Viola e Rigel - Opostos 1

Galing kay NKFloro

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Se Viola Beene fosse um cheiro, Rigel Stantford taparia o nariz. Se ela fosse uma cor, ele com certeza não a... Higit pa

O Sr. Olhos Incríveis
A Cara de Coruja *
A segunda impressão
O pesadelo *
O Pedido
O Presente
O Plano
O Livro
A Carta
O Beijo
A Drums
A Raquetada*
Cheiros
Os Pássaros *
O Pequeno Da Vinci
O Mundo era feito de Balas de Cereja
O Dia do Fundador
BOOM! BOOM! BOOM!
A Catedral de Saint Vincent
Ela caminha em beleza
Anne de Green Gables
O Poema
Meu nome é Viola
Cadente
Noite de Reis
Depósitos de Estrelas
70x7
A loucura é relativa
Ó Capitão! Meu capitão!
E se não puder voar, corra.
Darcy
Cupcakes
Capelletti e Montecchi
Ensaio sobre o beijo
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Metamorfose
Perdoar
Natal, sorvete e música
Anabelle
Clair de Lune
Eu prometo acordar os anjos
Red Storm
Purpurina da autora: O que eu te fiz Wattpad?
Palavras
Como dizer adeus
Macaco & Banana
Impulsiva e faladeira
Sobre surpresas e ameixas
Infinito
Como uma nuvem
Sobre Rigel Stantford (Mad Marshall Entrevista)
Sobre Viola Beene (Mad Marshall Entrevista)
Verdades
Rastejar
O Perturbador da Paz
Buraco Negro
O tempo
Show do Prescott
A Promessa
O tempo é relativo
Olá, gafanhoto
Olhos de Safira
O caderno
De volta ao lar
A Missão
A pior noite de todas
Grandes expectativas e frustrações maiores ainda
Histórias de amor e outros desastres
Sobre escuridão e luz
Iguais
Sobre CC e RR
Salvando maçãs e rolando na lama
O infame
PRECISAMOS FALAR SOBRE PLÁGIO
Promessas

O Queixo Tremulante

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Galing kay NKFloro

Virei-me na cama, respirando profundamente, e em vez de sentir o cheiro próprio da enfermaria, fui surpreendido pelo cheiro de balas de cereja.

Abri os olhos um tanto receoso, primeiro o direito, depois o esquerdo, me deparando com um emaranhado de cabelos vermelhos esparramados sobre meu peito. Estreitei o olhar a fim de enxergar melhor, muito embora soubesse exatamente quem veria.

Sua cabeça estava em meu peito, os óculos fundo de garrafa apoiados na ponta do nariz enquanto ela ressonava. Vista daquele ângulo Viola Beene se parecia um pouco com um anjo, não que eu já tivesse visto um, mas era daquela forma que costumava imaginá-los quando era criança e minha mãe me contava histórias sobre eles.

Perguntei-me se ela estaria sonhando. E, caso estivesse, com o que exatamente sonhava.

Meus olhos perscrutaram o lugar, a única pessoa ali, além de nós dois, era a enfermeira Tabolt, que se distraía lendo um livro de bolso, provavelmente um daqueles romances idiotas pelos quais as mulheres costumam suspirar.

Meus dedos afundaram hesitantes na juba escarlate e o cheiro de balas de cereja se intensificou consideravelmente. Honestamente, Viola Beene não parecia tão ruim quando não estava mostrando os dentes e me encarando com aqueles olhos de coruja. Um sorriso brincou em seus lábios e sua mão deslizou pelo meu braço. E foi muito estranho, porque de repente uma sensação bizarra começou a se formou na boca do meu estômago.

- Beene. - chamei, antes que a coisa piorasse. Ela levantou a cabeça por um segundo apenas. - Beene. - repeti com uma cutucada em seu ombro e, fui pego de surpresa por um ronco. Ótimo. Excelente. Formidável. Além de tudo ela roncava. - Beene. - insisti, afastando-a de uma vez.

- O quê? - perguntou sobressaltada, tratando de arrumar os óculos que haviam pendido para o lado com o solavanco. - Oli você já acordou? - Seus olhos se arregalaram. Sempre se arregalavam.

Não, ainda estou dormindo. Quis responder, mas era melhor ignorar aquela pergunta idiota.

- Isto ai no canto da sua boca é baba? - Ela levou o dorso da mão à boca e se afastou, caindo de costas na cadeira ao lado.

Pelo amor de Deus. Não bastava ser estranha, chata, irritante e mais feia que a peste negra? Também tinha que roncar e babar enquanto dormia?

- É... Parece que sim. - disse meio sem jeito, encarando a mão melecada. - Eu tenho um pouco de dificuldade para respirar durante o sono, para facilitar a respiração minha boca se abre e às vezes acabo babando um pouquinho.

Me sentei na cama e levantei a sobrancelha, mau podendo acreditar na naturalidade com que ela discorria sobre sua baba.

- Um pouquinho?

- Acredita que eu costumava roncar quando criança? - Os cantos de seus lábios se ergueram. - É engraçado, não acha? O meu avô também ronca. A vovó diz que seu ronco faz a casa inteira tremer, o que é uma grande verdade.

Com certeza roncar era muito engraçado. Ouvir o ronco alheio então, mais engraçado ainda. Era de espantar que Stephen Fry* ainda não tivesse produzido uma série de programas sobre o tema e matado toda a Inglaterra de rir.

Viola Beene era patética.

- O que você está fazendo aqui, afinal de contas?

- Vim ver como estava. Você parecia um daqueles sapos enormes que aparecem durante o inverno nos lagos. - Ela inflou as bochechas, que já eram suficientemente grandes, numa imitação ridícula de um sapo, e desatou a gargalhar.

- Você deve ter achado o máximo me ver assim, não é?

- Só achei engraçado. - Sua risada tinha esvanecido e ela estava torcendo as mãos sobre os joelhos.

- Então você soube que Bridget tinha dado com uma raquete na minha cabeça e veio rir um pouco da minha cara. Muito nobre da sua parte.

- Não vim rir da sua cara. Vim ver se estava bem, apesar de você não merecer de forma alguma. Mas, se quer saber, eu achei muito bem feito. Tenha uma boa noite. - disse, pulando da cadeira. - Eu não vou ficar aqui aturando seu mau -humor quando tenho um mundo de trabalhos me esperando.

- É assim que você chama o papa-insetos? Mundo de trabalhos? Interessante.

- Do que é que você está falando?

- Para de bancar a inocente. - pedi num tom cortante. Já estava de saco cheio.

- Bancar a inocente?

- Devia considerar ingressar na política depois da faculdade, pessoas como você costumam ter bastante êxito nessa área, Beene.

- O que você quer dizer com pessoas como eu?

- Você é naturalmente tão dissimulada ou fez algum tipo de especialização?

Ela arregalou os olhos e juntou as sobrancelhas.

- A pancada na cabeça deve ter afetado seu cérebro seriamente, deveria procurar um neurologista e verificar se os danos reversíveis.

- E você deveria parar de fingir. - retruquei com a voz algumas oitavas acima do normal.

A enfermeira nos encarou, estreitando os olhos sobre o livro, observou por um instante e então voltou a ler.

Excelente. Se Viola Beene quisesse poderia ter me matado e aquela velhota continuaria com a cara enfiada entre as páginas. Eu ia falar com meu pai sobre isso, era evidente que o Madison's precisava de uma enfermeira nova, ele só precisaria fazer uma ligação para o sr. Prescott e a incompetente teria todo tempo do mundo para ler seus romances em casa, se é que ela tinha uma casa. Pessoas como a enfermeira Talbot geralmente se empoleiravam em apertamentos de quinta categoria localizados em bairros imundos onde havia mais ratos que pessoas transitando pelas ruas.

- Fingir? Pode, por favor, me dizer do que é que você está falando?

- Do seu namorico com o Yattes, é disso que eu estou falando.

Ela parou por um instante, levando a mão à boca na tentativa inútil de abafar uma risada.

Eu estava em uma enfermaria, minha cabeça latejava e, como se isso não fosse ruim o suficiente, ainda tinha que aturar as risadinhas da Cara Coruja. O inferno com toda certeza se resumir aquele momento.

- Namorico? Você acha que Donald e eu estamos namorando?

- Eu vi vocês dois na Drums. - respondi com os dentes entrecerrados. - Você parecia uma maldita hiena sorridente.

- Está com ciúmes, por isso está agindo como um idiota, por isso me disse todas aquelas coisas horríveis.

- Ciúmes? De você? - Eu tive que rir. Não estava com ciúmes, estava irritado. - Fala sério!

- Se não é ciúme, o que é então?

Aqueles olhos... Não era para ser tão difícil falar qualquer coisa, mas a droga daqueles olhos azuis sempre me faziam titubear. Desviei o olhar, encarando a parede à minha frente, era mais fácil assim.

- Estava bravo com Brigitt e acabei descontando em você, a primeira pessoa que apareceu na minha frente. - menti.

- Você me falou tudo aquilo por que estava bravo com a Brigitt Marshall? Acho que a raquetada que ela te deu não foi forte o suficiente. Você é um idiota.

- Qual é o seu problema? Pensei que quisesse a verdade.

- Você é tão cruel, é tão fácil para você magoar as pessoas, isso me assusta. - Excelente. Parecia que eu era uma espécie de filme de terror ambulante assustando todo mundo, primeiro a minha mãe e, agora a Cara de Coruja. - Lembra quando nos conhecemos? Você não foi nem um pouco simpático, mas eu preferi relevar e tentar ser sua amiga, porque eu achava que você valia a pena. Acreditava que por baixo de toda aquela arrogância existia uma pessoa correta, boa. Acho que estava enganada. - despejou com a voz embargada. - Ontem você me disse que não éramos amigos e, quer saber, você estava certo, nós não somos, nunca fomos ou seremos. Eu não quero mais ser amiga de alguém como você.

Eu não sabia o que dizer, não tinha o que dizer. Vi ela girar sobre os calcanhares e marchar em direção à porta em profundo silêncio.

- Espera! - pedi, quase dando de cara no chão ao saltar bruscamente da cama.

Ela deu meia volta e correu até mim.

- Você está bem? Está sentindo alguma coisa? - Suas mãos me empurraram de volta para a cama. - Vou chamar a enfermeira Talbot.

A velhota incompetente tinha deixado a enfermaria fazia quase cinco minutos, àquela altura devia estar enfiada na cozinha em busca de cafeína.

- Não precisa, eu estou bem. - disse, cravando os dedos em seu pulso. Observei a pele branca pontilhada de sardas e o quanto sua mão parecia pequena perto da minha. Ela parecia tão frágil e quebrável quanto os cristais da minha mãe.

- Não está não, você está mais branco que estas paredes. Eu vou procurar a enfermeira Talbot e volto num minuto.

- Esqueça a enfermeira Talbot. - Os cantos de meus lábios se esticaram. - Eu estou bem.

- Tem certeza? Você pode ter tido uma concussão ou algo assim.

- Eu já disse que estou bem. Relaxa.

Apertei sua mão, trazendo-a para o meu lado. Era estranho estar tão perto de Viola Beene e não querer fugir.

- É um tanto engraçado, sabia? - disse baixinho. - O seu queixo.

Seus olhos se arregalaram.

- O que tem o meu queixo?

- Nunca percebeu que sempre que fica apreensiva ou triste ele treme?

- Treme? - rebateu, parecendo verdadeiramente surpresa.

- Sem parar.

- Eu não sabia.

Como era possível que ela nunca tivesse notado, ou que alguém nunca tivesse lhe dito? Não era uma coisa que acontecia esporadicamente, acontecia sempre.

- Ninguém nunca te falou isso?

- Talvez ninguém tenha percebido. - Ela apalpou a ponta do queixo tremulante. - É muito estranho?

- Um pouco. - respondi com um sorriso. A verdade é que era estranho para caramba e um pouco cômico. - Desculpa por ter te falado aquelas coisas, tá legal?

- Sabe, quando eu disse que não queria mais ser sua amiga, eu menti. Ainda quero ser sua amiga, se você quiser é claro.

- Tem certeza que quer ser amiga de alguém tão antipático e arrogante?

- É que eu ainda acho que você vale a pena.

Esperava que ela estivesse certa. Ser alguém que valia a pena era bom.

- E ai, cara! - A voz de Arran ecoou pela enfermaria, arranhando meus ouvidos. Enquanto avançava a passos largos seus olhos voaram para a garota ao meu lado e, rapidamente me afastei. Ainda tinha uma reputação pela qual zelar. Ficar perto da Cara de Coruja não pegaria nada bem. - Você parece bem melhor do que parecia pela manhã, camaradinha. - Ele deu uma olhada em Viola Beene e caiu na cadeira. - E ai, Beene.

- Oi, Marshall. - Ela sorriu para ele, mostrando aqueles dentes horríveis. Se eu tivesse dentes tão feios, juro que não abriria a boca nem para falar.

- Sabe Rigel, acho que terei pesadelos escabrosos esta noite.

- Pesadelos são terríveis, ainda mais quando envolvem animais e crianças. - A Cara de Coruja afirmou, sem perceber a ironia implícita nas palavras do idiota à nossa frente.

- Meu pior pesadelo são os dragões. Odeio dragões... De todos os tipos. - motejou..

Sempre soube que Arran era um imbecil, mas ultimamente sua imbecilidade vinha extrapolando todos os limites. Eu queria mandar ele parar com aquilo, e teria feito, se Viola Beene não parecesse tão empolgada com a conversa.

Ela era tão inocente que dava dó.

- Verdade? O meu são animais mortos.

- Sério?

- Sempre fico mal quando sonho com algum animal morto.

- Stantford! - A enfermeira Talbot exclamou, irrompendo pela porta com um copo de café na mão. - O que está acontecendo aqui? Uma convenção? Isto é uma enfermaria! Eu saio por um minuto e vocês aproveitam para fazer uma algazarra. Beene e Marshall sumam daqui agora mesmo.

- Mas... - Viola Beene tentou argumentar, mas calou diante do olhar atravessado da leitora de romances água com açúcar.

Encolheu os ombros derrotada e, antes que a velhota a expulsasse a pontapés, estalou um beijo no meu rosto.

- Tenha uma ótima noite, Oli. - sussurrou, sob o olhar petrificado do meu melhor amigo e da enfermeira.

Oi,

Como eu disse que ia tentar postar com mais frequência aqui está mais um capítulo.

Obrigada a todas vocês que estão acompanhado a história, a vocês que favoritaram e que votaram. Isso é muito importante para mim, amo saber o que vocês estão achando e morro de rir com os comentários fofos de vocês.

Não esqueçam de palpitar, e expressar o amor de vocês pelo Rigel... Não espera, ninguém gosta muito do nosso pequeno antagonista. Então me falem da nossa pequena iludida.

Kiss enorme!

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