Não foi suicídio!

By JuliannaRioderguz

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Belina vê sua vida virar do avesso ao presenciar um suicídio. Frio, rápido e sem explicação. Uma jovem se jo... More

Prólogo
1. O princípio
2. A polícia me procura
3. O crime disfarçado
4. Lara
5. Beirada à loucura
7. Aquele homem
8. Foragida
9. Pierre, seu idiota!
10. A mensagem
11. O segredo de Lara
12. Você se esqueceu?
13. Lembranças em minha mente
14. Santo Ceifeiro
15. La Cafeteiur
16. Visita ao Gazetino
17. À procura da saída
18. A escuridão
19. Uma nova pista
20. Delegacia de Solitude
21. O Pesadelo
22. Hotel
23. A adaga dourada
24. Show de Mágica
25. Comportamento insólito
26. O quarto
27. Sociedade Ceifeiros
28. Remorso é um sentimento forte
29. Você é uma péssima amiga!
30. Deixando a cidade
31. Desvio na rota
32. Vitória dos Campos
33. O corpo no cofre
34. Por que você fez isso?
35. O passado
36. Não fale com os mortos
37. Segredo íntimo
38. Guilherme... mas como?
40. Ele conta a história
41. O homem antes do monstro
42. Nossa realidade particular
43. Dentro de minha mente
44. Ele executa o plano
45. Verde Folha
46. A proliferação dos ceifeiros
47. Eu te avisei
48. Dou a permissão
49. O plano
50. Minha alma serena
Epílogo

39. Ângelo

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By JuliannaRioderguz

Ângelo Colombari

Um homem robusto e de feições fechadas. Sempre sério, e aparentava não se importar com a vida da filha – a única filha que teve a oportunidade de possuir -, mas ele dava importância para ela.

Mais do que ela gostaria de saber.

Ângelo era um homem de negócios, pelo que sua amada Belina sabia, viajando pelo Brasil todo para tratar de seus assuntos comerciais.

Embora ela nunca tenha se perguntado o que seriam aqueles assuntos comerciais, ele também nunca se dera ao trabalho de explicar.

Você não entenderia. Dizia ele. Ainda não está em idade de compreender.

E assim, ele driblava a filha com suas desculpas esfarrapadas. Não precisava fazer tanto esforço. Ela nem se dava ao trabalho de interceptá-lo com aquilo mesmo. Era como se não desse a mínima importância ao que o pai fazia, então ele mantinha em segredo seus negócios.

Belina não estava em idade de descobrir ainda que seu pai distante, de nome Ângelo Colombari, na realidade, era conhecido no purgatório todo como Angelus Mortis.

Aquele que faria o mais firme dentre os homens, tremer. Aquele cujo nome era pronunciado em sussurros entre os mais corajosos, e que tinha o poder em mãos de levar e deixar aqueles que bem entendessem.

Ele se sentia o próprio Deus, mas sem a empatia e o amor. Era apenas um falcífero escolhendo suas vítimas. Ele era apenas o Anjo da Morte enviado à Terra, com a obrigação de levar todas as almas cujo tempo de vida já haviam se extinguido.

Uma tarefa árdua, mas que ele cumpriu com grande afinco durante aqueles anos. Até que o emprego foi ficando maçante. E não era mais um simples trabalho, uma ocupação de tempo: os seus dias eram gastos levando as vidas de outras pessoas.

E já estava farto daquela condição.

Foi então, que ele descobriu que as almas que ceifava, não passavam por triagem nenhuma. Iam instantaneamente para o céu ou o inferno – onde era mais cabível à elas.

Mas, aqueles cuja vida ainda não deveria ter chegado ao fim, mas por alguma razão foi interrompida, essas sim, ficavam no plano material ainda.

Era como se as almas não pudessem ser levadas, pois ainda pertenciam à este mundo, e aqui, ficavam. Sem terem para onde irem. Sem rumo ou direção, apenas ficavam invisíveis aos vivos, mas no meio deles.

E mais: descobriu que aquelas almas poderiam ser úteis, pois estavam desorientadas, apenas esperando ordens de um superior.

Foi então, que Ângelo teve a ideia brilhante que mudaria totalmente os seus dias. Ele iria, aos poucos, fazer com que as pessoas morressem antes do tempo. Ele sempre foi muito persuasivo. Bastava um olhar seu para fazer com que a mais fechada das pessoas se abrisse, e lhe contasse seus segredos.

E ele, obviamente, usaria isso em seu favor: torturaria suas vítimas intimamente em sua psique, e faria com que fossem revelados os segredos mais íntimos que cada um possuía.

Ele usaria esse segredo como ponto de partida: suas vítimas se sentiriam tão culpadas pelo que fizeram, que acabariam por se suicidarem.

Era o plano perfeito. Ele tinha as artimanhas para tornar aquilo real, sendo necessário apenas que tivesse todo o cuidado para que as almas lhe obedecessem, assim que se livrassem de seus corpos.

E aquele, era o plano que ele levaria anos para executar. Afinal, ainda precisava da boa vontade de sua filha, em lhe conceder um neto.

Ela não seria capaz de compreender, ainda, mas ele sabia que um neto seria a cartada final para que o plano funcionasse minimamente de acordo com o planejado.

Dois anos antes.

Lara havia aceitado as condições impostas pelo Sr. Colombari. O preço a ser pago por seu ato era grandioso, mas não havia como voltar atrás.

Anos já se passaram, e desde então, ela sentiu todo aquele sentimento extirpado de si, dando lugar ao amor verdadeiro por Pierre. Ele era perfeito para suprir as necessidades de amor e carinho que ela precisava.

Ela se tornara obcecada pelo namorado, e ele a amava na mesma intensidade. O romance entre eles era um exemplo: mesmo com o passar dos anos, ainda mantinham a mesma admiração e respeito que sempre possuíram um pelo outro.

Belina ficava feliz em ver a felicidade da amiga. Não sabia a verdade por trás de tudo aquilo, e nem poderia desconfiar. Embora fosse esperta, por sua própria natureza, o pacto havia sido um plano muito bem elaborado, não deixando dúvidas de que a pessoa pela qual Lara sempre fora apaixonada, era Pierre.

Todos acreditavam naquilo, afinal, uma mentira bem inventada pode se tornar a realidade ideal.

- O Pierre me faz tão bem! – ela suspirava, satisfeita.

- Percebi isso nos últimos anos! – Bel a repreendia em tom de sarcasmo. – O Guilherme e eu estamos passando por momentos difíceis, mas consigo sobreviver sem que minha melhor amiga me pergunte sobre o meu relacionamento, ao invés de ficar engrandecendo o próprio.

- Eu faria, se você falasse mais sobre o seu boy magia! – Lara ainda tinha aquele linguajar, e Bel deveria admitir que ela era divertida. Diferente dela mesma, que havia se tornado uma mulher séria e madura demais para a idade que tinha, Lara trazia jovialidade para seus dias.

- Você sabe como eu sou! – Belina justificava, sempre com a mesma resposta na ponta da língua. – Só acho que as mulheres tem algo bem mais interessante a conversar, do que sobre homens. Você não acha?

Lara tinha que concordar com ela. Pelo menos, naquele ponto.

- Tudo bem. Mas falar sobre homens é necessário quando o coração da minha best está amargurado. Agora, desembucha. Joga pra fora tudo o que está se passando aí dentro!

E elas passavam ótimos dias falando sobre aqueles assuntos triviais. Sobre seus relacionamentos, que viviam em uma roda-gigante: altos e baixos se equilibrando e fazendo uma dança macabra com seus dias.

Sobre os sonhos que haviam deixado para trás. Já não eram mais as garotas do ensino médio. Agora, deveriam aprender a viver o mundo real, e tudo o que ele ensinava.

Elas eram as amigas inseparáveis de infância, e continuariam sendo.

A mãe de Belina esteve distante nos últimos tempos, e, após uma doença que a deixou debilitada, Bel se viu obrigada a vender a casa para pagar os tratamentos de sua mãe. Agora, Andreia vivia em uma clínica, enquanto Bel quitava um apartamento pequeno com seus esforços, e uma pequena parcela do que havia sobrado do dinheiro da mãe.

Ela não fizera tanta questão, mas Andreia insistia para que a filha tomasse posse daquele dinheiro. Era seu direito, afinal.

Bel tornava-se adulta a cada dia mais, e sentia o peso carregado em suas costas. Era forte, pois a vida a havia obrigado a ser. E mantinha-se firme em um trabalho fixo, contas à pagar e todas as responsabilidades que uma vida sozinha poderiam trazer.

Exceto, por nunca estar sozinha, de fato.

O tempo ia passando. Guilherme mudara-se para seu apartamento. O relacionamento dos dois ainda andava em cordas bambas, mas com muito esforço, havia melhorado consideravelmente.

Lara também já havia atingido sua independência. Não precisava mais dos cuidados da vó, e seu namoro com o Pierre ia muito bem. Como se cada dia que eles passassem juntos, apenas fizesse com que o amor dos dois se tornasse uma intensa descoberta, cheia de caminhos deliciosos por serem descobertos.

Foi então, um tempo após tudo estar normalizado, que veio o pedido de casamento.

Guilherme havia preparado o pedido de casamento que sua amada sempre desejara: luz de velas, ele tocando sua música romântica favorita, a surpresa, e, por fim, o pedido mais amável que ela poderia esperar.

E, claro, sua resposta não poderia ter sido diferente.

- SIM! CLARO QUE EU CASO COM VOCÊ! – ela dava pulos de alegria.

Comemoraram muito alegremente a novidade. Os quatro: Guilherme, Belina, Lara e Pierre.

Os dois casais de amigos mais felizes que se poderia ver em Solitude.

Até aquele dia. Quando Ângelo ficou sabendo da notícia do noivado da filha, logo viajou para Solitude, com a intenção de desejar-lhe felicitações pelo grande passo que ela estava dando em sua vida.

Ele havia ficado muito satisfeito com a novidade. Apoiava o namoro de sua filha com aquele rapaz, e não poderia se ver mais feliz por eles.

Exceto, por um breve momento em que teve uma conversa franca com o futuro genro. Revelou suas grandes intenções de ter um neto o quanto antes, e que ficava feliz pela decisão de união dos dois.

Guilherme revelou que não poderia ter filhos. Belina já sabia disso, e aceitara numa boa. Nunca teve a intenção de ter um bebê, então, em nada atrapalharia o amor que nutria por ele.

Ângelo, por outro lado, sabia que aquilo era inaceitável. Ele queria ter um neto. Ele precisava de um herdeiro. E sua insatisfação com o segredo de seu genro, passou batida.

Por um tempo.

Poucos meses depois, Guilherme morreria.

*** 

Olá, pessoas. Só para dizer que o livro ficou em 1º lugar no rank, durante o domingo. Obrigada, vocês são demais! Continuem votando, lendo, compartilhando com os migos, e comentando. 

Beijos, 

Ju Rodriguez.  

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