Tomo o meu banho e me troco. Coloco o vestido que o Christian me deu e faço a make. Eu sei que para uma secretária eu estava muito mais arrumada, mas minha intenção era provocar o Christian. Fiz essa make :
O bom de ter passado um tempo morando com a Débora foi que ela me ensinou a fazer várias makes. Ela trabalhava em um salão de beleza antes de começar a faculdade de arquitetura.
Eu deixo as malas no canto da cama e guardo o que ficou espalhado pelo quarto. Coloco o salto. Nossa, estou linda! Mas como toda mulher nunca se sente linda por completo, eu tenho que saber a opinião dos outros, né?
Tiro uma foto e mando pra galera. Todos gostaram. Apago a luz e tranco a porta. Christian está me esperando lá no saguão. Ele disse que ficaria jogando sinuca.
Desço. Estou super confiante. É hoje que o Christian morre de ciúme.
Eu paro na recepção e olho em volta à procura de Christian. Vejo uns caras jogando sinuca e Christian no meio deles. No momento, ele não me vê. Pelo jeito eles estão apostando uma quantia alta, pois estou vendo um bolo bem gordinho de dinheiro ao lado da mesa de sinuca.
Um dos caras que estava sentado me vê. Não demra muito para ele cutucar os outros e um deles resolvem vir até mim. Christian está na sua jogada final, ele me vê mas fica lá.
Homem estranho - Oi linda. Tudo bem?
Carol - Sim.
Homem estranho - Eu posso saber o nome dessa deusa grega que está aqui?
Vejo Christian se aproximando com o bolo gordo de dinheiro nas mãos.
Christian - O nome dela é fim de jogo. Perdeu, playboy. Vamos, princesa?
Ele estende o braço para mim apoiar nele. Eu dou risada e vou caminhando com Christian até o táxi.
Christian - Você está muito linda hoje. Linda e gostosa.
Carol - Obrigada pela educação.
Christian - Pelo jeito você quer ir logo pra minha cama, né? Se você quiser a gente pode fazer no banheiro do avião ou na social. Ou até mesmo aqui no hotel.
Carol - Eu não vou transar com você, Christian. Fique bem ciente disto.
Ele dá aquele riso safado e abre a porta do táxi para mim.
Chegamos na social em vinte minutos. Por fora parecia uma festa comum, mas por dentro era
D I V I N O !
As pessoas daqui sabem como decorar um local. Tinha um som suave e baixo de fundo, para entrada dos convidados. As paredes eram bem vermelhas e tinha muito pouca luz. A social parecia mais um coisa romântica do que um festa sobre o trabalho.
Assim que chegamos fomos recebidos pelos chefes. Christian me apresentou mais uma porrada de gente chique. Esse mundo é muito metido.
Depois de tomarmos alguns vinhos e nos servir de petiscos, finalmente chegou a hora da reunião. Cada um falou o que achava melhor. Tive sorte, pois ninguém teve a mesma ideia do que eu. Na hora que os empresários sentaram nas cadeiras, era a minha vez de falar. Fiquei super nervosa, pois eu não conhecia mais da metade daquele povo. Christian me olhou firme, passando confiança. Ele sabia que eu estava com um pouco de medo de fazer algo errado.
Christian - Então, senhores, agora a minha secretária vai apresentar o nosso trabalho.
Eu levanto e caminho lentamente até o telão que estava transmitindo. Eu estava tremendo. Pierre estava bem à minha frente, o que me deixou mais nervosa ainda.
Carol - Então, primeiramente eu quero desejar uma boa noite a todos.
Todos - Boa noite.
Carol - Bom, eu tive pesquisando muito e fiz algumas planilhas sobre pequenas fábricas e não foi muito difícil chegar ao resultado, pois precisaríamos de uma empresa que crescesse rápido e que gaste pouco. Pelo que eu observei, muitas secretárias aqui não pensaram nessa possibilidade, pois como uma delas citou, uma fábrica de fraldas seria muito últil, mas não é todo mundo que tem um bebê. Como estamos no fim do mês de maio, e logo chega o dia dos namorados, nada mais, nada menos do que montar uma pequena fábrica de chocolate pode ser o início de um grande negócio. O chocolate é um dos produtos mais consumidos no Brasil, tendo uma expressiva demanda, ainda mais em datas festivas como dia dos namorados. Para montar uma pequena fábrica de chocolate com os equipamentos básicos como geladeira, equipamento para derreter, estufa, batedeira e formas será preciso um investimento inicial aproximado de R$ 5.000,00 reais, relativamente baixo, ainda mais quando comparado ao faturamento. Precisamos estar atento as exigências sanitárias, as quais costumam ser bem complexas quando se trata de produção de alimentos. No final das contas, vocês vão verem que não vão precisar investir muito e vão ter bastante lucro rapidamente.
Depois do meu pequeno dicurso eles aplaudiram e eu sentei.
Christian - Muito bem. Você foi demais!
Carol - Obrigada.
Depois que eu sentei eles ficaram discutindo sobre qual fábrica iria abrir. Pierre não parava de me olhar e Christian estava se sentindo incomodado.
Carol - Vou ao banheiro.
Christian - Ta bom, cuidado.
Eu levanto e vou até o banheiro. Eu queria ir embora. Aquela bagunça toda já estava me enjoando. Tinha muita gente metida ali e a única pessoa que eu conversava era o Christian.
Depois de jogar uma água no rosto eu saio do banheiro. Ao sair, dou de cara com o Pierre.
Pierre - Olá, moça bonita.
Aquele Pierre me enjoa. Ele fica toda hora me olhando e não sai do meu pé. Pelo jeito ele vai ficar na minha cola a noite toda.
Carol - Oi..
Pierre - Gostei muito do seu trabalho. Com certeza, votarei em você.
Carol - Obrigada, Pierre.
Pierre - Você está muito linda hoje, sabia?
Carol - Ah, obrigada rs
Na hora começa a tocar uma música lenta.
Pierre - Posso convidar a dama para uma dança?
Se eu dançar com ele, será que ele vai sair do meu pé? Eu não tenho nada contra o Pierre. Mas é que ele está na minha cola o tempo todo e assim os outros caras não me olham. Tem tanto cara gatinho aqui. Mas até que o Pierre é bonito. Tem cabelos castanhos e uma pele branquinha. Eu ainda não pude decifrar se o olho dele é azul ou verde. Mas acho que é verde. Ele tem um físico médio. É, podemos dizer que ele dá pro gasto. A única coisa que me motivou a dançar com ele foi o sorriso dele. Ele tem um sorriso MARAVILHOSO! Isso com certeza encantaria qualquer mulher..
Carol - Claro..
Ele segura na minha mão e gente vai para o centro do salão. Tinha alguns casais ali já. Eu ainda não consegui localizar o Christian.
Pierre segura na minha cintura e eu passo os braços pelo ombro dele. Ele tinha mãos suaves e fortes ao mesmo tempo.
Pierre - É a primeira vez que você vem aqui ?
Carol - Sim.. e você?
Pierre - Ah, eu já vim aqui umas duas ou três vezes quando era pequeno. Esse lugar mudou muito..
Carol - Eu gostei da decoração. Divina !
Pierre - Eu gostei da visita. Sabe, achei uma moça muito bonita. Mas acho que o meu amigo está interessado nela, porque ele não para de olhar pra ela..
Carol - Ah, normal isso. Conheço uma pessoa assim também..
Pierre - Será que essa moça está interessada nele também?
Carol - Não sei.. pergunta pra ela..
Pierre - Melhor não. Será que eu consigo um beijo dela?
Carol - Pelo jeito você gostou dela mesmo, né?
Pierre - Ela não, você..
Eu dou um riso meio sem graça. Pierre fica me olhando nos olhos e sinto que ele me puxa mais para perto. Eu poderia beijá-lo aqui, mas estou de olho em outro cara. É um moreno fortão que está do outro lado do salão. Ele não tira os olhos de mim.
Pierre segura o meu queixo e vem se aproximando para me beijar. Se eu beijar ele, vai estragar tudo.
Carol - Tenho que ir..
Eu desgrudo dele e dou meia volta. Antes que eu dê mais que cinco passos pude ouvir a voz de Christian. Ele estava discutindo com o Pierre. Com certez era sobre mim, mas eu estava calma demais para me estressar agora. Deixei os dois discutindo lá e fui até o moreno gostoso. Sentei ao lado dele.