P.O.V Lauren Jauregui
- Você saí o dia todo! Qual o seu problema de ficar em casa?! - Camila gritou irritada.
- Você também não fica em casa, por que eu também tenho que ficar?! - Rebati
- Porque se você estivesse em casa eu também estaria, idiota! - Ela disse depois de sair da sala batendo a porta da frente.
Sentei no sofá e bufei irritada, passei as mãos no meu cabelo jogando minha franja para trás.
Tudo me irritava naquele momento.
Minha franja, Camila, o sofá, a sala, a casa, a cidade, o país e o mundo.
Até Ricky O'king tem me irritado.
Diane não deu as caras um dia sequer, apenas deixou minha moto em casa na madrugada seguinte e sumiu.
Camila não sabia disso, na verdade não sabia de nada.
Ela passava o dia na academia ou estudando para uma prova que decidiria se ela poderia exercer o cargo de delegada novamente, seus estudos eram na biblioteca, algumas vezes eu a busco lá ou na academia só pra compensar a minha ausência mas não é o suficiente para ela.
Bateram na porta e eu ignorei, não queria receber nenhuma visita.
Bateram umas três vezes novamente e eu senti que iria quebrar aquela porta para fazer um caixão pra pessoa que tanto batia.
Levantei com passos firmes, abri a porta com agressividade, não encontrando ninguém ali.
Olhei para um lado e para o outro procurando alguém, mas não achei.
Xinguei mentalmente o filho da puta e estava prestes a fechar a porta quando achei um papel pardo sob meus pés.
Me abaixei pegando o mesmo e apertando-o para sentir o que tinha dentro.
Abri rapidamente e vi uma case com um CD.
...
Levei a seta até a opção de "executar CD"
Por alguns segundos pensei que a tela houvesse sido apagada, mas um vídeo mal gravado começou a ser reproduzido ali.
- Nós temos que ir embora - Disse uma mulher mulher com uma prancheta na mão, era possível ver apenas um jaleco e um - o que parecia ser - laboratório
- Não! - A mulher trajando o jaleco à frente com a prancheta exclamou - Não é motivo para irmos embora.
- É sim, ela está entrando em colapso! Se ficarmos aqui morremos - Disse a mulher que não aparecia na gravação, ambas vozes soavam muito familiares.
- E se formos tudo terá sido em vão, não seja uma covarde como sua prima. Eu não nadei para morrer na praia!
A respiração soou fortemente contra o alto falante, ela parecia ter bufado, logo a câmera virou-se mostrando uma cela de vidro, dentro dela havia a supergirl inversa.
- O que? - Murmurei para mim mesma.
Ela estava em uma espécie de surto, onde socava a parede e o grosso vidro que permanecia resistente e intacto.
- Liberem a entrada.
Logo vários homens entraram dentro da cela, efetuando diversos disparos contra a supergirl inversa.
A mesma não sangrou, não parecia ter morrido, havia sido acalmada como um urso, com vários dardos tranquilizantes por seu corpo.
A imagem voltou à mulher, mas agora pude ver seu rosto.
Se não estivesse sentada com certeza cairia no chão no momento que visse aquela cena.
O que pensar? O que sentir? Como agir?
- Diane, os super heróis tomaram nosso mundo como se fosse deles, desafiaram nossas leis e destruiram tudo o que viram pela frente quando nós, principalmente eu estendi minha mão como refúgio. Isso já foi longe demais, sobriña.
...
Já havia tocado a campainha no mínimo vinte vezes em menos de dois minutos, meu pé batia compulsivamente no chão enquanto minhas mãos abraçavam o papel pardo.
Normani se aproximou na porta de entrada xingando a mim e minhas futuras gerações.
- Antes de qualquer coisa, vá se foder - Ela disse assim que abriu a porta apertando o laço do seu robe de seda - Que foi? O mundo foi ameaçado por acaso?
- Sim - Disse séria.
Ela perdeu seu tom humorístico, olhou o papel em minhas mãos e em seguida meu semblante.
- Merda, entra.
...
- Deixe-me ver se entendia, sua mãe...
- Adotiva - Adicionei.
- Sua mãe adotiva é do mal? Da A.N.O?! Pera, ela tá viva! A Camila já sabe disso?! Mas espera... A Diane é a paga pau dela?! Por que ela te mandaria esse video, ou melhor, foi ela que te mandou?!
- Se eu soubesse todas essas respostas não estaria assim - Murmurei - Temos que conversar com alguém que sabe os mínimos detalhes sobre Sinuhe.
- Você acha mesmo que a Diane vai aparecer depois da sua caçada contra ela e entregar os planos da titia maligna? Mas espera... Lauren, você acha que a Sinuhe induziu a Diane a virar aquela Assassine's Creed de preto?!
- Normani, se acalme ou não vamos à lugar algum, eu estava falando sobre sua vó.
- Quantas vezes preciso dizer que minha avó-
- Está esquizofrênica, você já disse. - Bufei e encostei meus cotovelos no joelho e olhei fixamente para o chão, algo veio em minha mente e talvez fizesse sentido - Mas, Mani, se ela não for de fato esquizofrênica? Se quiserem que ela seja?
Normani fez uma careta cômica.
- O que diabos você quer dizer? - Fiquei a encarando, induzindo-a a pensar - Pera... Significa que, querem que a vovó se passe por louca para não acreditarem nela!
- Se veste, vou mandar uma mensagem para SHIELD e pedir o jatinho emprestado, não sabemos se alguém além de nós está ciente disso.
...
- Então, Daddy, que horas você vai chegar? Eu comprei uma lingerie novinha - A voz de Camila disse do outro lado da linha.
- Não seu que horas volto, ah, ainda não esqueci da discussão.
Ela bufou.
Eu e Normani estávamos no aeroporto, esperando um táxi, até que Camila decidiu me ligar se redimindo da briga de mais cedo.
- Se você largasse essa reunião estúpida com o Fury, eu te faria esquecer, descendo e subindo no seu pau, daddy.
Eu tinha que me segurar naquele momento para não imaginar a cena e ficar dura no meio do aeroporto.
Quando lembrei da minha missão ali, consegui evitar o acidente.
- Amanhã nos vemos, babe.
- Aish, ok. Amo você.
- Também amo você.
Finalizei a ligação e olhei para os lados procurando por algum sinal do carro.
Olhei o relógio marcando 18h35, tínhamos apenas algumas horas porque o jatinho decolaria de volta para Miami às 21h
Como não íamos dormir em Nova Orleans, não trouxemos bagagem, o que facilitou meu plano.
Segurei Normani firmemente e levantei vôo, percebendo o aeroporto cada vez mais distante.
- Merda, Lauren! - Ela gritou segurando firme.
- Apenas me guie, onde é o sanatório?
...