Viola e Rigel - Opostos 1

By NKFloro

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Se Viola Beene fosse um cheiro, Rigel Stantford taparia o nariz. Se ela fosse uma cor, ele com certeza não a... More

O Sr. Olhos Incríveis
A Cara de Coruja *
A segunda impressão
O pesadelo *
O Pedido
O Presente
O Plano
O Livro
A Carta
O Beijo
A Drums
A Raquetada*
O Queixo Tremulante
Cheiros
Os Pássaros *
O Mundo era feito de Balas de Cereja
O Dia do Fundador
BOOM! BOOM! BOOM!
A Catedral de Saint Vincent
Ela caminha em beleza
Anne de Green Gables
O Poema
Meu nome é Viola
Cadente
Noite de Reis
Depósitos de Estrelas
70x7
A loucura é relativa
Ó Capitão! Meu capitão!
E se não puder voar, corra.
Darcy
Cupcakes
Capelletti e Montecchi
Ensaio sobre o beijo
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Metamorfose
Perdoar
Natal, sorvete e música
Anabelle
Clair de Lune
Eu prometo acordar os anjos
Red Storm
Purpurina da autora: O que eu te fiz Wattpad?
Palavras
Como dizer adeus
Macaco & Banana
Impulsiva e faladeira
Sobre surpresas e ameixas
Infinito
Como uma nuvem
Sobre Rigel Stantford (Mad Marshall Entrevista)
Sobre Viola Beene (Mad Marshall Entrevista)
Verdades
Rastejar
O Perturbador da Paz
Buraco Negro
O tempo
Show do Prescott
A Promessa
O tempo é relativo
Olá, gafanhoto
Olhos de Safira
O caderno
De volta ao lar
A Missão
A pior noite de todas
Grandes expectativas e frustrações maiores ainda
Histórias de amor e outros desastres
Sobre escuridão e luz
Iguais
Sobre CC e RR
Salvando maçãs e rolando na lama
O infame
PRECISAMOS FALAR SOBRE PLÁGIO
Promessas

O Pequeno Da Vinci

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By NKFloro


Nos afastarmos por um tempo? Até parece que ela realmente faria isso. Eu não dava nem dois dias para que aquela Cara de Coruja sardenta voltasse a me perturbar, aquilo não passava de conversa fiada.

E, sim, eu sei que não foi muito legal da minha parte tratá-la tão friamente, mas cacete, o que eu podia fazer? De jeito nenhum ia sorrir para ela e fingir que estava tudo bem, quando na verdade queria torcer seu pescoço. Viola Beene me pôs em uma saia justa dos infernos ao aparecer como uma assombração na frente dos meus amigos. A princípio pensei que fosse, sei lá, uma espécie de alucinação, resultado dos comprimidos que a velha Talbot me receitara. Mas não, a realidade esbofetou minha cara, a Cara de Coruja estava mesmo ali, seus olhões grudados em mim eram tão reais quanto o suor frio na minha nuca e as risadinhas dos meus amigos. Como num pesadelo a voz do meu pai ribombou em minha mente: Peça a ela que se afaste. Exija que lhe deixe em paz. Se ainda assim ela insistir em persegui-lo, como você diz que ela vem fazendo, daremos um jeito de fazer com que ela seja expulsa... Não me decepcione. ­

Suas palavras se repetindo uma, duas, três... infinitas vezes, e de repente minha mãe estava em sua poltrona, lendo alguma porcaria de Virgínia Woolf, o vento que entrava pela janela soprando seus cabelos castanhos, escondendo boa parte do rosto, enquanto me concentrava em terminar o desenho. Tinha passado a tarde inteira debruçado sobre a pequena mesa no centro da sala de estar, parando vez ou outra para olhá-la e observar a forma como sorria para as páginas de seu livro.

- Rigel, guarde isto, sim? É hora do banho. - pediu, e virei a cabeça para me deparar com seu rosto sorridente.

- Só mais um minuto, o nariz não está muito bom.

Ela parou ao meu lado e sua mão alcançou o papel.

- É o seu pai? - exclamou num tom surpreso.

Eu adorava desenhar, era provavelmente a coisa que mais gostava de fazer, poderia passar o dia inteiro apenas rabiscando e no fim ainda desejaria rabiscar mais um pouco. Ela sabia disso, mas havia tanta perplexidade em seu rosto.

- O nariz não ficou muito bom, não é? - perguntei baixinho. - Eu posso consertar se me der mais alguns minutos antes do banho.

- Não, não é isso. Seu desenho está incrível!

- Verdade?

- Eu não mentiria para você, mentiria? - disse com um de seus sorrisos gigantes.

Eu esperava que não. Minha mãe não costumava mentir para mim, quando algo não estava a seu gosto, ou quando fazia algo que a deixava triste ela sempre fazia questão de me deixar saber, não brigava ou berrava comigo, mas expunha seu ponto de vista.

- Você acha que o papai vai gostar?

- Por que não gostaria? Estou tão orgulhosa, amor. Você está melhor a cada dia, herdou o talento da Lucile, meu pequeno Da Vinci. - prosseguiu, sem tirar os olhos do desenho. - Ela também desenhava quando tinha a sua idade.

Eu não fazia ideia de quem era Da Vinci, mesmo assim fiquei feliz, sabia que era um elogio. E adorava a tia Lucile, sempre que íamos a Nova York minha mãe me levava ao seu ateliê, e ela me deixava brincar com suas tintas e pincéis enquanto jogavam conversa fora e tomavam café com donuts.

- Da Vinci? Do que está falando, Melissa? - Meu pai perguntou. Tinha acabado de chegar do trabalho e afrouxava o nó da gravata azul, andando até nós em passos ligeiros. Ele parou ao seu lado e examinou o desenho que ela tinha em mãos antes de me lançar um olhar atravessado. Eu sabia que o meu pai não gostava nada que desperdiçasse meu tempo com bobagens como desenho ou videogames, ele já havia me dito isso milhares de vezes. - Ah, entendo, outro de seus desenhos. Quantas vezes já falei que isso não o levará a lugar algum? Quer terminar como a sua tia Lucile? - Seu olhar encontrou o da minha mãe, e ele continuou: - Pare de pôr minhocas na cabeça do nosso filho. Ele não vai seguir o mesmo caminho que aquela maluca da sua irmã. Prefiro ter meus olhos arrancados a vê-lo enfiado num buraco pintando quadros deploráveis e de gosto duvidoso.

- A Lucile não é maluca, é uma artista talentosíssima. Ela ganhou um prêmio no ano passado, esqueceu? Deve ter esquecido, já que sequer se deu o trabalho de comparecer à entrega. - Minha mãe estava com os dentes trincados, falando baixo, mas se segurando para não gritar.

- Um prêmio por pintar os quadros mais feios de todos tempos?

Meus pais pareciam leões disputando território, era nítido que a coisa não acabaria bem. Eles dificilmente brigavam na minha frente, mas não se importavam de ficar rosnando um para o outro.

- Você é tão insensível, Max. Rigel ficou a tarde inteira trabalhando nisto porque queria te fazer uma surpresa e, em vez de elogiá-lo ou agradecer, você o critica. Ele é apenas uma criança, e...

-... não um pequeno Da Vinci, como você afirmou ainda há pouco. - interrompeu, virando-se para mim.

Eu ainda estava sentado no tapete, olhando de um para o outro sem entender o porquê daquela discussão. Era só um desenho. Todas as crianças que eu conhecia desenhavam, e seus pais não brigavam por isso. Uma vez o Arran desenhou um boneco palito com cabeça gigante para o sr. Marshall no dia dos pais, e ele achou legal. Disse que estava lindo e tudo, e olha que era só um boneco palito sem nenhum estilo.

- Ele desenhou você, Max.

Meu pai arrancou o papel da mão dela e o lançou sobre o carpete, bem aos meus pés.

- Eu? Querida, se eu me pareço com aquilo não sei como consegue dormir ao meu lado.

Enquanto eles discutiam, peguei o desenho e o transformei em uma bola de papel.

Ele não queria que eu fosse como a tia Lucile, era isso. Queria que eu fosse como ele, uma pessoa respeitável e, não alguém de quem todos riam. Naquela tarde prometi a mim mesmo que não voltaria a desenhar. Prometi fazer com que meu pai se orgulhasse de mim, e não quebraria minha promessa por nada nem ninguém. Acontecesse o que acontecesse, não o decepcionaria.

Cinco dias haviam se passado sem que a Cara de Coruja me perturbasse. Ela não sorriu para mim quando esbarramos no corredor, nem ficou me encarando durante as aulas. Era bom poder respirar aliviado, mas cinco dias era um recorde, e eu comecei a considerar a possibilidade de que ela estivesse realmente falando sério quando propôs que nos afastássemos por um tempo.

Deixei o dormitório e subi até o segundo andar, onde ficava a biblioteca. Apesar do que possa parecer, eu não detesto os livros, pelo menos não completamente, reconheço que em alguns casos eles podem sim ser úteis. Quando estou sem sono por exemplo, começo a ler e antes mesmo de terminar a primeira página já estou dormindo. Se eu fosse um médico certamente receitaria livros para pacientes com problemas de insônia.

Percorri a biblioteca inteira, escrutinando os arredores e analisando os títulos dispostos nas estantes de madeira polida. O acervo do Madison era enorme, fruto da doação de um ex-aluno. Eliott, Melvile, Plath - todos reunidos em um só lugar -, Heminguay. O Velho e o Mar é o único livro de que realmente gosto, admiro a persistência do velho Santiago*, compreendo o personagem, sua luta. Afinal, quem neste mundo nunca lutou contra algum espadarte, seja ele real ou imaginário?

- O que procura, Stantford? - a bibliotecária perguntou, surgindo como um fantasma ao meu lado. - Posso ajudá-lo?

- Um livro!? ­- respondi.

Meu nível de tolerância a perguntas idiotas era bem baixo.

Ela fechou a cara enrugada e me encarou firmemente, parecia um maracujá velho com cabelos grisalhos e olhos puxados.

- Muito engraçado. Está há quase uma hora revirando as estantes, se ainda não encontrou o que procura é evidente que precisa de ajuda. Conheço este lugar como a palma da minha mão, diga o que procura e o ajudarei.

- Qualquer coisa que eu possa ler sem morrer de tédio ainda no prólogo.

- Morrer de tédio? Acho que precisamos encontrar o livro certo, aquele despertará o leitor que existe em você. - Ela caminhou, fazendo sinal com a mão para que a acompanhasse. - Talvez goste de Stephen King. - continuou, entregando-me um livro grosso, que havia acabado de arrancar da estante à nossa frente. - Seu pai adorava, passava horas aqui com a cara enfiada nos livros do sr. King. Era sempre o primeiro a chegar à biblioteca e o último a sair. Era um garoto bonito, assim como você. As garotas faziam fila para falar com ele, embora Maximilian Stantford só enxergasse ela; a garota com olhos de safira.

Segurei o livro, O Iluminado, a capa era feia para cacete. Garota com olhos de safira? Minha mãe tinha olhos castanhos.

- A minha mãe tem olhos castanhos, sra. Dolittle.

- Eu sei, a conheci muito bem. Melisa vivia imersa no mundo de Austen.

- Mas a senhora disse que meu pai só enxergava a garota com olhos de safira.

- Disse? - Suas mãos pararam nos quadris largos. - Devo ter me confundido. - O cacete que tinha. Até onde eu sabia meu pai sempre foi apaixonado pela minha mãe, os dois se conheciam desde o jardim de infância, se apaixonaram antes mesmo de largarem as chupetas. - Acho que vai gostar de O Iluminado.

- Obrigado, mas eu vi o filme. - disse, devolvendo-o a ela.

- Um filme é uma constelação, enquanto um livro é o Universo inteiro.

- A senhora com certeza não viu o filme.

- Vi uma vez, quando ainda estava em cartaz. Meu marido me arrastou até o cinema, tive pesadelos por quase uma semana. É um bom filme, mas ainda prefiro o livro.

Um bom filme? Fala sério! Dizer que O Iluminado é um bom filme é como dizer que a Megan Fox é apenas um pouco gostosa.

- Jack Nicholson estava fantástico no papel de Jack Torrance, e todo aquele clima. A senhora sabia que muitos críticos consideram o filme bastante superior ao livro? - ela deu de ombros. - Porquinhos, porquinhos, deixem-me entrar! - continuei, representando uma das muitas cenas clássicas do filme.

A sra. Dolittle riu e balançou a cabeça.

- Você é um péssimo ator. E a opinião dos outros não afeta a minha. Quem em sã consciência dá ouvidos aos críticos? - falou ao puxar outro livro da estante. A Coisa.

Não havia maldade em seu comentário, apenas um discreto traço de humor despontando no meio das palavras.

Ela rodopiou sobre os calcanhares e caminhou de volta até a mesa de mogno coberta por livros grossos e canetas esferográficas coloridas. Parei à sua frente, ponderando se cuspia ou não a pergunta entalada na minha garganta, e no quão tolo aquilo soaria.

- Sra. Dolittle?

- Sim.

- Saberia me dizer se Viola Beene esteve aqui mais cedo? - minha voz saiu arrastada, um sopro preguiçoso.

- Por que está sussurrando?

- Porque estamos em uma biblioteca. - menti, torcendo para que ela acreditasse. - Viola Beene esteve aqui ou não?

Não havia muitas pessoas no lugar, apenas um grupo de meninas sentadas a alguns metros, me encarando e rindo como hienas, e um garoto asiático concentrado numa pilha de papeis à sua frente. Mesmo assim era preferível falar baixo, sabe se lá que conclusões tirariam e que boatos espalhariam pela escola se me ouvissem.

- Parece que algumas histórias estão fadadas a se repetirem. - falou para si mesma. O olhar distante, fixo na parede branca à sua frente.

- O quê?

Ela abanou a cabeça e forçou um sorriso ao sentar-se, me indicando a cadeira à sua frente. Continuei de pé.

- Ótimo. Se prefere assim, assim será. Sim, ela esteve aqui mais cedo, veio devolver um livro e, levou mais três. Aquela garota é das minhas, uma leitora voraz, igualzinha à mãe. O tipo de pessoa que alça voos inimagináveis.

Desde quando ter uma livraria chinfrim e limpar bosta de cabrito pode ser considerado um vôo inimaginável? Porque até onde todos sabem é isso que a mãe da Cara de Coruja faz.

- Donald Yattes estava com ela?

- Não sei dizer, nunca consegui diferenciar aqueles garotos. Vou sugerir a eles que usem um crachá, da próxima vez que os vir.

- Donald é o mais idiota dos dois, o que tem cara de retardado e estrabismo. - disse, inclinando-me um pouco em sua direção.

- Não seja maldoso. A garota Beene estava acompanhada pela pequena Porter e um dos garotos Yattes, que a propósito não tem estrabismo.

- Não é culpa minha ele ter aquela cara. E maldosos são o senhor e a sra. Yattes que optaram por procriar em vez de se esterilizarem. Se eu tivesse aquela aparência não faria a menor questão de passar meus genes adiante. Faria uma vasectomia e resolveria o problema.

- Sr. Stantford, o mundo não é uma passarela onde só pessoas bonitas podem pisar. O Criador é infinitamente mais justo que a sociedade. A beleza não se resume a um rosto bonito, ou a um corpo de modelo, mas...

- Eu já entendi. - interrompi seu blá blá, blá, poupando-a do trabalho de dizer que o que realmente importa é a beleza interior, ou qualquer outra bobagem que só faz sentido para pessoas feias. - Obrigado pela informação. E pode ficar com isso, eu vi o filme. - Pus o livro que ela me dera sobre a mesa e abri um sorriso, empurrando-o na sua direção.

- Ponha o livro de volta na estante. - revidou num tom autoritário, empurrando-o de volta para mim.

- Acho que pôr livros em estantes é a sua função sra. Dolitlle, a minha é ser um bom aluno, tirar notas boas e fazer o possível para não acabar enfiado em uma biblioteca recebendo ordens de pessoas que têm idade para ser meus netos, e contas bancárias infinitamente maiores que a minha.

A melhor defesa é sempre o ataque.

- Ponha o livro de volta na estante. - repetiu, sem se deixar intimidar.

Eu não precisava fazer o que ela estava mandando, bastaria uma ligação para o meu pai e a sra. Dolittle se tornaria a mais nova desempregada do Reino Unido. Mas ela estava velha demais para correr atrás de um emprego novo, ninguém a contrataria, afinal vivemos em um mundo onde a velhice é vista como uma doença. Para mim, no entanto, velhice nunca foi sinônimo de incapacidade, a menos que a velha em questão fosse a enfermeira Talbot. A sra. Dolittle é irritante, mas totalmente suportável.

Me afastei com o livro em mãos. Por hora iria poupá-la do esforço inútil de procurar um novo emprego.

A voz da Cara de Coruja ecoou pelo lugar. Girei sobre os calcanhares e a avistei parada diante da sra. Dolittle, abraçada a meia dúzia de livros. Ela riu para a bibliotecária, e as duas engataram uma conversa animada.

Pedi aos Céus que aquela velhota falastrona mantivesse a boca fechada. A última coisa que eu precisava era que a Cara de Coruja pensasse que estava atrás dela, ou que sentia sua falta.

Senti seus olhos descansarem sobre mim, arregalados e brilhantes, e uma sensação estranha se formou no meu peito. Não ia ficar ali parado feito uma porcaria de estátua, enquanto um nó invisível me esmagava, avancei pelo corredor, procurando a estante certa. Será que a sra. Dolittle ficaria muito brava se o pusesse entre os livros de filosofia? Provavelmente sim, ela detestava ver os livros fora do lugar. Abri espaço na estante dos romances românticos, entre A Abadia de Northanger e Orgulho e Preconceito, e enfiei A Coisa entre eles.

- Estava me procurando? - A voz de Viola Beene ribombou às minhas costas.

Num sobressalto encarei seu rosto sardento. A velhota tinha decidido abrir a boca. Era esse o pagamento que eu recebia por poupá-la de uma possível demissão. Estreitei um pouco os olhos e deslizei as mãos nos bolsos.

- O quê?

- A sra. Dolittle disse que você estava procurando por mim.

- Ela é uma velha decrépita. - afirmei com um sorriso de canto.

- Mas não é mentirosa. - rebateu, abraçando fervorosamente a montanha de livros que carregava. - E decrepita é a sua falta de respeito com os mais velhos. Aposto que não gostaria nada que se referissem aos seus avós nesses termos, ou gostaria?

- Acontece que os meus avós não são velhos decrépitos.

- A sra. Dolittle também não... Por que estava me procurando?

- N- não estava te procurando, você sabe como os idosos são inventivos. Ela deve ter imaginado isso. - Levantei os ombros e fiz um esforço para olhar diretamente em seus olhos. Regra número um da mentira: Quando for mentir se lembre de demonstrar segurança, pessoas tendem a acreditar muito mais em pessoas seguras.

A Cara de Coruja deu de ombros, abraçando seus livros com o dobro de força e rodopiou. Eu devia ter ficado de boca fechada e deixado que ela se escafedesse, mas, em vez disso, acompanhei seu passo.

- É impressão minha ou está me evitando?

Ela parou bruscamente, me encarando como se eu tivesse acabado de fazer a pergunta mais idiota que algum dia já fora feita.

- Por acaso levou outra raquetada na cabeça? Eu propus que nos afastássemos por um tempo. Você concordou, lembra?

- Estava falando sério? - Meus olhos se estreitaram. Ela ia mesmo levar aquela história adiante?

- Sim. É evidente que não me quer por perto... Olha, eu estou indo bem e, sei que você também está. Tem um monte de amigos e... a Emily Dawson, e aparentemente eles são tudo de que precisa. - Ela forçou um sorriso amarelo e apertou os lábios. - A-acho melhor eu ir agora, meus amigos estão me esperando.

* Santiago é o protagonista do livro O Velho e o Mar, o velho que luta para pescar o espadarte.

Lindas,

Então, eu demorei um pouco dessa vez, desculpem por isso.

Estou muito feliz por terem aparecido no último capítulo e comentado, amo trocar uma ideia com vocês, saber o que estão pensando e o que esperam que aconteça.

Obrigada por votarem, vocês são demais!

O que acharam do capítulo? Quem será a garota com olhos de safira por quem o sr. Stantford foi apaixonado? Tá fácil, né?

Novamente, obrigada por tudo. Votem e comentem, lindonas!

Beijo gigante para todas!

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