, cara. Inocente até que se prove o contrário.

Meus dedos apertaram as páginas, meio que as esmagando. Avancei pelo gramado brilhante do jardim, deixando Arran e sua conversa mole para trás. Aquele era exatamente o tipo de jogo que a Emily costumava jogar. Sugerir que eu tinha ido ao tênis para prestigiá-la. Zombar da Beene. Aquilo era a cara dela.

E, enquanto meus sapatos amassavam impiedosamente a tapeçaria verde, a única coisa em que eu conseguia pensar era na Cara de Coruja, em como ela estaria se sentindo.

Encontrei a Emily cerca de meia hora depois, jogando conversa fora com a rainha do drama à beira da piscina climatizada.

─ Preciso falar com você.

Ela esticou os lábios e chiou alguma coisa para Brigite antes de sair da água. Usava um biquíni prateado que deixava seus seios ainda maiores e não cobria quase nada. Ignorei. Afinal, os peitos da Emily eram de pouca, ou nenhuma, importância no momento.

─ Sentiu saudades, bonitinho? ─ Ela estava fazendo aquela coisa de bico de pato que a deixava com a aparência da minha avó depois do Botox. Dava um pouco de medo.

Levantei o jornaleco, quase esfregando as páginas na sua cara, e ela bufou.

─ É você a responsável por esta porcaria?

Uma revirada monumental de olhos e uma risadinha matreira foram a resposta que obtive.

─ Você é a Misterious Queen?

Outra risada.

─ Viu a minha foto? Eu estou mesmo a cara da Kate Moss, não acha?

─ Emily, eu estou falando sério.

─ Eu também. Por que não tenta melhorar esse seu humor? Você é chato, sabia? ─ cacarejou, levando a mão molhada ao meu cabelo. Me esquivei. ─ Tem medo de mim?

─ Não, eu não sofro de ofidiofobia, se é o que quer saber.

─ Uhmm... Garotinho mau. Adoro.

Minhas sobrancelhas se uniram, a paciência esgotando.

─ Foi você? ─ insisti.

─ Não, infelizmente.

─ Então foi uma das suas operárias. Emily, a Misterious Queen ferra todo mundo, mas, por algum motivo, sempre poupa você.

─ E você.

─ Outra coincidência? Aposto um rim que não.

─ Ah, por favor, eu tenho centenas de admiradores. ─ disse, estalando a língua no céu da boca. ── Metade desta escola quer seu eu, enquanto a outra metade morreria para sair comigo ao menos uma vez. A MQ deve ser uma dessas pessoas, uma fã... Ou admirador. Isso não te deixa com ciúmes?

─ Até parece. ─ devolvi . ─ Espero que esteja dizendo a verdade, porque se eu descobrir que é a responsável por essa palhaçada estará em maus lençóis.

─ Por que está sendo tão babaca? A MQ vive falando de você, e nunca deu a mínima. A menos, é claro, que esteja assim, não por causa do que ela falou de você, mas porque dessa vez ela resolveu dizer umas verdades sobre a Cadente.

─ Você pirou. ─ bufei. ─ Não tem nada a ver.

─ É bom que não tenha mesmo. Não pegaria nada bem para você se misturar com a ralé. ─ ela torceu o nariz. ─ Aquela garota fede a esterco.

Meus dedos se enrolaram em volta do papel e puxei o ar com força.

─ Por que está ficando vermelho? ─ provocou.

─ Vai à merda. E, só para que fique sabendo, eu não fui ao jogo para te prestigiar, nem nada parecido. A propósito, o seu slice é uma piada e o backhand pior ainda.

Dei meia volta e sai pisando duro.

─ Obrigada pela dica, mas eu prefiro Paris! ─ gritou às minhas costas.

Eu pensei em procurar a Beene, pensei nisso a semana inteira. Mas era preferível deixar as coisas como estavam. E com o Tommy rondando a escola, eu não tinha muita escolha.

A notícia de que uma aluna do 12° ano fora pega no maior amasso com um cara do 13° no banheiro feminino abafara o lance do jornal. Mas dava para ver que a Cara de Coruja não tinha superado. E, para piorar, a AULRP afundara mais rápido que o Titanic depois que a Emily iniciou a SOARP - Só Otários Adotam Ratos-Pigmeus. O que não era de todo mentira.

Apesar de ridícula, a SOARP conseguira e um único dia mais adeptos do que a AULRP conseguiria em uma dezena de séculos.

Os bottoms cor-de-rosa com o slogan da campanha em dourado estavam por toda parte, até os alunos do último ano aderiram. A Emily se revelara uma estrategista das boas, distribuia presentes e cupcakes durante as reuniões, organizava festas do pijama, à tarde, para as associadas e prometia a elas visitas exclusivas ao camarim da pior banda que o mundo já conheceu, a Admiral Halsey. Enquanto isso, a Cara de Coruja tentava se virar com cartazes artesanais e alguns folhetos.

Eu tinha pena dela. Mas, assim como na selva, na vida os mais fortes vencem.

Viola


─ Por que ela faz esse tipo de coisa? ─ perguntei a Jason quando avançávamos pelo corredor que dava para a biblioteca.

Precisava fazer umas pesquisas e meu computador não estava cooperando. O papai tinha dito que compraria um novo, mas até agora nada. As coisas estavam realmente difíceis.

Uma garota passou por nós e riu.

─ Oi, Jason.

Ele ensaiou um pequeno sorriso para ela e continuou andando.

─ Esquece a Emily. Ela é uma idiota.

─ Como assim? Pensei que gostasse dela?

─ Eu também. ─ guinchou num tom irônico. ─ Mas isso ─ ele torceu os lábios corados numa careta. ─... foi antes de perceber o tipo de pessoa que ela é.

Era quase assustador. Como é possivel alguém se desapaixonar de uma hora para outra?

─ Quer dizer que não sente mais nada?

─ Desprezo é um sentimento?

─ Acho que sim.

─ Então eu sinto. ─ afirmou em meio a uma risada. Acontece que aquilo não tinha graça nenhuma. Qual a graça de se ter sentimentos mais mutáveis que a lua?

─ Ninguém nunca te disse que você é uma pessoa assustadoramente volúvel?

─ Não. Mas já disseram que eu beijo muito bem. ─ disse com um sorriso esquisito.

─ Eu não duvido. A prática leva à perfeição, e você tem praticado um bocado ultimamente.

─ Ai. ─ ele levou a mão ao peito, como se estivesse ferido. ─ Essa doeu.

Entramos na biblioteca e a sra. Dolittle acenou para nós, não estava rindo como de costume, muito pelo contrário. E enquanto Jason se distraia com uma maquete do castelo de Windsor me aproximei de sua mesa.

─ Bom dia, sra. Dolittle.

─ Bom dia. ─ respondeu sem nenhuma animação, olhando por cima do meu ombro. Pus o livro que pretendia devolver sobre a mesa e apertei os lábios. Ela estava tão estranha.

─ Você e o Porter têm andando bastante juntos ultimamente. Estão namorando?

Meus olhos quase saltaram das órbitas, e minha primeira reação foi olhar para trás e me certificar de que Jason não ouvira aquilo.

─ Não. ─ me apressei em dizer. ─ Ele é apenas um amigo.

Ela arrastou o livro pela mesa, sem tirar os olhos de Jason.

─ Acredita em segundas chances, Viola?

─ Claro.

─ Que bom, porque embora alguns discordem plenamente disso, a vida é repleta delas. ─ ela clicou maquinalmente no botão direito do mouse em formato de chaleira antes de prosseguir: ─ E eu não estou falando apenas de perdão, mas de acertar as coisas. Segundas chances são presentes que nos são oferecidos com menos frequência do que precisamos, por essa razão devemos agarrá-las com todas as nossas forças.

─ Desculpe, mas acho que não estou entendendo.

A sra. Dolittle encarou a capa do livro que acabara de lhe entregar e deu de ombros, digitando alguma coisa. Os óculos pendiam na ponta do nariz gordinho, mas ela não parou para levantá-los. Eu teria parado.

─ Sua mãe foi a Viola uma vez, no ano de 1998.

Vez ou outra a sra. Dolittle fazia esse tipo de coisa, falava algo totalmente sem sentido, e quando pedíamos que explicasse melhor desconversava e metia qualquer outro assunto no meio. Eu estava acostumada.

─ Ela me contou.

─ Eliza resplandecia como uma estrela naquele palco.

─ Ainda existem fotos nos arquivos da escola? ─ Me animei. Posso dar uma olhada?

A mamãe perdera praticamente todas as suas fotos da época de escola quando uma vela acidentalmente destruiu metade do seu quarto, semanas antes do casamento, restaram apenas algumas da sua infância em Dover e as do anuário.

─ Fique à vontade. ─ disse, apontando um dos computadores. ─ Me chame se precisar de ajuda.

Jason saiu para buscar alguns pretzels no refeitório e a sra. Dolittle se sentou ao meu lado. Acabamos encontrando apenas duas fotos. A mamãe era realmente linda, mesmo caracterizada de Cesário. Usava um casaco verde musgo que chegava até os joelhos, botas de couro pretas e uma calça branca colada às pernas longas... O Duque Orsino olhava para Viola como quem olha para a mais preciosa das criaturas. Com aquele olhar ele convenceria até um cego de que estava realmente apaixonado por ela. Excelente ator... Espera. Eu o conhecia. Aquele rosto me era familiar, aqueles olhos me eram familiares.

─ É o sr. Stantford? ─ perguntei num sussurro.

A sra. Dolittle assentiu.

─ Ele era um pão, não acha?


*70x7 - referente às Escrituras quando os discípulos perguntam a Cristo até quantas vezes devem perdoar, e ele responde que até 70x7. Que no fim quer dizer, por vezes infinitas. Sempre.

*CR7- Cristiano Ronaldo - A menos que tenha passado os últimos vinte anos em Plutão você conhece.

Olá, gafanhotas

Um capítulo em plena Quarta. Aprovaram a surpresa?

Agora vamos ao de sempre, às minhas desculpas por ainda não tem conseguido responder todas vocês e os meus milhares de agradecimentos pelos comentários, votos.... Obrigada. Obrigada também por não me abandonarem às moscas, por adicionarem às suas listas, por me fazerem rir até morrer, por serem MARA - segundo Rachael amiga da Barbie e a dear-cupcake. Valeu demais, amoras.

Quero agradecer de coração por terem respondido as minhas perguntas do capítulo passado. Preciso sempre da opinião de vocês para arrumar qualquer erro.

Vamos às perguntas:

Viola e Rigel separados? Aprovam?

Perceberam que Jaola está navegando a pleno vapor? O que acham disso?

O que acharam do Madison News? Pois é, queridas, jornalismo eficiente é isso. Quem será a MIsterious Queen? Façam suas apostas aqui.

O que vocês me dizem da campanha da Vi?

Aprovaram a da Emily?

Surpresas esperam Viola. Alguém adotara um lêmure- rato-pigmeu. Palpites?

Uma pessoa acertou quem tem a cabeça mais enfeitada. Parabéns pessoa!

Preciso dizer que eu não consigo entender porque odeiam a Emily, ela está apenas lutando pelo que quer. Uma pessoa assim merece aplausos.

O que me dizem de Maliza - Max e Eliza?

Ainda odiando o Rigel, ou nem?

Ainda não postei o novo vídeo por motivos de: Energia oscilante nunca permite.

Estou providenciando as capas que prometi e, se Deus permitir, entrego rapidíssimo, ok.

Que desconfiança e essa de que a Viola e o Rigel são irmãos? Quero que me contem. Não é só porque as orelhas de ambos são élficas não, é? Ou é porque a mãe do Max é ruiva?

Ninguém aqui sentiu saudades da Emily. Ela é ousada, ela não está nem ai e, ela voltou.

Amores proibidos são fofos.

Pensem na pequena Viola descobrindo que Rigel a chama de Cara de Coruja.

O que acham do sr. Beene?

O que me dizem de Jason?

Arran is back!

Brigite too.

Vocês acreditam mesmo que Eliza trairia Fred?

Quem quer que a sra. Dolittle apareça mais?

Kiss

Aviso: por causa da energia oscilante não vou poder arrumar o capítulo ou pôs fotos.

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