Olá, amores!
Mais um capitulo quentinho pra vocês, não se esqueçam: Se gostar do capitulo me ajude com seu votinho e também comentário se puder!
Ótima leitura, A.B.
Maria Eduarda
Ele estava lá beijando aquela mulher como se fossem íntimos, tocando-a com carinho, assim como ele fazia comigo antes das coisas ficarem estranhas entre nós dois. Eu amava Marco desde da época em que estudávamos juntos, e nunca poderia me esquecer de como foi o nosso primeiro beijo, nosso primeiro toque, nosso primeiro eu te amo até chegarmos a decisão de irmos morar juntos, mesmo sendo somente namorados.
7 anos de relacionamento, 5 anos esperando Marco tomar sua decisão, esperando seu momento certo de me pedir em casamento, finalmente me tornar sua mulher, e o que ganho esperando isso? Um belo par de chifres! Coloco minhas mãos no vidro, enquanto meus olhos ainda estão vendo o casal na pista de dança se beijando profundamente. Lágrimas escorregam pelas minhas bochechas sem controle algum, e nesse momento não ligo se alguém me ver chorando.
Sinto uma mão quente tocando meu ombro, e sabia que não era Marco que estava me tocando. Sabia que não era meu namorado pelo fato desse instante ele estar colando sua língua na boca daquela mulher.
- O que você está vendo lá em baixo? – O homem se aproximou para olhar para a pista de dança.
- Me desculpa, mais preciso ir embora.
- Fiz algo que não gostou? Não queria lhe passar uma má impressão, juro que não estou querendo segundas intenções, só queria conversar sem esse barulho todo do andar de baixo.
- Você não tem culpa de nada, sou eu que preciso resolver minha vida, graças a você que abriu meus olhos em poucas palavras.
- Espero lhe ver em breve, quero saber o que você mudou em sua vida graças as minhas maravilhosas palavras. A propósito, me chamo Raul. – Raul sorriu enquanto apertávamos nossas mãos se despedindo.
- A propósito, me chamo Maria. Até logo, e obrigada.
- Até logo.
Saio da área vip em um pulo, desço as escadas que da acesso ao primeiro andar da boate. Passo pelas pessoas que estavam quase se comendo na pista de dança somente com uma dança sensual e bastante ousada, corpos suados e quentes encostam-se a mim e sinto nojo por não saber quem estava me tocando, mesmo que acidentalmente. Finalmente chego ao lado de fora da Boate e vou em direção ao meu carro que está estacionado a poucos metros da Boate.
- Duda! – Viro meu rosto e corpo para trás e vejo Marco encarando-me, e quando ele começa a caminhar em minha direção eu recuo instantaneamente. Lágrimas sem controle escorrem pelo meu rosto e a única coisa que faço é levantar o dedo do meio em sua direção. Marco para de andar e se assusta com o meu sinal, e isso me deixa ainda mais forte. Quando Marco volta a andar novamente grito alguns palavrões e entro no meu carro, trancando-me do lado de dentro. – Duda, abaixa o vidro. – Ligo o carro e piso no acelerador, pude ouvir os pneus batendo no chão e fazendo um barulho alto, estava cantando os pneus no chão, que nem naqueles filmes de carros potentes.
Meu coração esta batendo forte, sentia meu peito apertado, como se realmente estivesse doendo. As lágrimas nos meus olhos ainda desciam sem controle pelo meu rosto e estava tão difícil me concentrar na estrada. Não poderia ir para casa, quero dizer, não posso mais voltar para o apartamento de Marco, não posso voltar para o apartamento que sempre acreditei que era o nosso ninho de amor, onde me sentia feliz e amada, desejada e completa.
A raiva começou a subir para a minha cabeça e virei à esquerda, entrando em uma rua calma e silenciosa, que tinha prédios grandes e caros, tinha que ir até o apartamento do irmão de Marco, ele sabia tudo sobre o irmão e com certeza iria me contar o que está acontecendo. Saio do carro trancando-o, e vou em direção à portaria do prédio Paraíso, aperto o interfone e o Porteiro coloca a cabeça para o lado de fora da sua sala. Ele abre a porta da sala e vem até o portão mantendo certa distancia.
- Boa noite, o que deseja?
- Boa noite, preciso falar com o Juliano.
- Eu posso ligar para o apartamento dele, mais não sei se ele está acordado.
- Liga para o apartamento, insista bastante e quando ele atender você diz que Duda quer falar com ele, por favor. – O Porteiro concordou com a cabeça e voltou para sua cabine, minutos depois o portão foi aberto e passei direto pelo porteiro indo de encontro com o elevador, apertando o numero 3 e esperando pacientemente para o elevador subir logo.
Quando chego ao 3º andar, Juliano já esta do lado de fora do seu apartamento, estava de calça de algodão, aquele que usa como pijama, sua cara estava amassada, deveria estar dormindo, mais não me importava se tivesse o acordado, a única coisa que fiz foi me aproximar dele. Com certeza ele deveria estar vendo minha maquiagem borrada e rosto vermelho, por este motivo deu passagem para entrar no seu apartamento.
- Sente-se, quer alguma coisa?
- Não quero nada, só quero fazer perguntas e você responder, pode ser? – Cruzo meus braços e respirei fundo.
- Você está me assustando Duda, o que aconteceu?
- Desde quando seu irmão me trai?
- Finalmente ele te contou! Pensei que ele nunca iria ser sincero com você. – Juliano suspirou se sentando no sofá. Então ele ia me contar que me traia? Quase gargalhei, quase, mas precisava de mais informações e sabia que Juliano ia me contar tudo o que eu quisesse.
- Contou sim, agora me fala quanto tempo me traia, isso ele não me falou.
- Faz algum tempo, quanto não sei exatamente, mais nunca entendi o motivo do Marco fazer isso com você, pedi diversas vezes para ele parar com isso ou ser sincero com você, mais ele sempre evitava me ouvir quando eu começava a falar. Sei que ele tinha terminado com a Karen, a sua amante, mais ai aconteceu aquele problema lá e ele saiu com ela para resolver.
- Que problema ele saiu para resolver?
- Como eu disse, meu irmão tinha se separado de Karen há umas duas semanas ou mais, ela ficava ligando para ele, mais sei que ele rejeitava suas ligações até o momento dela vir me procurar e abrir o jogo sobre o real motivo de estar procurando pelo meu irmão, ela esta grávida. – Neste momento minhas pernas ficaram bambas e sentei rapidamente no sofá. Lágrimas voltaram a descer pelo meu rosto, uma dor enorme estava dominando meu coração, como doía pensar que além de traída, a amante do meu namorado ainda por cima engravidou, era demais para mim. – Sinto muito Duda, meu irmão nunca te mereceu. Não chore, você é uma mulher bonita, bem sucedida, alegre, bom papo, carismática, entre varias outras coisas que também é, não se deixa abalar por isso, sei que vai doer, mais você vai superar e vai encontrar alguém que te ame de verdade. – Juliano se sentou ao meu lado e me puxou para me abraçar.
Tudo o que precisava era de um ombro amigo, de um cafuné na cabeça e um sussurro de tudo vai ficar bem. Veio em minha mente uma frase que Tarzan falou no filme "Alguém vai se machucar aqui, e esse alguém sempre sou eu". Sinto-me o próprio Tarzan, estava pensando que era feliz, que era feliz no trabalho, que era feliz em casa, que era feliz por ter achado Marco, por ser feliz ao seu lado.
Pensava que meus pais estavam errados quando me julgaram quando tomei a decisão de me mudar para o apartamento de Marco sem ao menos estar noiva, mais não quis ouvir ninguém, estava tão apaixonada e feliz com a proposta que Marco fez, que deixei tudo em off e segui somente meu coração, e olha só o que aconteceu? Fico pensando em uma coisa, se a minha amiga Tainá não tivesse feito a proposta de irmos para a Boate, neste momento estaria no apartamento de Marco acordada esperando a hora de ele voltar para casa, sem saber que era uma chifruda, uma mulher traída e usada!
- Você está muito nervosa, não vou deixar você sair daqui neste estado, pode dormir no quarto de Hospedes. – Seu celular que estava em cima da mesa começou a tocar, Juliano levantou-se do sofá para pegar o celular, ele olhou-me com pena e sabia quem era que estava ligando para ele. – O que você quer Marco, sabe que horas são? Duda viu a Karen te beijando? Que droga irmão, vai fazer o que agora? Se eu souber onde ela está te falo, aqui ela não passou não, ela deve ter ido pra casa dos pais dela, melhor nem ir. Deixa a poeira abaixar, uma hora ela vai ter que ir ao seu apartamento pegar suas coisas, ai vocês conversam. – Juliano desligou o celular e me encarou.
- Obrigada por não dizer que estou aqui.
- Não vou dizer, se ele vier aqui não vou o deixar subir, fica tranquila. – Juliano pegou minha mão e deu um meio sorriso. – Vou te mostrar onde é o banheiro e o quarto de Hospedes. Vou deixar um blusão e um short em cima da cama, para você ficar mais a vontade. – Juliano me mostrou primeiro onde iria dormir e logo depois onde era o banheiro, pediu para que esperasse ele no banheiro e voltou com o short e a blusa e uma toalha também. Disse que iria dormir porque tinha que acordar cedo, mais que era para ficar a vontade.
Estava encarando-me no espelho quando vejo a corrente com a inicial M em meu pescoço, Marco me deu no ano passado no meu aniversario de 24 anos.
"Nosso destino é ficarmos juntos, e isso se percebe quando vemos que temos praticamente o mesmo nome e nossas iniciais é M. M de Maria e M de Marco, por este motivo comprei está corrente para você usar e sempre se lembrar de mim, se lembrar do meu amor e fidelidade para todo o sempre".
Tiro a corrente do meu pescoço e o coloco em cima da pia, a partir de hoje chega de Maria chorona, sofrendo. Marco deve estar se divertindo com a tal Karen e rindo pelas minhas costas pelo fato de não ser mais um fardo na sua vida. Uma nova Maria Eduarda irá surgir, e de seu coração não haverá mais sentimentos.
"Nunca mais vou amar nenhum homem na face da terra, poderia até me casar sem amor com algum homem desconhecido, que não iria me importar!".
Não vou me importar mesmo!