Anahí andava de um lado para o outro, enquanto Dulce passava base em alguns roxos que estavam em sua perna. Maite massageava sua testa de olhos fechados.
Maite: Anahí, dê um passo e eu te jogo pela janela.
Annie parou e olhou para as duas: Aquela... aquela...aquela piranha quase mostrou o útero para nossos homens e vocês estão nessa calma?
Dulce: o alvo do útero dela não era nossos homens, e sim, apenas o seu. Bati no Ucker por que ele olhou, e não me deixou bater naquela vagaba de quinta.
Maite: Bati no Chris, por que...por que... por que sou solidaria ao movimento!
Annie olhou para Mai que colocava os óculos escuros: Cala a boca, Maite.
Dulce: Você está fazendo uma tempestade grande, Annie. O Poncho a colocou no lugar dela na hora, você mesma viu isso.
Annie mordeu o lábio inferior e colocou as mãos na cintura: É, talvez esteja fazendo uma tempestade. Vou pedir desculpas pelo tapa, já volto.
Maite ergueu o braço direito com o punho fechado: Vai lá irmã, sou solidaria ao movimento.
Definitivamente Maite não estava em sã consciência, provavelmente estava ainda com álcool no sangue, ou qualquer coisa do tipo, mas Maite, a minha Maite, ela não era.
Sai do banheiro com a minha melhor expressão de eu não fiz por mal e fui até a mesa de Poncho, que estava vazia.
Annie: Onde esta o Poncho?
Ucker passou a mão na nuca: é... bem... como posso dizer.
Annie séria: Onde esta o Poncho, Christopher?
Ucker olhou para Christian e os dois ficaram sem saber o que dizer.
Annie: Aposto que ele foi pedir desculpa a aquela baranga, vagaba dos inferno não foi?
Os dois se olharam novamente e depois olharam para mim confirmando. Poncho é um idiota, frouxo dos quintos. Sai batendo o pé e no caminho encontrei Dulce e Maite.
Annie: Pode marcar um novo encontro, eu sou solteira novamente!
ALFONSO
Poncho: Angel, você exagerou, não deveria ter feito aquilo.
Angel olhou pra ele: exagerei? O que eu fiz de mais?
Poncho: Angel, você é casada! Por mais que eu me faça de desentendido as vezes, sei exatamente quando uma mulher está dando em cima de mim. As meninas tem toda a razão de querer reclamar com você.
Angel: Se você acha errado, então o que faz aqui?
Poncho suspirou, cansado: Angel, eu estou aqui por todos os anos de amizade que nós temos. E pra pedir desculpa pela Annie, ela não deveria ter caído na sua provocação e ter puxado seu cabelo. Por mais que ela estivesse brigando pelo o que é dela, ela não deveria ter partido pra agressão.
Angel: Então agora você é dela? Desde quando?
Poncho passou a mão na nuca: A questão não é essa, Angel. – o meu celular vibrou no bolso e eu peguei para ver o que era. Li a mensagem e fechei os olhos. – E agora eu nem sei se sou algo dela de verdade, nem amigo pra lhe dizer.
Angel pegou na gravata dele: Poncho, você mais do que ninguém sabe a minha vontade de ficar com você. Não sei por que você foge, antes era assim com você também. Mas, você sempre cheio de frescura falava que não podia por que eu era sua amiga.
Poncho tirou a mão dela da gravata: Angel, isso não mudou. Antes de a gente ser amigo, até que eu queria, mas isso acabou no momento que eu percebi que queria você como amiga! E vai continuar sendo assim, mas se você não parar de dar em cima de mim, aqui no trabalho ou fora dele, nem como amiga eu vou querer você!
Angel pegou na mão dele: Eu não aceito isso, eu sei que você me quer.
Poncho retirou a mão: Angel, eu não quero você! E sabe de uma coisa, eu quero a Annie, eu sempre a quis e vai sempre ser assim.
Angel enfureceu: Sai daqui Poncho, volta pra ela como um cachorrinho que você quando está com ela. Um cachorrinho que ela manda e desmanda. Eu estou aqui oferecendo algo que...
Poncho semicerrou os olhos e a interrompeu: Angel, acho que as meninas tem razão. Por que só uma...uma... enfim, pra fazer esse tipo de sugestão quando está casada.
Angel sorriu: Acha que eu não sei que o Ian me trai? Eu também traio ele, e ficamos numa boa no final. Não ligo!
Poncho olhou pra perplexo: Acho melhor você se afastar, Angel. Se afastar de vez. Fique bem claro se você quer um amante, eu não vou sê-lo. E provavelmente, nossa amizade termina aqui!
Sai de perto dela e nem olhei para trás. Pronto, ganhei um ponto não é? Tirei Angel de uma vez da minha vida!
Quando cheguei perto da minha mesa, Annie me olhou e arqueou a sobrancelha, suspirei.
ANAHÍ
Lá estava ele, com aquela cara lavada de quem não fez nada. Olhei feio pra ele e voltei a me concentrar no que fazia. Eu tinha um encontro mais tarde, com alguém que eu fazia a mínima ideia de quem era.
Precisamos conversar. – Era o que dizia a mensagem, olhei pra ele e neguei, mostrando que eu não precisava conversar nada, absolutamente nada com ele.
Dulce estava digitando algo: Acho ridículo isso Annie, você é madura o suficiente pra conversar com ele e resolver as coisas, e não sair por ai, tentando achar alguém. Você sabe muito bem que esse alguém esta ali esperando por você.
Annie: As vezes penso que é só sexo pra ele Dulce.
Maite que ainda usava óculos escuro: Você não faz nada pra mudar isso Annie, sempre que ficam sozinhos acaba nisso, acaba na cama!
Annie suspirou: EU... eu de verdade gosto dele.
Dulce: Se gosta, por que vai procurar outro? Isso não faz sentido!
Maite: Realmente, eu também não acho que faça sentido. Você não é dono dele.
Dulce afastou da mesa e olhou pra ela: Ele tem o direito de conversar com quem ele quiser, na hora que ele quiser. Se ele foi falar com aquela vagaba, ele teve seus motivos. Mas, se você ficar ai tentando apenas dar o troco, você não vai descobrir os motivos dele!
Dulce saiu e eu fiquei pensativa.
Elas tinham razão em partes, eu não concordava com aquela historia que ele tinha motivos pra conversar com a Angel, não depois dela ter feito o que fez.
De verdade, adoro o Poncho, não só ele na minha cama, mas em geral, gosto de estar com ele.
Porem, às vezes sinto que só eu tento algo, às vezes penso que ele só me quer pra uma coisa.
Suspirei cansada, e voltei a trabalhar. Verdade seja dita, se continuasse daquele jeito, eu e Poncho iriamos ter apenas uma viagem de trabalho chata e sem graça.
ALFONSO
Passei aquela manha trabalhando o mais concentrado que eu pude. Definitivamente estava começando a me cansar de certas atitudes da Anahí. Parecia que ela queria ter desculpas para não ficar comigo, enquanto eu provava de todas as formas que eu queria realmente ficar com ela.
Era quase 13:00 quando acabei de trabalhar. Olhei ao meu redor e as pessoas – as poucas que tinham ali- estavam voltando do horário de almoço. Christian e Ucker já haviam ido almoçar com Dulce, Maite e Annie, eu preferi ficar, precisava pensar em tudo.
Quando levantei para almoçar, depois de ter salvado a minha matéria e mandado para revisão, Ucker e Christian se aproximavam.
Ucker: Ainda não foi almoçar?
Poncho pegando o celular e colocando dentro do bolso: Estou indo agora! Esta tudo bem?
Christian: Annie tem um encontro hoje, ela disse que esta solteira!
Poncho parou o que fazia: Ela disse isso?
Ucker deu de ombros: Disse.
Poncho olhou irritado para Annie que sentava em seu lugar rindo de algo que Maite havia falado: Então que ela seja feliz. Cansei, sinceramente, cansei!
Peguei uma caixinha de dentro da gaveta, e peguei o que eu realmente precisava. Mas, antes de sair parei em frente a mesa de Annie e olhei bem pra ela.
Poncho jogou a caixinha em cima da mesa dela: Faça o que quiser com as alianças de compromisso, afinal de contas, você é solteira não é? Nem eu e nem você precisamos mais usar isso.
Annie olhou surpresa pra mim, e antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, sai dali.
ANAHÍ
Abri a caixinha e vi duas alianças pratas, uma mais grossa, provavelmente dele e outra mais delicada, no caso minha. Olhei para as meninas e elas negaram com a cabeça, eu levantei na hora e sai correndo atrás dele, tentei chamar o elevador, mas o elevador demoraria tanto... Então, preferi descer pelas escadas.
Desci as escadas correndo, tirei meu sapato para que ficasse mais fácil de correr, e quando eu cheguei na recepção coloquei novamente os sapatos.
Annie: Amanda, o Poncho passou por aqui?
Amanda: Ele acabou de sair, Annie!
Annie: Obrigada.
Sai correndo novamente, sendo observada por muitos que passavam. E então vi Poncho, andando tranquilamente com as mãos no bolso.
Annie: PONCHO!
Vi Poncho parar, e olhar para trás. Eu sai correndo e só parei quando estava em seus braços.
Annie suspirou: Me desculpe, por favor!
Poncho: Annie, por favor digo eu...
Annie fez ele parar de falar: Você tem que entender que as vezes eu sou impulsiva, faço as coisas sem pensar.
Poncho soltou ela: Eu cansei Annie, sinceramente cansei. Você não se preocupa nem um pouco em resolver as coisas comigo, pensa que eu sou apenas seu bonequinho, que você manda e desmanda, eu sinceramente cansei dessa instabilidade.
Annie olha irritada pra ele: Desde quando eu penso que você é meu brinquedo, Alfonso?
Poncho: Desde sempre Annie, e eu sinceramente, por mais que eu goste demais de você, eu não nasci pra ser o tipo de homem que sirva só pra ser aquele que satisfaça uma mulher na cama. Eu sirvo pra ser bem mais do que isso. E é uma pena você não ter percebido isso.
Annie cruzou os braços: Então é isso, acabou?
Poncho: Agora você me pergunta algo? Você mesma disse que esta solteira Anahí, então você já tinha colocado um ponto final antes não?
Annie pegou nas mãos dele: Me perdoa, Poncho? Se quiser eu cancelo tudo, eu...
Poncho soltou as mãos deles: Você esta perdoada Annie, mas enquanto você não resolver que quer realmente ficar comigo, sendo de verdade a minha namorada, e não só minha parceira na cama, acho melhor a gente continuar assim, eu no meu canto, e você procurando o seu futuro marido, não é isso que você quer?
Poncho beijou o meu rosto e saiu, eu apenas fiquei parada.
Droga!
Muito prazer, eu sou Anahí e tenho uma tendência louca em fazer coisas idiotas.
ALFONSO
Mesmo que eu não quisesse ter feito aquilo, havia sido melhor assim. Almocei tranquilamente e depois voltei para o serviço. Eu só queria deixar tudo para trás e tentar seguir minha vida. E então, tomei uma decisão naquele instante.
Depois daquela viagem tudo mudaria, e eu diria que era para sempre!