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Laura

Encaro o corpo sem vida enquanto me afasto de costas até o meu corpo chocar-se contra a parede atrás de mim. Tudo agora está em silêncio e, a única coisa que posso ouvir é o meu coração batendo violentamente.

— Meu Deus! — meu corpo desliza de costas contra a parede fria até chegar ao chão. Dan Walker já está próximo ao homem, analisando e verificando cada pedaço do seu corpo. Ele pega seu celular do bolso e pressiona a tecla.

— Steve, verifique o hotel. Havia um homem aqui com a Laura e eu acabei de matá-lo.
— Sim. Tudo leva a crer que seja eles. — Dan espera alguns segundos e logo desliga, enfiando seu aparelho no bolso.

Ele parece não encontrar nada no homem e desiste. Em seguida aproxima-se de mim.

Não consigo chorar e, o que sinto neste momento é um misto de alívio com o medo. Sei que alguém está nos perseguindo e isso tem tudo a ver com a morte de Mohamed.

Fecho o meu rosto com as minhas mãos e respiro fundo para não entrar em uma crise nervosa ou algo do tipo. Sinto um toque leve nos meus ombros me fazendo lembrar de que Dan está aqui. Ergo minha cabeça para encontrá-lo me observando e dessa vez, consigo detectar um traço mais tênue de algo incomum dentro dos seus olhos.

Ele me salvou novamente; me livrou da morte.

Inesperadamente jogo o meu corpo contra o dele, abraçando-o apertado, como se isso fosse aliviar o que estou sentindo agora. Sinto o seu corpo tensionar, mas ele não se afasta, muito menos retribui o meu abraço. Choro sobre seu ombro sem saber exatamente o porquê, porém, agradecida por ele estar aqui.

— Precisamos ir. — ouço o dizer e então, sem que eu perceba, Dan Walker me ergue com facilidade e quando estou de pé, ele me carrega. Sinto-me uma boneca em seus braços enquanto ele me envolve. Enlaço meus braços em volta de seu pescoço e ele me tira daqui, de perto do corpo sem vida e ensanguentado sobre o mármore do banheiro. Ele me coloca delicadamente sobre a cama e se afasta rapidamente voltando para o banheiro. Ele sai de lá com um roupão nas mãos e me entrega calado. Me visto rapidamente porque sei que devemos sair daqui o mais rápido possível. Depois de vestida ele se aproxima.

— Venha. — Dan me puxa pelo cotovelo e saímos pela porta, caminhando rapidamente em direção às escadas. Descemos os degraus  correndo e Dan segura com firmeza a minha mão firmando para que eu não caia. Ele está a minha frente sempre atento a qualquer movimento estranho. A tensão e a adrenalina me consomem enquanto descemos cada lance das escadas na terrível expectativa de que alguém ruim apareça; como se alguém fosse nos surpreender a cada instante.

Chegamos ao térreo e, ao invés de sairmos pelo saguão principal, Dan me conduz até a saída de incêndio. Assim que colocamos nossos pés do lado de fora, corremos até o estacionamento ao lado. Estou descalço e Dan me conduz até o mesmo carro que Steve me trouxe até aqui. Mal prendo o sinto e o carro já está acelerando pelas ruas de Nairóbi.

— Pra onde vamos? — quebro o silêncio e ele alcança um aparelho dentro do bolso de sua calça enquanto dirige. Ele aperta um único botão em seguida.

— Steve, preste atenção. Estamos na rua. Limpe a sujeira e feche a nossa diária.

— Onde nos encontraremos? — a sua voz ecoa pelo rádio em uma altura que pode ser ouvida daqui.

— Não nos encontraremos aqui no Quênia. Estaremos embarcando!

— Já verifiquei tudo. Não há ninguém suspeito. Deixe comigo. Tudo estará limpo por aqui! Nos encontraremos em breve.

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