Inferno Perfeito () LIVRO CO...

By CamilaFerreira21

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Obra registrada na Biblioteca Nacional. Sinopse: Laura Ryder sempre sonhou em fazer história com uma grande... More

Sinopse
Prólogo
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Dan Walker - Passado Confidencial
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Amor Confidêncial
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By CamilaFerreira21

Dan Walker

Acredito que há anos não sou desafiado como tenho sido por essa mulher. Os meus alvos não contam. Eles não sabem do que sou capaz, mas ela sabe. Essa mulher ocupando o mesmo espaço que eu sabe exatamente do que sou capaz e mesmo assim não se intimida ou se importa. Não vejo medo como deveria ver e muito menos angústia. Sua língua desafiadora me faz querer falar e ao mesmo tempo arranca-la. Eu farejo como um animal suas necessidades físicas e principalmente, a emocional.

Laura está afetivamente ligada a mim e eu prometi a mim mesmo, em algum momento, que cuidaria de sua segurança. Eu sabia que isso iria acontecer, mas eu, inadvertidamente, permiti. Aquelas vítimas do passado me rondam como fantasmas e cuidar dela, parecia o ideal a fazer, mesmo sabendo que eu estava arriscando muito. É como se eu pudesse pagar um pouco da minha penitência por algo no qual eu sou o único culpado.

O alaranjado toma conta do céu, refletindo sobre a imensidão do mar que parece um tapete brilhante, visto daqui. Meus pensamentos tomam direções diferentes, entrando em colapso entre o real motivo de querer que ela fique e não querer. Este era o momento em que eu deveria me sentir aliviado de me livrar dela e, no entanto, quero-a aqui e segura. O problema é que eu já sei que meu pedido a fará ficar. Ela é previsível demais e seus sentimentos são cristalinos. Eu a leio o tempo todo para saber que ela está extremamente envolvida por mim.

— Dê-me um motivo, Dan? — sua voz baixa me traz de volta ao presente. — Mostre-me que você me quer aqui. — eu me viro, encarando sua figura frágil enquanto segura sua mala de rodas com o zíper meio aberto. Pela sua expressão e o modo como ela mexe nervosamente o seu corpo, eu sei que ela não quer ir. Ela apenas quer ouvir da minha boca que eu não quero que ela vá.

— Eu não quero que vá. — digo firmemente e sua expressão se suaviza. É quase imperceptível, mas eu noto. — Suas escolhas estão basicamente ligadas a duas palavras: morrer ou viver. Se escolher viver, fique. No entanto, se sua escolha for a morte, vá e aceite o seu destino. — ela engole em seco e seus olhos se inundam de lágrimas. Eu sei que minha sinceridade pode ser chocante às vezes.

Ela solta o ar pela boca e fecha os olhos apertados, completamente perdida. Seu emocional ainda está muito abalado para que ela pense ou aja de uma maneira racional. Vou usá-lo para que ela não pense em ir embora. Para que eu não carregue mais uma morte nas costas.

— Eu fico. — ela sussurra sem abrir seus olhos e eu, sinto-me aliviado. Talvez eu não tinha absoluta certeza de que ela realmente queria ficar.

***

Eu a deixei no quarto e pedi que levassem o café da manhã até lá. Estou com Steve no meu escritório que fica no andar inferior. Tivemos a confirmação de que o nosso alvo pode ser o empresário do petróleo de Dubai. Gastei uma pequena fortuna para que ele fosse investigado, mas ele não aparece muito. Não se exibe e vive escondido dentro de uma grande mansão. Seus carros são obscenamente caros e sua vida regada a festas privadas e mulheres.

— Encontrou algum lugar seguro para Laura? — pergunto sem tirar os olhos do meu laptop.

— Sim. Posso levá-la quando quiser. Podemos viajar daqui a dois dias para Dubai. Alguns espiões já estão rastreando os passos do empresário com o nome de Khalil. No entanto, há grandes chances dele ser Ayman Zahir. — aceno com a cabeça em concordância.

— Ótimo. Pode levá-la amanhã bem cedo!
— Quer saber o lugar onde eu a levarei? — encaro-o com as sobrancelhas erguidas.
— Não. Apenas a mantenha segura. Tenho quase certeza de que este é o nosso alvo e matando-o, não precisaremos mais nos preocupar. Ela estará livre para seguir a sua vida. — Steve olha para o seu laptop, mas ele não está realmente prestando a devida atenção a ele.

— Sabe, Walker. — ele me encara fixamente. — Eu sei que você não vai me dizer, mas seja ao menos sincero com você mesmo. Desde que a conheceu, você sentiu por ela, algo diferente de qualquer coisa que tenha vivenciado depois daquele ataque. Sentiu algo real, humano. Seja honesto, você sempre foi um homem reservado, mas amava sua família. — Inspiro o ar profundamente soltando-o pelo nariz.

— Eu apenas transei com ela como já fiz reservadamente com algumas mulheres. Nada demais.

— Nunca se envolveu com nenhuma delas. Nunca permitiu que as trouxesse para sua casa. —Steve diz, mas eu nego com a cabeça.

—Transar com ela foi apenas para uma diversão agradável e consensual. Eu não a conheci com esse intuito. Aconteceu.

— Aconteceu? — ele me encara com uma expressão incrédula. — Para um controlador de mentes profissional, você está agindo como um amador. — ele se ergue e cruza os braço bem a minha frente. — Você deu esperança a uma mulher emocionalmente frágil devido a tudo que passou durante a Somalia. Não devia ter feito isso. Ela realmente pode atrapalhar seus planos caso esteja apaixonada por você. — ele fecha os olhos e solta o ar pelo nariz. — Walker, nós dois sabemos mais do que qualquer pessoa sobre sentimentos alheios. Trabalhamos um bom tempo enganando pessoas. Fingimos ser pessoas que nunca existiram para atrair outras. Trabalhávamos para o governo americano. Somos capazes de enganar. Você sabia que, transando com uma mulher emocionalmente frágil ao mesmo tempo que cuida de sua segurança, poderia trazer problemas para seus planos...

— Foi consensual...
— Não. Você não deveria se envolver mesmo que fosse apenas pelo sexo. — encaro-o com minha habitual expressão séria e nada digo em minha defesa, afinal, ele tem toda razão.
— Eu sei que você me paga um bom salário para ajudar nas investigações e matar pessoas ligadas ao seu alvo. Eu me envolvi nisso até o pescoço não só pelo dinheiro e você sabe muito bem disso. — concordo com a cabeça ainda sem responder. — Eu me lembro o que este homem fez com a sua vida e acredite, isso doeu em mim. — comprimo a mandíbula, advertindo-o mentalmente com um olhar ameaçador. Steve não costuma ser um homem invasivo ou aconselhador, mas depois que conheci Laura, isso está se tornando uma rotina. Ele me lê tão bem quanto eu a ele. Ele sabe que eu não confio 100% nem em minha própria sombra, sei que ele não quer estragar tudo o que fizemos até agora, mas ele parece ainda mais preocupado com o estrago que farei nela do que em nosso plano.

— Apenas tire-a daqui. Não pretendo vê-la nunca mais.
— Será?
— Eu sou oco por dentro. Não me venha com teorias ridículas e sentimentalistas. Sou pragmático. Quero-a longe de mim. — digo firmemente e Steve assente apenas com a cabeça com resignação.

***

Laura

Apesar de sentir algo por Dan Walker, sei que, bem la no fundo, que não há possibilidades de ele realmente gostar de mim.

Ele possui uma armadura que impede não só a mim, mas qualquer outra mulher que queira algo além de um sexo. Embora esteja muito atraída por ele, eu sei o que queríamos quando transamos. Sei que esse sentimento vindo da minha parte é natural dada a situação em que me encontro. Ele me salvou, ele é perigosamente lindo, transamos de uma maneira muito intensa, mas, em nenhum momento, ele demonstrou nada além de um desejo sexual. Eu preciso diferenciar isso, embora eu sei o que meu corpo sente quando estou ao seu lado.

Estou observando a imensidão do mar, ansiosa para ter algo o que fazer, mas, ao mesmo tempo resignada, já que passei meses presa em quartos escuros e fétidos sem ter o mínimo o que fazer. Aqui, eu tenho uma vista impressionante do horizonte, a casa é a mais luxuosa que já coloquei os meus pés e ainda por cima tenho a companhia de um homem perigosamente lindo, cujo o sexo, mesmo desprovido de sentimentos, foi único.

Ouço batidas quase imperceptíveis na porta, me fazendo unir as sobrancelhas. Não pode ser Dan Walker, ele jamais bateria. A batida se intensifica gradativamente e eu me aproximo devagar com o coração acelerado. Mesmo estando segura aqui, não há como não sentir medo.

— Entre. Está aberta! — minha voz ganha um tom a mais que deveria. A porta se abre revelando uma mulher. Uma bela mulher segurando algumas sacolas. Suponho que seja roupas tendo em vista os logotipos estampando cada uma delas. São muitas.

A mulher me dá um "oi" sussurrado e coloca as sacolas sobre a cama. Ela se vira para me encarar e eu percebo seus olhos varrendo todo o meu corpo.

— Quem é você? — questiono-a com as sobrancelhas unidas. Ela é loira e seus cabelos são curtos, na altura dos ombros. Seus olhos são de um azul profundo e expressivos. Seus traços são delicados e ela deve ter mais ou menos 30 anos e se veste muito bem.

— Uma amiga! Muito prazer! — ela estende a mão para me cumprimentar e eu a observo por alguns segundo antes de retribuir.

— Oi. — é a única coisa que consigo dizer em resposta. Ainda estou desconfiada demais para dizer que é um prazer conhecê-la, já que a primeira coisa que vem a minha mente é que ela seja um tipo de relacionamento de Dan. Namorada não seria, ou ele não a mandaria até aqui. Ele já deixou claro de várias maneiras que não tem ninguém.

— Trouxe roupas novas para você. Dan pediu que eu trouxesse, já que temos quase o mesmo tipo físico. — ela diz e eu concordo com a cabeça, mas muito surpresa pela atitude. Pelo visto, ele conhece o corpo dela tanto quanto o meu.

— Obrigada! — agradeço sinceramente, mas as perguntas que quero fazer a essa total desconhecida, estão presas na ponta da minha língua.

— Bem, preciso ir. Espero que você resolva logo a sua vida. — ela diz e eu forço um sorriso fraco enquanto ela se afasta.

— Espere! — a palavra sai da minha boca antes mesmo que eu pudesse impedi-la. Ela se vira, e seu olhar é um misto de curiosidade e surpresa enquanto me observa.

— Você trabalha aqui? Quero dizer, para o Dan Walker? — ela ergue suas sobrancelhas perfeitas e um sorriso sádico curva o canto dos seus lábios.

— Digamos que eu seja além de uma mera funcionária. — ela diz e sai rapidamente sem me dar a chance de fazer qualquer outra pergunta. — está claro pra mim que ela é alguém que Dan esteja envolvido ou que esteve em algum momento. Ela parece com ciúmes e desferir aquelas informações, mesmo que sejam ínfimas, parecia ter dado prazer a ela. Tenho absoluta certeza de que ela foi instruída a ficar calada, mas não se aguentou por algum motivo.

***

Nas sacolas que ela havia me deixado, haviam todo tipo de roupas que cabiam exatamente no meu corpo. Estou vestida como a mulher que esteve aqui há algumas horas. Não posso negar o extremo bom gosto da mulher cujo o nome não me foi dito. Estava mesmo cansada de me sentir estranha com todas aquelas roupas largas.

Estou dentro de um vestido casual de manga longa todo fechado e tecido grosso. A saia dele, é discretamente rodada, me deixando positivamente surpresa. Pareço uma menina com meus cabelos castanhos médios sobre o tecido na cor creme. Ele é curto, mas combinou com a meia calça grossa e sapatilha pretas. Até algumas maquiagens ela se preocupou em comprar junto com muitas roupas íntimas. Não sei se fico feliz ou triste em saber que Dan Walker tenha confiado nela para me comprar tanta coisa. Eles devem ser muito íntimos.

Ouço batidas novamente da porta, mas logo em seguida ela se abre, revelando uma senhora uniformizada. É a mesma mulher que sempre traz a minha comida ou me serve na luxuosa cozinha. Ela entra com uma bandeja nas mãos e, como de costume, deposita na mesa próxima a grande parede de vidro com cortinas escuras e se afasta. Nunca trocamos uma palavra além de um "oi" e "obrigada" já que ela não parece ter nenhuma intimidade com Dan Walker, no entanto, quero saber sobre ele e o motivo de não vir aqui o dia todo. Eu poderia ter saído do quarto, mas sei que a única coisa que veria, era a imponência de uma casa gigante. Não tive coragem de sair nem na parte de trás, onde uma bela piscina se encontra. Além do frio, não quero ser atacada pelos rottweilers. Daqui de cima consigo vê-los em todos os lugares. Eles estão prontos para matar.

— Senhora? — chamo-a e ela para antes de sair pela porta, virando-se para mim.
— Sim, querida? — ela aparenta medo. Acho que foi instruída a não conversar comigo.
— Sabe onde está o dono da casa? — ela pisca algumas vezes sem saber o que me dizer. — Pode contar. Eu juro que não falo que você me disse.
— Há câmeras aqui, senhora. Mas ele está na mesa de jantar que fica no andar inferior. — ergo as sobrancelhas tentando entender o motivo dele não ter me chamado para me juntar a ele. Será que pensa que irei ficar neste quarto até ano que vem?
— Obrigada! — agradeço com um sorriso forçado e ela sai, rapidamente, com um óbvio medo de que eu faça qualquer outra pergunta.

Olho para a bandeja com um prato fechado, suco e frutas sobre a mesa e subitamente, não desejo comer. Quero saber se ele vai me evitar para sempre. Quero entender o real motivo dele realmente querer ficar afastado. Eu deveria ter saído hoje cedo e ele percebeu que eu quero ficar. De alguma forma me fez sentir pequena e humilhada por ter ainda a certeza de que ele me quer longe dele. Mas hoje cedo, ele parecia querer que eu fique.

Saio pela porta dupla e sigo a passos largos pelo longo e largo corredor até alcançar as escadas. Desço com hesitação é medo de ser pega. Eu paro no meio, imaginando que esteja sendo arbitrária, mas, ao mesmo tempo, sinto-me uma idiota por agir assim, afinal, ele quer que eu fique, mesmo não querendo efetivamente.

Desço decidida e ando sorrateiramente pelo imenso saguão de pisos brilhantes. Daqui, posso ouvir vozes. Na verdade ouço vozes de Steve e de uma mulher. Ela parece bem animada enquanto fala sobre a Europa e Steve ri de algumas observações engraçadas que ela faz.

— Você deveria morar lá, Dan. — através de um dos vidros quadrados da porta de madeira escura, posso vê-los sentados ao redor da luxuosa mesa de jantar. Meu coração afunda quando vejo que se trata da mesma mulher que esteve no meu quarto mais cedo. Eles estão alheios à minha presença enquanto jantam. Steve está do outro lado e a mulher ao lado de Dan. Eles estão no meio de um banquete recheado de coisas boas e sobremesas das mais variadas. Apenas os três e mais ninguém. — mesmo não fazendo parte de sua vida, sinto ciúmes, sinto-me excluída por eles como se tivessem a obrigação de me convidar. Eles não têm. Está claro pra mim que a única a me envolver de forma emocional aqui, sou eu. Como eu disse para mim mesma, é natural, visto que Dan é lindo e um homem perigosamente enigmático. Ele tem tudo que uma mulher gosta e não foi difícil me apaixonar. Sim, eu estou apaixonada por um homem que não dá a mínima para mim.

Só agora me dou conta de que Dan quer apenas se livrar do peso da consciência. Ele me quer aqui apenas porque sente-se culpado e isso era uma das razões pela qual eu tinha certeza dos seus sentimentos. Era a razão de querer encontrar algo lá dentro, mas vendo-o com sua habitual expressão fechada, percebo que ele está desfrutando da presença da belíssima mulher, já que a observa com aparente admiração. Ele a respeita e isso é óbvio em sua expressão.

— Sua mãe quer muito que você more lá. — minhas sobrancelhas se unem sobre essa informação. A mãe dele não mora no Canadá?

— Quando tudo estiver resolvido, eu irei. Londres é a terra dos meus pais. É lá que devo continuar a minha vida. — Dan diz, com uma voz de pesar e a mulher o abraça enrolando seus braços em volta do seu pescoço. Ele não a afasta, parecendo muito confortável ao lado dela. Decido sair antes que eles me vejam.

Subo as  escadas correndo e pego um sobretudo quente. Visto-o rapidamente e desço, deixando toda a roupa para trás. Não tenho mesmo documentos verdadeiros e isso é o de menos agora. Pego a minha bolsa com o meu cartão vencido, mas isso eu resolverei no banco, não aqui. Quero ir embora daqui. Quero deixar de ser uma pedra em seu sapato; de ser uma preocupação desnecessária. Quero desaparecer de sua vida.

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