Viola e Rigel - Opostos 1

By NKFloro

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Se Viola Beene fosse um cheiro, Rigel Stantford taparia o nariz. Se ela fosse uma cor, ele com certeza não a... More

O Sr. Olhos Incríveis
A Cara de Coruja *
A segunda impressão
O pesadelo *
O Pedido
O Presente
O Plano
O Livro
A Carta
O Beijo
A Drums
A Raquetada*
O Queixo Tremulante
Cheiros
Os Pássaros *
O Pequeno Da Vinci
O Mundo era feito de Balas de Cereja
O Dia do Fundador
BOOM! BOOM! BOOM!
A Catedral de Saint Vincent
Ela caminha em beleza
Anne de Green Gables
O Poema
Meu nome é Viola
Cadente
Noite de Reis
70x7
A loucura é relativa
Ó Capitão! Meu capitão!
E se não puder voar, corra.
Darcy
Cupcakes
Capelletti e Montecchi
Ensaio sobre o beijo
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Metamorfose
Perdoar
Natal, sorvete e música
Anabelle
Clair de Lune
Eu prometo acordar os anjos
Red Storm
Purpurina da autora: O que eu te fiz Wattpad?
Palavras
Como dizer adeus
Macaco & Banana
Impulsiva e faladeira
Sobre surpresas e ameixas
Infinito
Como uma nuvem
Sobre Rigel Stantford (Mad Marshall Entrevista)
Sobre Viola Beene (Mad Marshall Entrevista)
Verdades
Rastejar
O Perturbador da Paz
Buraco Negro
O tempo
Show do Prescott
A Promessa
O tempo é relativo
Olá, gafanhoto
Olhos de Safira
O caderno
De volta ao lar
A Missão
A pior noite de todas
Grandes expectativas e frustrações maiores ainda
Histórias de amor e outros desastres
Sobre escuridão e luz
Iguais
Sobre CC e RR
Salvando maçãs e rolando na lama
O infame
PRECISAMOS FALAR SOBRE PLÁGIO
Promessas

Depósitos de Estrelas

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By NKFloro

─ Oli. ─ a Cara de Coruja repetiu pelo que devia ser a quinta vez, eu estava meio que a ignorando na esperança de que ela parasse de esmurrar a porta e desaparecesse de vez da minha vida. A última coisa que eu queria no momento era olhar para ela. ─ Eu sei que você está ai.

Eu não pretendia me levantar da cama, menos ainda abrir aquela porcaria de porta, mesmo assim o fiz – Viola Beene conseguia ser mais irritante que cisco no olho.

─ O que você quer? ─ perguntei ao enfiar a cara pela fresta. Não podia correr o risco de ela entrar e se espalhar pelo lugar como costumava fazer antigamente. E, no mais, tinha o encontro com a Emily, para o qual eu já estava quase atrasado.

─ Posso entrar um minuto?

─ Não pode não, Beene. ─ Bati a porta e avancei pelo corredor, ouvindo seus passos estalarem às minhas costas.

─ Está mesmo bravo, não é?

Parei de andar e me virei para ela, seus olhos estavam tristes e os lábios rosados tinham o formato de uma linha curvada para baixo. Enfiei as mãos nos bolsos, observando o pequeno livro que ela abraçava, os braços cruzados cobriam parte da capa e me impediam de ver o título. Mas também não era como se eu estivesse minimamente interessado, o que a Cara de Coruja fazia, lia ou com quem passava seu tempo não era problema meu. Eu não estava em ai. Mas preciso dizer que a Briana Mills tinha se superado. Seus cabelos despontavam para todos os lados em cachos flamejantes, a franja parecia a porcaria de uma juba.

─ O que você acha? ─ devolvi num tom cortante.

Ela me encarou mais um pouco e balançou a cabeça, a língua começando a esfregar o lábio inferior. Estava inquieta, batendo com a ponta dos tênis no piso branco.

─ Aonde vai com tanta pressa? ─ disse, quase gaguejando.

Pensei em ignorar sua pergunta, ela merecia, mas desisti.

─ Pastar, talvez, já que estou treinando para ser um cavalo.

Esperei por uma resposta, mas ela continuou calada, segurando o ar. Até que, do nada, deu um passo à frente e soprou uma mecha de cabelo, que não levou nem um nanosegundo para cair de volta sobre o rosto.

─ Olha aqui, você tem todo direito de estar aborrecido. Mas não espere que eu peça desculpas por dizer a verdade, porque eu não o farei. Você foi rude com a sra. Dolittle, parecia até uma cópia do Marshall falando.

Era muita cara de pau.

─ Se não pretende pedir desculpas, o que veio fazer aqui?

─ Você parecia atordoado quando deixou a biblioteca, vim ver se estava bem, e também te trazer isto. ─ chiou, estendendo o livro para mim, as unhas roídas cravadas na capa.

A Cara de Coruja realmente achava que me dobraria com aquela atitude? Que me trazer uma porcaria de livro mudaria as coisas? Pois bem, ela estava redondamente enganada.

─ Não vai pegar?

Arranquei o livro da sua mão, Noite de Reis. Em outras circunstâncias eu teria agradecido o favor, mas as coisas que ela me dissera na biblioteca ainda dançavam na minha cabeça junto à imagem de sua mão entrelaçada à daquele estrupício metido a David Beckham.

Seus lábios se apertaram, provavelmente esperava que eu dissesse alguma coisa - morreria esperando – enquanto seu corpo sacudia para frente e para trás apoiado nas pontas dos sapatos laranja adornados por desenhos de flores, corações e cartoons. Péssima desenhista.

As meias de bolinhas vermelhas tinham dado lugar às de estrelinhas azuis, e a saia no meio da canela de flamingo dera lugar a um macacão pula brejo. Não me assustaria se de repente a família Buscapé aparecesse para buscá-la.

─ Meu primeiro contato com Shakespeare foi através desse livro. Eu tinha acabado de fazer cinco anos quando a mamãe me disse que o meu nome era Viola por causa da personagem principal de Noite de Reis, ela também se chama Viola. No mesmo dia subi em uma estante e peguei um exemplar para mim. Não entendi muita coisa na época, mas já reli umas vinte vezes.

E quem foi que perguntou?

Era tudo o que eu precisava, um livro que ficasse me lembrando o tempo todo da existência de Viola Beene.

É o que eu sempre digo: Não há situação ruim que Shakespeare não possa piorar.

─ Não vai falar nada? ─ Outra soprada na franja. ─ Por acaso o gato comeu a sua língua?

─ Nem vem.  Eu não vou fingir que está tudo bem. Você me chamou de cavalo, esqueceu?

─ Na verdade, apenas perguntei se está treinando para ser um.

─ Dá no mesmo. ─ De repente, me lembrei de que ser visto com a Beene não pegaria nada bem, e olhei para os lados para ter certeza de que não havia ninguém por perto.

─ Não dá não. Perguntar é diferente de afirmar.

─ Seja como for, não estou interessado em suas desculpas.

─ E quem disse que eu estou pedindo desculpas? ─ Ela me olhava com ar sério, os olhos azuis franzidos. ─ Eu as pediria se estivesse errada, mas acontece que não estou. Você foi rude com a sra. Dolittle, e foi rude comigo também, lembra? Você disse que eu não valho a pena, faz alguma ideia de como aquilo me machucou?

Machucou? Ela deveria me agradecer por tê-la poupado do pior.

─ E? ─ cruzei os braços e devolvi o olhar na mesma moeda. A luz do corredor refletiu em seus olhos, e o sangue em minhas veias gelou. Apesar de todo o resto ser uma bagunça, eu precisava admitir, aqueles olhos eram fantásticos, como  pequenos depósitos de estrelas.

─ Viu só, é disso que eu estou falando, você não pensa duas vezes antes de magoar quem quer que seja. Você não liga. Não se importa. Age como se todos fossem obrigados a aturar suas grosserias só porque é filho do Dementador e ele praticamente manda na cidade. Mas acontece...

─ Dementador? ─ Senti as narinas dilatarem, o sangue esquentar. ─ Que papo é esse de dementador?

Ela encolheu os ombros, os olhos tão arregalados que davam medo, o queixo tinha começado a tremer. Senti um nó se formar na garganta. Quem a Cara de Coruja pensava que era para falar aquilo do meu pai? Pelo menos, ele não vivia enfiado na bosta de cabrito, como o velho Beene.

─ E-e-eu disse dementador? ─ Suas bochechas ficaram vermelhas e sua voz soara patéticamente horrorizada.

─ É, você disse.

─ Não foi o que eu quis dizer...

─ Eu sei exatamente o que você quis dizer. ─ devolvi, lutando contra a vontade de gritar com ela.

─ Desculpa, eu...

─ Se você puder dar o fora da minha frente, Beene, eu agradeço.

─ Eu pedi desculpas. ─ disse em voz baixa.

─ Está desculpada. Agora, por favor, me deixa em paz.

─ Mas...

─ Olha, na verdade, isso é o melhor. Filhos de dementadores também são dementadores. ─ informei. ─ Não vai querer correr o risco de ter sua felicidade e, tudo que há de bom na sua vida sugado, vai? Daqui para frente, você fica no seu canto e eu no meu.

Soltei o ar.

Ela parecia perplexa, balançando a cabeça como se tentasse acordar. E quando uma mecha de cabelo caiu sobre seu rosto, sequer se deu ao trabalho de afastá-la.

O queixo tremia como nunca, os olhos rasos d'água. Por um momento, quase me arrependi de ter dito aquilo, mas era preciso, e eu não ia voltar atrás. Sem chance.

Ela se virou, andando depressa, e senti meu peito apertar. Disse a mim mesmo que estava tudo bem. Que não me importava. Que era a coisa certa a se fazer. Embora não estivesse muito certo disso.

Desisti da porcaria do encontro e me enfiei no quarto. Maldita Cara de Coruja.

Outubro chegou, e com ele vieram os ventos frios do outono que, diga-se de passagem, não estavam soprando muito a meu favor. Me concentrar nas aulas repentinamente se tornara um tanto complicado, o que prejudicou um pouco o meu rendimento. Não que eu fosse o pior aluno do Madison, longe disso. Mas é difícil manter boas médias quando o mundo ameaça cair sobre sua cabeça a qualquer momento. Minha mãe tinha voltado a beber, e se recusava a procurar ajuda. Meu pai não perdia a oportunidade de me azucrinar, e por duas vezes tinha mandado o Tommy até a escola para ver como eu estava me comportando. Tradução: Para fuçar a minha vida e saber se fiz o que ele ordenara.

Ultimamente, estudar me parecia mais um ritual de tortura. Ficar horas a fio preso em uma biblioteca ou sala de aula respirando pó de livros e ouvindo professores discorrerem acerca de assuntos para os quais eu não ligava a mínima não estava no meu "top dez" de atividades favoritas. Assim sendo, sempre deixava a porcaria dos estudos em segundo plano, o que me rendeu duas advertências e um sermão daqueles.

Quanto a Cara de Coruja? Pois bem, ela não corria mais atrás de mim como uma doida, embora ainda continuasse a me olhar com aqueles olhos arregalados o tempo todo.

Viola Beene conseguia ser mais fastidiosa que o meu pai, ela se julgava muito esperta, era aquele tipo de garota que nem mesmo esperava o professor fechar a boca para responder seja lá qual fosse a pergunta. Para ter uma ideia do quão irritante ela era, durante a última aula de Biologia a doida dissertara sem pausas, por cerca de trinta minutos, sobre os Primatas Ameaçados de Extinção e as espécies nativas de Madagascar. Quando acabou, exibindo aquele sorriso metálico, a sala inteira cochilava, exceto o professor... e eu.

Ela parecia sempre disposta a fazer algo para mudar o mundo à sua volta. No 9° ano iniciou aquela campanha em defesa dos direitos das porcarias dos animais feios. No 10°, não perdeu tempo, começou uma nova campanha, que visava à preservação da fauna e flora de Madison Place. Segundo ela, ameaçadas pela ganância dos empresários locais. Era uma piada. E agora, no 11°, quando todo mundo achava que ela não voltaria a fazer abaixo assinados e a espalhar cartazes pela escola, ela apareceu com a AULRP – Adote Um Lêmure-Rato-Pigmeu.

A pergunta que não queria calar era a seguinte: não, não era que merda é um Lêmure-Rato-Pigmeu, e sim, por que ela não bolava uma campanha que buscasse preservar a nossa sanidade, nos poupar dos danos  infringidos por sua loucura? Visto que era praticamente impossível conviver com ela e se manter psicologicamente saudável. Viola Beene era doida, e a sua loucura era contagiosa, não restavam dúvidas.

No entanto, mais irritante que tudo isso era o fato de que ultimamente, ela e o imbecil do Porter não se desgrudavam. Eu ficava dizendo o tempo todo que não me importava. Que aquilo não era da minha conta. Mas acontece que não estava sendo nada fácil ignorar.

Olá, gafanhotas

Antes de qualquer coisa, quero agradecer por comentarem, por votarem, adicionarem às suas listas de leituras e não me deixarem no vácuo. Obrigada!

O capítulo demorou a sair porque, infelizmente, passei parte da semana sem internet, foram dois dias inteiros e mais da metade de outro, não temos muitas opções por aqui, quando isso acontece o jeito esperar. Já chegamos a ficar quase um mês sem sinal de nada. Uma maravilha. Como se não bastasse tem o problema da energia oscilante que me torra a paciência.

Me desculpem por não responder os comentários deixados no último capítulo, com a falta de internet e mais alguns problemas acabei perdida. Prometo responder nos próximos dias, se Deus permitir. Amando as teorias de vocês, o humor, vocês não têm noção do quanto me fazem rir. Obrigada por isso, e trilhões de abraços apertados em quem tirou um tempinho para me desejar feliz aniversário. Meu bolo não estava tão bom, mas eu prometo superar.

Quem ainda não viu o vídeo pode relaxar porque eu  estou fazendo outro, e vou pôr uma música sem copyright dessa vez, para que todo mundo possa ver. Desculpem, realmente não estava a par dessa coisa quando fiz o vídeo anterior. 

Vamos às perguntas:

Quem ai quer esganar nosso querido Rigel?

Jaola está navegando. O que me dizem disso?

Max foi o Duque Orsino na peça. Eliza dá esse nome à filha por causa da personagem, que é o par romântico de Orsino. Coicidência? Prestem atenção às pistas. Eu não vejo a hora de revelar esse mistério para vocês, e mal posso esperar por suas maravilhosas reações.

Varias pessoas parecem não ter compreendido o porquê do Rigel ser tão rude com a pobre Vi, mas várias perceberam. Quem souber pode dizer aqui.

Emily não apareceu, saudades dela?

Quem cederá primeiro: Viola? Rigel?  Nenhum? 

Quem quiser adotar um Lêmure-Rato-Pigmeu fale com a Vi no número: 0-000-00-00000000. Pode ligar a cobrar, a qualquer hora do dia ou da noite, ok. O pai dela é rico, ele paga a conta. Essa campanha vai enlouquecer alguém, e acho que não é a Beene.

Qual personagem tem a maravilhosa cabeça mais enfeitada da história? Aha! Spoiler!

Eu quero muito que me respondam o seguinte questionário:

Neste livro, qual é o shipp favorito de vocês?

Por que odeiam tanto o Max?

Tem alguma parte da história que achem confusa? Qual?

Querem que algum personagem se escafeda?

Pior personagem?

Melhor personagem?

Me respondam, ok.

Se Deus permitir, não demoro a postar o próximo.

Kiss

Para quem escreve, precisa de capas e está a fim de uma no estilo das minhas, me proponho a fazer duas. Quem estiver interessada diz aqui, as duas primeiras faturam.

Madison Glitter News 

Por: Misterious Queen 

Foto exclusiva: Viola Beene  encarando ninguém mais, ninguém menos, que o crush Stantford durante a aula de Astronomia. Dica: nasça de novo, quem sabe assim ele repare em você.

Seria Emily Dawson a nova Kate Moss? 

Esclusiva 2.: Lilian encontra sua arqui-inimiga, a pinça! Dica: use-a, talvez assim o Mac Dawson perceba que você existe.

Rigel Stantford prestigiando sua musa, Emily, durante uma partida de tênis. Você é sempre assim tão lindo, ou está fantasiado de gostoso? #stantfordforpresident 

                                                                                                                                                                      xoxo

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