A Demanda

By madalenamarques126

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Quando olhamos para Ava James vemos uma rapariga que pouco ou nada fala, o que nos leva a acreditar que é don... More

Prólogo
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo IXX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Epílogo
Notas da Autora

Capítulo XI

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By madalenamarques126

- Bom dia, dorminhoca.- diz a senhora ruiva enquanto acorda a sua filha com beijos e festas na cara.

- Mãe, já tenho doze anos não podes continuar a acordar-me assim.- replica a rapariga ensonada.

- Ahah, pronto eu passo-te a levantar-te como uma rapariga mais velha. Agora anda comer, fiz panquecas para o pequeno-almoço.

A menina levanta-se relutantemente, arranja-se e senta-se na mesa da cozinha. Não era normal a mãe fazer um pequeno-almoço daqueles, muito menos quando o seu aniversário tinha sido no dia anterior.

- Já despachada? Vai andando para o carro enquanto eu arrumo isto, por favor.

- Mãe, onde é que vamos?

- Vamos até casa da tia Lauren.

Em pouco tempo chegam à casa nos arredores de Londres, nela, a tia já a esperava à porta. A rapariga vai ter com ela e cumprimenta-a com dois beijos, de dentro começa a vir o cheiro a tarte Bakewell. Quando a menina olha para trás, a mãe está de joelhos.

- Sabes que a mãe te ama muito.- começa ela.

Ava acordou sobressaltada. Logo na primeira noite tinha-lhe calhado dormir no sofá e as costas doíam-lhe, para além de que as olheiras da noite mal dormida davam-lhe ainda pior aspeto.

- Bom dia, Bela Adormecida.

- Bom dia.- quando os seus olhos se adaptaram à luz percebeu que era Daniel que falava.

- Eu e David vamos visitar uma tia que vive por aqui, importas-te que te deixemos sozinha por um dia?

- Tens a certeza que visitar uma tia quando vocês fugiram de casa é uma boa ideia?

- Pensas o quê? Que ela vai ligar aos nossos pais? Não conheces mesmo a minha família.

- Não se preocupem, eu fico ótima. Divirtam-se, ou boa sorte.

Sendo assim, a rapariga vestiu-se e saiu para visitar Edimburgo. Na verdade, queria apenas apanhar ar, devido aos acontecimentos do dia anterior. Detestava pensar na sua mãe ou na sua família em geral . Quando o livreiro disse que a reconhecia, sentiu um arrepio na espinha, o facto de Tom conhecer Isaac e a sua mãe não lhe trazia um bom pressentimento. Claro que os gémeos tentaram dissuadi-la, ao afirmar que ela estava a ver coisas onde elas não existiam e que estava a ficar paranóica. A ruiva desistiu de os tentar convencer quando lhe começaram a fazer perguntas às quais não queria responder. O que eles não percebiam é que ela era a cara da mãe. Quando alguém a olhava da maneira que Tom a olhara, tinha a certeza que essa pessoa conhecia a sua mãe de algum lado.

Deu um longo suspiro e sentou-se no banco de um parque. Tinha de conseguir abstrair-se. A procura pelo assassino de Isaac já a andava a consumir e se também começasse a pensar na família ia dar em louca. Pegou num jornal que alguém tinha deixado no banco e começou a lê-lo.

Ao acabar de o fazer percebeu o quão lenta era. Ler era tudo o que precisava para se distrair. Logo, levantou-se e dirigiu-se para a livraria Southside Books. De certeza que ali encontraria algo com que se entreter.

Mal lá chegou viu uma ambulância e um carro da polícia à frente da livraria, bem como uma pequena multidão.

- O que aconteceu?- perguntou a rapariga a uma senhora.

- O dono morreu. Ouvi dizer que foi assassinado.

Ava olhou para o cadáver no chão. Alguém o tinha coberto com um pano, todavia ainda era possível observar uma mancha encarnada na barriga. A rapariga afastou-se em choque. Então era verdade? Tom realmente andava a ser vigiado tal como Isaac? E se eles fossem os próximos?

Rapidamente mandou uma mensagem a uns dos gémeos a relatar o sucedido, à qual veio a seguinte resposta: «Vamos fazer aquilo que devíamos ter feito desde o início. Vamos à polícia.»

Por um momento a ruiva sentiu o mundo girar à sua volta. Ela não podia ir à polícia, simplesmente não podia. Iriam encaminhá-la para uma família de acolhimento, nunca encontraria a mãe e nunca descobriria o que aconteceu a Isaac.

* ** *

Quando os irmãos voltaram ao motel barato onde se tinham hospedado encontraram uma Ava muito ansiosa.

- Olá, como é que correu com a vossa avó? Quer dizer, tia.

- Olá, correu bem, acho. Está tudo bem contigo?- perguntou David.

- Sim, claro. Estou apenas um pouco em choque com o que aconteceu a Tom.

- Não te preocupes com isso, já te dissemos que vamos à polícia.

Naquele momento a rapariga fez uma expressão entre pura raiva e indisposição.

- Nós não podemos ir à polícia.- começou ela a dizer calmamente, tentando controlar a respiração.- Não se lembram que o livreiro disse que estamos em perigo e que eles estão por todo o lado?

- Claro que nós não vamos dizer o que sabemos.- a rapariga deu um suspiro de alívio.- Nós vamos fazer o que devíamos ter feito com Isaac mas que não tivemos oportunidade: pedir informações à polícia. Eles têm detetives profissionais, de certeza que descobriram algo que não sabemos.

- Amanhã logo de manhã vamos à esquadra.- continuou Daniel.- Temos é de ter muito cuidado, devemos estar a ser seguidos, tal como Isaac e Tom.

- Só não consigo entender como é que eles nos vigiaram durante tanto tempo e eu nunca dei por nada.- retorquiu Ava.- E para além do mais, porque é que eu só encontrei um homem no restaurante se eles nunca andam sozinhos?

* ** *

Quatro dias antes da morte de Isaac.

- Vamos ter de ficar aqui a observar a miúda até quando? Não percebes que nos mandaram tratar do velho e não dela?

- A rapariga é a chave para chegarmos a ele. A nossa missão não é matá-lo, é extorquir informações.- respondeu um homem com olhos azuis e cabelo grisalho a sair da boina.

- Evidentemente que depois vamos ter de atar as pontas soltas... Vou buscar café, também queres?

O parceiro grunhiu em resposta.

- O que é suposto isso significar? Estou a tentar ser simpático contigo, isto aqui é um gelo e já não durmo há horas.

- Se não tens resistência não devias ter escolhido esta vida. Achavas que te iam dar um fato caro e uma pequena fortuna? O teu dever é fazer obras como esta em prol da organização e estudar os manuscritos. Sem o bom conhecimento nunca serás salvo.

- Eu posso fazer isso enquanto bebo um café.- e ao dizer isto abriu a porta do carro e saiu.

Ao voltar, cortou numa rua pequena e escura que estava deserta. Teve a súbita sensação de estar a ser perseguido, contudo quando olhou para trás viu o parceiro.

- Pregaste-me um susto, não o voltes a fazer!

O homem mais velho de olhos azuis sorriu enquanto tirava a arma de dentro do casaco. De seguida, deu um único tiro na cabeça do parceiro. O assassino pegou no corpo e depositou-o na mala do carro para ser largado no mar posteriormente.

«Esta geração não tem a fé nem a força suficiente para realizar o Propósito.»- pensou enquanto tirava o anel do dedo do defunto.- «Mas não me compete a mim orientá-los e fazer o trabalho de outros. Eu apenas realizo as tarefas que me dão, mesmo que isso signifique tirar alguns obstáculos do caminho.»

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