Gente o capitulo de hoje está cheio de emoções fortes, então aguenta coração! Já deixem seu voto aí e quando acabarem de ler me digam o que acharam do capítulo hein!
"Somente em Ti descansarei, pois eu sou Teu e Tu és meu"
Vamos ao capítulo ❤
Depois que terminei de ajeitar minhas coisas no lugar fui até as gavetas e peguei meu uniforme branco que era obrigatório em dias especiais, por algum motivo o diretor achava o primeiro dia de aula... Especial. Nenhum estudante acha, ainda mais de colégio interno, só é bom para rever os amigos. Eu acho tão esgotante, tem muito mais matérias que meu antigo colégio. Eu ainda me saio bem em tudo, apesar de tudo que tenho passado não deixo isso influenciar nos meus estudos, afinal, é meu futuro em jogo.
Futuro! Eu nunca parei para pensar direito nele, no que eu realmente quero ser, eu sempre quis ser medica como meu pai ou enfermeira como minha mãe, mas algo mudou. Eu amaria salvar vidas ainda, mas eu ainda não tenho certeza absoluta. Já pensei em tantas coisas, principalmente escritora, eu amo escrever mais que tudo na vida. Seria uma porta de escape para os meus sentimentos. Eu sei que não salvaria vidas exatamente, mas eu poderia compartilhar algumas coisas e salvá-las emocionalmente, afinal a pior morte que o ser humano pode ter é a emocional e espiritual, principalmente espiritual.
Eu tinha morrido, mas Cristo me trouxe de volta, me deu uma nova chance e com isso me devolveu Anna. Apesar de tudo ainda estar confuso, eu sei que foi Ele que a trouxe, Ele a livrou da morte, por mais que ela quisesse, ainda não era seu tempo. E eu, concordo. Deus faz tudo perfeitamente bem, eu fico imaginando se isso que aconteceu não foi para que eu fizesse amigos e conhecesse pessoas tão especiais como o Vincent, apesar de tudo ele é especial. Amanda, Verônica, Kathy, Vitória, Paola, e os outros são quase uma família para mim, e eu não queria isso no inicio de tudo.
Deus mudou meu coração, eu sinto isso, eu sinto a presença d'Ele como sinto a brisa do vento tocar meu rosto, como sinto a água no meu corpo quando vou me banhar. É incrível, mais incrível ainda Ele ter amolecido meu coração de pedra, eu sempre fui tão dura comigo mesma e com as pessoas, a única pessoa que via minha doçura era Anna, e isso não vai mudar, mas eu sinto vontade de demonstrar isso em outras pessoas, como Amanda, que me ajudou muito.
— Presta atenção garota – Elise me empurra e revira os olhos. — Não quero levar advertência no primeiro dia por você não se ligar no que o diretor diz.
—Que besteira – Rebato e ela apenas olha para frente novamente.
Encolho-me entre os alunos que estão juntos no auditório e saio dali, eu estava incomodada já, quase sem ar. Volto para o meu quarto e pego na minha bíblia para lê-la. Então abri em Colossenses capitulo primeiro, versículo quinze até o vinte. Esses versículos estavam marcados na minha bíblia. Comecei a ler em voz alta:
"Ele, o primeiro Filho, é a revelação visível do Deus invisível; ele é superior a todas as coisas criadas. Pois, por meio dele, Deus criou tudo, no céu e na terra, tanto o que se vê como o que não se vê, inclusive todos os poderes espirituais, as forças, os governos e as autoridades. Por meio dele e para ele, Deus criou todo o Universo. Antes de tudo, ele já existia, e, por estarem unidas com ele, todas as coisas são conservadas em ordem e harmonia.Ele é a cabeça do corpo, que é a Igreja, e é ele quem dá vida ao corpo. Ele é o primeiro Filho, que foi ressuscitado para que somente ele tivesse o primeiro lugar em tudo. Pois é pela própria vontade de Deus que o Filho tem em si mesmo a natureza completa de Deus. Portanto, por meio do Filho, Deus resolveu trazer o Universo de volta para si mesmo. Ele trouxe a paz por meio da morte do seu Filho na cruz e assim trouxe de volta para si mesmo todas as coisas, tanto na terra como no céu..."
Ouvi palmas e parei de ler a passagem, ao me virar deparo-me com Isabel escorada na porta cm um sorriso cínico no rosto e um olhar de desdém que me irritou bastante, mas eu não iria me deixar pela raiva de novo. Fechei minha bíblia e a guardei na gaveta dos uniformes. Tento sair, mas ela me empurra com uma das mãos para olhá-la.
— Olha, você é patética, acredita mesmo em contos de fada? – Isabel provoca.
— Isso não é conto de fadas, é a verdade sobre a pessoa que morreu por mim e por você – Digo e puxo meu braço, mas ela ri.
— Ri-di-cu-la – Ela soletra.
— Me deixa passar – Replico e ela sai da frente da porta, foi até muito fácil.
Saio correndo do quarto e vou escondida até o telhado, apoio meus cotovelos no muro e fico observando o céu cinzento e o vento gelado bater no meu rosto, então eu senti uma mão no meu ombro, eu já podia pressentir quem era assim como meu coração. Ele estava me avisando por meio das aceleradas batidas e o reboliço na minha barriga.
— Oi – Virei e o vento fez meu cabelo ir para o meu rosto, ele riu e arrumou meu cabelo, eu sorri. — Continua linda – Ele diz sorrindo para mim e eu sorrio constrangida.
— Você ainda trabalha aqui – Digo apontando para as luvas em sua mão e ele afirma com a cabeça. — Se você não cuidasse desse lugar ele estaria todo seco.
Ele não dizia nada apenas me olhava e sorria, colocou suas luvas em cima do pequeno muro e depois colocou as mãos nos bolsos, isso dava um charme a ele. Seu sorriso encantador, ele era como uma droga para mim. Ele é meu calcanhar de Aquiles, e eu não tinha medo dessa fraqueza, na verdade, queria me entregar a ela.
— Sobre o outro dia no telefone, eu ia dizer que... – Decido falar algo, já que fui interrompida naquele dia.
— Não precisa dizer anjo, eu só queria dizer que sinto sua falta e dizer que sinto muito mesmo. Se você soubesse como me arrependo – As palavras saiam sinceras através de um tom de voz abrandado.
— Vincent, eu ainda... – Começo a dizer, mas o rosto da minha irmã me veio à cabeça, mas eu queria tanto dizer algo. — Eu... – Ele se aproximou de mim, com um sorriso de canto arrebatador e deu um beijo na minha testa.
— Eu também te amo. – Ele responde, parecendo ler meus pensamentos.
De repente, alguém aparece de surpresa, era o zelador da escola, imediatamente ele nos vê.
— Desçam, antes que me arrumem problemas. Inclusive você, senhor Vincent. – Apesar de brigar com a gente, ela falava num tom amigável. Descemos imediatamente.
Olho ao redor pensando em voltar ao meu quarto enquanto Vincent ia direto para ouvir o diretor. Mas ele para e me olha.
— Você não vem?
— Eu vou no meu quarto antes e te vejo lá.
Ele acenou e sorriu e continuo indo.
Vou até a porta do meu quarto que está entre aberta quando chego, olho o chão e tem várias folhas jogadas, abro a porta e vejo o quarto repleto de folhas, meu coração aperta. Entro no quarto e pego uma das páginas. Minha bíblia, meus olhos enchem de lágrimas e eu caio no chão, ajoelhada.
— Desgraçada. – Rosno, fico parada por alguns instantes, mas termino gritando.
Levanto-me chorando de raiva ainda gritando um pouco e bagunço toda a cama dela, eu não sei controlar minha raiva ainda, ela mexeu com algo sagrado para mim, algo precioso e importante. Foi como quando Elise falou da minha irmã, eu não controlei. Eu ia derrubar todas as coisas dela que estavam em cima da cômoda dela, parei por um minuto para pensar, mas eu já estava decidida, parei de gritar e respirei e fui devagar até lá.
— Eu não ligo. – Joguei todas as coisas dela no chão, uma por uma, vendo todos os perfumes caros se espatifarem no chão, entre todos os estilhaços um entrou na minha mão.
Eu começo a chorar, feito um bebe chorão, eu não queria fazer isso, mas só de pensar no inferno que vai ser ela aqui eu me sinto arruinada e atormentada, lembro-me que Anna pode estar sozinha e entro em desespero e saio correndo.
— Ei! – Ouço uma voz gritar por mim no corredor, mas não percebo quem era.
Vou até o quarto dela e bato loucamente na porta, grito a chamando e meus olhos ardem e começo a chorar como eu pude baixar guarda? Sou tão estúpida.
— Anna! Anna! – Continuo a chamar na porta, quando sinto minha mão latejar de tanto bater e vejo o sangue escorrer pelo meu braço paro com as mãos fechadas na porta e olho para baixo. A porta se abre e caio em cima de alguém, largo por um segundo para ver quem é e quando vejo que é ela a abraço forte.
— Tudo bem? – Ela pergunta um pouco assustada.
— E-e-e-eu.... Anna, eu estou bem... M-mas isso não importa –Toco o rosto dela. — Você está? Porque não está de uniforme? Saiu do quarto? – Questiono-a
— Angelina... isso é sangue? Você precisa ir para enfermaria.
— ME DIZ QUE ESTÁ BEM! – Acabo por elevar meu tom de voz.
— Eu ainda estou me organizando, o diretor deixou, eu demorei porque estava no banho. Desculpe. Eu estou bem. – Ela diz e eu a abraço.
— Ok. – Respiro mais calma.
— O que houve? Porque está com sangue?
— O que? – Olho para o sangue na minha mãe e finalmente sinto a dor. — Não é nada, eu vou. Fique bem, me mande mensagem se precisar de algo ok?
— Tem certeza?
— Sim. Fica tranquila.
Eu volto para o quarto, quando chego a porta está aberta e percebo Elise parada olhando para o quarto, passo de lado por ela já que ela estava cobrindo quase toda a passagem, começo a arrumar as coisas de Isabel e fico encarando ela que está com cara de quem se chocou.
Já estou preparando meu discurso para pedir meu pai para repor as coisas dela, apesar de ela não merecer nadinha.
— O que aconteceu aqui? – Ela pergunta, andando devagar pelo quarto.
— Isabel aconteceu, ela rasgou minha bíblia e espalhou os pedaços – Digo esticando os lençóis de Isabel. — Só estava dando o troco.
— Porque ta arrumando as coisas dela? – Questiona.
— Porque eu fiz isso por raiva, e não quero perder a razão – Ela consente e se joga em sua cama tirando os saltos.
— Bom, quebrar as coisas dela já não vai ajudar muito nesse negocio de não perder a razão. — Conta para o meu irmão, não deixa isso barato – Ela diz deitada com os olhos fechados. Acabo de arrumar a cama e sento na minha.
— Contar o que? – Ouço a voz de Isabel e olho para a porta e Elise se senta cruzando as pernas.
— Você é louca? Olha o que fez com a minha bíblia! – Digo levantando e apontando para as folhas rasgadas.
— Como sabe que fui eu? Pode ter sido Elise, afinal, ela é a que apronta sempre com você aqui, eu sou novata – Diz cínica e ficamos boquiabertas.
— Angelina pode não querer te bater, mas eu vou te arrebentar garota. – Elise se levanta enfurecida, mas eu a paro.
— Não adianta Elise, isso só vai fazer você parecer culpada, esquece. – Ela suspira funda e ergue as mãos em rendição.
— O que é isso? OLHA O QUE VOCÊ FEZ! Eu tenho certeza que foi você sua nojenta! Meus perfumes são super caros.
— Meu pai vai te dar todos novos. Não arrume confusão por causa dessas imitações.
— Uuu – Elise ri.
Isabel ri e passa pelo quarto pisando ainda mais nas folhas que estão pelo chão. Pega alguma coisa no seu armário e vai até o banheiro, Elise rosna e eu me abaixo para limpar a bagunça. Impressionantemente Elise começa a catar também, talvez porque ela acabou se metendo nisso também.
— Não precisa fazer isso Elise – Digo juntando as folhas.
— Não seja orgulhosa garota – Ela diz e continua a me ajudar.
— Pensei que eu teria mais problemas com você – Confesso.
— Você não é o centro da minha vida, e essa garota tem problemas maiores que os meus – Replica.
Anna narrando
A noite caiu, olho para o meu celular e já é bem tarde, estou me revirando na cama, é tudo novo para mim, não durmo bem há algumas noites. Tenho que me acostumar com isso faz parte da minha vida, mesmo que eu não me lembre, eu sinto que essa é a minha vida, eu só preciso me lembrar dela, me sinto tão mal por não se lembrar da minha família. Eles estão se esforçando tanto para me ver feliz e bem, mas eu não consigo lembrar deles, lembro de Bernardo pelo sonho e até vi Angelina. Até mesmo com Isabel eu tive lembranças, mas com meus pais não.
Eu ainda não sei ao certo onde ficam as coisas aqui, mas achar um bebedouro não deve ser tão difícil. Saio de fininho da cama para não acordar Amanda, coloco minhas pantufas e abro a porta bem devagar. Ando pelos corredores até achar a saída, esse colégio parece um labirinto. Chego até as escadas, mas minha cabeça começa a doer. Uma visão: Eu chorando deixando uma carta em cima de uma escrivaninha.
— Querida! – Acordo de meus devaneios, mas antes de olhar quem é sinto mãos.
Sinto mãos em minhas costas e rolo toda a escadaria dali, minha cabeça dói tanto, começo a ver tudo girando e meus olhos perdem os focos. Eu queria gritar, mas não deu.
Continua...
"A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira. " Provérbios 15:1
GENTE! O QUE FOI ISSO? ISABEL LOUCAAA! Coitada de Angelina, uma dor atrás da outra... Agora precisa se preocupar com sua irmã. Esse retorno ao colégio vão trazer muitas coisas ainda, aguardem♥ Comentem o que acharam do capítulo hein <3 Até a próxima