Encontre-me no Lago

By JssicaFigueiredo8

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Daniel tem a sua vida completamente mudada depois da separação de seus pais e do seu término com Maria. A che... More

Prólogo
Um - Pra que servem as rosas?
Dois - Palavras mudas
Três - Pai/irmão
Quatro - Coragem
Cinco - Os Jenseys
Seis - Boatos
Sete - Desabafos para o menino Buzz
Oito - Olhares
Nove - Armações
Dez - Apresentando Dean e Rudy
Onze - Viagem sem fim
Doze - Debaixo do carvalho com um novo amigo.
Treze - Lembranças
Quatorze - O casamento
Quinze - Encontre - me no Lago
Dezesseis - Descobertos
Dezessete - Verdades
Dezoito - Maria
Perguntinha
Vinte - Transição
Vinte e um - O começo
Vinte e dois - Ciúmes.
Vinte e três - Explicações
Vinte e Quatro - Tick - Tack
Vinte e Cinco - Revelação
Vinte e Seis - Confissões
Vinte e Sete - Um brinde ao passado. Ele faz o que nós somos hoje.
Vinte e Oito - Entendimentos
Vinte e Nove - Sobrevivência
Trinta - Encontro
Trinta e Um - Lyla
Trinta e Dois - O despertar
Trinta e Três - Incompreensão

Dezenove - Reviravoltas

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By JssicaFigueiredo8


"No início, os filhos amam os pais. Depois de um certo tempo, passam a julgá-los. Raramente ou quase nunca os perdoam." - Oscar Wilde

Fazia quase meia hora que Jenny tinha acordado. Pensou no início de seu dia. Todos sempre iguais. Se arrumar, e descer para comer com a sua mãe. Agora as duas estavam empolgadas com a volta de seu pai, ele iria chegar depois de dois dias. Ela tinha certeza disso. Contou os dias, recontou. Estava tudo certo. O tempo não parecia ajudar com nada, mas ela estava lá disposta a tudo. Ainda estava cambaleando quando foi abrir a janela. A luz do sol queimava os seus olhos. Colocou a mão na frente. Ela tinha que se acostumar. Teve um susto quando viu uma pessoa deitada em cima de seu canteiro de rosas. O sangue subiu-lhe a cabeça. Não pensou muito se estava de pijama ou não, ela iria tirar aquele bêbado ou o que fosse de cima de suas rosas.

- Mãe!!

- Sim, querida – a voz da senhora Waltson vinha de dentro do banheiro.

- Estou lá fora.

Jenny desceu as escadas como se estivesse em uma missão. Mas, não em uma missão qualquer, ela era a caçadora. Sua raiva dissipou-se quando reconheceu a pessoa que antes ela julgara como sendo um bêbado. Daniel ainda estava usando as mesmas roupas que ele usara no outro dia. Bermuda Jens desbotada, um sapato da Nike branco e preto, e uma Blusa Branca três quartos. Ela não poderia deixá-lo ali jogado, quantas pessoas não deveriam ter passado por ali e apontado para ele?

- Daniel? – começou a balançar seu corpo.

- Hmmm... – Era tudo o que ele conseguia dizer.

Tentou pensar em algo que o fizesse acordar logo de uma vez, para que ele saísse daquele estado lastimável em que estava, as pessoas estavam olhando. - Daniel você está pelado no meio da rua, as pessoas estão achando isso uma falta de respeito – ela tinha que tentar alguma coisa, pelo visto tinha dado certo, Daniel se levantou de um pulo e olhou para suas roupas.

Percebendo que fora uma brincadeira de Jenny perguntou.

- Onde eu estou?

- Você está dormindo nas minhas rosas! – Jenny olhou para Daniel de cima a baixo, sua blusa não parecia mais branca, agora ela estava cheia de folhas e areia. Mesmo que ele tentasse tirar a blusa ainda ficaria branco/marrom claro.

- Ahh, é mesmo, devo ter dormido aqui sem querer – As pessoas em uma cidade pequena podem se meter muito na vida dos outros, foi o que Daniel notou quando as pessoas passavam e olhavam para eles. Jenny notou também.

- Acho melhor você entrar – disse abrindo a porta.

~

- Dean? Você acha que o Dan faria isso? – disse Rudy. Ele olhava constantemente para o seu relógio em forma de dinossauro. – A mamãe deve ter falado aquilo sem querer, não é? As palavras devem ter ficado confusas.

- Rudy, pare de se preocupar com isso, vá fazer algo para matar o tempo.

- Por que você é sempre tão frio com o Dan? Ele ainda não voltou pra casa, e se alguma coisa aconteceu com ele? – Rudy não queria mais saber de esperar, ele iria procurar por Daniel pela cidade, ele teria que encontrar o seu irmão em algum lugar.

- Ei – chamou Dean – aonde é que você vai?

- Vou procurar o Dan.

~

- Daniel, acho que, como donas da casa, você nos deve explicações - disse a senhora Waltson.

- Sim, sim... - Daniel puxou uma das cadeiras da cozinha e sentou-se, a xícara de café estava fumegante quando ele a pegou, teve sorte de não ter segurado-a pra valer, se não ele teria derrubado tudo com a dor - eu discuti com a minha mãe, acabei vindo parar aqui, queria pensar um pouco, esfriar a cabeça sabe?

- Acabou que você esfriou um pouco demais essa sua cabeça - a senhora Waltson poderia até gostar de Daniel, mas ela não queria se envolver em briga de família alheia, só bastava a dela. Que na maioria das vezes a deixavam bastante angustiada.

- Me desculpe, eu prometo que isso nunca mais irá acontecer - disse Daniel bebericado um pouco do café.

- Bom, eu tenho coisas para fazer, então juízo para os dois, e Daniel trate de voltar para sua casa o mais rápido possível, não quero que sua mãe fique preocupada a toa.

A senhora Waltson beijou Jenny que estava esse tempo todinho sentada mexendo em suas mechas de cabelo enquanto os dois conversavam. Ela tinha suas próprias perguntas a fazer a Daniel. Nem se importou por ainda estar de pijama na frente dele. Mas, se preocupou com o seu rosto, assim que trouxe Daniel para dentro de sua casa e se deparou com sua mãe, Jenny deixou Daniel aos seus cuidados e foi se olhar no espelho, não podia demorar muito tempo, mas ainda assim tinha perdido o início do interrogatório, só poderia agora esperar a mãe sair e perguntar ela mesma. Despediu-se de sua mãe como costume e olhou para Daniel.

- Então... - começou Jenny ainda olhando para um Daniel cheio de adubo - eu não sei se isso pode ser só coisa sua, mas você poderia me explicar o que foi que houve?

- Briguei com minha mãe, meus irmãos acabaram escutando tudo.

- Por que você veio pra cá?

- Eu queria ver você.

No início Daniel queria sim ter visto Jenny acordada naquela noite, mas se tivesse, ele não teria se lembrado de tudo o que tinha acontecido. Nunca iria se lembrar do jeito que Maria abraçava a sua barriga, como se tivesse que ter o maior cuidado com ela. E Daniel idiota do jeito que ele era, só pensava que ela estava com alguma doença. Se ele soubesse dessa gravidez ele teria ficado com ela? Essa pergunta não estava saindo da sua cabeça.

- Ah... - Jenny começou a corar, tentou arrancar o resto do esmalte de suas unhas, mas percebeu que já tinha feito isso, ficou olhando para suas mãos e pensando qual seria a nova cor que ela iria pintar. Ficou ainda mais corada quando se lembrou da conversa que tivera com a sua mãe. Pensava muito que ele não iria mais querer ela -... me ver? - Continuou. Queria escutar mais do que ele tinha a dizer.

Daniel ficou grato com a mudança do assunto. Ainda não era o momento certo de contar para Jenny o que tinha acontecido realmente naquela noite. Quando ele conversasse com a fonte, e ele teria que fazer isso, dia menos dia, ele teria alguma coisa palpável para falar à Jenny.

-Sim, você me dá certa paz, queria ver o seu sorriso ontem - Daniel foi falando e enquanto Jenny ia sorrindo ele ia beijando-a fazendo o caminho das suas bochechas até seus lábios - olha aí, não tem remédio melhor.

- Assim você vai me deixar sem jeito.

- Aí eu teria ganhado o meu dia... O que é isso? - Algo estava puxando a bermuda de Daniel. O puxão não era constante, a coisa, ou melhor, Spook estava tentando alcançar o pequeno pedaço de pano que tinha ficado ao seu alcance, mas quando ele conseguia, não tinha força suficiente para ficar segurando, então o soltava.

- Spook, pare com isso - Jenny tirou o pequeno raivoso e colocou-o em seu colo - eu acho que ele está se sentindo meio sozinho ultimamente. Eu estou dando muita atenção a você Daniel, é isso que ele deve estar pensando.

- Spook, você não pode tê-la só para você, vamos fazer assim, eu fico o dia todo com ela, enquanto isso você fica de noite, tomando conta dela, o que você acha?

Spook latiu e depois começou a lamber a mão de Daniel.

- Acho que ele concordou. Então, vá se arrumar - Daniel levantou-se e foi lavar as mãos da baba que estava e suas mãos.

- Aonde nós vamos?

- Nossas aulas de natação ainda não terminaram.

- E quantas aulas, professor, nós iremos ter?

- Infinitas, mesmo depois de saber nadar a falta de prática é uma coisa abominável, sabia?

Jenny saiu correndo ao encontro de Daniel. Abraçou-o, depois ficou olhando para ele, como tinha sido burra, beijou-o e depois subiu escada a cima.

- Eu te encontro lá, ou você me espera? - Gritou de seu quarto.

- Que tal se a gente se encontrar lá em uma hora? Eu tenho umas coisas para resolver - Jenny logo pensou na briga que ele tivera com a família.

- Ta certo então, te espero no lago - para ela não tinha como esse dia ficar melhor.

O que ela tinha que fazer agora era só se arrumar, e ter suas aulas particulares com a pessoa que estava mexendo com o seu coração. Lembrou-se de uma conversa que tivera com Lisa, sobre Daniel ficar olhando para ela e sobre como uma pessoa se apaixonava. A sua tentativa frustrada de explicar a Lisa a sua teoria. Não pensava realmente em como as coisas estavam sendo levadas desde aquele dia, mas ela não estava esperando a hora de Lisa voltar. O que Jenny mais queria escutar agora dela era um típico "eu te avisei", ela iria explodir de felicidades quando escutasse isso dela, mas ela ainda queria estar indo com cautela com Daniel. Nem ela mesma sabia no que isso poderia dar quanto mais saber o que ele estava pensando sobre isso tudo.

Até agora ela estava indo bem.

~

- Rudy, você não vai sair daqui, eu já disse que daqui a pouco ele chega.

- Tá bem, mas eu vou ficar aqui na frente.

- Eu vou com você - Dean sabia muito bem que se deixasse o seu irmão ele iria sair à procura de Daniel.

- Dean, eu não vou sair daqui da frente, é só até o Dan voltar - Rudy abriu a porta e sentou-se no meio-fio, ficou pensando qual deveria ser a sua reação quando Daniel voltasse - Dean o que você vai fazer quando vir Daniel?

- Acho que nada, - disse Dean pegando umas pedrinhas e jogndo-as no meio da rua. De vez em quando ele esperava um carro passar, ou então alguns poucos pedestres - acho que eu vou esperar ele falar alguma coisa, alguma explicação.

- Eu vou acreditar no que Dan falar, ele nunca mentiria pra gente.

- Sempre existe uma primeira vez - disse Dean acertando uma pedra na árvore.

- Por que você nunca acredita no que Dan fala? - Rudy sempre ficava confuso com os pensamentos de Dean, ele mudava de opinião sempre quando acontecia algo diferente.

- Eu acredito sim, mas é que às vezes eu fico confuso. Sempre tento pensar em tudo claramente, eu sei que Dan é o nosso irmão mais velho e, Rudy, eu amo muito ele, mas eu sei também que os seres humanos mentem. Você ainda está muito novo para isso, por isso que você acredita seriamente em tudo o que as pessoas falam.

- Acredito sim, principalmente no Dan, ele não mentiria pra gente - Rudy repetiu o que já tinha dito para enfatizar sua crença em seu irmão.

Dean estava jogando suas pedrinhas cada vez mais longe, e cada vez mais que o tempo passava ele ia ficando mais distraído com o que se passava na rua naquele momento. Não foi culpa dele quando uma de suas pedrinhas atingiu um homem. Dean de início não o reconheceu, mas as lembranças eram muito fortes para serem apagadas assim tão rápidas. Lembranças tristes misturadas com lembranças felizes.

Dean também se lembrou de como gostava de andar por ai com ele. Ele tinha sido o seu professor para tantas coisas. Foi ele que o ensinou a andar de bicicleta. O seu título como o melhor nas bolinhas de gude foi por conta dele. Como Dean devia seus talentos àquele homem. Mas, esse era o homem que ele queria apagar. Esse era o homem que fizera tanto mal aquela família.

- Rudy, vamos entrar - disse Dean. Rudy ainda estava olhando para o outro lado, era perfeito, ele ainda não tinha visto o seu pai.

- Eu não quero ir agora, Dean. Só mais um pouquinho.

O coração de Dean estava batendo cada vez mais rápido. Qual tinha sido a pergunta que Rudy fizera? "Dean o que você vai fazer quando vir Daniel?" Isso mesmo, teria sido melhor se a pergunta fosse "Dean o que você vai fazer quando vir o papai?" Ele nunca tinha parado para pensar nisso. Outra situação veio à sua mente. O convite que ele rasgara. O casamento que ele nunca dissera a Rudy que iria ter. Nesse dia ele tinha chamado Daniel de traidor. O que ele seria agora, então?

Seu pai se aproximou e lançando-lhe um sorriso triste colocou a mão nos cabelos curtinhos de Rudy, e sentou-se ao seu lado no meio-fio. Rudy virou, seu sorriso que antes achava ser Daniel desmoronou. Seu semblante era de susto. O homem continuou com o sorriso triste, era essa a reação que ele estava esperando.

- Papai?

- Desculpe-me, meus filhos, desculpe, por nunca mais ter vindo ver vocês, por ter deixado vocês aqui. Eu sei que vocês devem ter sentido a minha falta. O erro foi meu. Todo meu.

- Papai - repetiu Rudy - você vai voltar a morar com a gente?

O sorriso triste se espalhou pelo rosto de Tedy Hepburg.

- Eu não acredito nisso, que saudades papai, que saudades. - Rudy pulou em cima de seu pai, seu rosto voltara a ser como era antes. Como era bom poder abraçar seu pai de novo. O tempo fizera muito bem a Tedy, suas rugas estavam exatamente nos locais certos, deixando certo charme. Seus olhos estavam ficando cada vez mais de um castanho claro, era como se ele pedisse emprestada a luz do sol para colori-los. Só suas roupas que não combinavam com o local. Terno e gravata não era o estilo de uma cidade pequena. Suas lágrimas molhavam sua gravata vermelha de listras prateadas.

- Oh... sobre isso, acho que você não entendeu sobre o que a mensagem dizia, desculpe, de novo.

O senhor Hepburg estava quase aliviado com a recepção que ele estava tendo. Em seus pesadelos tinha imaginado coisas piores do que aquelas.

- Mensagem? Como assim?

O abraço foi ficando cada vez mais frouxo, mas Rudy não largou o seu pai.

- Bem, eu tenho quase certeza que você iria saber que meu casamento seria com outra pessoa.

- Casamento? - Rudy olhou para Dean, seus olhos estavam cheios de culpa. Dean sabia muito bem do que estava acontecendo, mas nunca iria imaginar que seu pai fosse capaz de voltar.

- Me desculpe, Rudy, eu não queria te contar. Eu achava que não era o certo a se fazer - Dean olhou para Tedy - Você sumiu e nos deixou aqui, depois de dois anos você manda uma mulher entregar um convite de casamento. E como se ainda não bastasse você voltar aqui, o que você quer de nós?

As lágrimas de Dean transbordavam cada vez mais só que a culpa ia deixando lugar para a raiva. Dois anos de raiva. Dois anos de lágrimas agora estavam escorrendo para a pessoa que ele sempre quisera entregar.

- Eu não quero perdão, eu não quero sua raiva também, de nenhum de vocês. Eu só quero poder recomeçar, aos poucos. Eu sei que nós conseguimos.

- Você demorou dois anos para isso. É um recomeço muito tarde.

- Daniel, como você vai? Você está muito bonito, meu filho.

Daniel revirou os olhos.

- Deixe-los aí, venha falar comigo. Rudy, Dean, pra dentro.

- Mas, Dan... - protestou Rudy.

- Eu ainda sou o mais velho aqui, depois eu falo com vocês.

Rudy largou o seu pai e entrou em casa junto com Dean.

- Eu não posso lhe impedir de tentar se aproximar de Dean e Rudy, por que você é o pai deles, mas se eles saírem magoados disso pode dando adeus a eles para sempre.

- Você sabe que eu não tenho nenhuma intenção de magoá-los.

- Todos nós sabemos disso. Foi por isso que você esperou dois anos para rever os seus filhos? Ah não... espere, eu tenho uma pergunta melhor, Se você não fosse se casar, você viria aqui?

- Lógico que viria, eu não sou nenhum monstro, Daniel, eu posso ser o covarde que for, mas monstro eu não sou.

- É o que todos dizem.

- Eu não me lembro de você ser desse jeito. Você era sempre tão amável comigo. Por favor, Daniel, não torne isso mais difícil.

- Pois bem, e era há dois anos. Você veio nos convidar pessoalmente para o seu casamento? Achou que nós nem iríamos, aposto.

- Eu vim pra cá por que eu quero começar uma nova vida, mas eu quero voltar a ser aquele pai que eu era antes. Eu sinto muitas saudades, filho.

- Sabe, não iria machucar muito um simples telefonema. Você acha que nós não sofremos? Eu nunca me senti tão incapaz como irmão. Como pessoa.

Daniel não queria ceder. Ele tinha esperado demais para esse recomeço. Lembrou-se de Jenny indo para o lago, sozinha. Teria que encontrá-la depois e falar sobre o seu pai. Tinha que falar-lhe também sobre o bebê, mas isso daí Daniel iria esperar ainda para contar.

Tinha que ter tudo sobre controle.

O senhor Hepburg tinha vivido uma vida dos sonhos nos primeiros meses de separação, ele estava se adaptando muito bem a nova vida. Muitas vezes acordava chamando um de seus filhos ou então chamava os seus nomes quando via algo que sabia que eles iriam gostar. Sempre pensou consigo mesmo de que estava se separando de Judith e nunca dos meninos. Eles eram seus filhos amados, eles iriam entender isso, certo? A questão sobre os telefonemas, ele mesmo sabia que tinha cometido um erro enorme nessa parte. Sempre pensou em ligar, mas os momentos nunca eram oportunos, ele não estava se sentindo confiante. E se Judith atendesse e começasse toda aquela briga de novo?

O tempo foi passando e ele foi ficando cada vez mais covarde.

Até que o início de uma nova vida não seria nada agradável se ele ainda estivesse preso ao passado. Se essas marcas ainda não tivessem curadas. Elas estavam lá intactas. Conseguiram passar pelo fogo, mas ainda dava para sentir o cheiro de queimado. Decidira começar primeiro mandando a mensagem para Daniel, que não foi muito bem recebida. Mandou depois o convite, achado que eles iriam pelo menos responder, mas recebeu um relatório sobre o que tinha acontecido na entrega. Não teria jeito, ele teria que aparecer e dar a cara à tapa.

O covarde agora pagava pelos seus crimes.

~

- Não. Acho que vou até agradecer por você nunca ter me dito nada, eu não sei o eu aconteceu quando você recebeu essa mensagem, mas se isso fez com que o papai viesse aqui eu só tenho que te agradecer.

Não era essa a reação que Dean estava esperando.

Os dois estavam olhando pela janela de seus quartos. Eles poderiam não estar escutando nada, mas pelo menos eles estavam vendo o que estava acontecendo. Rudy desejou que sua mãe não voltasse naquele momento. Seu pai tinha que passar pelo Dan primeiro.

- Ei, Rudy, você queria que o papai voltasse?

- Queria. Você não?

- Não sei.

- Você nunca sabe de nada - disse Rudy recebendo um murrinho no braço em troca.

- Eu queria que ele tivesse voltado antes. Mas, isso foi há tanto tempo atrás que eu nem sei se é isso mesmo que eu quero.

- Pode ter certeza que você queria ele por perto do mesmo jeito que você queria antes.

- Como você acha que a mãe vai ficar quando souber que ele está por aqui? - Dean saiu da janela estava ficando um pouco cansado de ficar em pé, a sua cama o estava chamando de um jeito que para ele parecia pecado recusar. Deixou que o seu corpo afundasse completamente no colchão. Rudy fez a mesma coisa, mas não foi para a sua cama, pulou logo após Dean, batendo seu pé em sua perna.

- Ai... isso doeu.

- Desculpa - disse Rudy sentando-se.

- hein, o que você acha?

- Acho que nós não vamos conseguir dormir direito. Acho que vamos escutar mais uma vez a mesma história que ouvimos todos esses anos.


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